Os argumentos encontrados por José Antonio Camacho para justificar a derrota frente ao Beira-Mar foram vários. Em termos gerais, o desaire verificado na noite da estreia oficial no novo Estádio da Luz deveu-se a ineficácia defensiva e atacante, conjugada com "falta de tensão" dos jogadores e, ainda, um relvado... "demasiado rápido".
"A nossa equipa está habituada jogar de uma forma que é sempre para ganhar. Quando está a perder tem mais dificuldades. Não sabemos jogar a perder, em desvantagem, só pensamos em ganhar, ganhar...", começou por dizer Camacho na sala de Imprensa, talvez justificando o facto de a equipa ter estado nervosa quando precisava de dar a volta ao marcador. O espanhol prosseguiu: "Queremos sempre muitos golos e geralmente conseguimos criar muitas oportunidades mas, hoje [ontem], não o fizemos. Não é costume mas não conseguimos. Estamos todos os dias a treinar cruzamentos e neste jogo fizemos muito poucos em condições", realçou.
A substituição de Sokota por Carlitos foi abordada. O treinador referiu que pretendeu mudar o sistema atacante, uma vez que "a equipa não conseguia criar jogo para os homens mais adiantados". "Tentámos atacar de outra forma. Até ao final a equipa deu sempre o máximo mas houve muita precipitação", justificou.
Questionado sobre o desempenho defensivo do seu conjunto, mais uma vez Camacho admitiu que nada correu bem. "Devíamos estar melhor nesse aspecto. Já na semana passada sofremos um golo com um cruzamento e agora foi na sequência de um canto. Depois, numa jogada de contra-ataque, sofremos o segundo. O relvado estava muito rápido, não sei bem porquê...", afirmou o ex-seleccionador espanhol.
Por fim, o último capítulo da história da derrota frente ao Beira-Mar é, então, justificado através do estado anímico dos jogadores. José Antonio Camacho deu a entender que, em determinadas alturas, os seus jogadores estiveram demasiado descontraídos, fruto da recente campanha vitoriosa que alcançaram. Mas não terá sido excesso de confiança: "Após seis vitórias a equipa começou a ficar muito solta e acho que hoje faltou alguma tensão. Não foi uma questão de excesso de confiança."
«Estamos a lutar e o campeonato não acaba amanhã»
A derrota de ontem frente ao Beira-Mar significa que os encarnados ficam a onze pontos do líder da SuperLiga, o FC Porto. Quando questionado acerca do cenário, José Antonio Camacho não se alongou. Perante alguma insistência, fez questão de referir que, apesar do atraso para os dragões, ainda falta muito tempo para as contas finais. "Eu só falo do Benfica, não gosto de falar dos outros. Nós estamos a lutar pelos nossos objectivos, a cada jogo, queremos vencer em todas as frentes mas vamos fazendo o nosso campeonato passo a passo. De qualquer forma, estamos a lutar e o campeonato não acaba amanhã", referiu. O técnico fez ainda uma primeira abordagem ao compromisso de quinta-feira para a Taça UEFA, na Luz, frente ao Molde. Para dizer que o desaire de ontem não vai deixar consequências psicológicas nos jogadores do Benfica: "É lógico que agora os atletas estão desmoralizados mas quinta-feira já há outro jogo importante e vamos estar de cabeça levantada. O próximo jogo é sempre diferente."
Siga-nos no Facebook e no Twitter.