Um ano depois de Peter Lim adquirir o Valencia, Amadeo Salvo deixa a presidência e, embora não tenha indicado as incompatibilidades com o técnico Nuno Espírito Santo e o empresário Jorge Mendes como uma das razões para tal decisão, também não escondeu que estas também contribuíram para a sua saída de cena. Nuno ganha, assim, o braço-de-ferro que manteve nos últimos meses e fica com mais peso na estrutura do clube, uma vez que o diretor desportivo Francisco Rufete também se demite.
Desta forma, Chan Lay Hoon, a singapurense que é braço-direito de Peter Lim na Meriton Holding, empresa que adquiriu o Valencia, é a nova presidente-executiva e garantiu que Jorge Mendes "não manda" no clube, além de colocar um peso nos ombros do treinador Nuno. "Todos sabem que Jorge Mendes é amigo de Peter Lim há muitos anos mas somos nós que tomamos as últimas decisões... em tudo. Nuno é o treinador principal e tem uma enorme tarefa e responsabilidade na próxima temporada, sem dúvida. Não alteramos nada."
Sem paninhos quentes
A perda de influência de Salvo no clube foi evidente a partir do momento em que Peter Lim, reconhecido empresário de Singapura, adquiriu o clube e passou a geri-lo com a ajuda desportiva de Jorge Mendes. Na hora da despedida, Salvo não escondeu a incompatibilidade, embora tenha dado duas razões fortes para tal decisão.
"Uma já a tinha comunicado ao senhor Peter Lim no dia 24 de maio. Estamos a viver um momento difícil na família, o meu pai tem cancro. A outra é empresarial. Eu já queria ter-me ido embora a 1 de dezembro mas precisava de tempo. Por isso não saí a meio da época, porque não seria responsável, e faço-o agora. Não me vou embora por causa dos negócios com João Cancelo ou Rodrigo Caio. Um presidente não sai só por isso. Há razões de peso que já enumerei. Problemas com Nuno? Não vamos pôr paninhos quentes. Houve várias incompatibilidades mas é tudo natural quando um clube é adquirido por alguém de fora. Tentámos sempre trabalhar para o bem do Valencia, que não existe com guerras, só com paz", afirmou o líder demissionário, visto por uns como o que evitou o colapso financeiro do clube e por outros como o que deixou o Valencia em mãos alheias.
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