V. Setúbal-Benfica, 2-6: Uma 2ª parte demolidora só podia ter um bom fim
Uma segunda parte demolidora do Benfica arrasou literalmente com a resistência dos sadinos, que tinham sido superiores até ao intervalo, ao qual chegaram em vantagem amplamente merecida. De resto, não fora um erro crasso do árbitro Mário Mendes à beira do intervalo, ao deixar-se levar pela simulação de Zahovic, livre do qual resultou o primeiro golo encarnado, e o Vitória teria entrado para o segundo tempo com dois golos de vantagem. O que, como é evidente, teria repercussões diferentes a nível psicológico numa e noutra equipa.
Em todo o caso, a superioridade do Benfica pós-intervalo foi tão manifesta, que es-se erro grosseiro de Mário Mendes acaba também por ser varrido pelo "ciclone" encarnado. Camacho lá tinha as suas razões para dizer o que disse a seguir ao jogo com o Nacional: que o seu maior problema era mentalizar os seus jogadores no sentido de que os jogos têm noventa minutos, durante os quais é preciso manter a concentração e uma atitude competitiva constante de princípio ao fim. Desta vez, ao contrário do que sucedeu frente aos insulares, os jogadores do Benfica abordaram o jogo de forma displicente, lentos, desconcentrados, sem atitude. Enquanto com a U. Leiria e o Nacional resolveram os jogos na primeira parte e depois limitaram-se a uma gestão demasiado descontraída da vantagem adquirida. Ontem à noite, deram meia parte de avanço e podiam ter comprometido a vitória.
Seja como for, a segunda parte foi realmente arrasadora. Camacho deve ter dado uma valente reprimenda aos seus jogadores na cabina, ao intervalo. O certo é que mudaram a sua postura em campo como do dia para a noite. As marcações do Vitória na primeira parte tinham resultado em pleno. Nélson anulou Simão, Nélson Veiga fez o mesmo a Geovanni, Joca não deixou Zahovic jogar. Os sadinos eram mais agressivos, mais pressionantes e mais rápidos sobre a bola – logo, ganhavam a maioria dos despiques directos. Até Sandro e Jorginho estavam a ganhar duelo a Tiago e Petit, enquanto na frente Ricardo Rocha via-se em palpos- -de-aranha para travar o possante Pascal. Aos 23' já o Vitória vencia por 2-0 com naturalidade. E o Benfica a jogar devagar, devagarinho... Só chega ao golo antes do intervalo com a tal "mãozinha" do árbitro.
Para a segunda parte entrou "outra" equipa. Impressionante o ritmo que o Benfica imprimiu ao jogo. O "carreto" sadino não deu para acompanhar aquele andamento. E o 4x2x3x1 do Vitória que resultara na perfeição até ali, desmoronou-se como um castelo de cartas. A precipitar o descalabro, um lance infeliz de Carlos, que transformou um cruzamento de Simão no 2-2. Até ali os jogadores do Vitória ganhavam quase todos os lances em antecipação, depois nunca mais acertaram com o tempo de entrada porque a velocidade de circulação de bola e de pernas de Simão, Geovanni e companhia ficaram fora de controlo. O Vitória esboçou uma reacção, mas os espaços no seu meio-campo aumentaram e foi, então, um "fartar vilanagem", com a defesa sadina completamente desorientada em campo, sem condições de travar aquela "avalancha".
Depois do 2-0, Mário Mendes começou a empurrar o Vitória para a sua área, com algumas faltas a meio-campo inexistentes, até ao erro grosseiro de que resultou o primeiro golo do Benfica, para estabilizar na segunda parte.
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