Benfica-P. Ferreira, 7-0: Festim de golos prova que há vida após Simão
Sete golos sem resposta ao Paços de Ferreira serviram ontem ao Benfica para provar que está bem vivo na SuperLiga, mesmo sem dois dos internacionais mais frequentes, Simão e Petit, que viram a partida juntos, na bancada. A debilidade do adversário explica muita coisa, mas convém não esquecer que esta equipa foi a mesma que já bateu categoricamente Sporting e Boavista neste campeonato.
Ontem, contudo, foi reduzida a pó, permitindo ao Benfica uma goleada das antigas. O 7-0 final reflecte na perfeição um festim que veio recompensar os dirigentes que mantiveram a confiança em Jesualdo Ferreira nos tempos mais difíceis. O técnico respondeu da melhor forma às ausências, montou a equipa certa e depois limitou-se a assistir serenamente aos golos e aos vários marcos do jogo de ontem: desde logo a estreia de Hélder, que fez 18' a meio-campo, mas também o regresso de Mantorras à condição de goleador.
O domínio do Benfica foi total, especialmente após o primeiro golo, e fundava-se especialmente numa clara superioridade a meio-campo. Andersson, Ednilson e Tiago eram bastante mais eficazes do que o trio pacense ali colocado, onde Paulo Sousa ainda cortava algum jogo mas se mostrava depois ineficaz (porque nunca auxiliado por Beto e Júnior) ante a segunda vaga benfiquista. Embora Mauro ainda se tenha feito ver nuns fogachos iniciais, o sentido predominante do jogo era assim o da baliza de Pinho. Foi ali que Ricardo Rocha quase marcou no primeiro canto do jogo (aos 4', tendo Mário Sérgio evitado sobre a linha), como foi ali que Tiago abriu o activo no seguimento do segundo pontapé de esquina da partida (aos 17', após alívio deficiente do Paços e insistência de Andersson). Cada canto era um problema para a adormecida defesa amarela: do quarto de círculo nasceram ainda o terceiro, o quinto e o sétimo golos.
Até ao intervalo, Roger fez o 2-0, num pontapé de longe com sorte no ressalto, e Tiago obteve o terceiro após canto de Cristiano que já foi meio-golo. O médio mostrou ontem que está a melhorar muito na chegada à área: igualou já esta época o número de tentos que havia marcado em toda a sua carreira (quatro). Com 3-0, o jogo partia para a segunda parte lançado em novas bases. O Paços veio para a frente, jogou positivo (fez a primeira falta aos 68'). Beneficiando do despertar de Beto, que após o intervalo passou a auxiliar melhor Paulo Sousa, e da barriga cheia dos jogadores encarnados, Mota viu os seus jogadores enervarem os adeptos da Luz (chegaram a ouvir-se assobios). Mas a equipa caiu com mais uma ingenuidade: corte de Mário Sérgio para os pés de Nuno Gomes, 4-0 e um balde de água gelada no ânimo nortenho. Havia meia hora por jogar e daí até final o resultado podia ter assumido números ainda mais escandalosos, tal era a facilidade com que o Benfica chegava à baliza de Pinho.
Entraram mais três bolas, duas de Mantorras, que assim se estreou como goleador esta época, e outra de João Manuel Pinto, autor de um jogo quase perfeito. Também aqui, Jesualdo viu provada a sua razão na altura de fazer opções na defesa: o defesa preferido do treinador anulou sempre com classe as iniciativas atacantes do Paços e ainda foi à frente marcar um golo.
Martins dos Santos não fez uma arbitragem perfeita, enganando-se mais por defeito do que por excesso de apito. O que é bom: esforçou-se por deixar jogar e o jogo fluiu, com apenas 23 faltas no total.
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