PARECE não haver dúvidas de que a equipa tipo que o Benfica irá apresentar no campeonato que se inicia já na próxima semana não irá fugir muito – numa ou noutra posição, Toni e Jesualdo têm soluções a seu bel-prazer... – do onze que quinta-feira, no Municipal de Guimarães, entrou para defrontar os vice-campeões holandeses.
E, diga-se, tiveram uns quinze minutos a roçar a perfeição, com excelente movimentação colectiva, bom entendimento defensivo, facilidade e rapidez na transposição da bola defesa-ataque e, depois, um Mantorras que, num estilo muito seu, meio desajeitado, meio “carraça”, não se contenta em pressionar o adversário que tem a bola como, quando a tem nos pés, respira de gozo em os deixar “sentados” à procura de um adversário que já vai a caminho da baliza.
O primeiro golo é obra do seu génio, com a colaboração preciosa da outra estrela que dá pelo nome de Zahovic.
Pensava-se que o perfume do futebol praticado estava ali para lavar e durar, até porque o adversário se perdia no terreno, sem sentido posicional, sem abrir os olhos às necessárias marcações, acima de tudo porque o Benfica, confiante e embalado num estilo prático e veloz, em simples três passes colocava todo o bloco defensivo nórdico em completo pânico.
Só que, a força foi-se perdendo, os automatismos começaram a falhar, a tal eficaz passagem defesa-ataque começou a perder-se em passes errados, em lateralizações e, claro, quando isto acontece, o adversário respira fundo, reencontra-se e fica com muito mais tempo e espaço para pensar e agir.
Aconteceu assim mesmo. Daí o golo da igualdade – aos 25 m – com a defesa encarnada a não ficar isenta de culpas pela demora em reagir ao cruzamento de Emerton, como à marcação aos adversários que se postavam na área de Enke.
As alterações no segundo tempo, normais e necessárias para “ler o futuro”, confirmaram que a “jóia da coroa”, Mantorras de seu nome, só pode jogar no eixo atacante e com a liberdade necessária para pôr em campo a sua infindável criatividade: fez o passe que obrigou Dudek a derrubar Sokota – com Zahovic a permitir que Dudek defendesse a grande penalidade – e, depois, fez levantar o estádio com um golão de antologia!
Mas, atenção, há por ali muita gente a querer complicar a vida dos técnicos, apostando em mostrar serviço sempre que a oportunidade surge. Daí ter de se dar tempo ao tempo para se concluir quem garantirá um lugar nesta constelação! É a dificuldade que a “fartura de meios” traz sempre consigo...
Duarte Gomes, o árbitro nomeado para este jogo, fez um trabalho isento e, por isso mesmo, de bom nível. Não hesitou em puxar dos amarelos na altura própria e com eles, segurou o jogo e defendeu o espectáculo.
BENFICA
Enke, Cabral, Argel (João Manuel Pinto, 46), Diogo Luís (Pesaresi, 46), Andersson (Ednilson, 46), Fernando Meira, Zahovic (Carlitos, 75), Miguel (Sokota, 46), Drulovic (Porfírio, 75), Mantorras (João Tomás, 84).
Suplentes: Moreira, Ednilson, Carlitos, Quim Berto, Porfírio, Pesaresi, Andrade, João Manuel Pinto, Sérgio Nunes, João Tomás, Sokota
FEYENOORD
Dudek, Collen (Van Gastel, 66), Van Wouderen, De Haan, Rzasa, Paauwe, Smolarek, Kalou, Emerton, Tomasson (Ono, 88), Van Hooijdonk
Suplentes: Mallowski, Dos Santos, Elmander, Van Gastel, Tininho, De Visser, Ono, Laybutt, Leonardo.
Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa)
Acção disciplinar: cartão amarelo para Fernando Meira (39), Collen (45), Porfírio (87), Vanb Gastel (89).
Ao intervalo: 1-1 Marcador: 1-0, Mantorras, 6 minutos 1-1, Tomasson, 25 2-1, Mantorras, 84
Siga-nos no Facebook e no Twitter.