RIO DE JANEIRO - A comunidade croata no Brasil já faz seu aquecimento para o jogo de estréia da Croácia na Copa do Mundo contra o Brasil, na próxima terça-feira.
A embaixada da Croácia em Brasília colocará um telão para os interessados em assistir ao confronto ao lado dos funcionários da embaixada.
Em São Paulo, a Sociedade Amigos da Dalmácia (Sada) planeja reunir alguns de seus 450 associdados no dia da partida. 'Vou torcer pelo empate. Vou ficar feliz se a Croácia ficar em segundo lugar no grupo', disse à Reuters Volga Seman, de 67 anos, membro da Sada. 'Uma característica do povo croata é que ele é muito nacionalista, apaixonado por sua cultura, costuma cultivar grupos folclóricos, danças e músicas típicas', completou ela, que veio para o Brasil aos 20 anos.
De acordo com a Sada, há cerca de 45.000 brasileiros de origem croata, e eles estão radicados em sua maioria no Estado de São Paulo.
Osvaldo Farkas Sborio, 79 anos, veio para o Brasil com menos de 2 anos. Ele relatou que o pai era perseguido pelo rei Alexandre, que governou a região da ex-Iugoslávia entre 1929 e 1934, quando foi assassinado. Segundo Sborio, seu pai foi acusado de matar o rei quando a família já morava em São Paulo.
'Ele tinha sempre aquela idéia de tirar o rei do poder, mas não foi ele quem matou', garante o comerciante.
Como não tem muita 'lembrança' da Croácia, Sborio conta que vai torcer pela seleção de Carlos Alberto Parreira.
'Como costumam dizer, a gente não pode escolher o lugar para nascer, mas pode escolher o lugar para morrer. E eu escolho o Brasil', disse.
Corintiano, Sborio disse que gosta muito de futebol. 'Tenho receio de Portugal', acrescentou ele, destacando o técnico brasileiro da seleção portuguesa, Luiz Felipe Scolari, campeão mundial com o Brasil em 2002.
O futebol é, além do basquete e do tênis, o esporte mais popular na Croácia, que declarou independência da ex-Iugoslávia em 1991.
De acordo com dados de 2005, a Croácia tem cerca de 4,6 milhões de habitantes e é considerada uma das repúblicas mais prósperas da ex-Iugoslávia, tendo o turismo como uma das principais fontes de receita.
No início do século 20, porém, imigrantes da região começaram a chegar ao Brasil em busca de dias melhores e trabalharam, em sua maioria, em fazendas de café antes de fixarem-se na cidade de São Paulo.
'Passaram então a exercer atividades nas principais indústrias paulistas ou tornaram-se trabalhadores no ramo da construção e, posteriormente, pequenos empresários', informa a Sada em seu site.
