Sinopse

Florípedes, a Dona Flor, professora de culinária da escola Sabor & Arte (que se transforma malandramente no trocadilho “saborear-te”) perde seu marido Vadinho, malandro incorrigível, em pleno domingo de carnaval. De luto fechado, chorosa, recorda os altos e baixos desse relacionamento. Mas, como ainda é jovem e bonita, desperta a atenção do corretíssimo farmacêutico Teodoro, com quem se casa.

As diferenças entre os maridos são gritantes: se com Vadinho tudo era “louca vadiação”, com Teodoro o sexo é regular e bem comportado; se com Vadinho o que sentia era emoção e insegurança, com Teodoro a solidez traz uma ponta melancólica de tédio. Até que o fantasma de Vadinho se intromete na cama de Dona Flor e de Teodoro.

Fantasia? Saudade? Flor resolve, ou dissolve, o impasse do triângulo amoroso na possibilidade ambígua e inclusiva de dois amores para a desmedida do desejo humano.

Globo – 23h
de 31 de março a 1 de maio de 1998
20 capítulos

minissérie de Dias Gomes
baseada no romance homônimo de Jorge Amado
escrita por Dias Gomes, Marcílio Moraes e Ferreira Gullar
direção de Mauro Mendonça Filho, Rogério Gomes e Carlos Araújo
direção geral de Mauro Mendonça Filho

GIULIA GAM – Flor (Florípedes)
EDSON CELULARI – Vadinho (Valdomiro)
MARCO NANINI – Teodoro
OTÃVIO AUGUSTO – Calabrês
LÚCIO MAURO – Neca do Abaeté
CHICO DIAZ РMiranḍo
WALDEREZ DE BARROS – Rosilda
BRUNO GARCIA – Heitor
THALMA DE FREITAS – Marilda
SUELY FRANCO – Norma
JOÃO ACAIABE – Sampaio
MYRIAN MUNIZ – Miloca
LÃLIA CABRAL – Violeta
DIRA PAES – Celeste
CYRIA COENTRO – Juliana
CLÃUDIA LIZ – Noêmia
FRANCISCO CUOCO – Delegado Garcia
MILTON GONÇALVES – Padre Clemente
VÃRGINIA CAVENDISCH – Rosália
RODRIGO MENDONÇA – Moraes
OTÃVIO MÃœLLER – Robato Filho
JACKSON COSTA – Anacreon
EDSON MONTENEGRO – Arigof
ERNANI MORAES – Propalato
CLÃUDIO MAMBERTI – Máximo
TÃSSIA CAMARGO – Madona
SOLANGE COUTO – Zulmira
LÚ MENDONÇA – Dora
ANA CECÃLIA CASTRO – Marinalva
SERAFIM GONZALEZ – Lemos Couto
ELIZABETH HARTMANN – Albertina
ALOÃSIO DE ABREU – Alberto
FRANK MENEZES РCachorṛo
e
CHICA XAVIER – Dinorá
YAÇANÃ MARTINS – mãe de santo
OSCAR MAGRINI – Pablo
FLORIANO PEIXOTO – Otoniel
MARIA HELENA PADER – Juíza Rejane Medrado
MARIA REGINA РCord̩lia
CÂNDIDO DAMM – Melado
– núcleo de FLORÃPEDES, a DONA FLOR (Giulia Gam), mulher bela e recatada, cozinheira de mão cheia que dá aulas em sua escola de culinária Sabor & Arte:
a mãe, ROSILDA (Walderez de Barros)
o irmão HEITOR (Bruno Garcia)
a irmã ROSÃLIA (Virginia Cavendish)
o cunhado MORAES (Rodrigo Mendonça), marido de Rosália que vive em atrito com Rosilda, que o considera um fracassado.

– núcleo de VALDOMIRO, o VADINHO (Edson Celulari), primeiro marido de Flor, boêmio e mulherengo, viciado em jogo. Morre num dia de Carnaval, vítima de um ataque cardíaco fulminante:
os amigos MIRANDÃO (Chico Diaz), ROBATO FILHO (Otavio Muller), ARIGOF (Edson Montenegro) e ANACREON (Jackson Costa).

– núcleo de TEODORO (Marco Nanini), farmacêutico tímido e metódico que se casa com Flor após a morte de Vadinho:
a mãe super protetora e de saúde frágil, MILOCA (Miriam Muniz)
VIOLETA (Lília Cabral), antiga noiva que acaba desistindo do noivado em razão das intrigas armadas por Dona Miloca

Рn̼cleo de MARILDA (Thalma de Freitas), amiga de Flor que sonha em ser cantora e por quem Heitor ̩ apaixonado:
os pais SAMPAIO (João Acaiabe) e NORMA (Suely Franco), amiga de Rosilda.

– núcleo do CALABRÊS (Otávio Augusto), o bicheiro mais poderoso e temido da região. Foi o mandante da morte de Vadinho em razão de dívida não paga. Mas Vadinho morreu do coração minutos antes do atentado:
a esposa ZULMIRA (Solange Couto)
a filha CELESTE (Dira Paes), que após se desiludir com Vadinho, inicia um romance com uma mulher
o irmão PROPALATO (Ernani Moraes), gerente da boate em que Marilda inicia a carreira, que vive a assediá-la e prometer casamento em troca de fama
o auxiliar MÃXIMO (Cláudio Mamberti)
a amante MADONA (Tássia Camargo)
o capanga CACHORRÃO (Frank Menezes), tenta matar Vadinho.

– núcleo de NECA DO ABAETÉ (Lúcio Mauro), bicheiro rival de Calabrês, com quem trava uma guerra pela disputa dos pontos de jogo do bicho:
a esposa DORA (Lú Mendonça)
as filhas, MARINALVA (Ana Cecília Costa) e JULIANA (Cyria Coentro), esta última se tornou amante de Celeste
o genro MIRANDÃO (Chico Diaz), amigo de boemia de Vadinho, obrigado a se casar com Marinalva, após deflorá-la, sob a ameaça de Neca de castrá-lo.

– núcleo de NOÊMIA (Cláudia Liz), bela e liberal amante de Vadinho:
o pai, o banqueiro LEMOS COUTO (Serafim Gonzalez)
a mãe ALBERTINA (Elizabeth Hartmann)
o noivo ALBERTO (Aloísio de Abreu), que, ao final, desfaz o casamento e se revela homossexual.

– outros personagens:
o padre CLEMENTE (Milton Gonçalves)
o corrupto delegado GARCIA (Francisco Cuoco), conivente com o esquema do jogo do bicho
REJANE MEDRADO (Maria Helena Pader), juíza que determina a prisão de Calabrês e Neca do Abaeté
DINORà (Chica Xavier) mãe-de-santo que lê o destino de Flor e, com a ajuda de outra mãe-de-santo (Yaçanã Martins), ajuda Flor a se livrar do espírito de Vadinho
PABLO (Oscar Magrini), dono de um restaurante que tem aulas de culinária com Flor e por ela se apaixona
OTONIEL (Floriano Peixoto), golpista que se faz passar por um rico fazendeiro e se aproxima de Flor quando viúva, enganando-a e roubando suas joias
CORDÉLIA (Maria Regina), senhora rica de quem Vadinho consegue um valioso colar para jogar no cassino em uma noite, em troca de favores sexuais.

Dona Flor e Seus Dois Maridos é um dos romances mais conhecidos de Jorge Amado, lançado em 1966.
O livro já havia rendido um filme, de Bruno Barreto, em 1976, recordista de bilheteria. O triângulo amoroso formado por Flor, Vadinho e Teodoro foi interpretado por Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça no cinema.

A produção, direção de arte e fotografia caprichadas não foram o suficiente na comparação entre a minissérie e o filme. A grande diferença entre as duas produções é que a história originalmente ambientada na década de 1940, foi atualizada na versão para a TV. Algumas tramas secundárias foram criadas, como um forte núcleo de bicheiros – Calabrês (Otávio Augusto) e Neca do Abaeté (Lúcio Mauro) -, e até um romance entre duas mulheres – Celeste (Dira Paes) e Juliana (Cyria Coentro).

Giulia Gam e Edson Celulari se distanciaram das interpretações de Sônia Braga e José Wilker em 1976. Para Giulia, o diretor Mauro Mendonça Filho foi corajoso ao escolhê-la para o papel de Flor. Afinal, com o filme, Flor ficou marcada pela figura de Sônia Braga.
“Tentei vivê-la como uma personagem clássica, que qualquer atriz pode fazer a qualquer momento”, disse a atriz.
Para Edson Celulari, o Vadinho criado por José Wilker no cinema foi brilhante.
“Mas eu não poderia ficar preso a ele”, disse. “Vadinho é tão rico, tão brasileiro, que só poderia mesmo sair diferente.”

Na produção, evitou-se o sotaque carregado, típico das novelas da Globo ambientadas no Nordeste.
“Foi uma preocupação da direção: há musicalidade nas falas por causa dos termos usados, mas não o sotaque arrastado”, disse Marco Nanini, que garantiu não ter visto o filme de Bruno Barreto.

A minissérie usou diversos efeitos especiais e contou com as máquinas de composição de imagens flint e hal, usadas para conferir maior veracidade às cenas em que o fantasma de Vadinho atravessa portas e paredes da casa de Flor e interfere na jogatina do cassino Novo Tabaris. Um cenário giratório também foi utilizado nas cenas em que ele sobe pelas paredes.

Numa das mais marcantes cenas da minissérie, no último capítulo, Dona Flor segue de braços dados com seus dois maridos pela ruas do Pelourinho em meio a uma procissão – juntando a segurança do lar, representada por Teodoro, aos prazeres da cama, na figura do finado Vadinho, que aparecia nu a Dona Flor.

No primeiro capítulo, a cantora Daniela Mercury cantou Feijão de Corda, no papel de uma artista famosa, que se apresenta na boate Novo Tabaris, o reduto de Vadinho. A minissérie também teve a participação de outros artistas baianos, como Ricardo Chaves e Banda Eva.

A minissérie teve várias cenas gravadas durante o carnaval. Giulia Gam – no auge de sua beleza – passou por sessões de bronzeamento artificial, cortou, escureceu e encaracolou os cabelos.

Jorge Amado foi autor mais adaptado para a televiṣo. Al̩m de Dona Flor e Seus Dois Maridos: Gabriela (1975), Terras do Sem Fim (1981), Tenda dos Milagres (1985), Tieta (1989), Capiṭes de Areia (1989), Tereza Batista (1992), Tocaia Grande (1995), Porto dos Milagres (2001 Рadapta̤̣o dos romances Mar Morto e A Descoberta da Am̩rica pelos Turcos), e Pastores da Noite (2002).

Reapresentada de 4 a 21/06/2002.
No canal Viva (canal de TV por assinatura pertencente à Rede Globo), a minissérie teve duas reprises: entre 18/01 e 14/02/2011, e entre 07/02 e 05/03/2012.

Em 2003 a minissérie foi lançada em DVD.

Tema de Abertura: CAMINHO DO CAMARIM – Carlinhos Brown

É Dona Flor
Do meu jardim do meu país
Que tem estrada
No caminho do camarim
Que tem entrada
No convés do navio
O grito gol
Eu grito gol do Brasil

Flor assim se planta
Nasce de alegria
Pra Maria, pra Maria

E-a-e-o, e-a-e-o….
E-a-e-o…

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