No passado dia 18 de outubro teve lugar, em todo o território nacional, uma Cerimónia de Homenagem Nacional aos Mortos da Grande Guerra junto aos monumentos evocativos dos Combatentes da Grande Guerra, organizada pelas Forças Armadas Portuguesas e pela Liga do Combatentes, no âmbito do Centenário da I Guerra Mundial.
Portugal interveio no primeiro conflito militar à escala mundial, ao lado dos Aliados. Na cerimónia evocativa, em todas as capitais de distrito e regiões autónomas, foi lida uma mensagem do Presidente da República.
Em Lisboa, na Avenida da Liberdade estiveram em parada os três ramos das Forças Armadas Portuguesas numa cerimónia junto ao monumento evocativo presidida pelo Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas.
Na ocasião, o Chefe de Estado depôs uma coroa de flores junto ao monumento evocativo e foram ouvidos um toque de homenagem aos mortos em combate e uma prece religiosa, tendo sido descerrada uma placa alusiva à homenagem. Na sua mensagem, o Presidente da República afirmou:
«Da história da Guerra fica o exemplo extraordinário da coragem e do amor à pátria do soldado português. Fica o testemunho sublime de uma vontade inquebrantável, de uma capacidade de sofrimento e de um espírito de sacrifício sem limites de um punhado de portugueses que honraram Portugal nos campos de batalha de África e da Flandres»,
O Instituto de Odivelas fez-se representar com uma delegação de 10 alunas, a par dos outros EMES. As alunas presentes foram: Maria Eugénia Morais, Ana Margarida Ramos, Maria Vitória de Almeida; Rita Pereira; Angélica Simões; Ana Catarina Rodrigues, Filipa Pedro; Ana Reis; Rita Ribeiro e Tatiana Gonçalves.
O Instituto de Odivelas, estabelecimento militar de ensino com quase 115 anos, viu ingressar alunas “órfãs de guerra” nos últimos anos da segunda década do século passado e nos anos seguintes. Os pais, oficiais quer da Marinha, quer do Exército, mortos em campanha e em combate em África e na Flandres, deixaram de ser o sustento, por vezes único, da família. Por isso, as mães ou outros familiares ou tutores viram no então Instituto Feminino de Educação e Trabalho de Odivelas (IFET), e indo ao encontro da sua missão inicial, o futuro escolar ideal para as filhas de quem morreu pela Pátria. Tais meninas e raparigas tiveram uma educação e uma instrução integralmente a expensas do Estado Português. As alunas recebiam uma formação integral essencial ao ingresso no ensino superior e à entrada no mundo do trabalho, numa época em que a emancipação feminina e a conquista dos direitos das mulheres eram questões em ascensão nas sociedades ocidentais na Europa e nos EUA.
Apresentam-se fotografias de 1920 e de 1928, do Arquivo do Instituto de Odivelas, em que alunas do IFET participam em eventos como a Festa Desportiva a favor das Viúvas e Órfãos da Grande Guerra, no Stadium do Lumiar em Lisboa.
Mensagem do Presidente da República Portuguesa e fotografia principal em: http://www.presidencia.pt/