Dudelange-Benfica, 0-1: Cada vez mais Dude... longe do importante
Durou apenas 19 minutos a exibição razoável do Benfica ontem no Luxemburgo, onde ofereceu aos milhares de emigrantes portugueses uma magra vitória e a prova de que Camacho tem muito com que se preocupar até final da temporada caso pretenda mesmo permanecer na Luz e construir um plantel suficientemente forte para poder entrar na Liga dos Campeões. A gravidade da actuação encarnada ante o Dudelange resume-se a esta cruel constatação (há no grupo de trabalho actual vários jogadores que definitivamente são incapazes de convencer Camacho a... ficar) e também ao facto paralelo de o espanhol não se cansar de pedir empenhamento e a resposta dos futebolistas ficar, à medida que decorrem os particulares, cada vez mais Dude... longe do que é importante para o treinador.
Valeram os primeiros 19', já que na sequência do golo de Sokota (logo no... segundo minuto), registaram-se três outras belas ocasiões para elevar o resultado, que Drulovic (7'), Sokota (10') e Ricardo Rocha (11') desperdiçaram, dando o mote para uma prestação restante que levou os portugueses, em alguns momentos, a assobiar os seus ídolos de sempre. Quando no estrangeiro, em jogos de cariz festivo, os emigrantes apupam o Benfica... é difícil encontrar palavras e descobrir atenuantes que possam explicar uma atitude tão abaixo do exigido, embora se soubesse que o desafio de ontem se destinava, sobretudo, a ensaiar o duelo com o PSG. Ao intervalo, nenhuma das equipas tinha ainda contribuído para a estatística do "off-side", mas valha a verdade que na óptica dos dois treinadores já havia muitos jogadores completamente fora de um jogo que prometera nos instantes finais desafiar o Benfica, afinal, para uma goleada das antigas. Quer Carlo Weiss, quer José Antonio Camacho, levantaram-se vezes "sem conta" do banco logo durante a primeira parte, quase se percebendo letra por letra as indicações veementes do treinador espanhol, incapaz de perceber os motivos pelos quais a equipa lusitana deixou de dominar o meio-campo a bel-prazer, sobretudo no último quarto de hora da metade inicial.
A intolerante apatia encarnada proporcionou ao Dudelange o primeiro remate e o primeiro pontapé de canto quando já estavam cumpridos 38" e 40", respectivamente, valendo a barra da baliza de Bossio, pois só ela evitou que os luxemburgueses tivessem marcado no "tiro" inaugural à baliza encarnada. Sublinhe-se que a jogada de maior perigo dos anfitriões realizou-se pelo único flanco benfiquista que no plano defensivo conseguiu revelar-se vulnerável. No minuto inicial (!) o ala-direito Kabongo conseguiu cruzar obrigando Bossio a aplicar-se junto ao primeiro poste e... aos 40" foi a tal situação em que o argentino viu o (Quim) Machado golpear a madeira quando o empate parecia... tão fatal como as brechas que se abriram entre Cabral (muito melhor a atacar) e João Manuel Pinto.
Este central que durante tantos jogos desta época capitaneou o Benfica, jogou mais descaído para a esquerda, traduzindo uma meia surpresa de Camacho, que preferiu dar a Ricardo Rocha (habitual lateral-esquerdo...) a zona mais próxima de Armando. Deverá ser Ricardo a render o castigado Hélder na ronda que se segue na SuperLiga, enquanto no próximo jogo, ante o PSG, espera-se que Tiago e Simão, ontem poupados 45', possam emprestar uma dinâmica capaz de durar 90' e contribuir para Camacho sentir que há no plantel gente capaz de fazer mais do que vencer por 1-0 um adversário que rematou à barra no único (no único!!!) remate que fez digno desse nome. Outros tivessem sido dignos dos seus...
Siga-nos no Facebook e no Twitter.