Josias de Souza

Bastidores do poder

 

Para promotor, candidatura de Tiririca é 'uma fraude'

O promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes tentou. Mas a Justiça Eleitoral não permitiu que Tiririca (PR-SP) fosse subetido a um teste de alfabetização. 

Pela Constituição, brasileiros analfabetos não podem concorrer a cargos eletivos. Há indícios de que o palhaço Tiririca não sabe ler nem escrever.

 

Frustrado, o promotor Maurício disse que tinha idealizado um texto simplório: “Era ler três linhas da Constituição Federal”.  

 

A rejeição do pedido levou o promotor a concluir: "Estamos assistindo a uma fraude eleitoral com o registro da candidatura do Tiririca...”

 

“...Não consigo imaginar que motivos sinistros e estranhos movimentam o Poder Judiciário em encobrir essa situação".

 

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Escrito por Josias de Souza às 20h43

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Em novo debate, Weslian evidencia ‘lesa-matrimônio’

Avolumam-se as evidências de que, ao acomodar sua mulher na vaga de candidata ao governo do DF, Joaquim Roriz cometeu seu penúltimo crime: lesa-matrimônio.

 

Em mais um debate, dessa vez no SBT, Weslian Roriz exercitou sua incompetência política, de novo, com a máxima competência.

 

Em vários momentos, disse que assina embaixo das propostas dos rivais. Como pretende governar? “Com amor e carinho”, repetiu.

 

A certa altura, ao discorrer sobre os problemas do transporte público, Welian aproximou a cena eleitoral da cozinha de sua casa.

 

Disse que conhece o drama pelos relatos que ouve dos empregados de sua casa.

 

A exemplo do que ocorrera no debate anterior, veiculado pela Globo, Weslian foi levada ao Youtube como piada. Uma piada que o marido converteu em candidata.

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h55

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STF derruba a exigência de título eleitoral para votar

  Fotos: ABr e Moacyr Lopes Jr./Folha
Por maioria de votos –8 a 1—, o STF derrubou a exigência de dois documentos para votar nas eleições de 2010.

 

Antes, exigia-se do eleitor, além do título eleitoral, um documento com foto –RG, carteira de motorista, passaporte ou carteira de trabalho.

 

Agora, o eleitor exige-se apenas o documento com foto. O título de eleitor tornou-se dispensável.

 

Prevaleceu o voto da ministra Ellen Gracie, relatora do processo. No texto, ela não tachou de inconstitucional a lei que exige os dois documentos.

 

Porém, acrescentou que o eleitor que se apresentar às zonas eleitorais apenas com o documento com foto, sem o título, não pode ser impedido de votar.

 

Além de Ellen, votaram a favor da dispensa do título eleitoral: Marco Aurélio Mello, José Antonio Dias Toffoli...

 

...Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Celso de Mello.

 

Votaram contra apenas o presidente do Supremo, Cezar Peluso, e o ministro Gilmar Mendes.

 

Peluso disse que, na prática, a decisão do tribunal levou à "abolição do título eleitoral". Por isso votou contra.

 

Gilmar recordou que o TSE gastou mais de R$ 4 milhões para levar ao ar uma propaganda de orientação ao eleitor sobre a exigência dos dois documentos.

 

Para ele, a inexigência do título "poderá gerar muitos transtornos e situações de insegurança".

 

Deve-se a decisão do Supremo a uma ação movida pelo PT. O partido de Dilma Rousseff receava por um alto índice de abstenção na eleição de 2010.

 

Aliado de José Serra, o DEM protocolara no STF ação em sentido contrário. Pedia que fosse mantida a dupla exigência de identificação.

 

A decisão deveria ter sido tomada na sessão da véspera. Porém, Gilmar Mendes pediu vista do processo, adiando o desfecho.

 

Deu-se num instante em que sete ministros já se haviam pronunciado a favor do acatamento do pedido do PT. A maioria estava, portanto, formada.

 

Os repórteres Moacyr Lopes Junior e Catia Seabra revelaram que o pedido de vista de Gilmar foi antecedido por um telefonema de José Serra.

 

O presidenciável tucano encontrava-se em São Paulo. Depois de participar de enconro com servidores púlicos, pediu a um assessor que tocasse para Gilmar.

 

Feita a ligação, Serra foi ao celular. Saudou Gilmar como “meu presidente”. Caminhou até um ponto isolado.

 

Acomodou-se numa poltrona do auditório onde acabara de se realizar o encontro com entidades de servidores públicos.

 

Terminada a conversa, Serra brincou com os repórteres: “O que vocês estão xeretando?”

 

Ouvido, Gilmar negou, ainda na quarta (29), que hovesse conversado com Serra. No início da sessão desta quinta (30), viu-se compelido a dizer algo a respeito.

 

Antes de proferir o voto, declarou-se "surpreso" com a interpretação de que produzira o adiamento por razões políticas.

 

"Obviamente, isso improcede em toda a sua extensão", declarou. "Jamais me deixei pautar por interesses políticos partidários".

 

No curso da leitura de seu voto, Gilmar disse que mencionara à relatora Ellen Gracie, já na segunda-feira, que cogitava pedir vista dos autos.

 

Afirmou que aventara a possibilidade também em reunião fechada que os ministros realizaram na terça.

 

A certa altura, Gilmar contou que conversara sobre a matéria com o deputado Flávio Dino (PCdoB-MA).

 

Candidato ao governo maranhense, Dino é juiz de carreira. Participou da elaboração da lei que condicionou o voto à apresentação de dois documentos.

 

Gilmar fez referência a conversa que manteve com “outro político”. Dessa vez, não declinou o nome do interlocutor.

 

Em timbre de queixar, disse que as pessoas precisam “perder a mania” de achar que o diálogo eventual com políticos sujeita o julgador a vontades partidárias.

 

Serra e Gilmar são velhos amigos. Ambos serviram à gestão FHC. Une-os, de resto, o compartilhamento do convívio com o ministro Nelson Jobim (Defesa).

 

A julgar pelo constrnagimento a que foi exposto, Gilmar é mais amigo de Serra do que o contrário.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h50

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Temer: PMDB ‘deseja manter’ presidência da Câmara

  Lula Marques/Folha
Candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff, Michel Temer deseja manter sua cadeira atual, de presidente da Câmara, sob domínio do PMDB.

 

De passagem pelo Rio Grande do Norte, Temer antecipou que lançará o nome do líder da bancada de seu partido, Henrique Eduardo Alves (RN).

 

“Ele é o meu candidato, e há muito tempo”, disse Temer.

 

O PT, como se sabe, também reivindica a cadeira de Temer. Desponta como alternativa o líder de Lula na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP).

 

Temer parece contemplar a hipótese de dividir com o PT o comando da Câmara na próxima legislatura. Dois anos para um, dois para outro.

 

Porém, não parece trabalhar com a idéia de entregar ao petismo a presidência do primeiro biênio:

 

“Nós vamos dialogar muito. PT e PMDB estão se dando excepcionalmente bem na Câmara dos Deputados...”

 

“...Nós vamos dialogar para fazer do Henrique o presidente desse primeiro biênio [2011-2012]”.

 

Como se vê, caso confirme nas urnas o favoritismo que as pesquisas lhe atribuem, Dilma já dispõe de um contencioso.

 

Sócios majoritários da coligação governista, PMDB e PT não são senão uma encrenca esperando para acontecer.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h45

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Marina se acha mais ‘viável’ que Serra num 2º turno

Ag.Senado

 

No início da campanha, Marina revelou-se uma candidata cheia de dedos. Com tato, Via méritos sob FHC e Lula. Prometia governador com o melhor do PSDB e PT.

 

Hoje, Marina já não tateia. Usa os dedos de outro modo. Recolhe-os e, punhos cerrados, distribui metafóricos socos.

 

Nesta quinta (30), por exemplo, tratou Serra como o candidato favotiro a fazer de Dilma a próxima presidente da República.

 

"Tenho certeza de que sou o segundo turno viável, aquele que é capaz de concorrer efetivamente com a candidatura que está em primeiro lugar...”

 

“...A candidatura do PSDB, até pelos erros que cometeu, com certeza não tem essa viabilidade..."

 

"...Nós somos o segundo turno viável, que de fato tem condições de disputar para valer...”

 

“...Esta é a vantagem de votar Marina Silva em relação à outra candidatura [de Serra], que não é competitiva em hipótese alguma no segundo turno".

 

A candidata faz o que lhe cabe. Em curva ascendente, vende o seu peixe em voz alta.

 

O diabo é que, a exemplo de Serra, Marina não disputa votos com Dilma. Não, não. Absolutamente. O adversário é outro.

 

Com ou sem segundo turno, 2010 arrisca-se a descer ao verbete da enciclopédia como ano da sucessão em que, sem ser candidato, Lula prevaleceu pela terceira vez.

 

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Escrito por Josias de Souza às 14h27

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Promessômetro: aposentadoria integral para servidor

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Escrito por Josias de Souza às 07h25

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Datafolha: Dilma tem agora 4 pontos sobre os rivais

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (30) indica: Dilma Rousseff estancou o dreno que retirou de seu cesto 6 milhões de votos em cerca de 20 dias.

 

Os pesquisadores do Datafolha foram ao meio-fio na terça (28) e na quarta (29). Ouviram 13.195 eleitores.

 

Numa conta que considera apenas os votos válidos, que importam na aferição do TSE, Dilma oscilou um ponto para o alto. Foi de 51% para 52%.

 

José Serra e Marina Silva também oscilaram um ponto cada um, só que para baixo.

 

O tucano foi de 32% para 31%. A candidata verde, de 16% para 15%.

 

Com esses movimentos, a vantagem de Dilma (52%) sobre a soma dos rivais (48%), elevou-se de dois pontos para quatro pontos.

 

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos, para mais ou para menos.

 

Significa dizer que, a despeito do favoritismo de Dilma, não se pode descartar por completo a chance de segundo turno.

 

Tomada pelo pé-direito da margem de erro, Dilma pode beliscar 54% dos votos. Nessa hipótese, prevaleceria já neste domingo.

 

Tomada pelo piso da margem de erro, a pupila de Lula pode amelhar 50% dos votos. Precisa disso e mais um voto para impedir que a disputa deslize para o segundo round.

 

No pior dos mundos, Dilma iria à turno complementar como franca favorita. Na nova pesquisa, escalou um ponto no cenário de segundo turno. Foi a 53%.

 

Serra manteve-se no mesmo patamar: 39%. A vantagem da candidata oficial é, hoje, de 14 pontos.

 

Ou seja: ainda que a disputa entre pelo mês de outubro, a supremacia de Dilma é flagrante.

 

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Escrito por Josias de Souza às 07h09

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Alvo de todos, Dilma foge da ‘gafe’ no último debate

Serra e Marina vêem no evento oportunidade para 2º turno

 

  Folha
Vai ao ar na noite desta quinta (30) o último debate presidencial do primeiro turno. Voltam aos holofotes: Dilma, Serra, Marina e Plínio.

 

Cinco blocos. Horário nobre, no vácuo da novela. Rede Globo, dona da maior audiência do país. Tudo a três dias da eleição.

 

Favorita nas pesquisas, Dilma programou-se para “cumprir tabela”, disse um dos operadores da campanha ao repórter.

 

Mais do que ir bem, a pupila de Lula foi preparada para não se sair mal. Na visão da marquetagem, o fundamental é evitar os deslizes.

 

Tomaram-se como parâmetros, dois debates da campanha de 2006, quando mediam forças Lula e Geraldo Alckmin.

 

Num, o último debate do primeiro turno, Lula não deu as caras. Pululava no noticiário da época, o caso dos “aloprados” do dossiê.

 

A junção das duas coisas –o escândalo e a fuga de Lula— levou Geraldo Alckmin ao segundo turno.

 

Aprendida a lição, a hipótese de ausência de Dilma foi descartada já no alvorecer da campanha. O ‘Erenicegate’ –alopragem de 2010— tonificou a decisão.

 

Noutro debate, o primeiro do segundo turno de 2006, Lula apareceu. Dessa vez foi a estratégia de Alckmin que desandou.

 

Dono de temperamento cordato, Alckmin foi à jugular de Lula. Em timbre raivoso, cobrou explicações sobre a origem do R$ 1,7 milhão da mala dos “aloprados”.

 

Aos olhos do eleitor, a agressividade não caiu bem. E Alckmin teve no segundo round menos votos do que amealhara no primeiro.

 

Alvo potencial de todos os rivais, Dilma foi aconselhada a manter o equilíbrio. Se lhe esfrefarem Erenice Guerra na face, não fará a defesa da ex-braço direito.

 

Defenderá a investigação. Coisa no estilo “doa a quem doer”. Dirá que, eleita, não permitirá que o episódio fique sem resposta.

 

No mais, vai privilegiar a discussão de propostas de governo sempre que lhe couber a formulação de perguntas. Grudará em Lula, como de hábito.

 

De Plínio ‘Não Tenho Nada a Perder’ Sampaio, espera-se que conserve o estilo de franco atirador.

 

José ‘Segundo Turno Pelo Amor de Deus’ Serra precisa desestabilizar Dilma, conduzindo-a ao deslize. Porém...

 

Porém, o Alckmin de 2006 ensina ao tucanato que a agressividade, quando demasiada, engole o dono.

 

Serra, a propósito, é assistido pelo mesno marqueteiro que assessorava Alckmin: Luiz Gonzalez. Quatro anos atrás, Gonzalez desaconselhara o azedume.

 

E quanto a Marina ‘Onda Verde’ da Silva? A exemplo do que fez no debate anterior, na Record, vai mirar em Serra e Dilma simultaneamente.

 

Deseja reforçar o semblante de “terceira via”. Espera conquistar o voto dos indecisos. Uma tarefa inglória.

 

O histórico das eleições demonstra que o eleitorado indeciso tende a se diluir entre os candidatos.

 

Na média, o voto titubeante costuma se dividir entre os vários candidatos, na mesma proporção ostentada por cada um deles nas pesquisas.

 

O formato do debate, amarrado pelos marqueteiros, favorece Dilma. Dos cinco blocos, apenas dois serão dedicados a temas livres.

 

Nada de repórteres. Cada candidato escolhe o tema e dirige a questão a um dos contendores. É nesse pedaço que pode emergir o ‘Erenicegate’.

 

Noutros dois blocos, os presidenciáveis serão instados a dirigir uns aos outros questões sobre temas programáticos, sorteados na hora.

 

No mais, só as considerações finais, previstas para o último bloco. Se não se sair mal, como prevêem seus operadores, Dilma emergirá do debate no lucro.

 

A historiografia das eleições mostra que só o grande deslize é capaz de alterar o quadro de intenções de voto. O caso clássico é o de Ciro Gomes.

 

Candidato em 2002, Ciro chegou a agosto com 27% nas sondagens eleitorais. Era o segundo colocado. Súbito, numa entrevista de rádio, chamou um eleitor de “burro”.

 

Depois, instado a comentar o papel reservado na campanha à sua mulher, Patrícia Pillar, disse que se resumia a “dormir com o candidato”. Terminou a eleição em quarto lugar, com 11%.

 

Repetido diante das câmeras da Globo, um destempero à moda Ciro poderia arrancar votos de Dilma. A três dias do pleito, não haveria tempo para consertar o estrago.

 

Fora disso, a tendência é de manutenção do quadro.

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h31

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Para fugir de repórter, Dilma cruza o ‘sinal vermelho’

Sérgio Lima/Folha

 

Os carros que conduzem Dilma Rousseff e seus guarda-costas cometeram uma infração de trânsito nesta quarta (29).

 

Rumavam da casa da candidata para o hotel onde funciona um pedaço do comitê de campanha. Seguia-os o repórter Sérgio Lima.

 

Como que decididos a se livrar do perseguidor, os condutores da “caravana” de Dilma cruzaram o sinal vermelho em plena faixa de pedestres.

 

Deu-se numa via do Setor Hoteleiro de Brasília. Munido de câmera, o repórter registrou a cena. Coisa feia e inútil. O trânsito engarrafado abortou a tentativa de despiste.

 

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Escrito por Josias de Souza às 03h21

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As manchetes desta quinta

 

- Globo: Aborto opõe Marina a Dilma e esquema guerra de candidatas

 

- Folha: Dilma interrompe queda

 

- Estadão: Polêmica do aborto faz Dilma se explicar a líderes cristãos

 

- JB: A última chance

 

- Correio: Indecisão da justiça põe eleições no limbo

 

- Valor: Petrobras atrai R$ 21 bi do exterior

 

- Jornal do Commercio: Cadê a CTTU?

 

- Zero Hora: STF adia decisão sobre documentos para votar

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h06

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Gravidade!

Lute

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Escrito por Josias de Souza às 23h54

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TSE rediz: Jader não pode ser candidato. E daí? Nada

  ABr
Por maioria de votos –5 a 2—, o TSE confirmou nesta quarta (29) o indefefimento do registro da candidatura de Jader Barbalho (PMDB-PA).

 

A coisa já havia sido decidida em 1º de setembro. Jader foi enquadrado na lei da Ficha Limpa. Recorreu. Perdeu de novo.

 

E daí? Bem, se o Brasil fosse um país lógico, Jader não disputaria a eleição de domingo.

 

Sob o império da ilógica, Jader mantém a condição de candidato, a despeito do TSE. Vai às urnas agarrado a outro recurso, agora endereçado ao STF.

 

O caso de Jader é análogo ao de Joaquim Roriz. O morubixaba paraense renunciou ao mandato de senador em 2001. Fugiu da da cassação.

 

Tinha cometido “barbalhidades”. Mas, ao renunciar, manteve intactos os direitos políticos. Em 2006, elegeu-se deputado federal.

 

Agora, pede ao eleitor do Pará que o reconduza ao Senado. Elegendo-se, terá de aguardar pela palavra final do STF sobre a Ficha Limpa. Algo que nao tem data para acontecer.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h13

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Dilma recorre a Lula e Macedo contra boato religioso

Na bica do encontro do eleitor com as urnas, o comitê de Dilma Rousseff deflagrou uma cruzada religiosa.

 

Trata-se de uma reação contra movimento que, iniciado na internet, ecoou nos templos. Atribuiu-se a Dilma uma frase que ela jura não ter pronunciado.

 

A Dilma do boato teria misturado o filho de Deus num comentário sobre pesquisas eleitorais. Teria dito que “nem Jesus Cristo” lhe tiraria a vitória.

 

Difundida por e-mail, a frase chegou aos templos. Alguns pastores e padres passaram a desaconselhar aos fieis o voto em Dilma.

 

Contra o veneno, a campanha de Dilma levou à TV, nesta quarta (29), o antídoto Lula. Em mensagem gravada na véspera, o cabo eleitoral compara-se à pupila:

 

"[...] Estou vendo acontecer com a Dilma o que aconteceu comigo no passado, quando pessoas saíram do submundo da política mentindo a meu respeito, dizendo que iria fechar as igrejas, mudar a cor da bandeira..."

 

"...Ganhei as eleições e o que aconteceu? Mais liberdade religiosa, mais respeito à vida, mais democracia, mais comida na mesa, melhor salário. Isso foi o que eu fiz pelo Brasil. E é isso que Dilma vai continuar fazendo. Por isso, vote Dilma".

 

Mais cedo, o autoproclamado bispo Edir Macedo, mandachuva da igreja Universal, havia pendurado em seu blog uma nota de socorro.

 

“Dilma é vitima de mentiras espalhadas pela internet”, escreveu Macedo no título. No texto, negou a frase atribuída a Dilma. Atribuiu a coisa ao Tinhoso:

 

"Quem pensa que está prestando algum serviço ao Reino de Deus, espalhando uma informação sem ter certeza de sua veracidade, na verdade, está fazendo o jogo do diabo".

 

De resto, a própria Dilma reuniu-se em Brasília com 24 missionários do Padre Eterno. Gente de 11 denominações religiosas.

 

Depois, em entrevista, disse, rodeada pelos convidados:

 

"Repudio integralmente afirmações que colocaram na minha boca de que eu usei o nome de Cristo para falar que nem ele me derrotava nessa eleição...”

 

“...É uma calúnia, é uma vilania. Esses boatos saíram do submundo político e são típicos de final de campanha".

 

 

Dilma aproveitou para para declarar que é “contra” a legalização do aborto. Embora parte do PT defenda a ideia, assegurou que, eleita, não irá encampá-la:

 

“Somos um partido democrático. Não se trata de desautorizar [o debate], eu como presidente não irei tomar essa posição...”

 

“...Não sou a favor de modificação a legislação. Deixe ao Congresso a iniciativa". Pode ser. Porém...

 

Porém, nesse ponto, Dilma soaria mais sincera se admitisse que mudou de posição. Em manifestações anteriores, defendera a legalização do aborto.

 

Em entrevista à revista Marie Claire, por exemplo, fora inquirida acerca do tema. A resposta consta do rodapé da terceira parte da transcrição da conversa:

 

“Abortar não é fácil pra mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização. O aborto é uma questão de saúde pública...”, dissera Dilma.

 

De passagem pelo Rio, a evangélica Marina Silva cuidou de realçar a contradição:

 

"Eu não faço discurso de conveniência. A ministra Dilma já disse que era a favor e depois mudou de posição...”

 

“...Não acho que, em temas como esse, se deva fazer um discurso uma hora de uma forma e outra hora de outra só para agradar o eleitor".

 

Nessa matéria, a propósito, Edir Macedo não é boa companhia para a nova Dilma. O bispo é francamente favorável ao aborto (assista). 

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h32

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Roriz e o penúltimo delito: crime de lesa-matrimônio

O vídeo acima contém, por assim dizer, os “melhores momentos” de Weslian Roriz no debate global realizado na noite passada.

 

Convertida pelo marido, Joaquim Roriz, em candidata ao governo do DF, Weslian exibiu incompetência diante das câmeras com a máxima competência.

 

Casada com Roriz há cinco décadas, a neocandidata deveria levar o marido às barras dos tribunais. Precisa acioná-lo pelo crime de lesa-matrimônio.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h28

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Beto Richa converte o PSDB numa legenda sem nexo

O tucanato alardeia há semanas o desejo incontido do PT de impor controles aos meios de comunicação.

 

Em vídeo levado à web, o PSDB instilou a suspeita de que, eleita, Dilma Rousseff será engolida pelos radicais do PT.

 

Na peça, os petistas raivosos foram representados por rottweilers.

 

Um ator vestido de Lula segura os cães. E o locutor insinua que Dilma não vai segurar.

 

Pois bem. O comportamento de Beto Richa, o tucano que concorre ao governo do Paraná, roubou do discurso do PSDB todo o nexo.

 

Sob a plumagem de Richa escondia-se um totó insuspeitado.

 

Em sucessivos recursos à Justiça Eleitoral, Richa logrou impor a censura aos institutos de pesquisa.

 

Já censurou o Ibope, o Vox Populi e o Datafolha. A última investida ocorreu na noite passada.

 

Contratado por uma repetidora paranaense da Globo, a RPC TV, o Datafolha divulgaria nesta sexta (30) uma nova sondagem.

 

Acionado pelos advogados da coligação de Richa, o juiz Nicolau Konkel Júnior, do TRE-PR, censurou os dados.

 

Enquanto as pesquisas lhe sorriam, Richa as alardeava na propaganda eleitoral. Quando os númeos azedaram, passou a escondê-los.

 

Richa parece agora convencido de que pesquisas tem apenas duas serventias: orientar o candidato e desorientar os eleitores.

 

A foto lá do alto, clicada nesta quarta (29), foi levada à rede por um internauta de Londrina (PR). Identifica-se como 84odi.

 

Em nota no twitter, ele repassou o retrato à repórter Cynara Menezes, que cuidou de passá-lo adiante.

 

Lê-se na imagem: “Beto lidera todas as pesquisas”. Seguem-se dados velhos. Números cuja atualização a censura do candidato bloqueia.

 

De duas uma: ou o PSDB interrompe o lero-lero em defesa da liberdade de imprensa ou segura o totó do Paraná.

 

Lula vociferou contra os jornais, que acusa de “partidários”. O PT, de fato, sonha com o controle social da mídia.

 

Mas, por ora, o único a lambuzar o bico no cerceamento ao direito do brasileiro à informação foi o tucano Beto Richa, aliado de José Serra.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h40

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STF arquiva o caso Roriz e ‘fichas sujas’ vão às urnas

Como previsto, o STF mandou ao arquivo o recurso em que Joaquim Roriz contestava decisão do TSE que o havia enquadrado na lei da Ficha Limpa.

 

Prevaleceu o entendimento de que a renúncia de Roriz à candidatura de governador do DF produziu a “perda de objeto” do recurso.

 

Ficou entendido que o Supremo só vai dirimir as dúvidas que rondam a exigência de Ficha Limpa depois das eleições, no julgamento de outro processo.

 

Assim, políticos de prontuários pouco higienizados vão às urnas normalmente. Se eleitos, seus mandatos ficam condicionados à decisão posterior do STF.

 

Num país sério, o eleitor se encarregaria, ele próprio, de fazer justiça com os próprios dedos, na urna. Numa nação como o Brasil...

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h32

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Dilma: ‘Em 3 dias, a gente vai ter a grande pesquisa’

À beira das urnas, as pesquisas chegam com tal velocidade que dispensam os candidatos do exercício da angústia. Números ruins? Calma. Sempre se pode provar o contrário.

 

Vieram à luz dados de dois institutos. Um dia depois de o Datafolha ter atestado que cresceu a chance de segundo turno, Ibope e Sensus sustentam que Dilma ainda prevalece no primeiro.

 

Instada a comentar, a pupila de Lula soou assim: "Faltam três dias. Daqui a três dias a gente vai saber a grande pesquisa...”

 

De fato, aos candidatos resta pouco além de aguardar pela manifestação das urnas. Quem se angustia agora são os institutos de pesquisa.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h11

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No RN, líder do PMDB faz de Dilma a ‘mulher de Lula’

Fábio Pozzebom/ABr

 

“Quem não gostava de Lula, bem feito. Agora vai ter que engolir Lula e a mulher de Lula.

 

A frase acima é do deputado Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara. Ele a repete à exaustão nos comícios que realiza no Rio Grande do Norte.

 

Candidato à reeleição, Henrique escora sua campanha nas “conquistas” da gestão Lula.

 

O deputado corre o mapa de seu Estado. Sobre o palanque, pede votos para si, para os seus e para a “a mulher de Lula”.

 

A conversão de Dilma Rousseff em primeira-dama informal já rendeu ao deputado uma queixa da titular do posto.

 

Num comício realizado na sexta-feira (24), na cidade de Macau, Henrique contou à platéia que o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o havia procurado.

 

Trazia um recado de Marisa Letícia: “Dutra, avise ao deputado Henrique que a mulher de Lula sou eu”.

 

O deputado não se deu por achado: “Eu disse ao Dutra: diga pra dona Marisa que, até 3 de outubro, a mulher de Lula não é ela, é Dilma”.

 

Noutro trecho do discurso, disse: “Se a mulher de Lula não ganhar essa eleição, o povo ia pensar: por que o Bolsa Família, o Luz pra Todos, o Minha Casa, Minha Vida?...”

 

A maioria dos comícios de Henrique é transmitida ao vivo pela internet. Algo que permitiu ao signatário do blog seguir os passos do deputado.

 

Na noite passada, Henrique discursou para uma platéia de São Gonçalo do Amarante: “Para presidente da República, São Gonçalo, eu sou Lula radical...”

 

“...Sei o que esse homem fez pelo Brasil”. De novo, pôs-se a enunciar os programas sociais deflagrados sob Lula.

 

E arrematou: “Por isso a sua mulher vai se eleger, para continuar o governo dele. Vamos continuar o governo Lula votando na mulher de Lula”.

 

Henrique apresenta-se ao eleitorado como líder influente. No palanque de Macau, discorreu sobre o modo como obtém verbas para sua base eleitoral.

 

“Não é que eu seja danado. É que o Lula manda os projetos para os deputados aprovarem na Câmara. Depois, ele manda chamar os líderes...”

 

“...Ele diz: ‘líder, preciso do apoio do PMDB para aprovar esse projeto. No plenário, digo sim e aplaudo. Dou a Lula 94 votos da bancada do PMDB...”

 

“...Os ministros me ligam agradecendo. Uma semana depois, o prefeito chega lá. E eu digo aos ministros: quando queriam aprovar, dei os votos. Pois agora quero que atendam o prefeito”.

 

Nesse ponto, Henrique olhou para o prefeito de Macau, Flávio Veras, a seu lado no palanque.

 

Sob Dilma, disse ele, as demandas da cidade serão providas mais rapidamente. “Eu tinha o Lula. Agora vou ter a presidente e o vice-presidente, meu amigo do peito, Michel Temer”.

 

“Eu conseguia as coisas com Lula. Agora vai ter a mulher dele. Se algum projeto do Veras eu não conseguir resolver como deputado...”

 

“...Eu vou levar para tomar café, para almoçar e jantar com ele o vice-presidente da República. É ele quem vai resolver”.

 

No dizer de Henrique, Temer “vai governar o Brasil com Dilma, a quatro mãos”. Consideera-se responsável pela ascensão do “amigo”.

 

“Ele [Temer] só está na chapa, como vice, porque Henrique brigou na bancada. Diziam que ia ser o Henrique Meirelles [presidente do BC]...”

 

“...Não, o vice dela vai ser o Michel, presidente nacional PMDB. Então, quando eu não puder resolver, quem vai tomar café, almoçar com vocês, é o vice-presidente”.

 

O deputado também assegura aos eleitores que seu poder vai aumentar. Entre as promessas que pronuncia está a seguinte:

 

“Eu vou ser o próximo presidente da Câmara dos Deputados do Brasil. Eleito, eu vou botar vou botar pra quebrar, pra ajudar o meu prefeito”.

 

Henrique é, entre os 513 deputados da Câmara, o dono do mandato mais longevo: 40 anos. Caminha para a 11ª legislatura.

 

Vai disputar a presidência da Casa com um petista, provavelmente Cândido Vaccarezza (SP), atual líder de Lula na Câmara.

 

Nos subterrâneos, firmaram um acordo. Prevê que cada um comandará a Câmara por dois anos. Vaccarezza reivindica para si o primeiro biênio. Porém...

 

Porém, a julgar pela desenvoltura de Henrique nos comícios, o PMDB não considera a hipótese de abrir mão da primazia.

 

Se necessário, Henrique recorrerá à “mulher de Lula”. Para ele, a primeira-dama extra-oficial está eleita.

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h54

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Ficha Limpa: Decisão pode vir só depois das eleições

Lula Marques/Folha

 

O STF retoma nesta quarta (29) o julgamento do recurso em que Joaquim Roriz costestou a decisão do TSE que o enquadrara na lei da Ficha Limpa.

 

A renúncia de Roriz à condição de candidato ao governo do DF deve levar à extinção do recurso. Com isso, o debate sobre a aplicação da nova lei nas eleições de 2010 voltaria à estaca zero.

 

Para chegar a um veredicto, o Supremo terá de julgar outro recurso. Há vários deles pendentes de deliberação. Porém, já não há tempo para que a análise ocorra antes das eleições.

 

Ou seja: pode ficar para depois do pleito a palavra final do STF sobre a vigência da lei da Ficha Limpa. Vai abaixo um resumo da encrenca:

 

1. Depois de consumir 15 horas de acalorado debate, o julgamento do recurso de Roriz desaguou num empate.

 

2. Cinco ministros votaram pelo deferimento do pedido, permitindo que Roriz fosse às urnas. Para esse grupo, a lei da Ficha Limpa só vale para eleições futuras. A próxima será em 2012. 

 

3. Outros cinco ministros votaram contra Roriz. Para essa ala, a nova lei tem aplicação imediata. Vale para Roriz e para todos os candidatos com “ficha suja”.

 

4. Diante do impasse, o presidente do STF, Cezar Peluso, decidiu, na madrugada de sexta (24), suspender o julgamento. Marcou-se o reinício para esta quarta, às 14h.

 

5. Sobreveio a renúncia de Roriz. Mais: seus advogados protocolaram no STF uma petição em que informam que o cliente desistiu do recurso.

 

6. Um pedaço do STF passou a defender a seguinte tese: a despeito da desistência de Roriz, o tribunal deveria dar sequência ao julgamento.

 

7. Por quê? O caso tem repercussão sobre dezenas de outros processos em que a vigência da Ficha Limpa é questionada.

 

8. Vigora no STF o entendimento de que julgamentos em que haja “repercussão geral” não podem ser interrompidos depois de iniciados. Há casos em que o veredicto foi anunciado a despeito da desistência dos interessados.

 

9. O problema é que, no caso de Roriz, além da petição de desistência, houve a renúncia à candidatura. Com isso, deu-se o que os advogados chamam de “perda de objeto” do recurso. Algo que levaria à extinção do processo.

 

10. Nesta terça (28), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou ao STF parecer sobre o caso Roriz. Concluiu que, de fato, houve “perda de objeto”.

 

11. Gurgel recomendou a extinção do processo. E anotou que as dúvidas que rondam a lei da Ficha Limpa seriam dirimidas no julgamento de outro recurso.

 

12. O texto do chefe do Ministério Público coincide com a posição de parte dos ministros do STF. Há, porém, outro problema.

 

13. Só nesta terça (28) o TSE começou a enviar ao STF as outras petições que tratam da Ficha Limpa. Aqui, uma curiosidade: o recurso de Roriz não era o primeiro da fila.

 

14. Aconteceu o seguinte: o TSE retardou a remessa ao Supremo de recursos que haviam sido protocolados antes do de Roriz.

 

15. Em conversa com o blog, um dos ministros do STF levantou uma suspeita. Acha que o tribunal eleitoral concentrou-se em Roriz por se tratar de personagem de má fama.

 

16. Imaginou-se que a reputação de Roriz levaria os ministros contrários à aplicação imediata da Ficha Limpa a mudar de ideia. “A esperteza, quando é muito grande, engole o dono”, disse o ministro ao repórter.

 

17. Se outros processos tivessem chegado ao STF junto com o de Roriz, o tribunal poderia deliberar sobre a Ficha Limpa antes do fatídico dia 3 de outubro. Como só começam a chegar agora, não há tempo para uma decisão antes da eleição.

 

18. O vexame da madrugada de sexta, dia em que o STF decidiu não decidir, impôs aos ministros a retomada de uma prática que caíra em desuso. Voltaram a falar entre si. Conversas subterrâneas, travadas longe do plenário.

 

19. Tentou-se produzir um entendimento consensual –ou pelo menos majoritário— sobre o caso Roriz e todas as suas consequências. Algo que livrasse o Supremo de um novo vexame.

 

20. Até a noite passada, não havia sinal de consenso. Mas esboçava-se uma tendência em favor da extinção do recurso de Roriz. As questões relacionadas à Ficha Limpa seriam retomadas noutro julgamento.

 

21. A prevalecer esse entendimento, os “fichas sujas” vão às urnas no domingo. Os que forem eleitos ficam com os mandatos pendurados na decisão que o STF adotará depois do pleito.

 

22. Até lá, espera-se que Lula já tenha indicado um substituto para o ministro aposentado Eros Grau. Com casa cheia –11 ministros— a possibilidade de um novo empate deixa de existir.

 

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Escrito por Josias de Souza às 02h52

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As manchetes desta quarta

 

- Globo: Em queda, Dilma pede PT nas ruas e evita briga com Marina

 

- Folha: Dilma tenta frear perda de voto com apelo à militância

 

- Estadão: Chance de 2° turno altera estratégias das campanhas

 

- Correio: Procurador eleitoral dá parecer contra Weslian

 

- Valor: Reservas crescem rápido e BC acena com mais IOF

 

- Estado de Minas: Tucano canta vitória. Hélio crê em 2º turno

 

- Jornal do Commercio: Eleição com lei seca e mais de 20 mil policiais

 

- Zero Hora: O Estado em debate

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 01h03

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Candiraturas!

Ronaldo

- Via Jornal do Commercio. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 23h16

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Para ‘conter’ Marina, comitê de Dilma reúne pastores

Operadores da campanha de Dilma Rousseff atribuem parte do crescimento de Marina Silva a um movimento nascido em templos evangélicos.

 

Pastores de diferentes Estados estariam desaconselhando o voto dos fiéis em Dilma. Recomendariam a opção por Marina, que é evangélica.

 

Numa tentativa de estancar o movimento, o petismo organiza para esta sexta (1º), antevéspera da eleição, um encontro líderes evangélicos.

 

Estão sendo convidados, entre outros, pastores da igreja Universal, da Batista e até da denominação a que pertence Marina, a Assembleia de Deus.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h06

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Corrida ao Senado embola no CE e Tasso já é dúvida

  Antônio Cruz/Ag.Senado
Pesquisa feita pelo Datafolha por encomenda do jornal ‘O Povo’ revela que embolou a disputa pelas duas cadeiras do Ceará no Senado.

 

Tasso Jereissati (PSDB) já não é líder isolado. Sofre ameaça de Eunício Oliveira (PMDB), que, por sua vez, é acossado por José Pimentel (PT).

 

Eis os números: Tasso, em curva desendente, bateu em 44% das intenções de voto.

 

Eunício, em alta, foi a 41%. E Pimentel, também em ascensão, 36%.

 

A margem de erro da pesquisa é de três pontos, para mais ou para menos.

 

Assim, Tasso pode variar de 41% a 47%. E Eunício, de 38% a 44%. Ou seja, os dois estão tecnicamente empatados.

 

O índice de Pimentel pode variar de 33% a 39%. Outro empate técnico, dessa vez em relação a Eunício.

 

Em julho, Tasso frequentava a pequisa com 59%. Com sua nova marca, acumula uma queda de 15 pontos, quatro dos quais nas últimas duas semanas.

 

Eunício e Pimentel entraram na disputa empatados: 24%. O primeiro cresceu 17 pontos desde julho. O segundo, 12 pontos.

 

Empenhado em derrotar o grão-tucano Tasso, Lula gravou mensagens de apoio para o pemedebê Eunício e para o petê Pimentel.

 

A cinco dias da eleição, o favoritismo de Tasso, antes acachapante, se dissipou.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h25

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Caso único, Jungmann leva FHC à propaganda de TV

Num instante em que até o presidenciável tucano José Serra esconde Fernando Henrique Cardoso, o deputado Raul Jungmann converteu-se em exceção.

 

Candidato ao Senado pelo PPS de Pernambuco, Jugmann levou ao ar, na noite passada, um depoimento de FHC.

 

Na peça, o ex-presidente elogia a atuação de Jungmann à época em que foi ministro do Desenvolvimento Agrário de seu governo.

 

“Ele teve um desempenho excepcional. Se compararmos, ninguém colocou mais famílias assentadas no campo do que nesse período”, diz FHC no vídeo.

 

Mais adiante, ele soa assim: “Depois, Raul foi deputado federal. Extraordinário. Combativo, corajoso, homem íntegro...”

 

“...Pernambuco não pode ter melhor candidato ao Senado do que Raul Jungmann”.

 

No Datafolha divulgado na semana passada, Jungmann ocupa a quarta posição, com 9% das intenções de voto.

 

É nesse contexto que ele se converte em primeiro candidato a expor FHC na propaganda eleitoral.

 

Considerando-se que faltam cinco dias para a eleição, Jungmann talvez desça à crônica da campanha de 2010 como um personagem único, singular.

 

Muitos o tacharão de suicida. Poucos o enxergarão como cultor de uma lealdade que a conveniência política tornou demodê.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h36

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Procurador recomenda extinção do recurso de Roriz

  Fábio Pozzebom/ABr
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou ao STF parecer sobre o recurso de Joaquim Roriz contra seu enquadramento na lei da Ficha Limpa.

 

Para Gurgel, com a renúncia de Roriz à candidatura de governador do DF, o recurso ficou “prejudicado”.

 

Significa dizer que o Supremo não poderia mais julgar o caso. Deu-se um fenômeno que os advogados chamam de “perda de objeto”.

 

O julgamento do processo havia sido interrompido na madrugada de sexta (24). Anotou-se no plenário do STF um empate.

 

Cinco ministros votaram a favor de Roriz. Decidiram que a lei da Ficha Limpa, embora constitucional, só vale para as eleições futuras.

 

Outros cinco ministros votaram contra Roriz. Para esse grupo, a lei tem aplicação imediata e retroage no tempo.

 

Diante do impasse, o presidente do STF, Cezar Peluso adiou o veredicto. Marcou-se a retomada do julgamento para a sessão desta quarta (29).

 

Sobreveio, porém, a renúncia de Roriz, seguida de uma petição na qual o ex-candidato desiste do recurso que protocolara no Supremo.

 

Na semana passada, o ministro Ricardo Lewandowski dissera que, a despeito da renúncia, o julgamento poderia ser concluído.

 

Por quê? O caso de Roriz tem repercussão sobre dezenas de outros processos em que se discute a aplicação da lei da Ficha Limpa.

 

No parecer que enviou ao tribunal nesta terça (28), o procurador-geral da República manifesta-se em sentido contrário.

 

Roberto Gurgel concorda com a teses da “repercussão geral”. Porém...

 

Porém, ele sustenta que o STF só poderá se manifestar sobre o alcance e a vigência da lei da Ficha Limpa em outro processo. O de Roriz tem de ser extinto.

 

A prevalecer esse entendimento, a palavra final do Supremo sobre a Ficha Limpa só virá depois das eleições.

 

Os candidatos de “ficha suja” irão às urnas normalmente. Se eleitos, seus mandatos estarão condicionados à manifestação futura do tribunal.

 

- Serviço: Aqui, a íntegra do parecer de Roberto Gurgel. Ocupa oito folhas.

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Escrito por Josias de Souza às 19h00

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Justiça proíbe os saques acima de R$ 10 mil no Piauí

  João Wainer/Folha
Numa tentativa de coibir o crime de compra de votos, a Justiça Eleitoral do Piauí proibiu os saques bancários acima de R$ 10 mil.

 

A proibição vale para todo o Estado e vai vogorar até 4 de outubro, um dia depois do primeiro turno da eleição.

 

Deve-se a providência a uma ação cautelar movida pelo Ministério Público Eleitoral do Piauí, acatada pelo TRE-PI.

 

Na petição, a procuradoria realçou o fato de que a Polícia Federal já investiga casos de compra de votos detectados durante a campanha.

 

A Justiça Eleitoral já havia imposto limitações a saques bancários também no Estado de Roraima.

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h29

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Lula ainda aposta em vitória no 1º turno, diz ministro

Em meio ao burburinho que soa atrás das cortinas, o ministro Alexandre Padilha (Coordenação Política) veio à boca do palco para pronunciar uma declaração de .

 

Disse que Lula, o criador, ainda aposta que o êxito de Dilma Rousseff, a criatura, virá no primeiro turno:

 

"O presidente está muito confiante de que nós construímos no Brasil um clima muito positivo e que nós vamos colher no domingo o resultado dessa plantação de sete, oito anos. Nós vamos colher esse resultado com uma grande vitória dos partidos da base aliada do governo".

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h33

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Dilma apela à miltância: mobilização com serenidade

Nas pegadas da divulgação do Datafolha, Dima Rousseff decidiu romper uma praxe. Até aqui, não comentava pesquisas. Dessa vez, disse meia dúzia de palavras.

 

Convocou a militância petista às ruas. Pediu “mobilização”. Com “serenidade”. Acha que haverá segundo turno?

 

"Estamos em um momento da eleição em que é normal que haja subidas e descidas. [...] Ninguém hoje tem condições de antecipar nada”.

 

Se houver segundo round, prefere José Serra ou Marina Silva? "Só se eu for completamente louca eu respondo uma pergunta dessas".

 

Dilma falou aos repórteres numa incursão à Rodoviária de Brasília. Livrou-se por pouco de um constrangimento.

 

O comitê informara que a candidata daria as caras na Pastelaria Viçosa. Casa tradicional. O pastel é muito bom. O caldo de cana, delicioso.

 

Porém, a dona do estabelecimento, Patrícia Viçosa, é adepta de Joaquim Roriz (PSC), o “ficha suja” que apoia José Serra em Brasília.

 

Patrícia é, inclusive, candidata a uma cadeira na Câmara Legislativa do DF. Pelo PSC, a legenda de Roriz.

 

Na última hora, Dilma e seu séquito rumaram para outra pastelaria, a 50 metros da anterior.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h33

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Marina virou o pesadelo de Dilma e o sonho de Serra

Elza Fiúza/ABr
 

A principal novidade da reta final da eleição se chama Marina Silva. A presidenciável do PV divide o estrelado com Erenice Guerra.

 

Marina tornou-se a principal beneficiária do ‘Erenicegate’. Recolhe a maioria dos votos que o escândalo suga do cesto de Dilma Rousseff.

 

A seis dias da eleição, Marina não exibe musculatura eleitoral capaz de içá-la ao segundo turno. Opera contra ela o relógio. Porém...

 

Porém, ao escalar sobre Dilma, Marina termina por favorecer José Serra, o segundo colocado das sondagens eleitorais.

 

A chance de a eleição migrar para o segundo turno –pesadelo de Dilma e sonho de Serra— parece escorada, por ora, no “fator Marina”.

 

Em duas semanas, a candidata do PV subiu três pontos percentuais no Datafolha. Foi de 11% para 13%. E daí para os atuais 14%.

 

No mesmo perído, Dilma escorregou cinco pontos. Na semana passada, descera de 51% para 49%. Agora, foi 46%.

 

Serra, que oscilara positivamente de 27% para 28% manteve-se no mesmo patamar no Datafolha que veio à luz nesta terça.

 

Considerando-se apenas os votos válidos, Marina já soma 16%. Empurrada por Erenice, ela subverte todas as previsões de Lula.

 

O patrono de Dilma estimara que Marina chegaria ao dia da eleição como uma espécie de sub-Heloisa Helena. Dá-se o oposto.

 

Em vez de definhar, Marina cresce. Pior: para desassossego de Lula, a ex-petista belisca votos de Dilma, não de Serra.

 

Vem daí, sobretudo, o fantasma que acomoda no caminho de Dilma o risco do segundo turno –uma pedra que parecia improvável antes de Erenice.

 

Se mantiver a curva de alta, a ambientalista Marina pode levar ao prato da balança eleitoral a folha que vai mover o pêndulo.

 

Num cenário assim, de votação apertada, os ataques a Marina podem surtir o efeito de um bumerangue.

 

No penúltimo debate, levado ao ar pela Record na véspera da nova pesquisa, Marina mostrou-se mais desenvolta que o habitual.

 

Fustigou Serra e Dilma. Defendeu-se de Plínio de Arruda Sampaio. Contra Dilma, Marina levou aos holofotes Erenice, mola de seu crescimento.

 

Evocou o mensalão. E disse que, sob Lula, a Casa Civil tornou-se escândalo recorrente. Pespegou: Que providências você adotou para evitar, Dilma?

 

Ao responder, a protegida de Lula levou a mão ao tacape. Lembrou a Marina sua condição de ex-ministra.

 

Afirmou que, sob a gestão da ex-colega de Esplanada, servidores da pasta do Meio Ambiente foram pilhados mercadejando madeira ilegalente.

 

“Tomei as mesmas providências que você”, Dilma devolveu, lembrando que a reação vigorosa nem sempre oferece garantias contra a reincidência.

 

Festejado pelos operadores de sua campanha, o contraataque de Dilma pode, a essa altura, funcionar como gol contra. Por quê?

 

Dilma não perdeu a condição de favorita. Mas a hipótese do segundo turno, antes improvável, deixou de ser negligenciável.

 

Marina tampouco perdeu o semblante de zebra. Mas, confirmando-se o segundo round, o apoio dela será mercadoria das mais cobiçadas.

 

De concreto, por ora, apenas uma evidência: seja qual for o resultado da eleição, com um turno ou com dois, Marina sairá da disputa maior do que entrou.

 

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Escrito por Josias de Souza às 07h37

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Vantagem de Dilma cai e cresce chance de 2º turno

  UOL
Saiu mais um Datafolha. A pesquisa traz más notícias para Dilma Rousseff.

 

Cresceram as chances de a sucessão deslizar para o segundo turno.

 

A vantagem de Dilma em relação à soma de seus rivais é, agora, de 2 pontos.

 

A seis dias da eleição, a pupila de Lula oscilou três pontos para baixo. Desceu de 49% para 46%.

 

José Serra manteve-se em 28%. Marina Silva foi de 13% para 14%.

 

Considerando-se apenas os votos válidos, como faz o TSE na hora de contabilizar as urnas, Dilma desceu de 54% para 51% em cinco dias.

 

Para prevalecer no primeiro round, a petista precisa de 50% mais um voto. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos, para cima ou para baixo.

 

Assim, na pior hipótese, Dilma teria 49%. E a eleição iria ao segundo turno. No melhor cenário, ela teria 53%. E viraria presidente já em 3 de outubro.

 

Nessa conta que considera apenas os votos válidos, José Serra oscilou um ponto para o alto. Foi de 31% para 32%.

 

Marina Silva, a presidenciável que mais cresce, escalou dois pontos. Migrou de 14% para 16% dos votos válidos.

 

Dilma cai ou oscila para baixo em todos os estratos do eleitorado. Qualquer que seja o recorte –sexo, região, renda, escolaridade ou idade— ela perde votos.

 

A luz do segundo turno brilha com mais força entre os eleitores que ganham de 2 a 5 salários mínimos (R$ 1.021 a R$ 2.550).

 

Nessa faixa, estão acomodados 33% dos cerca de 135 milhões de eleitores. Coisa de 45 milhões de votos. Dilma caiu cinco pontos nesse pedaço do eleitorado.

 

Deve-se ao ‘Erenicegate’ a fissura no casco do transatlântico governista. Um caso que, na origem, Dilma tratara com menoscabo: “É factóide”, dissera.

 

No Datafolha fechado em 9 de setembro, antes da queda de Erenice Guerra, Dilma beliscava quase a metade dos votos dos eleitores de 2 a 5 salários mínimos.

 

Nesse universo, algo como 22,5 milhões de eleitores diziam que votariam na candidata petista. Na segunda semana de setembro, sobreveio o escândalo.

 

Apeada da Casa Civil, Erenice ganhou as feições de um dreno instalado no cesto de votos de Dilma.

 

Hoje, o apoio da candidada oficial no estrato de 2 a 5 mínimos soma 42%. O equivalente a 18,9 milhões de eleitores.

 

Ou seja, o “factóide” resultou, só nessa faixa da pirâmide social, numa perda potencial de 3,6 milhões de votos.

 

Desde a implosão de Erenice, ex-braço direito de Dilma, sucessora dela na Casa Civil, a pupila de Lula amargou queda de seis pontos. Caiu de 51% para 46%.

 

Juntos, os adeversários de Dilma, que pontuavam 39% antes de Erenice, passaram a somar 44% depois dela.

 

Contando-se apenas os votos válidos, a vantagem de Dilma sobre a soma de seus rivais minguou, em duas semanas, de notáveis 14 pontos para escassos 2 pontos.

 

Consideradas as devidas proporções, a maior queda de Dilma ocorreu junto aos eleitores que dispõem de canudo universitário (13% do eleitorado).

 

Nesse grupo mais escolarizado, a votação de Dilma arrostou uma erosão de sete pontos. Caiu de 35% para 28%, menos que Serra (34%) e Marina (30%).

 

Entre as mulheres, Dilma caiu cinco pontos na fase pós-Erenice. Foi de 47% para 32%.

 

Num recorte por região, as maiores quedas de Dilma foram registradas nas capitias, onde está assentado o eleitorado mais suscetível a escândalos.

 

Nessas regiões, que respondem por 38% do total de eleitores, Dilma caiu quatro pontos. Tinha 46%. Agora tem 42%.

 

Dilma distanciava-se de Serra na região Sul. Agora, está empatada com o rival tucano no limite da margem de erro da pesquisa. Ela com 39%. Ele, 35%.

 

Mesmo no Nordeste, cidadela de sua candidatura, Dilma caiu quatro pontos. Dispunha de 63%. Hoje, tem 59%. Serra dispõe de 19% nessa região.

 

Os efeitos de Erenice foram sentidos também na taxa de rejeição. Há uma semana, 22% dos eleitores diziam que jamais votariam em Dilma. O índice foi a 27%.

 

Na hipótese de vingar o segundo turno, o Datafolha aponta para uma briga mais renhida do que o petismo poderia supor.

 

Na simulação de um eventual segundo round contra Serra, a vantagem de Dilma estreitou-se. Em duas semanas, caiu de 22 pontos para 13 pontos: 52% a 39%.

 

Num embate direto, cada voto perdido por um candidato é somado em favor do outro. Significa dizer que, para bater Dilma, Serra teria de escalar 7 pontos.

 

Dito de outro modo: caso a eleição vá para o segundo turno, Dilma continua sendo a favorita. Mas Erenice converteu um passeio pelo bosque em rally acidentado.

 

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Escrito por Josias de Souza às 03h20

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As manchetes desta terça

 

- Globo: Chávez perde maioria absoluta no Congresso

 

- Folha: Dilma cai em todas as regiões e crescem as chances de 2º turno

 

- Estadão: Chávez sai enfraquecido das urnas na Venezuela

 

- JB: Petrobras com 30% dos papéis, gera alta na bolsa

 

- Correio: Arruda: ‘Eleger Roriz é mostrar que o crime compensa’

 

- Valor: Indústria se prepara para a forte demanda de Natal

 

- Estado de Minas: PF vai vigiar as eleições em 45 cidades de Minas

 

- Jornal do Commercio: A vez da Via Mangue

 

- Zero Hora: Escutas revelam mortes ordenadas das prisões

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h25

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Enfim, o osso!

Aroeira

- Via 'O Dia'. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 00h43

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Peça um café, estique as pernas e leia bem devagar!

  Divulgação
Atenção. Essa notícia deve ser lida bem d-e-v-a-g-a-r-i-n-h-o. Inusitada, pode produzir um susto desses que levam ao infarto.

 

Para os jovens, com coronátias em dia, a leitura p-a-u-s-a-d-a ajuda a prolongar a degustação da boa nova. Talvez não se repita tão cedo.

 

Lá vai: o STF condenou (espanto!) um deputado federal (assombro!!) a sete anos de cadeia (estupefação!!!). Regime semi-aberto (ahhhhh!!!!).

 

O condenado se chama José Fuscaldi Cesílio.

 

Na política, atende pelo nome "artístico" de José Tatico.

 

É deputado federal por Goiás. Um quadro do PTB.

 

Tatico é dono de empresas. Uma delas, o Curtume Progresso, portou-se com desordem. Incorreu em dois crimes.

 

Num, sonegou tributos. Noutro, apropriou-se de verbas previdenciárias.

 

Coisa descontada dos funcionários, mas não repassada ao INSS.

 

Coube ao ministro Carlos Ayres Britto relatar o processo. Votou pela condenação.

 

Além dele, havia mais seis ministros em plenário.

 

No essencial, o voto de Ayres Britto foi acompanhado pela unanimidade dos presentes. Houve divergência apenas quanto à pena.

 

Três ministros votaram por uma cana mais longa e dura: nove anos, regime fechado.

 

Outros quatro optaram pelo xadrez mais curto e ameno: sete anos, regime semi-aberto. Nessa modalidade, o preso dorme no xilindró e é liberado durante o dia.

 

A certa altura, quando o placar do Supremo registrava um 3 a 3, Gilmar Mendes levou os lábios ao trombone: “Chega de empates!” Ouviram-se risos.

 

A Corte ainda não exorcizou o fantasma da madrugada de sexta (24). Um empate (5 a 5) levou ao adiamento da definição sobre a lei da Ficha Limpa.

 

Espera-se que o tribunal espante a macumba em sessão marcada para esta quarta (29). A própria condenação de Tatico reclama um veredicto.

 

O deputado é recandidato a uma cadeira na Câmara federal, dessa vez por Minas Gerais.

 

Se o STF permitir que a Ficha Limpa vigore já nas eleições de 2010, a pretensão do neopresidiário iria às calendas.

 

Por ora, Tatico não descerá ao cárcere. Ainda pode lançar mão de um recurso chamado “embargo declaratório”.

 

É improvável que a petição leve à revisão da sentença. Mas o deputado ganhará tempo. Se a Ficha Limpa cair, continuará pedindo votos aos mineiros.

 

Nessa hipótese, caso seja eleito, Tatico pode virar um personagem sui generis. À noite, seria presidiário. De dia, deputado federal. 

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h46

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Lula: ‘Tem de acabar essa história de tucano em SP’

Divulgação

 

Lula estrelou em São Paulo, na noite desta segunda (27), o seu último comício no primeiro turno das eleições de 2010.

 

Como de hábito, pediu votos para Dilma Rousseff. Mas dedicou a Aloizio Mercadante a maior parte do discurso, transmitido ao vivo pela web.

 

A certa altura, disse: “É preciso a gente acabar com essa história de tucano governando São Paulo...”

 

“...Eles já governaram, já tiveram a chance deles, já mostraram do que são capazes. Tá na hora de a gente colocar uma estrela para governar o Estado de São Paulo”.

 

Noutro trecho, vociferou: “Precisamos eleger o Aloizio Mercadante”. A hegemonia tucana já dura 16 anos. No gogó, Lula esticou o calendário:

 

“Os tucanos, aqui, governam há mais de 20 anos. E até agora todo o sistema de educação publica do Estado oferece apenas a 96 mil vagas”.

 

Referia-se ao ensino universitário: “92% dos estudantes universitários estudam em escola particular”, disse.

 

Puxou a sardinha para Brasília: “Só o Prouni atende a 136 mil alunos aqui”. Da educação, Lula saltou para os programas sociais.

 

Fustigou: “Muitas vezes, tentam mostrar São Paulo como se não tivesse pobreza aqui”. De novo, contrapôs São Paulo a Brasília:

 

“Aqui, 1,2 milhão de pessoas recebem o Bolsa Família, porque o governo do Estado acha que não tem pobre”.

 

Insinuou que o tucanto fecha os olhos para o pedaço desassistido de São Paulo: “Eles vivem só dentro daquele palácio...”

 

“...Deveriam andar pela periferia de São Paulo, pra ver o quanto de pobreza existe”. Tratou Dilma como eleita. E esboçou uma parceria:

 

“Se juntar o Mercadante e a Dilma, aquilo que nós começamos será aprofundado”.

 

Mercadante disputa a cadeira de governador com o tucano Geraldo Alckmin, que frequenta as pesquisas como favorito.

 

Se eleito, Alckmin completará o ciclo de 20 anos de poder que Lula mencionou no discurso.

 

No esforço que empreende para produzir um segundo turno em São Paulo, Lula chegou a fazer uma sugestão à platéia.

 

Convidou os presentes a assistirem ao debate que a Globo promoverá entre os candidatos ao governo estadual, nesta terça (28).

 

“Quem tiver dúvida da competência do Mercadante, assista ao debate na TV Globo...”

 

“...Se tiver um vizinho tucano ou que tem medo do PT convida o infeliz pra ir na sua casa...”

 

“...Ofereça um cafezinho. E ele vai ver quem é melhor, se é o Mercadante ou o adversário dele”.

 

Dilma discursou antes de seu patrono. Além do lero-lero habitual, dirigiu à militância petista um apelo:

 

“Quero pedir serenidade, porque nós temos propostas, estamos no caminho certo. Ninguém pode tirar a gente do rumo nem do prumo”.

 

Antes, sem mencionar José Serra, dissera que o antagonista lança mão de uma retórica em que se mistruam o “medo” e o “ódio”. Como antídoto, receitou "esperança" e "amor" (assista lá no rodapé).

 

Michel Temer (PMDB) chegou ao comício atrasado. Lula encerrava o discurso. Trocou as bolas: "Acaba de chegar o Temer, vice da Marta Suplicy".

 

Logo se deu conta da gafe: "Gente, pelo amor de Deus, a Marta não é candidata a presidente. O Temer é vice da Dilma".

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h35

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Brasil tenta aprovar na OPAS cruzada ‘antitabagista’

Shutterstock

 

Começou nesta segunda (27), em Washington, a 50ª Reunião do Conselho Diretor da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde).

 

Representante do Brasil, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) levou à mesa uma proposta de radicalização contra a indústria do tabaco.

 

Sugeriu um contraataque conjunto dos países que integram a OPAS contra ações dos fabricantes de cigarro no continente americano.

 

No Brasil, a indústria barrou na Justiça a inserção de novas advertências sanitárias nas embalagens de cigarros.

 

No Canadá, os produtores de cigarro questionam uma lei que proibiu a adição de flavorizantes (substâncias que dão aroma e gosto agradável) ao cigarro.

 

No Uruguai, a indústria foi aos tribunais contra o veto do Estado ao lançamento de novos produtos –um por logomarca.

 

Foi contra esse pano de fundo que Temporão sugeriu a reação da OPAS. A proposta do ministro será levada a voto na próxima sexta (1º).

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h50

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FMI fará ‘inspeções’ em 24 países, entre eles o Brasil

Entre os ‘feitos’ que Lula recita nos microfones dos comícios, um é indefectível:

 

“Hoje, o Brasil é credor do FMI”, não se cansa de repetir o cabo eleitoral.

 

Com sua bazófia, Lula toca a alma nacionalista da bugrada.

 

E cutuca os instintos mais primitivos do tucanato.

 

De Sarney a FHC, o Brasil esteve pendurado às arcas do Fundo.

 

Sujeitava-se às inspeções periódicas da instituição.

 

Nessa época, Ana Maria Jul, chefe de delegações enviadas pelo FMI, tornou-se personagem mítica de Brasília.

 

Além de livrar o país das visitas da madame, Lula vangloria-se de ter liberado a malta do velho “complexo de vira-lata”.

 

Pois bem. Se confirmar o favoritismo que lhe atribuem as pesquisas, Dilma Rousseff terá de lidar novamente com as investidas incômodas.

 

O FMI anunciou nesta segunda (27) uma novidade: tornou obrigatório um exame periódico da saúde do sistema financeiro de 25 países. Entre eles o Brasil.

 

Hoje, o “check-up” econômico dos 187 países membros do FMI depende da autorização prévia dos governos. Os novos exames serão compulsórios.

 

Os 25 países foram selecionados por conta do tamanho de seus sistemas bancários e da capacidade de contagiar outras nações em caso de encrenca.

 

Eis os integrantes da lista: Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Cingapura, China, França, Alemanha, Hong Kong, Índia, Irlanda, Itália, Japão...

 

...Luxemburgo, México, Holanda, Rússia, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e EUA.

 

Dessa vez, a notícia é boa: o Brasil está entre os grandes. Mas, considerando-se a aversão que nutre pelo Fundo, o petismo deve preparar recepções inamistosas às caravanas de inspeção.

 

Decerto serão recebidas com faixas de 'Fora FMI'. 

 

Por sorte, o Proer de FHC, demonizado pelo ex-PT, deu ao sistema bancário brasileiro uma higidez que fez do Brasil uma exceção em meio às novas crises.  

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h39

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Mantega vê ‘guerra cambial’ e promete abrir o paiol

De passagem por São Paulo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que há no mundo uma “guerra cambial”.

 

Algo que põe em risco a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Em palestra a industriais, reiterou a promessa de abrir o paiol:

 

"Não permitiremos que o Brasil seja prejudicado por causa da política cambial dos demais países".

 

Criticou as nações que, engolfadas pelas fragilidades da economia global, desvalorizam suas moedas unilateralmente:

 

"Os Estados Unidos desvalorizaram, a União Europeia também, o Japão está desesperado...Tem países matando cachorro a grito, exportando a qualquer preço".

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h54

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‘O Lula quer eleger a sua sucessora a qualquer custo’

  Lula Marquues/Folha
Sandra Cureau, vice-pocuradora-geral eleitoral, falou à repórter Eliane Cantanhêde. Fiscal da aplicação da lei eleitoral, ela diz que nunca viu eleição como a de 2010.

 

Espanta-se com a desenvoltura com que Lula vai aos palanques: "Eu acho que ele quer, a qualquer custo, fazer a sua sucessora".

 

Acrescenta: "É por isso que, como dizem no manifesto [de intelectuais pela democracia], ele misturou o homem de partido com o presidente...”

 

“...A impressão que tenho é a de que ele faz mais campanha do que a própria candidata. É quase como se fosse uma coisa de vida ou morte".

 

Vai abaixo a entrevista, veiculada na Folha:

 

 

- Qual o efeito do empate no STF sobre a validade da Lei da Ficha Limpa? Sandra Cureau - Vai interferir muito no processo eleitoral, porque colocou uma quantidade enorme de candidatos no limbo. O que vai acontecer? Ninguém sabe.

- Isso favorece os fichas-sujas? Não sei, porque pode ocorrer um fenômeno como o que já vinha ocorrendo aqui no DF, onde um candidato ao governo [Joaquim Roriz, do PSC] teve seu registro impugnado desde o início e foi caindo nas pesquisas.

- Processo contra poderosos não dá em nada, nem na Justiça Penal nem na Eleitoral? Quem tem condições de pagar bons advogados recorre, recorre e recorre. Se o Congresso quer mesmo expulsar os fichas-sujas, vai ter de votar uma legislação que torne mais ágil o processo eleitoral e o processo em geral.

- Como vê a troca de Roriz pela mulher dele como candidata? Ele nunca teve uma decisão positiva. O TRE-DF indeferiu o registro, o TSE manteve o indeferimento e o ministro Carlos Ayres Britto negou o efeito suspensivo no STF. Ou seja: ele perdeu todas. Há um dispositivo na lei dizendo que candidato "sub judice" pode continuar fazendo campanha. Só que, na minha interpretação, Roriz sempre esteve com a candidatura indeferida, e isso não é estar "sub judice". Quanto à possibilidade de colocar a mulher dele, isso pode. Até na véspera você pode substituir, como quando o candidato falece.

- Não é frustrante? Mais do que frustrante. O candidato sai, mas a foto dele fica na urna. É interessante porque, no regimento do Supremo, existe um dispositivo dizendo que, quando há empate, prevalece a decisão que já existe. Teria de prevalecer, então, a decisão do TSE pela inelegibilidade [de Roriz].

- Qual o balanço que a sra. faz das eleições de 2010? Foi uma das eleições mais complicadas de que eu participei. Talvez tenha alguma coisa com o fato de eu ser mulher, mas acho que têm acontecido coisas incríveis. Pessoas se negam a dar informações que têm de dar, agressões e verdadeiras baixarias, principalmente em blogs. Fico pensando: será que, se fosse um homem, fariam a mesma coisa, tão à vontade? Há certa desobediência às decisões do TSE, certo desprezo pelo Ministério Público Eleitoral por parte de algumas autoridades.

- Qual o papel do presidente da República nisso, já que ele desdenha das multas e se referiu à senhora como "uma procuradora qualquer"? Quando ele diz que eu sou "uma procuradora qualquer por aí", ele reduz a instituição Ministério Público Eleitoral a alguma coisa qualquer. Por isso, houve reação tão veemente por parte da OAB e das entidades de magistrado e de Ministério Público. A reação foi geral. Aliás, a própria manifestação de São Paulo é consequência do que se está vivendo nesta eleição.

- A sra. se refere ao "Manifesto pela Democracia", assinado por dom Paulo Evaristo Arns, ex-ministros da Justiça, outros juristas e intelectuais? Exatamente

- Eles dizem ser "constrangedor o presidente não compreender que o cargo tem de ser exercido na plenitude e não existe o "depois do expediente'". A sra. concorda? É, e é complicado, porque a gente nunca teve esse tipo de problema antes. Não porque os presidentes não fizessem campanha para seus candidatos, mas eles faziam tendo presente que eram chefes da nação. Era de uma maneira mais republicana, ou mais democrática, não sei que palavra usar.

- Como a sra. avalia a participação de Lula nesta eleição? Eu acho que ele quer, a qualquer custo, fazer a sua sucessora. É por isso que, como dizem no manifesto, ele misturou o homem de partido com o presidente. Aquela coisa de não aceitar a possibilidade de não fazer a sucessora. A impressão que eu tenho é a de que ele faz mais campanha do que a própria candidata. Nunca vi isso, é quase como se fosse uma coisa de vida ou morte para ele.

- Como a sra. reage à posição do presidente, que recebe uma multa, duas, três e não está nem aí? Isso faz parte de todo um quadro, e não é uma multa que vai parar isso, ainda mais que são multas baixas.

- A oposição também não comete excessos o tempo todo? Por isso também foi multada. No caso da candidata Marina Silva [PV], foram poucas representações. Com relação ao candidato José Serra [PSDB], entrei com 26 representações, e 29 contra a candidata Dilma Rousseff [PT] e o presidente.

- A sra. considera absurdo analisarem que isso possa evoluir para um nível de tensão próximo ao da Venezuela? Por enquanto, não vejo isso, mas me preocupa muito a tentativa de desqualificar as instituições. Quando se começa a não ter respeito pelas instituições e se incentiva inclusive isso, pode levar a um caminho em que não haja autoridade, ou que a autoridade seja única. Todos os Poderes são legítimos. Um não pode se sobrepor aos outros.

- No escândalo da ex-ministra Erenice Guerra, houve partidarismo da imprensa? A imprensa prestou um serviço não só ao povo brasileiro, que paga impostos que estavam sendo usados naquelas negociações, ou negociatas, sei lá, como prestou um serviço ao presidente.

- E a acusação de que há um complô da imprensa a favor de um candidato?
Não vejo, até por uma razão muito simples. Se houvesse um complô a favor de um candidato ou contra o outro, ele estaria lá nas alturas.

 

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Escrito por Josias de Souza às 14h23

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Debates? Escolha a melhor encenação e não chateia!

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Escrito por Josias de Souza às 13h33

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Marina chega à reta final mais ‘aprumada’ que Serra

Lula Marques/Folha

 

Realizou-se na noite passada, na TV Record, o penúltimo debate presidencial antes do primeiro turno da eleição. Os contendores voltaram aos holofotes num instante em que a platéia se pergunta: Haverá segundo turno?

 

A julgar pelas últimas pesquisas, a resposta é “não”. Mas José Serra e, sobretudo, Marina Silva tentam modificar a cena. Marina chega à reta final com o discurso mais aprumado que o de Serra, eis o que ficou evidenciado no debate.

 

Serra é, hoje, um candidato na defensiva. Gasta mais tempo se explicando do que vendendo seu peixe. Curiosamente, dirigiu a maioria das perguntas que lhe coube formular não a Dilma, como seria lógico, mas ao lanterninha Plínio de Arruda Sampaio.

 

Só questionou Dilma quando as regras do debate o impediram de se desviar da rival. Dilma fez o mesmo. Inquiriu ora Marina ora Plínio. Em confrontos anteriores, Serra esfregara no nariz de Dilma o ‘Fiscogate’ e o ‘Erenicegate’. Na Record, absteve-se de repetir a tática. O caso da violação fiscal nem foi mencionado. O escândalo da Casa Civil foi cobrado, mas não por Serra. 

 

Deu-se o seguinte: Serra e Dilma fizeram de Marina e Plínio escadas para explorar os temas que mais lhes convinham. Lançavam as perguntas e, ao replicar, desfiavam um lero-lero ensaiado. Não funcionou. Convertida em degrau, Marina escalou sobre ambos.

 

Antes, Marina era ignorada. Serra e Dilma chegavam mesmo a poupá-la. Agora, até Plínio alveja Marina. Pingou dos lábios de Dilma o ataque mais incisivo. Em verdade, um contraataque. Evocando o mensalão, Marina recordou que o caso Erenice é uma reincidência. Fustigou: Que providências tomou para evitar?

 

Levada ao corner, Dilma subiu o tom: “As mesmas providências que você tomou”. Lembrou que, como ela, Marina é ex-ministra. E disse que, sob a ex-titular do Meio Ambiente, servidores de chefia foram pilhados vendendo madeira.

 

Mais incisivo, Plínio disse a Dilma que a nomeação de Erenice o conduzia a duas conclusões: ou a petista foi “conivente” ou mostrou-se “incompetente”. E ela: “Nem uma coisa nem outra". Disse que a encrenca está sendo investigada, como convém.

 

Numa tentativa de espantar a tese de que a gestão Lula virou ninho de corrupção, Dilma disse que, valorizada, a PF trabalha a mais não poder. A Controladoria adotou um grau de transparência que não se vê em São Paulo. Sumiu a figura do “engavetador-geral”, como ficou conhecido Geraldo Brindeiro, o procurador-geral da República da era FHC.

 

Plínio não se deu por achado. Se a PF trabalha tanto é porque a corrupção viceja, disse. Noutro trecho do debate, Marina questionou o “promessômetro” de Serra. Aparentemente munida de dados, disse que, como governador de São Paulo, Serra gastara mais em publicidade do que em programas sociais.

 

Nas cordas, Serra disse que o “social” não se limita ao assistencial. Inclui saúde e educação. Religou o “promessômetro”: salário mínimo de R$ 600, mais Bolsa Família e aumento das aposentadorias. “As propostas não estão encontrando respaldo na realidade”, Marina replicou.

 

Serra costuma se jactar de sua passagem pela pasta da Saúde. Marina cuidou de iluminar a (in)ação de Serra noutro ministério. Disse que, no Meio Ambiente, defrontara-se com o flagelo da terceirização de mão-de-obra. Como ministro do Planejamento de FHC, como permitiu que o fenômeno se disseminasse?

 

Ao responder, Serra disse que nada tem a ver com a terceirização. Sua escala no Planejamento foi breve, alegou. Depois, numa das ocasiões em que as regras o compeliram a questionar Dilma, Serra mirou no “aparelhamento” das agências reguladoras e na acomodação de companheiros em 21 mil cargos de confiança.

 

Dilma respondeu que a gestão FHC criara as agências, mas não as dotara de estrutura. E pegou carona na pergunta de Marina. Ao chegar no Ministério de Minas e Energia, encontrei um engenheiro e mais de 20 motoristas, declarou.

 

Mais: no governo de São Paulo, Serra contratara professores que haviam sido reprovados em concurso. O tucano aconselhou a rival a checar os dados. A petista respondeu que se servia de informações públicas. E a coisa ficou por isso mesmo.

 

Num bloco em que coube a jornalistas formular perguntas, Serra foi empurrado, de novo, para a defensiva. Questionaram-no sobre: 1) O fato de ter levado Lula à TV e escondido FHC. 2) A reiteração da tática do medo, que usara contra Lula em 2002, na boca dramática de Regina Duarte.

 

Serra disse que exibiu Lula por 30 segundos, em situação específica. Quanto a FHC, alegou que, ao propalar sua passagem pela Esplanada, não está senão prestigiando o amigo, que sempre lhe deu apoio. Convidada a comentar a resposta, Dilma foi à jugular:

 

"Considero muito estranho que o Serra use a imagem do Lula à noite e de dia faça críticas ao governo”. Ao replicar, Serra disse que sua candidatura não tem patrocinador. E chamou Dilma de “ingrata”.

 

Recordou que o “medo” evocado na peça de 2002 só não se materializou porque o governo Lula manteve os avanços de FHC. Avanços que renegara -o Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo- foram depois reconhecidos por Antonio Palocci, lembrou.

 

Ao final, José ‘28%’ Serra e Marina ‘13%’ Silva convidaram o eleitor a levá-los a um segundo round contra Dilma ‘49%’ Rousseff. As pesquisas da semana trarão a resposta. Para azar de Marina, a briga inclui um terceiro adversário: o relógio.

 

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Escrito por Josias de Souza às 03h42

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As manchetes desta segunda

 

- Globo: De olho no segundo turno, Marina ataca Dilma e Serra

 

- Folha: Presidência incha no governo Lula

 

- Estadão: Notícia sobre falcatruas no TO põe 'Estado' sob censura

 

- JB: Dezessete mil mulheres tentam a sorte na polícia

 

- Correio: PMDB desdenha apoio de Rosso a Weslian Roriz

 

- Valor: Grau de abertura cai, apesar do recorde de importações

 

- Estado de Minas: Donos da rua vencem a lei dos flanelinhas

 

- Jornal do Commercio: Homem é morto em motel de Olinda

 

- Zero Hora: 60% ainda não definiram seus deputados, diz Ibope

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h33

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Por um pino!

Aroeira

- Via 'O Dia'. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h04

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Em Pernambuco, ‘onda Lula’ ganha ares de ‘tsunami’

Reuters

 

Em nenhum outro pedaço do mapa brasileiro a influência de Lula na eleição é mais evidente do que em Pernambuco.

 

No Estado natal do presidente, a oposição come o pão que o Tinhoso amassou. Ali, os rivais de Lula flertam, por assim dizer, com a extinção.

 

Candidato ao quarto mandato de senador, Marco Maciel (DEM) fora à disputa com o semblante de favorito.

 

Em comício, Lula o desancou. Chamou-o de “senador do Império”. Disse que, como vice de FHC, não enviara a Pernambuco um mísero centavo.

 

Maciel exibiu uma lista de obras que traziam suas digitais. Da tribuna do Senado, reagiu a Lula com a moderação que lhe é própria.

 

Pois bem. O morubixaba da tribo ‘demo’, que já caía nas pesquisas, foi ao desfiladeiro. Chega à reta final com cara de vencido. Ultrapassou-o Armando Monteiro (PTB).

 

À frente dos dois, o ex-ministro Humberto Costa (PT), recém-abolvido no escândalo dos Vampiros, deve beliscar a primeira vaga de senador.

 

Raul Jungmann (PPS), que entrara na briga pelo Senado numa vaga que seria do PSDB, escorrega nas sondagens eleitorais para a casa de um dígito.

 

Candidato à reeleição, o governador Eduardo Campos (PSB), hoje um dos políticos mais chegados a Lula, surfa acima dos 70%.

 

Campos deve se impor sobre Jarbas Vasconcelos (PMDB) no primeiro turno, com uma das maiores votações proporcionais do país.

 

Em conversa com o repórter, um dos líderes do bloco pernambucano anti-Lula fez piada da própria desgraça:

 

“Aqui em Pernambuco, do jeito que a coisa caminha, a oposição terá de recorrer ao Ibama contra a ameaça de extermínio”.

 

Em meio ao cenário de terra arrasada, Jarbas dispõe de um lenitivo. Seu mandato de senador vai até 2014. Eleita, Dilma Rousseff terá de aturá-lo em Brasília.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h54

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Se Eros ainda fosse ministro, Ficha Limpa teria caído

  Wilson Dias/ABr
Ao completar 70 anos, Eros Grau teve de se aposentar do STF. A idade o salvou de passar à história como coveiro da lei da Ficha Limpa.

 

Antes mesmo de encomendar o pijama, Eros revelara a ex-colegas que considerava a nova lei, sancionada em julho, “inconstitucional”.

 

Na sessão encerrada na madrugada de sexta (24), a tese da inconstitucionalidade, empinada por Cezar Peluso, não emplacou.

 

Porém, cinco ministros consideraram que a exigência de Ficha Limpa não vale para 2010. Só para as eleições futuras.

 

Presente, Eros Grau teria se associado a essa corrente. E o placar, em vez do empate de 5 a 5, teria registrado 6 a 5 a favor do recurso de Joaquim Roriz.

 

Depois de homenagear a insegurança jurídica com sua não decisão, o Supremo encrencou-se com a renúncia de Roriz à sua candidatura.

 

O tribunal voltará ao tema em sessão marcada para quarta (29). Até a noite deste domingo (26), não havia sido construída uma saída para o impasse.

 

Parte dos ministros rumina em segredo sua irritação com Peluso, que se absteve de pronunciar o voto de desempate, prerrogativa do presidente do STF.  

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h09

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SP: Por Mercadante, Lula volta ao palanque nesta 2ª

  Divulgação
Num esforço para produzir um segundo turno em São Paulo, Lula volta a fazer nesta segunda (26) o que mais lhe apraz: um comício.

 

Vai ao palanque no cenário carnavalesco do Sambódromo. Junto com o cabo eleitoral, vão aos holofotes Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante.

 

No papel de condutor da própria sucessão, Lula diz que São Paulo, berço do petismo e do tucanato, é “prioridade zero”.

 

Numa conversa privada de sexta-feira (24), o presidente referiu-se à disputa estadual como a “mãe de todas as batalhas”.

 

Declarou que o êxito de 2010 será “incompleto” se não extrair das urnas paulistas um “resultado convincente”.

 

Imagina já ter obtido a ultrapassagem de Dilma sobre José Serra no Estado governador pelo tucano até abril passado.

 

Considera “possível” levar Mercadante ao segundo turno, contra Geraldo Alckmin.

 

O novo comício ocorre sobre um pano de fundo ornado por duas pesquisas desencontradas.

 

Numa delas, cujo campo foi concluído na quarta (22), o Datafolha chegou ao mesmo cenário de uma semana atrás: Alckmin, 51%. Mercadante, 23%.

 

Noutra, fechada na terça (22), o Vox Populi atribuiu a Mercadante 28%, contra 40% de Alckmin.

 

Somando-se o índice de Mercadante aos de outros candidatos chega-se a 42%, dois pontos acima da marca de Alckmin.

 

Nessa hipótese, Mercadante iria ao segundo turno.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h06

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Editorial da Folha de S.Paulo: ‘Todo poder tem limite’

Vai abaixo, por oportuno, o texto do editorial da Folha deste domingo, excepcionalmente veiculado na primeira página:

 

 

"Os altos índices de aprovação popular do presidente Lula não são fortuitos. Refletem o ambiente internacional favorável aos países em desenvolvimento, apesar da crise que atinge o mundo desenvolvido. Refletem, em especial, os acertos do atual chefe do Estado.


Lula teve o discernimento de manter a política econômica sensata de seu antecessor. Seu governo conduziu à retomada do crescimento e ampliou uma antes incipiente política de transferências de renda aos estratos sociais mais carentes. A desigualdade social, ainda imensa, começa a se reduzir. Ninguém lhe contesta seriamente esses méritos.


Nem por isso seu governo pode julgar-se acima de críticas. O direito de inquirir, duvidar e divergir da autoridade pública é o cerne da democracia, que não se resume apenas à preponderância da vontade da maioria.


Vai longe, aliás, o tempo em que não se respeitavam maiorias no Brasil. As eleições são livres e diretas, as apurações, confiáveis -e ninguém questiona que o vencedor toma posse e governa.


Se existe risco à vista, é de enfraquecimento do sistema de freios e contrapesos que protege as liberdades públicas e o direito ao dissenso quando se formam ondas eleitorais avassaladoras, ainda que passageiras.

 

Nesses períodos, é a imprensa independente quem emite o primeiro alarme, não sendo outro o motivo do nervosismo presidencial em relação a jornais e revistas nesta altura da campanha eleitoral.


Pois foi a imprensa quem revelou ao país que uma agência da Receita Federal plantada no berço político do PT, no ABC paulista, fora convertida em órgão de espionagem clandestina contra adversários.


Foi a imprensa quem mostrou que o principal gabinete do governo, a assessoria imediata de Lula e de sua candidata Dilma Rousseff, estava minado por espantosa infiltração de interesses particulares. É de calcular o grau de desleixo para com o dinheiro e os direitos do contribuinte ao longo da vasta extensão do Estado federal.


Esta Folha procura manter uma orientação de independência, pluralidade e apartidarismo editoriais, o que redunda em questionamentos incisivos durante períodos de polarização eleitoral.


Quem acompanha a trajetória do jornal sabe o quanto essa mesma orientação foi incômoda ao governo tucano. Basta lembrar que Fernando Henrique Cardoso, na entrevista em que se despediu da Presidência, acusou a Folha de haver tentado insuflar seu impeachment.


Lula e a candidata oficial têm-se limitado até aqui a vituperar a imprensa, exercendo seu próprio direito à livre expressão, embora em termos incompatíveis com a serenidade requerida no exercício do cargo que pretendem intercambiar.


Fiquem ambos advertidos, porém, de que tais bravatas somente redobram a confiança na utilidade pública do jornalismo livre. Fiquem advertidos de que tentativas de controle da imprensa serão repudiadas -e qualquer governo terá de violar cláusulas pétreas da Constituição na aventura temerária de implantá-lo".

 

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Escrito por Josias de Souza às 08h16

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Hélio Bicudo: ‘País pode caminhar para ditadura civil’

  Eduardo Anizelli/Folha
Durante 25 anos, a biografia de Hélio Bicudo enfeitou os quadros do PT. Com o passar do tempo, o promotor franzino tornou-se um estorvo. Em 2005, ano do mensalão, achou que era hora de se desfiliar.

 

Na semana passada, Bicudo, 88, voltou ao meio-fio num em defesa da democracia e da liberdade de imprensa. Uma reação a Lula. Acha-o diferente do Lula de quem fora vice, nos anos 80, numa chapa que disputou o governo de São Paulo.

 

Em entrevista veiculada neste domingo (26) em ‘A Gazeta’, Bicudo declara: sob a liderança de Lula, “o Brasil pode caminhar para uma ditadura civil”. Vão abaixo algumas de suas declarações:

 

 


- A democracia está sob ameaça? Acho que sim, porque o presidente da República ignora a Constituição, se acha acima do bem e do mal, e, com uma vitória que está delineada em favor da sua candidata, concentrará todos os poderes da República em suas mãos, além do apoio da maioria dos Estados e da população em geral. Com uma pessoa com esse potencial, e que não vê no ordenamento jurídico do país a maneira de estabilizar as discussões e debates, o Brasil pode caminhar para uma ditadura civil, sem dúvida.
- Depois de 25 anos no PT, imaginou que isso pudesse acontecer? De início, não, mas no final, achava que aconteceria essa reviravolta. Foi marcante aquela carta aos brasileiros que Lula escreveu antes da sua primeira eleição, demarcando uma posição muito mais para o neoliberalismo do que para o socialismo.
- Vê diferenças entre o neoliberalismo de FHC e de Lula? Não há nenhuma diferença, porque quem comanda as decisões políticas hoje, como ontem, é o próprio capital.
- O PT indicava uma prática diferente? O PT fazia uma oposição bastante forte nos governos Sarney e Fernando Henrique. A partir do governo Lula, a unanimidade popular que ele foi conquistando afastou a oposição do seu caminho. E o que aconteceu? Sobre o mensalão e os outros atos de corrupção apontados, nada se fez. Quando Lula diz que é presidente da República até sexta-feira à noite, e depois fecha a gaveta e só volta na segunda-feira, pratica crime de responsabilidade. Afinal, como presidente ele jurou obedecer às leis do país. E a Constituição não permite que um presidente da República participe da campanha eleitoral como ele está participando. É crime que leva ao impeachment, mas nem os partidos políticos, nem a sociedade civil movem nenhuma pedra contra isso.
- O que esperar de Dilma? Quem continuará mandando no país vai ser Lula. Dilma diz que ela é o Lula. Então as coisas continuarão como estão, com a mesma corrupção, o mesmo manejo da coisa pública.
- Imaginava voltar às ruas em defesa da democracia? A gente fica frustrado, depois de uma longa luta em prol da democracia, ver o que estamos vendo. E acho que não temos democracia, até pela maneira pela qual se conduz a vida pública, onde um grupelho toma conta do governo, pondo nele seus parentes, seus amigos... Não é o governo do povo. Veja a própria constituição do Supremo Tribunal Federal, onde não se fez uma consulta maior para a escolha dos ministros. Ela foi pessoal, feita pelo próprio presidente. Leis passam na Câmara e no Senado, por atuação da presidência da República, que transformou o Legislativo em algo sem a menor expressão. [...] Quem manda no país, passa por cima das leis é ele, Lula. Vai eleger a presidenta que fará o que ele quiser.
- Como vê Lula? Um homem inteligente, que poderia usar essa inteligência para implementar e fortalecer a democracia no país, mas optou por incrementar o poder pessoal. [...] Ele sempre mandou no partido, afastou as lideranças que pudessem competir com ele. É o dono, sente-se acima do bem e do mal.
- Os escândalos e o ‘eu não sabia’: Ele sabia de tudo, deixou as coisas escaparem. A oposição não atuou e, hoje, chegamos onde estamos.
- Incompetência da oposição? Foi inexistência de oposição.
- A saída do PT, em 2005: Saí porque achei que o partido não estava trilhando a estrada que havia traçado no seu nascedouro. Ele deixou de representar o povo. Pode até ter o voto do povo, mas representa os interesses daqueles que o comandam.
- Lula e a imprensa: Olha, Lula vive dizendo que a imprensa o prejudica. Eu acho que é o contrário. [...] A imprensa tem ajudado Lula e seus candidatos. Você não pega um jornal, um programa de televisão, que não exiba um retrato dele. O povo não vê o que está escrito além dá manchete. Funciona como propaganda.
- Lula e a popularidade: Mis-en-scène... Pergunto: com tudo isso, o que o Brasil conseguiu, do ponto de vista internacional? Zero. A questão da popularidade não tem relação com a eficiência. Olha o caso do Irã. Tem maior vergonha do que isso? Nossa política externa é péssima. O Brasil não conseguiu colocar uma pessoa em cargo relevante no conceito internacional. Em matéria de Direitos Humanos, botaram lá em Genebra uma pessoa que jejuna nessa área. E onde estão os direitos humanos no Brasil, onde o presidente aceita que a Lei de Anistia contemple também torturadores? E a compra de 36 aviões de caça? Uma brincadeira, desperdício de dinheiro público...

- O ‘ato contra o golpismo midiático’, com CUT, UNE, movimentos sociais e políticos governistas: Lula sempre diz que há uma revolução midiática para retirá-lo do poder. Os pelegos dele é que fizeram o movimento em contrário ao nosso.
- O manifesto pró-liberdade de expressão: Ontem, mais de 20 mil pessoas já tinham assinado o nosso documento. A semente foi plantada, e agora depende da sociedade. Porque o problema é também de pós-eleição. Repetindo o que já foi dito: se você não vigia, não tem democracia. Deve-se vigiar permanentemente quem governa o país, para que não haja desvios. Seja quem for eleito, independentemente do partido político.
- Vê méritos neste governo? A questão é: o que o governo pretende com sua atuação? Para mim, só autoritarismo.
- O convívio com Lula: Sim, mas os tempos mudaram completamente. Ele acabou com as lideranças do partido, e lançou uma pessoa que nem era do partido, tradicionalmente, à presidente. Hoje o PT não tem diferença nenhuma dos outros partidos.
- A opção por Marina Silva: [...] Entre os candidatos que estão aí, é ela quem tem as melhores condições, do ponto de vista de sua vida, do trabalho que já fez e se propõe a fazer...

 

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Escrito por Josias de Souza às 05h59

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As manchetes deste domingo

 

- Globo: Mais de 2 mil municípios do país são subdesenvolvidos

 

- Folha: PT repete os erros do mensalão, diz Marina

 

- Estadão: Serra mira S. Paulo, Minas e Rio; Dilma aposta mais na TV

 

- JB: Vinte milhões não devem votar este ano

 

- Correio: Weslian vai às ruas e é alvo de ação do PT

 

- Jornal do Commercio: Mantenha seu nome bem longe do SPC

 

- Zero Hora: Na rua com os candidatos ao Piratini

 

- Veja: A liberdade sob ataque

 

- Época: Petrobras

 

- IstoÉ: O avanço da onda vermelha

 

- IstoÉ Dinheiro: Minha vida depois da prisão

 

- CartaCapital: Eles ainda sonham com a marcha

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais e revistas do país.

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Escrito por Josias de Souza às 03h09

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Preparação do terreno!

Ronaldo

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Escrito por Josias de Souza às 01h46

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Serra defende governador cassado da PB em comício

  Edson Lopes Jr./Folha
José Serra talvez devesse considerar a hipótese de não realizar mais comícios no Nordeste. Não lhe dão boa sorte.

 

Na semana passada, em Sergipe, Serra ouviu um aliado dizer, em discurso, que Albano Franco, líder tucano no Estado, fechara com Dilma Rousseff.

 

Neste sábado (25), Serra foi ao palanque na cidade paraibana de Campina Grande.

 

Estava acompanhado do ex-governador Cássio Cunha Lima, do PSDB.

 

Candidato ao Senado, Cunha Lima foi alcançado pela lei da Ficha Limpa. Impugnado, faz campanha pendurado em recurso judicial.

 

A ficha do ex-governador traz a nódoa de uma cassação. O TSE passou o mandato de Cunha Lima na lâmina em 2009.

 

Súbito, Serra pôs-se a defender o correligionário. Disse coisas assim: "Houve uma injustiça do TSE quando o afastou tempos atrás..."

 

“...O Cássio não foi acusado de nenhum desvio de dinheiro público, de nenhuma conduta imprópria. Foi uma acusação frágil".

 

Depois de festejar o cassado no palanque, Serra insistiu: "O Cássio é um homem limpo. A Justiça Eleitoral cometeu um erro, Justiça não é infalível..."

 

"...No caso dele, cometeu um erro que o obrigou a deixar o governo". Beleza. A Justiça só é boa quando alcança os inimigos!

 

Eleito governador em 2006, o “homem limpo” foi cassado pelo TRE da Paraíba em julho de 2007. Manteve-se no cargo agarrado em liminares judiciais.

 

O tempo passou. E a encrenca subiu ao TSE. Em novembro de 2008, o tribunal superior confirmou a sentença estadual. O “injustiçado” recorreu.

 

Em fevereiro de 2009, o TSE confirmou a cassação. Decisão unânime. Nenhuma voz dissonante.

 

Cunha Lima foi enxotado da cadeira de governador porque restou provado que, na gestão anterior, valera-se do cargo para azeitar a reeleição.

 

A Fundação Ação Comunitária, órgão do governo paraibano, distribuíra, no ano eleitoral de 2006, 35 mil cheques. Coisa de R$ 3,5 milhões.

 

No dia do julgamento final, depois de confirmado o veredicto, o então presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, declarou:

 

"Não basta vencer uma eleição, é preciso ganhá-la limpamente".

 

Ao dizer que não houve “conduta imprópria”, Serra associa-se ao malfeito, ofende o Judiciário e passa ao eleitor uma mensagem desconexa.

 

De quebra, Serra perdeu a autoridade para repetir o bordão segundo o qual Lula passa a mão na cabeça de aliados transgressores.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h29

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‘Bolsa Netinho’ dá votos ao dono e prejuízos à Viúva

Chama-se Instituto Casa da Gente a ONG do pagodeiro-candidato Netinho de Paula (PCdoB-SP).

 

No gogó, visa socorrer a bugrada desassistida. Na prática, funciona como limpa trilhos de seu idealizador.

 

A entidade foi convidada a devolver à Viúva R$ 790 mil. Dinheiro beliscado nas arcas da gestão Lula desde 2003.

 

Há convênios firmados com os ministérios do Esporte e da Cultura. E também com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

 

Como tocadora de obras sociais, a ONG é uma dúvida. Não prestou contas. E tornou-se inadimplente. Daí a cobrança de ressarcimento.

 

Como mola de projeto político, a entidade revelou-se um portento. Enganchado à chapa de Aloizio Mercadante, o vagão de Netinho ruma em direção ao Senado.

 

Carrega na segunda suplência Matilde Ribeiro, uma ex-secretária de Igualdade Racial que ajudou a liberar um pedaço da verba.

 

Eleito, Netinho terá, num eventual governo Dilma Rousseff, mais acesso aos cofres do que teve sob Lula. Tudo pelo social.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h43

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Em editorial, o Estadão formaliza ‘apoio’ a José Serra

  Alan E.Cober
O jornal ‘Estado de S.Paulo’ formalizou em editorial seu apoio à candidatura presidencial de José Serra (PSDB).

 

“O mal a evitar”, eis o título da peça. A certa altura, anota: “O Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República”. Por que Serra?

 

“[...] Não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do país ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos...”

 

“...O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País”.

 

Noutro trecho, o editorial anota: “O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer...”

 

“...O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção”.

 

O editorial dedica a Lula críticas azedas. Já nas primeiras linhas, faz referência a declarações recentes do patrono da candidatura de Dilma Rousseff:   

 

“A acusação do presidente da República de que a imprensa ‘se comporta como um partido político’ é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado...”

 

“...Tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside...”

 

“...[...] Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre ‘se comportar como um partido político’ e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país”.

 

O Estadão chama Lula de “dono do PT”. Acusa-o de “investir pesado na empulhação de que a imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários”.

 

Para o jornal, é Lula “quem age em função de interesse partidário”, não a imprensa. É ele “quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder”.

 

Sem citar o nome de Dilma, o texto reponsabiliza Lula “pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial”. Anota que, “se eleita”, a pupila do presidente vai “segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada”.

 

O texto sustenta que, para se manter no poder, “Lula e seu entorno” recorrem a um “vale tudo” que inclui: “alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a começar pelo Congresso”.

 

De resto, o editorial anota que Lula “despreza a liturgia” do cargo e “se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação”. Com isso, “hipnotiza os brasileiros”.

 

Conclui: “Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: ‘Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?’ Este é o mal a evitar”.

 

- Serviço: Aqui, a íntegra do editorial do Estadão.

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Escrito por Josias de Souza às 20h23

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FHC admite derrota: Dilma ‘não levará país pra trás’

  James Ferguson/Financial Times
O diário britânico Financial Times levou à sua edição deste sábado (25) um texto do repórter Jonathan Wheatley. Reproduz o teor de conversa que manteve, durante um almoço, com Fernando Henrique Cardoso.

 

Encontraram-se no restaurante Carlota, próximo ao apartamento de FHC, no bairro paulistano de Higienópolis. O diálogo foi longo. A certa altura, FHC levou à mesa a disputa eleitoral de 2010.

 

Jonathan conta que a voz dele ganhou, pela primeira vez, um timbre de frustração. Para FHC, a oposição “entendeu errado” o processo político. "Nós permitimos a mitificação de Lula”, disse.

 

Nesse ponto, o ex-presidente fez uma avaliação do perfil político do sucessor: “Lula não é um revolucionário”, disse. “Ele veio da classe trabalhadora e se comporta como se fizesse parte da velha elite conservadora."

 

Embora o relato de Jonathan seja deste sábado, ele foi à mesa de almoço com FHC há três semanas e meia. As pesquisas já apontavam o favoritismo de Dilma Rousseff. O repórter diz ter sugerido ao interlocutor que já se sabia qual seria o desfecho da sucessão.

 

FHC assentiu: “Sim”. O que isso vai significar para o Brasil? Ao responder, o grão-tucano destoou do discurso de seu próprio partido.

 

José Serra já se referiu à pupila de Lula como um “envelope fechado”. Na campanha, insinua que Dilma, por inexperiente, não vai conseguir governar.

 

Tomado pelo que disse a Jonathan, FHC não chega a ser otimista quanto à provável gestão Dilma. Mas tampouco parece achar que o país mergulhará no insondável:

 

"Isso vai nos impedir de desenvolver mais rapidamente. Mas isso não vai levar o Brasil para trás. A sociedade é muito forte para isso", disse.

 

FHC considera-se pessoalmente responsável pela pujança do país. Noutro trecho da conversa discorreu sobre a gênese do Plano Real.

 

Recuou a 1992, ano em que o então presidente Itamar Franco o nomeara ministro da Fazenda.

 

FHC disse ter logrado controlar a inflação e iniciar um ciclo de reformas do Estado. Desde então, acha ele, “todos os indicadores sociais começaram a melhorar”.

 

A coisa foi “acelerada sob Lula”, FHC reconheceu. Mas avocou para si a deflagração do processo. “O Brasil começou a acreditar mais em si mesmo”.

 

Em seu texto, o repórter anotou que é esse Brasil mais autoconfiante que o mundo começou a conhecer recentemente.

 

Um país de futebol, samba e de um presidente dotado de enorme carisma. Referia-se a Lula.

 

Recordou as frases dirigidas a Lula por Barak Obama, quando o avistou pela primeira vez: “Eu amo esse cara”. Ou: “Ele é o político mais popular do mundo”.

 

Jonathan lembrou também que o Brasil passou a ser visto no estrangeiro como país de companhias gigantes.

 

Mencionou a JBS, maior produtora mundial de carne. Citou a Petrobras, que acaba de realizar a maior oferta de ações do mundo, capitalizando-se em de US$ 70 bilhões.

 

No instante em que os pratos que haviam encomendado ao garçom lhes chegavam à mesa, o repórter quis saber de FHC qual seria o próximo desafio do Brasil.

 

“Agora, a questão é qualidade”, disse o ex-presidente. Considera que o tempo de se preocupar com a “quantidade” já passou.

 

Ao esmiuçar a resposta, FHC discorreu sobre educação. Afirmou que a principal causa da evasão escolar não é mais a deficiência econômica das famílias.

 

Para ele, as crianças fogem da escola porque “perdem o interesse”. A qualidade do ensino é sofrível. “Nós precisamos de uma nova onda de reformas”, emendou.

 

Reformas que levem à melhoria da produtividade, aperfeiçoem o gasto público, reduzam tributos e aumenteem o investimento em capital humano e infraestrutura.

 

Lero vai, lero vem FHC mirou no sucessor. “A discussão [sobre reformas] parou”, disse ele. “Num certo sentido, Lula tem anestesiado o Brasil...”

 

“...Nós esquecemos que o Brasil precisa continuar avançando. O que eu fiz levou o país para a frente. Mas, então, isso parou. Simplesmente parou”.

 

Quando se preparavam para deixar o restaurante, Jonathan perguntou como Lula será lembrado pela história.

 

E FHC: "Creio que ele será lembrado pelo crescimento e continuidade, e por dar mais ênfase ao gasto social. Ele é um Lech Walesa que deu certo".

 

E quanto à sua própria importância?, inquiriu o repórter. “Eu fiz reformas. Lula surfou a onda”, respondeu FHC.

 

- Serviço: Aqui, a íntegra da reportagem do Financial Times, infelizmente em língua inglesa.

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Escrito por Josias de Souza às 17h02

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Presidente do TSE: ‘Ficha Limpa está em pleno vigor’

Fábio Pozzebom/ABr

 

O ministro Ricardo Lewandowski, que acumula uma cadeira no STF e a presidência do TSE, se esforça para injetar certeza num quadro emoldurado pela dúvida.

 

Disse que a lei da Ficha Limpa “não sofreu nenhuma alteração, continua em pleno vigor, hígida”.

 

Segundo ele, a nova lei “será aplicada” pela Justiça Eleitoral “com o rigor de sempre”. E quanto ao empate em 5 a 5 registrado no plenário do STF?

 

Lewandowski sustenta que, para que a lei fosse derrubada, “seriam necessários seis votos contrários [no Supremo], conforme determina a Constituição”.

 

Na opinião dele, o empate no julgamento do recurso de Joaquim Roriz manteve em pé o acórdão do TSE sobre a Ficha Limpa.

 

Significa dizer que, no entendimento do ministro, continuam impedidos de disputar cargos eletivos os candidatos condenados por colegiados de juízes.

 

São proibidos de concorrer também os postulantes que tiverem renunciado ao mandato para fugir de processos de cassação.

 

Para Lewandowski, até mesmo o ponto mais controverso da lei, a retroatividade, continua em vigor.

 

Em timbre peremptório, o ministro diz que a lei “atinge fatos pretéritos”.  Por quê?

 

“As hipóteses nela previstas  não constituem sanções, mas sim condições que os candidatos precisam preencher para que possam ter o registro de candidaturas”. 

Em verdade, as certezas de Lewandowski valem só até certo ponto. O ponto de interrogação.

 

Feitas durante uma visita ao TRE do Espírito Santo, nesta sexta (24), as declarações do ministro foram levadas à página do TSE na internet.

 

Na prática, Lewandowski repisou opiniões que já havia esgrimido na madrugada da véspera, no encerramento da sessão em que o STF decidiu não decidir.

 

Os quatro ministros que, como ele, votaram pela vigência imediata da lei, compartilham do raciocínio de Lewandowski.

 

Mas os cinco colegas que votaram a favor de Roriz, contra a impugnação da Justiça Eleitoral, não aceitam as teses do presidente do TSE.

 

A encrenca voltará ao plenário do Supremo na quarta-feira da semana que vem. Hoje, a tendência é  de que nada seja decidido antes das eleições. Pena.

 

O seja, pendurados em recursos judiciais suspensivos, os candidatos "sujos" continuam em campanha. Vão às urnas normalmente.

 

Eleitos, o exercício de seus mandatos ficam condicionados ao desempate do STF.

 

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Escrito por Josias de Souza às 08h00

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TSE nega liminar e mantém na internet vídeo anti-PT

Petismo reclama, mas em 2002 comparou rivais a ratos

 

 

O ministro Joelson Dias, do TSE, indeferiu pedido de liminar formulado pelo PT contra o vídeo que o PSDB levou à web na última quarta (22).

 

Com sua decisão, Joelson manteve na internet a peça que a coligação de Dilma Rousseff queria retirar do ar.

 

Nas imagens, o PT é apresentado como "o partido que não gosta da imprensa”, Dilma é associada a José Dirceu e os petistas são comparados a cães rottweiler.

 

Em sua petição, os advogados do comitê de Dilma argumentaram que o vídeo propala "informações sabidamente inverídicas e degradantes”.

 

Anotaram que a propaganda, além de injuriosa e difamatória, “busca iludir o eleitor”.

 

Divulgado nesta sexta (23), o despacho do ministro Joelson responde que não ficou provado que a campanha de Serra é responsável pelo vídeo.

 

O PT anexou à sua representação recortes de jornal. Mas o ministro considerou que “matérias jornalísticas” não constituem prova.

 

A decisão, por liminar, ainda depende de confirmação. A sentença definitiva só virá depois da análise do mérito da ação. Não há prazo definido.

 

Na prática, o tucanato já atingiu o seu propósito. Há dois dias, inquirido sobre o vídeo, Serra deu uma de João sem braço, como se diz.

 

Declarou que seu comitê não havia encomendado o vídeo. Verdade. A encomenda é do PSDB. Afirmou que não foi informado e sequer viu as imagens. Lorota.

 

A coisa toda foi feita com o conhecimento do candidato. A peça foi solicitada ao marqueteiro Adriano Gehres.

 

O mesmo que, na campanha de 2006, ajudara a produzir comerciais contra o tucano Geraldo Alckmin, à época adversário de Lula 'Reeleitoral' da Silva

 

Na propaganda, difundia-se a idéia de que Alckmin, se eleito, privatizaria estatais como o Banco do Brasil e a Petrobras.

 

Antes, na fase de pré-campanha de 2002, época em que Lula media forças com Serra, o mesmo PT que agora reclama da comparação com cães rottweiler levara ao ar, na TV, um comercial análogo.

 

Bolada pela equipe de Duda Mendonça, a publicidade associava a oposição a ratos (assista abaixo).

 

Agora, Dilma acusa Serra de instilar o “ódio”. Mas a baixaria vem de longe. E o PT não hesitou em lançar mão do recurso quando lhe pareceu adequado.

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h28

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As manchetes deste sábado

 

- Globo: Julgamento de Ficha Limpa no STF pode voltar à estaca zero

 

- Folha: Impasse no Ficha Limpa põe 171 candidatos em suspenso

 

- Estadão: Serra e Marina sobem, mas Dilma ainda vence no 1º turno

 

- JB: Brasil vai jogar R$ 1,5 bilhão em aterros sanitários

 

- Correio: Roriz desiste e usa a mulher para driblar a ficha limpa

 

- Estado de Minas: Candidatos trocam farpas em debate

 

- Jornal do Commercio: Terreno da Copa está penhorado

 

- Zero Hora: Plástico verde atrai interesse estrangeiro

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 03h03

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Horroriz!

Aroeira

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Escrito por Josias de Souza às 01h44

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Roberto Jefferson grava CD de canções românticas

Em junho de 2005, depois de implodir o mensalão numa entrevista a Renata Lo Prete, Roberto Jefferson refugiou-se num apartamento funcional da Câmara.

 

Entre quatro paredes, acompanhado apenas de seus rancores, passou a receber a visita de uma professora de canto.

 

Num certo dia, a voz grave de Jefferson alcançou os tímpanos dos repórteres que faziam vigília na portaria do prédio.

 

Em vez das árias de fel que o mantinham nas manchetes, Jefferson entoou ‘Cuore Ingrato’. Era como se desejasse homenagear José ‘Sai Daí’ Dirceu.

 

Pois bem. Cassado e inelegível, Jefferson ganhou tempo livre para lapidar as cordas vocais. Agora, conta a repórter Cátia Seabra, lança seu primeiro CD: ‘On The Road’.

 

A peça inclui clássicos como ‘Smile’ e ‘Fly me to the moon’. Na faixa lá do alto, ouve-se ‘Let me try again’.

 

Jefferson canta em inglês. Não virou um Sinatra. Mas não chega a dar vexame. Na estrofe principal, em tradução livre, ele soa assim:

 

“Deixe-me tentar de novo / Pense em tudo que tivemos antes / Deixe-me tentar mais uma vez / Podemos ter tudo / Eu e você novamente / Por favor me perdoe ou vou morrer / Deixe-me tentar de novo”.

 

Vertendo-se a letra para a política, Jefferson talvez não possa ter tudo. Está associado à candidatura presidencial de José Serra.

 

Quanto ao “tentar de novo”, é preciso saber se o STF vai deixar. Estima-se que o processo do mensalão, no qual figura como réu, vai a julgamento em 2011.

 

De qualquer modo, se não for perdoado com uma absolvição, Jefferson já não precisa morrer. Pode aproveitar o degredo para impulsionar a carreira de cantor.

 

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Escrito por Josias de Souza às 00h53

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Lula agora afaga imprensa e prega ‘unidade’ do país

Divulgação

 

Lula atenuou o timbre de seu discurso em comício realizado na noite desta sexta (24), em Porto Alegre. Foi transmitido pela internet.

 

Afagou a imprensa, enalteceu a democracia, lançou um olhar sobre a classe média e disse que, eleita, Dilma Rousseff conduzirá o país à “unidade”.

 

Em comícios da semana passada, Lula dissera que jornais e revistas agem como partidos. Acusara a mídia de beneficiar José Serra.

 

No palanque gaúcho, disse: “A imprensa é muito importante para a democracia”.

 

Antes, afirmara que os meios de comunicação ignoram as conquistas de seu governo. Agora, soou diferente:

 

“Quando sai uma matéria falando mal, ninguém gosta. Mas quando sai uma matéria falando bem, o ego da gente cresce...”

 

“...Democracia é isso. Cada um fala o que quer, publica o que quer, transmite o que quer. E o povo faz o julgamento”.

 

Brincou com os petistas que o rodeavam: “O PT nunca acreditou em pesquisa, mas quando a pesquisa é boa, a gente acredita”.

 

O Lula da semana passada levara a oposição a acusá-lo de “autoritário”. O Lula desta sexta realçou o apreço que devota à democracia:

 

“Só na democracia é possível a gente imaginar um torneiro mecânico presidindo um dos países mais importantes do mundo...”

 

“...Só na democracia é possível um índio presidir a Bolívia, um negro presidir os Estados Unidos, outro negro presidir a África do Sul”.

 

Voltando-se para Dilma Rousseff, à sua direita no palanque, Lula desdenhou dos que tentem explorar o pedaço guerrilheiro da biografia de sua pupila:

 

“Não adianta querer me mostrar o passado da Dilma”. Disse que, quando a escolheu como sua candidata, “conhecia o passado” dela.

 

“Nós não temos vergonha do nosso passado, temos orgulho”, ele fez questão de dizer. Porém, cuidou de acrescentar:

 

“Ela não vai governar com a cabeça pensando no passado, vai governar pensando no futuro, fortalecendo a democracia, estabelecendo a verdadeira unidade nesse país”.

 

Disse que, terminada a eleição, não vão se repetir no Brasil os protestos que se seguiram às eleições presidenciais do México e do Irã.

 

“Essa mulher, eleita, não tenho dúvida de que vai construir uma grande unidade”, repisou.

 

Lula parecia mais leve. Fez menção à cerimônia de capitalização da Petrobras, que protagonizara mais cedo, na Bolsa de Valores de São Paulo.

 

“Hoje é um dia gratificante”, declarou. A certa altura, voltou a servir-se da metáfora à Gilberto Freire.

 

Numa referência indireta ao tucanato, disse que “tem gente que não tolera” o êxito dele na presidência.

 

Gente que “gostaria que o pessoal da senzala nunca chegasse perto da Casa Grande”.

 

Também nesse ponto o Lula de Porto Alegre soou diferente do Lula de outros comícios.

 

Em meio às referências aos brasileiros pobres injetou uma classe social mais suscetível ao noticiário sobre episódios como o ‘Erenicegate’.

 

“A classe média precisa ser tratada com carinho, porque é a classe média que paga quase todo imposto desse país”.

 

Antes de Lula, discursara Dilma. Ela disse que responderá ao “ódio” da oposição com “esperança”.

 

Entre a fala da candidata e do cabo eleitoral, um aviso do locutor: “Acaba de sair um novo Ibope: 12% Marina, 28% Serra e 50% Dilma, próxima presidenta do Brasil”.

 

Lula discursou em Porto Alegre como se já cuidasse do dia seguinte à eleição. Pareceu interessado em desanuviar o ambiente.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h01

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Renúncia de Roriz ajuda a tonificar o vexame do STF

Sérgio Lima/Folha

 

O STF informa que o processo de Joaquim ‘Ficha Suja’ Roriz voltará a ser analisado na sessão da próxima quarta (29), a cinco dias da eleição.

 

Tarde demais. Com a renúncia de Roriz à candidatura de governador do DF, o julgamento do recurso já não faz nexo.

 

Deu-se um fenômeno que os advogados chamam de “perda de objeto”. Inexistindo a candidatura, não há mais direito a ser preservado (ou negado).

 

Além do “objeto” perdeu-se a oportunidade. Em vez de oferecer ao país uma decisão –qualquer decisão—, o Supremo proveu pantomima e insegurança jurídica.

 

O processo de Roriz repercutiria sobre todos os outros casos de “ficha suja”. Há, por ora, 288 candidatos impugnados pela Justiça Eleitoral.

 

Ao Supremo caberia informar se a lei que impôs a exigência de prontuários limpos vale para 2010 ou apenas para eleições futuras.

 

Diante de um empate que o noticiário prenunciava há pelo menos duas semanas (5 a 5), o presidente do STF, Cezar Peluso, poderia ter dado o voto de minerva.

 

O “voto de qualidade” do presidente está previsto no regimento interno do tribunal. Porém, Peluso votara contra a vigência imediata da ficha limpa.

 

E preferiu não arrostar, sozinho, a fama de coveiro de uma novidade que, segundo o Ibope, caiu nas graças de 85% dos brasileiros.

 

Qualquer decisão teria sido menos vexatória que a indefinição. Correm no Supremo outros processos análogos ao de Roriz.

 

As dúvidas que rondam a lei da ficha limpa –Vale para já? Pode retroagir no tempo?— terão de ser elucidadas num desses julgamentos.

 

O diabo é que, a essa altura, já não há tempo para um pronunciamento “supremo” antes das eleições de 3 de outubro.

 

Ao renunciar, Roriz converteu a pantomima do STF num vexame incontornável. Uma pena.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h20

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PT questiona exigência de 2 documentos para votar

Divulgação

 

O PT protocolou no STF uma ação questionando a obrigatoriedade de o eleitor apresentar dois documentos na hora de votar.

 

A exigência foi aprovada no an passado pelo Congresso, numa alteração à lei 9.504, de 1997. Por meio de resolução, o TSE regulamentou a novidade.

 

Mercê da modificação, a lei tornou obrigatório que, “além da exibição do respectivo título, o eleitor deverá apresentar documento de identificação com fotografia”.

 

Receoso de que aumente o número de abstenções, o partido de Dilma Rousseff pede ao Supremo que declare a inconstitucionalidade desse artigo.

 

Alega que o essencial é o documento com foto, não o título de eleitor. Anota que a obrigatoriedade de dois documentos impõe o “cerceamento legal ao direito político do cidadão”.

 

Argumenta, de resto: a pretexto de conferir maior segurança na identificação do eleitor, o tal artigo “transmudou-se em burocracia desnecessária”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h55

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Em carta-renúncia, Roriz faz pose de um ‘injustiçado’

Antecipada pela filha, Liliane, a renúncia de Joaquim Roriz à candidatura de governador do DF consumou-se numa carta.

 

No texto, Roriz formaliza a indicação de sua mulher, Weslian: "Não posso mais ser candidato. Mas a eleição correrá em meu nome e o povo de Brasília me honrará, elegendo governadora minha amada esposa, companheira de meio século...”

 

Depois, faz pose de vítima: "Minha ficha é limpa e minha consciência mais limpa do que a consciência dos que me acusam sem provas...”

 

“...E até mesmo do que a de alguns juízes que me julgaram apenas com base em sofismas, muito mais apegados às luzes dos holofotes do que ao espírito das leis. Para isso valeu tudo: rasgaram a Constituição."

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h44

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Petrobras passa a ser a 4ª maior empresa do mundo

A dez dias da eleição presidencial, Lula protagonizou um evento que ajuda a compor a atmosfera benfazeja que rodeia a pupila Dilma Rousseff.

 

Consumou-se nesta sexta (24), na Bolsa de Valores de São Paulo, o processo de capitalização da Petrobras.

 

Numa oferta de ações sem precedentes em sua história, a estatal petroleira captou cerca de US$ 70 bilhões.

 

Passou a ostentar um valor de mercado de US$ 217 bilhões. Tornou-se a quarta maior empresa do mundo.

 

As ações foram ao balcão para prover à estatal os recursos necessários à exploração do petróleo acomodado nas profundezas do oceano, na camada do pré-sal.

 

A participação do governo federal na composição acionária da empresa passará de algo como 40% para 48%.

 

Vestido com o uniforme da Petrobrás, Lula discursou. A certa altura, disse: “Quem diria que eu viria na Bolsa de Valores, ouvir o que eu ouvi aqui hoje...”

 

“...Isso só pode ser uma dádiva de Deus. Há dez anos, eu passava aqui, na porta da Bolsa e as pessoas tremiam de medo: Onde vai esse comedor de capitalismo?...”

 

“...E exatamente esse comedor de capitalismo deixa a presidência da República, depois de oito anos, como o presidente que participou, de forma honrosa, do momento mais auspicioso do capitalismo mundial”.

 

À noite, em Porto Alegre, o ex-comedor de capitalismo discursará em novo comício, ao lado de Dilma e do candidato petista ao governo gaúcho, Tarso Genro.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h10

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Roriz desiste da disputa e põe a mulher no seu lugar

  Sérgio Lima/Folha
A política da capital da República ganhou ares, por assim dizer, familiares. Joaquim Roriz desistiu de disputar o governo do DF.

 

Cederá a vaga à mulher, Weslian. Não os une apenas o sagrado laço do matrimonio.

 

Joaquim e Weslian estão atados também pelos sacrossantos vínculos do patrimônio.

 

Alcançado pela lei da Ficha Limpa, o patriarca do consórcio mantinha a candidatura pendurada num recurso judicial.

 

Sangrava em praça pública. O rival Agnelo Queiroz (PT) ultrapassara-o nas pesquisas.

 

Em sessão encerrada na madrugada desta sexta (24), o STF se debruçou sobre o caso Roriz. Chegou a um empate (5 a 5). E decidiu não decidir.

 

Submetido à ausência de veredicto, Roriz optou por bater em retirada. Agora pedirá votos para Weslian.

 

Quem trouxe a informação à luz foi a filha do casal, Liliane Roriz, candidata a deputada distrital.

 

Tudo em família, como se vê.

 

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Escrito por Josias de Souza às 13h52

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Adiamento do STF mantém 228 ‘sujos’ em suspenso

Numa sessão patética, Supremo decidiu recorrer à barriga

 

 

Terminou à 1h17 da madrugada desta sexta (24) a sessão em que o STF deveria ter decidido se a lei da Ficha Limpa vale para 2010. Depois de dois dias de debates, cerca de 11 horas de “juridiquês”, anotou-se um empate. Cinco a cinco. E o supremo decidiu não decidir.

 

Com isso, manteve em suspenso pelo menos 228 candidatos que a Justiça Eleitoral já enquadrou como “fichas sujas”. Votaram pela vigência imediata da nova lei: Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Cármen Lucia.

 

Decidiram que a exigência de prontuários higienizados só vale para o futuro: Cezar Peluso, Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Normalmente, um 11º ministro proveria o desempate. Mas Eros Grau aposentou-se em julho. E Lula ainda não se dignou a indicar um substituto.

 

Seguiu-se um espetáculo patético. Coisa poucas vezes vista na suprema corte do país. Tudo transmitido pelas lentes da TV Justiça. Em meio ao lufa-lufa retórico, uma voz se sobrepondo à outra, um pedaço do plenário –à frente Lewandowski— postou-se ao lado da decisão do TSE.

 

Uma decisão que negara ao “sujo” Joaquim Roriz (PSC) o registro da candidatura ao governo do Distrito Federal. Argumentou-se que, como a lei da Ficha Limpa não fora considerada inconstitucional, o recurso de Roriz deveria ser negado.

 

Outro grupo –Gilmar à testa— desqualificou a tese. Argumentou que o TSE, por inferior, não pode prevalecer sobre o STF. A certa altura, Ayres Britto lembrou que Roriz fora levado à fogueira por dois tribunais –além do TSE, o TRE-DF. Gilmar retrucou. O critério não é “futebolístico”, disse.

 

Marco Aurélio declarou ter receado que um de seus colegas sugerisse a transferência do desempate a Lula, o “responsável pela cadeira vaga”. O que fazer? Peluso foi lembrado de que o regimento interno do STF atribui ao presidente o “voto de qualidade”. Poderia, portanto, desempatar.

 

Antes, ao proferir o seu voto, Peluso destilara coragem: “Não me comovem pressões provindas da opinião pública ou de segmentos do povo ou de instituições. [...] Um tribunal que atenda a pretensões legítimas da população ao arrepio da Constituição é um tribunal em que nem o povo pode confiar”.

 

Ayres Britto quis saber se o colega exerceria, afinal, o voto de desempate. Nessa hora, Peluso se deu conta de que a coragem é uma dessas qualidades que costumam fugir justamente nas horas de maior apavoramento:

 

“Não tenho nenhuma vocação para déspota. E não acho que meu voto vale mais do que o dos senhores”, disse o presidente do Supremo, para alívio de Ayres Britto e Cia. Decidiu-se promover uma segunda votação.

 

Dias Toffoli ensaiou uma meia-volta. Por um instante, imaginou-se que aderiria aos que defendiam que fosse prestigiado o acórdão do TSE. Aparteado um par de vezes, recuou do quase recuo. Refeito o impasse, Ellen Gracie levou à mesa a tese do adiamento.

 

Argumentou que o contato dos ministros com o travesseiro poderia iluminá-los. Com a segunda votação pelo meio, farejando um novo empate, Peluso retomou a palavra. Disse que, qualquer que fosse a decisão, ela seria percebida pela sociedade como “artificial”. Em nome da prudência, recomendou esperar pelo indicado de Lula.

 

Os candidatos sujos iriam às urnas. Se porventura o novo ministro não chegasse até o dia da “diplomação” dos eleitos, o STF se reuniria para desenrolar o novelo. Marco Aurélio levou o pé atrás. Lewandowski recordou que a eleição já se avizinha. E a falta de decisão prejudica inclusive os candidatos.

 

Discute daqui, argumenta dali, Peluso adaptou a proposta. Sugeriu o adiamento, dessa vez sem condicioná-lo à nomeação do substituto de Eros Grau. A sessão terminou. E a platéia não foi informada acerca do dia em que o Supremo voltará a se reunir para cumprir com a sua obrigação.

 

O STF levou à sua página na web um texto que dá ideia da dificuldade de traduzir o ocorrido. Onze horas de debate resultaram em três parágrafos. “STF suspende julgamento.”, informou-se no título.

 

Alta madrugada, 2h01, o TSE levaria à internet uma nota que adensou a atmosfera de perplexidade: “Suspensão do julgamento do caso Roriz pelo STF mantém o registro de candidatura indeferido”.

 

Reproduziu-se uma frase de Lewandowski, que acumula a cadeira de ministro do STF à de presidente do TSE:

 

“A Suspensão do julgamento mantém hígida a decisão do Tribunal Superior Eleitoral. [...] O registro de candidatura de Joaquim Roriz continua indeferido.” Meia verdade.

 

A higidez do acórdão do TSE é, por ora, uma tese que o STF absteve-se de encampar. De resto, com o recurso por julgar, Roriz continua em campanha. Se não for impedido, vai às urnas. Se eleito, ficará pendurado na decisão que o Supremo não tomou. Junto com ele, outros 228 “sujos”.

 

O eleitorado brasileiro fora dormir com a certeza de que residia num país em que o STF era o lugar onde se obtinha a suprema justiça. Ao acordar, é confrontado com a novidade: quem quiser justiça, talvez tenha de fazê-la com os próprios dedos, na urna.

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h01

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As manchetes desta sexta

 

- Globo: Eleições 2010: Lula diz que pode ter sido enganado no caso Erenice

 

- Folha: Petrobras conclui maior venda de ações da história

 

- Estadão: Megacapitalização pode por R$ 50 bi no caixa da Petrobras

 

- Correio: Ficha limpa causa impasse no STF

 

- Valor: Disparam os preços da energia

 

- Estado de Minas: A vitória dos botecos

 

- Jornal do Commercio: Tempo quente na TV

 

- Zero Hora: Multas por falta de uso do cinto dobram

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h43

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Infantilização eleitoral!

Benett

- Via Charges do Benett. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 23h17

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Sindicato dos jornalistas tenta explicar o inexplicável

Alguém já disse, o repórter não se lembra quem, que o Brasil é um país de cabeça para baixo. Aqui, prostitutas gozam e traficantes cheiram.

 

Nesta terça (23), surgiu outra evidência: o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo abrigou uma manifestação contra a imprensa. Deu-se à pajelança o nome de “ato contra o golpismo midiático”.

 

Em nota levada à página da entidade na web, o presidente da casa sindical, José Augusto Camargo, informou: A abertura das portas do sindicato para a realização de evento anti-mídia “provocou grande debate na categoria”.

 

Disse ter recebido “algumas manifestações contrárias ao ato”. Quantas? Absteve-se de informar. Decidiu divulgar “algumas delas”. Quantas? Apenas três.

 

Numa, o jornalista Marco Antonio Rocha anotou: “Peço que fique consignado nos anais do sindicato e na sua pasta de correspondência meu total repúdio a este ato contra a imprensa...”

 

“...[...] Trata-se, evidentemente, de um ato de apoio total aos arreganhos que Sua Excelência o senhor presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem proferido contra a imprensa e contra o trabalho dos jornalistas”.

 

Noutra, a repórter Arlete Mendes de Souza queixa-se do fato de o sindicato adotar posição “político-partidária (de apoio ao partido), sem considerar os escândalos que estão acontecendo e que exigem apuração séria e urgente”.

 

Na terceira, Regina Costa e Silva escreveu: “Sou jornalista e não me sinto representada por esse ato, decidido sem consulta à categoria. Depois de tantos documentos, contratos, provas, dinheiro na cueca, na meia, em gavetas, o que quer o Sindicato? Conclamar pela volta da censura à mídia?”

 

Pois bem. Submetido a tais questionamentos, José Augusto, o presidente do sindicato, viu-se compelido a divulgar nota de esclarecimento. No texto, esforça-se para explicar o inexplicável. Diz que “o conceito de golpe midiático ganhou notoriedade nos últimos dias”.

 

Parte-se, segundo ele, “da constatação de que setores da imprensa passaram a atuar de maneira a privilegiar uma candidatura em detrimento de outra”. Não deu nome aos bois. Mas encampa a tese lulista segundo a qual a imprensa, por partidária, age para beneficiar José Serra e prejudicar Dilma Rousseff.

 

Acha “legítimo - e desejável – que as direções das empresas jornalísticas explicitem suas opções políticas, partidárias e eleitorais”. Mas considera “inaceitável é que o façam também fora dos espaços editoriais”. Como assim?

 

“Distorcer, selecionar, divulgar opiniões como se fossem fatos não é exercer o jornalismo, mas, sim, manipular o noticiário cotidiano segundo interesses outros que não os de informar com veracidade”.


Acrescentou: “Se esses recursos são usados para influenciar ou determinar o resultado de uma eleição, configura-se golpe com o objetivo de interferir na vontade popular”.

 

Noutro trecho tratou os jornalistas que deveria representar como parvos, indivíduos que terceirizaram a própria consciência: “Cada vez menos jornalistas detêm o poder da informação que será fornecida à opinião pública”, escreveu.

 

Ignora o fato de que os editores de jornais, revistas, rádios e TVs não são senão jornalistas. Sustenta que a informação “passa por uma triagem prévia já no seu processo de edição e aqueles que descumprem a dita orientação editorial são penalizados”.

 

Alega que seus pseudo-representados “nunca conseguem atingir cargos de direção que, agora, são ocupados por executivos que atendem aos interesses de comitês, bancos associados, acionistas etc”.

 

Rematada tolice. As redações estão apinhadas de jornalistas que ocupam funções de coordenadores, secretários de redação e editores-executivos.


Num raro flerte com o óbvio, concorda que “informar a população sobre os desmandos do governo (qualquer deles) é dever da imprensa”. Mas logo retoma a cantilena:

 

“Orquestrar campanhas pró ou contra candidatos é abuso de poder”. Esquiva-se de elencar os exemplos que o levaram a concluir pela existência de orquestração.

 

Por fim, escreve: “A ideia de debater e protestar contra esse estado de coisas resultou na realização do ato em defesa da democracia e contra o golpismo midiático”.

 

José Augusto Camargo talvez devesse adotar para si o conselho que dá às “direções das empresas jornalísticas”. Poderia informar que, filiado à CUT, o sindicato que dirige rendeu-se aos interesses do PT e da candidata de Lula.

 

No mais, conviria que desperdiçasse um naco de seu tempo com a leitura do noticiário que levou o governismo a investir contra a imprensa, fabricando "esse estado de coisas".

 

Encontrará fatos que produziram, por ora, quatro demissões, incluindo a de uma ministra, além de inquéritos policiais e processos administrativos.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h03

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Parte do PSDB defende elevação do tom contra o PT

O PSDB, como se sabe, é uma agremiação de amigos 100% feita de inimigos. Nas últimas semanas, porém, deu-se o inusitado.

 

Tucanos de todas as plumagens, de José Serra ao porteiro da sede, puseram-se de acordo quanto à necessidade de elevar o tom da campanha.

 

Serra fixou-se nos escândalos. Primeiro, o ‘Fiscogate’. Depois, o ‘Erenicegate’. Nos últimos dias, mescla os ataques às promessas populistas.

 

O último Datafolha restabeleceu a discórdia habitual. Um pedaço do PSDB quer intensificar os ataques a Dilma e ao PT. Outro naco hesita.

 

O grupo da pancadaria defende que seja levado à propaganda da TV um vídeo que, por ora, foi ao ar apenas na internet.

 

Trata-se daquela peça, já divulgada aqui, em que o rosto Dilma é metamorfoseado na cara de José Dirceu e os petistas são comparados a cães rottweiler.

 

Por ora, o comitê de Serra resiste. Mas não houve deliberação final quanto à tática a ser adotada nos últimos dias da campanha.

 

Como que farejando o cheiro de queimado, a coligação petista de Dilma protocolou, nesta quinta (23), uma ação no TSE.

 

Na petição, pede que a Justiça Eleitoral ordene a retirada do vídeo ofensivo a Dilma e ao PT da internet.

 

Pede também: 1) Que o TSE proíba a exibição da peça na TV; e 2) que imponha multa de até R$ 30 mil à campanha de Serra.

 

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Escrito por Josias de Souza às 20h03

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Para Serra, Lula só defende imprensa que ‘fala bem’

  Fábio Pozzebom/ABr
De passagem pela cidade de Sinop (MT), José Serra foi instado a comentar as críticas que Lula e o governismo tem dirigido à imprensa.

 

Sem mencionar Lula, disse que há, hoje, um “cerco” à liberdade de imprensa.

 

Certas pessoas, afirmou, só defendem a imprensa quando ela “fala bem”. Acrescentou:

 

"O que vem incomodando essa gente é que a imprensa vem apresentando notícias que mostram abusos, nepotismo e maracutaia com o dinheiro público...”

 

“...Essa imprensa incomoda os donos do poder. E é só isso. Não é nenhuma objeção doutrinária que eles têm. É uma posição de conveniência...”

 

“...Não há país democrático no mundo sem imprensa livre. Aqueles que perseguem hoje a imprensa vão mais tarde perseguir credos religiosos. E essa perseguição não tem fim".

 

Tomado pela entrevista que concedeu dias atrás à emissora de televisão CNT, Serra sabe do que está falando.

 

A certa altura da conversa, submetido a perguntas que não lhe soaram bem, Serra deu um piti. Ameaçou interromper a gravação: “Faz de conta que eu não vim”, disse.

 

Como se vê, certas pessoas, de fato, só tem apreço pela imprensa quando ela “fala bem”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h49

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Dilma não vê no Datafolha razões para se ‘inquietar’

Sérgio Lima/Folha

 

Dilma Rousseff comentou nesta quinta (23) o novo Datafolha, divulgado na véspera.

 

A pesquisa, a primeira pós-‘Erenicegate’, revelou que caiu de 12 pontos para sete pontos a vantagem de Dilma sobre os rivais somados.

 

Para Dilma, nada que leve seu comitê a se "inquietar". Acha que o caso de tráfico de influência na Casa Civil pode ter produzido a queda?

 

Ouça-se Dilma: "É uma coisa dentro da margem de erro. Pesquisa tem dois para mais ou para menos".

 

A escassos dez dias da eleição, a pupila de Lula parece jogar com o calendário: "Essa semana vai ser uma semana cheia de pesquisas idas e vindas, vamos aguardar...”

 

“...Está perto, mas a gente não tem que se inquietar daqui pra frente e continuar trabalhando sabendo que o nosso país mudou e eu represento essa mudança...”

 

“...Eu tenho certeza que isso vai ser reconhecido no dia 3 de outubro".

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h42

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Lula: ‘Serra é mudança e o povo quer a continuidade’

José Cruz/ABr

 

“O Serra está, hoje, na situação que eu tive nas duas eleições que disputei com o Fernando Henrique Cardoso...”

 

“...O Serra foi candidato contra mim, em 2002, quando o povo queria mudança. Eu era a mudança, ele era situação...”

 

“...Agora, ele quer mudança quando o povo quer continuidade. A mesma coisa fui eu. Eu fui candidato contra o Plano Real, era um massacre”.

 

Os raciocínios acima, desfiados por Lula numa entrevista ao portal Terra (assista), ajudam a entender o drama da oposição brasileira.

 

Quem percorre o noticiário à procura de explicações sobre o favoritismo de Dilma Rousseff encontra luz numa notícia divulgada nesta quita (23).

 

Segundo o IBGE, a taxa de desemprego do mês de agosto foi de 6,7%. É o menor patamar desde o que o índice começou a ser coletado, em 2002.

 

Retorne-se a Lula e às suas análises sobre a sova que levou de FHC em 1994. Disse que, sem o Real, seu contendor “talvez não seria eleito deputado federal”.

 

Com o Real, porém, “nós perdemos a eleição, Eu tinha quarenta e poucos por cento [nas pesquisas] no mês de março. Fui caindo, caindo, caindo”.

 

“Depois, quando chegou em 98, eu já sabia qual era o discurso do Fernando Henrique Cardoso: quem estabilizou vai gerar o emprego...”

 

“...E a gente não tinha como desfazer isso”. O mesmo se passa, na visão de Lula, com Serra.

 

Acha que, diante do atual cenário econômico benfazejo, o rival não tem como construir um discurso alternativo.

 

De fato, a oposição encontra-se numa sinuca. Com dinheiro no bolso, a maioria do eleitorado tende a empurrar para o segundo plano o pedaço ruim do governo.

 

Tome-se o exemplo do ‘Erenicegate’. Quando a denúncia veio à luz, o governo a desqualificou. Dilma Rousseff a chamou de “factóide”.

 

À medida que os malfeitos foram sendo esmiuçados nas manchetes, as autoridades foram caindo. Uma, duas, três, quatro. Entre elas a própria Erenice.

 

Pois bem. Agora, Lula adota comportamento duplo. Sobre os palanques, esculhamba a imprensa. Vestido de presidente, diz coisas assim:

 

"Se alguém acha que pode chegar aqui e se servir, sabe, cai do cavalo. Porque a pessoa pode me enganar um dia, pode me enganar, sabe, mas a pessoa não engana todo mundo todo tempo...”

 

“...E quando acontece, a pessoa perde. O que aconteceu com a Erenice é que ela jogou fora uma chance extraordinária de ser uma grande funcionária pública deste país".

 

Ora, não fosse pela imprensa, Lula ainda estaria sendo feito de bobo por Erenice. Ou, por outra, continuaria fingindo que não sabia.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h32

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Lula: ‘Imprensa deveria assumir que tem candidato’

Lula falou ao portal Terra. Acima, o pedaço da entrevista em que foi instado a trocar em miúdos suas críticas aos meios de comunicação.

 

Disse coisas assim: "A imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido...”

 

“...Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada”.

 

Disse que a imprensa gosta de criticar, mas não aceita críticas:

 

"Uma crítica que você recebe é tida como democrática e uma crítica que você faz é tida como antidemocrática". Pediu aos entrevistadores:

 

"Eu quero até que vocês coloquem em negrito isso aqui: Eu duvido que exista um país na face da Terra com mais liberdade de comunicação do que neste país, da parte do governo...”

 

“...Agora, a verdade é que nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação desse país. A verdade é essa...”

 

“...Você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmos são donos dos jornais".

 

Nesse ponto, é preciso louvar a coerência de Lula. Não do atual, mas do Lula antigo. Um Lula que, de passagem pelo Maranhão, dizia coisas assim:

 

“Eu, quando vejo na imprensa de São Paulo, a pesquisa dizendo que a Roseana [Sarney] é uma governadora aceita pelo povo do Maranhão...”

 

“...[...] Aí, eu fico imaginando: por que ela aparece bem nas pesquisas? Sabe por quê? Porque a [retransmissora da] Globo é do pai dela...”

 

“...O SBT é do Lobão, a Bandeirantes é de não sei de quem. Ou seja, é a televisão falando bem deles o tempo inteiro...”

 

“...É por isso que essa gente aparece nas pesquisas, porque aparece o tempo inteiro, descaradamente, mentindo na televisão” (assista abaixo).

 

Hoje, a Roseana é uma candidata apoiada pelo Lula, o pai dela é um dos grandes aliados do Lula e o Lobão é ex-ministro do Lula.

 

Agora, Lula prefere criticar o pedaço da imprensa que o imprensa, espremendo os malfeitos que pululam à sua volta.

 

Talvez por isso não seja tomado a sério. Diz que deseja o aperfeiçoamento do modelo de comunicação. Em verdade, quer o elogio, almeja o afago, sonha com a imprensa a favor.

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 14h40

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Na bica da eleição, só 46% acertam nº do candidato

Fechado nesta quarta-feira (22), o relatório da última pesquisa Datafolha traz no seu miolo um dado que deveria preocupar os presidenciáveis.

 

A 11 dias da eleição, apenas 46% dos eleitores recitaram corretamente o número do presidenciável de sua preferência.

 

Significa dizer que, na hora de digitar os algarismos na urna eletrônica, um pedaço expressivo do eleitorado pode não conseguir converter sua intenção em voto.

 

Há uma semana, a encrenca era maior. Os eleitores que erravam o número dos candidatos somavam 39%. A taxa de acerto cresceu, portanto, sete pontos.

 

O problema é mais grave para José Serra e Marina Silva, justamente os dois candidatos que, na rabeira de Dilma Rousseff, mais precisam de votos.

 

Entre os 49% que declaram preferência por Dilma, 58% citam corretamente o número 13, que identifica a candidata petista na urna.

 

Dos 28% que manifestam a intenção de votar em José Serra, apenas 37% sabem que o número do tucano é o 45.

 

Quanto aos 13% que afirmam preferir Marina, escassos 26% acertaram o número da candidata verde, o 43.

 

No Datafolha da semana passada, a taxa de conhecimento dos números de Dilma, Serra e Marina eram, respectivamente, 51%, 30% e 16%.

 

Em fase de contagem regressiva, os comitês de campanha deveriam aproveitar a propaganda de rádio e de TV para ensinar o eleitor a votar.

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h06

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As manchetes desta quinta

 

- Globo: Dois novos casos com parentes atingem o Palácio do Planalto

 

- Folha: Com escândalos, cai vantagem de Dilma, mostra o Datafolha

 

- Estadão: Manifesto ataca 'autoritarismo' de Lula

 

- JB: Franquias vão gerar 15 mil empregos no Rio

 

- Correio: Sob tensão, STF adia julgamento de Roriz

 

- Valor: Megaoferta vai aumentar a fatia da União na Petrobras

 

- Estado de Minas: Lei ameaça deixar BH sem o título de capital dos botecos

 

- Jornal do Commercio: Desafios do Estado em debate na TV Jornal

 

- Zero Hora: Devastação em Canela

 

Leia os destaques de capa dee alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 03h02

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Abacaxi!

Ronaldo

- Via Jornal do Commercio. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h31

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Lula é acusado de autoritário em ato pró-democracia

  Eduardo Anizelli/Folha
Realizou-se nesta quarta (22), em São Paulo, um ato público que teve na figura de Lula seu principal alvo.

 

A coisa aconteceu no parlatório defronte da Faculdade de Direito Largo São Francisco. Reuniu juristas, intelectuais e políticos de oposição.

 

O ponto alto da reunião foi a leitura de um documento intitulado “Manifesto em Defesa da Democracia”. Levada à web, a peça foi aberta a adesões.

 

Coube ao advogado Hélio Bicudo ler o texto. Ex-vice-prefeito de São Paulo na gestão de Marta Suplicy, Bicudo é ex-petista.

 

Ajudou a fundar o partido de Lula. Deixou a legenda em 2005, desgostoso com o escândalo do mensalão.

 

Antes mesmo de ler o manifesto, Bicudo cuidou de explicar sua presença no ato.

 

Disse que Lula "tenta desmoralizar a imprensa e todos aqueles que se opõem ao seu poder pessoal".

 

Acrescentou: “Estamos à beira do perigo de um governo autoritário, que vai passar por cima, como já está passando, da Constituição e das leis".

 

Depois, despejou o manifesto sobre o microfone. A certa altura, soou assim:

 

"É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais..."

 

"...É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos".

 

Além de Bicudo, foram ao Largo São Francisco três ex-ministros da Justiça da gestão FHC: José Gregori, Miguel Reale Júnior e José Carlos Dias.

 

Lá estevam também Paulo Brossard, ex-senador e ex-ministro do STF Paulo Brossard; e Dom Paulo Evaristo Arns, ex-arcebispo de São Paulo. Entre os políticos, Roberto Freire, presidente do PPS.

 

Organizado às pressas, o ato foi uma resposta prévia a outra manifestação, marcada para esta quinta (23).

 

Dirigentes de centrais sindicais, de movimentos populares e de legendas governistas farão um protesto contra o que chamam de “golpismo midiático”.

 

Acusam a imprensa de tomar o partido de José Serra, contra Dilma Rousseff.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h48

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No PR, Dilma diz que seus rivais se viciaram em ódio

Divulgação

 

Ao lado do patrono Lula, Dilma Rousseff voltou a escalar o palanque na noite desta quarta (22). Deu-se em Curitiba (PR). O comício foi transmitido via web.

 

Na defensiva há duas semanas, a pupila de Lula atribuiu a agenda negativa que a rodeia ao “desespero” da oposição.

 

Sem mencionar o nome de José Serra, comparou o antagonista a um viciado. “O ódio é como droga”, disse ela. “Quando a pessoa entra, não sai mais”.

 

O discurso de Dilma foi pronunciado numa noite em que o Datafolha informou que a vantagem dela sobre os oponentes caiu cinco pontos percentuais.

 

No curto intervalo de uma semana, a diferença, que era de 12 pontos, foi encurtada para sete.

 

A pesquisa revelou que 52% dos eleitores tomaram conhecimento do caso de tráfico de influência que levou à saída de Erenice Guerra da Casa Civil.

 

Dilma não fez referência específica às denúncias. Abordou o tema de forma indireta. Disse que, mercê do “desespero”, a oposição levanta “falsidades e mentiras”.

 

O objetivo, segundo ela, é “criar um clima de ódio”. Acha que a tática não vai colar, porque “o Brasil não tem o hábito de ser um país que odeia”.

 

Contra o “ódio”, ela acrescentou, recorrerá à “esperança no futuro e ao amor pelo povo”.

 

Curiosamente, quando chegou a sua vez de discursar, Lula como que borrifou raiva na atmosfera da capital paranaense.

 

Num par de comícios da semana passada –Juiz de Fora e Campinas— o presidente investira contra a imprensa.

 

Dissera que jornais e revistas viraram partidos políticos a serviço de Serra. As palavras renderam-lhe críticas.

 

Em Curitiba, voz alteada, Lula respondeu. Disse que “inventam” que ele e o PT constituem ameaça à democracia.

 

E acomodou os críticos numa espécie de Casa Grande: “Eles é que são os democratas, os donos do engenho...”

 

E os moradores da senzala são contra a democracia. É isso que eles estão tentando passar para a sociedade”.

 

No papel que mais lhe apraz, o de cabo eleitoral, Lula ironizou a guinada popular que Serra imprimiu à campanha da oposição.

 

"Quem passou a vida inteira arrochando o salário mínimo não pode chegar na televisão agora e falar que vai aumentar...”

 

“...Não pode dizer que vai dar décimo terceiro para o Bolsa Família quem antes falava que o Bolsa Família era esmola. O povo não é tolo...”

 

“...O povo brasileiro sabe quem fala sério e quem está mentindo”. Voltou a dizer que, passada a eleição, o tucanato só vai se relacionar “com os ricos”.

 

Lula pediu votos para Osmar Dias (PDT), candidato ao governo paranaense. Fustigou Beto Richa (PSDB), principal oponente de seu aliado.

 

Disse que, não fossem as verbas que o governo federal destinou a Curitiba durante a gestão de Beto na prefeitura, o tucano não teria o que propagandear:

 

“Duvido que se [o presidente] fosse o Fernando Henrique, ou alguém do partido dele, ele teria feito em Curitiba metade das obras que diz ter feito".

 

Mais cedo, antes de voar para Curitiba, Dilma concedera uma entrevista em Brasília. Teve de falar sobre as verdades que, à noite, chamaria de “falsidades e mentiras”.

 

Disse que não levou Erenice Guerra para o governo por amizade. Converteu-a em braço direito porque a conhecera na equipe de transição do governo, em 2003.

 

“Era do setor elétrico, advogada competente da área". Instada a comentar a predileção de Erenice pelos familiares, Dilma tomou distância:

 

"Não sou a favor da indicação de parentes, nem sou a favor da indicação por critérios de amizade”.

 

Acha correto demitir a parentela? “Se houve indicação por parentesco e critério de amizade, sim, sou a favor”.

 

Noutro trecho da entrevista, Dilma defendeu Erenice. Repisou a pregação de que é preciso aguardar a apuração dos malfeitos para verificar se ela é culpada.

 

Evocou o caso da quebra de sigilos fiscais da Receita. Disse que, durante três meses, a oposição de ser responsável pelos vazamentos.

 

"Agora aparece uma moça que mostra, e a investigação confirma isso, pra quem vendia e por quanto vendia. Eu pergunto: quem é que paga o meu prejuízo político?"

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h36

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Datafolha aponta para reta final de ânimos exaltados

O vídeo acima, levado à web pelo PSDB, oferece uma ideia do ânimo com que a oposição ingressa na reta final da sucessão.

 

Na peça, encomendada ao marqueteiro Adriano Gehres, o partido de José Serra associa Dilma Rousseff aos “radicais” do PT, retratados como cães rottweiler.

 

A novidade chega junto com a última pesquisa Datafolha. Revela que, em uma semana, a vantagem de Dilma sobre os rivais caiu cinco pontos –de 12 para 7.

 

Deve-se a erosão ao ‘Erenicegate’. Nos próximos dias, Serra e o PSDB vão subir ainda mais o tom. Lula não deve ficar quieto.

 

A nova pesquisa não chegou a tisnar o favoritismo de Dilma. Ela escorregou de 51% para 49%. Serra foi de 27 para 28%. Marina Silva subiu de 11% para 13%.

 

Juntando-se a Serra e Marina os nanicos (1%), os adversários de Dilma foram, juntos, de 39% para 42%.

 

Considerando-se apenas os votos válidos, Dilma caiu de 57% para 54%. Ainda dispõe de votos para liquidar a fatura no primeiro turno.

 

Porém, a movimentação dos dados reacendeu na oposição, a 11 dias da eleição, a esperança do segundo turno.

 

O Datafolha demonstra que o caso Erenice roubou votos de Dilma. Vai piorar? Resta aguardar pela próxima pesquisa, a ser divulgada na semana que vem.

 

Só então será possível saber se os náufragos terão no escândalo um tronco salva-vidas ou um graveto seco.

 

Ainda que consiga flutuar, Serra permanecerá com água pelo nariz. Num eventual segundo turno, informa o Datafolha, Dilma prevaleceria sobre ele: 55% a 38%.

 

Resta a Serra empinar Erenice. A pesquisa mostra que 52% dos eleitores tomaram conhecimento da demissão da ministra.

 

Apenas 13% se consideram bem informados. A despeito disso, 47% dizem acreditar que houve mesmo tráfico de influência ao redor de Erenice.

 

A repercussão é maior em dois nichos minoritários do eleitorado. Entre os de maior renda, Dilma caiu 10 pontos. Entre os que tem curso superior, caiu 4 pontos.

 

A questão agora é saber se vai ficar nisso.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h25

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Ficha Limpa: STF adia decisão após debate acalorado

Um pedido de vista do ministro Dias Tóffoli adiou o julgamento da lei da Ficha Limpa no STF. Tóffoli prometeu devolver o processo ao plenário nesta quinta (23).

 

Chegou-se ao adiamento em meio a um debate que eletrificou o plenário do Supremo. Deu-se depois da manifestação do ministro Carlos Ayres Britto.

 

Relator do processo, que envolve um recurso de Joaquim Roriz (PSC), Ayres Britto posicionou-se a favor da vigência imediata da nova lei.

 

Súbito, Cezar Peluso, presidente do STF, foi ao microfone para levantar uma questão que não havia sido suscitada nem pelos advogados de Roriz.

 

Para Peluso, a lei da Ficha Limpa deve ser fulminada por um vício de origem. Ele evocou uma emenda do senador Francisco Dornelles (PP-RJ).

 

Por essa emenda, alterou-se o tempo verbal do projeto. Originalmente, previa-se que a exigência de ficha limpa alcançaria os candidatos que “tenham sido condenados”.

 

Com a emenda Dornelles, anotou-se no texto que seriam inelegíveis os candidatos que “forem condenados”.

 

O Senado atribuiu à alteração status de mero ajuste redacional. Algo que não teve o condão de modificar a essência do texto que havia sido aprovado na Câmara.

 

Peluso pensa de outro modo. Acha que houve alteração de mérito. Em consequência, o projeto teria de ser votado novamente na Câmara.

 

A ausência dessa segunda votação dos deputados converteu a Ficha Limpa, no dizer de Peluso, num “arremedo de lei”.

 

O presidente do Supremo atribui à lei o vício da “inconstitucionalidade formal”. Em português claro: a lei deveria ser mandada à lata de lixo.

 

As palavras de Peluso atearam fogo no plenário. Ricardo Lewandowski disse que o STF não poderia se manifestar sobre uma questão que não consta dos autos.

 

Carmén Lucia também estranhou. Peluso contraditou. Lembrou que o tribunal já procedera desse modo em outros julgamentos. 

 

Em tom jocoso, Ayres Britto recorreu a uma metáfora olímpica. Disse que Peluso tenta injetar no processo um "salto triplo carpado hermenêutico".

 

Peluso não se deu por achado. Afirmou que, a expressão de Ayres Britto tem valor apenas “publicitário”, não jurídico.

 

Em manifestações cruzadas, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello soaram como se dessem razão a Peluso.

 

Dias Tófoli seria o segundo ministro a proferir o voto. Foi ao microfone num instante em que o alarido permanecia aceso.

 

Queixou-se: “Vou ser obrigado a pedir vista, porque não estou conseguindo o direito à palavra”.

 

Antes que proliferasse a ideia de que a deliberação ficaria para depois das eleições, Tóffoli aditou: “Trago o processo amanhã”.

 

Assim, a platéia foi condenada a um suspense de mais 24 horas. Ficou no ar a impressão de que a Ficha Limpa subiu no telhado.

 

Na hipótese de se confirmar o revés, restará ao eleitor fazer justiça com os próprios dedos, na urna eletrônica.

 

O diabo é que, considerando-se o histórico de erros, o eleitorado brasileiro não é propriamente um sujeito confiável.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h21

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Sem provas, Serra diz que pane no metro é ‘eleitoral’

  Folha
José Serra comentou nesta quarta (22) um incidente que infelicitou, na véspera, os usuários de metrô na cidade de São Paulo.

 

A Linha3 Vermelha do metrô paulistano foi paralisada por cerca de três horas, provocando o caos.

 

Pois bem. Ouça-se o que disse Serra: "Isso me parece, eu não tenho provas...”

 

“...Mas me parece algo provocado. Porque, nessas vésperas de eleição, os acidentes estão se multiplicando".

 

Embora reconheça não dispor de “provas”, Serra prosseguiu, em timbre peremptório: "Eu não tenho dúvidas que há interesses eleitorais por trás".

 

Ao que se sabe até agora, o metrô parou porque um usuário acomodou uma blusa na porta automática de uma das composições.

 

Abriu-se uma sindicância para apurar o ocorrido. Nas pegadas da encrenca, Soninha Francini, aliada de Serra, já havia levantado a hipótese de sabotagem.

 

Coordenadora da campanha tucana na internet, Soninha manifestou-se por meio de uma nota pendurada no twitter. Virou motivo de chacota na web.

 

Um observador incauto poderia dizer que, ao ecoar Soninha, Serra revela um certo desespero. Bobagem.

 

Só pode ficar desesperado alguém que espera. Submetido a pesquisas que atribuem à eleição a aparência de jogo jogado, Serra talvez já não espere nada.

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h53

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PF indicia falso procurador que violou IR de Verônica

  Folha
Antonio Carlos Atella foi indiciado pela PF, nesta quarta (22), pela prática de dois crimes: uso de documento falso e quebra de sigilo fiscal.

 

Como se recorda, Antonio Carlos é aquele sujeito que retirou as declarações de IR de Verônica Serra (foto) na agência da Receita em Santo André (SP).

 

O indiciamento ocorreu depois de uma acareação. O falso procurador foi posto, frente a frente, com o despachante Ademir Estevam Cabral.

 

Antonio Carlos dissera ter recebido de Ademir a falsa procuração que usou para apalpar os dados fiscais sigilosos da filha de José Serra.

 

Terminado o tête-à-tête, a PF indiciou também Ademir. De novo: uso de documento falso e quebra de sigilo fiscal.

 

O grande mistério do inquérito permanece obscuro. Resta esclarecer quem encomendou os dados fiscais da filha do presidenciável tucano.

 

Serra acusou o comitê de Dilma Rousseff de fazer a encomenda. Sentindo-se injuriado e difamado, o PT levou o rival às barras dos tribunais.

 

O eleitor vai às urnas, em 3 de outubro, sem que o enigma tenha sido decifrado. Pena.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h30

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Erenice nomeou até filha do presidente dos Correios

Em torno de Erenice Guerra, sua parentela deu à Casa Civil aquela aparência familiar de uma pia entulhada de louça suja depois das refeições.

 

Nesta quarta (22), descobriu-se uma peça desconhecida. Chama-se Paula. Sob Erenice, ganhou emprego na Presidência.

 

Paula é filha de David José de Matos, a quem Erenice dera o “emprego” de presidente dos Correios.

 

O processo de seleção de mão-de-obra utilizado por Erenice revelou-se inusitado. É Paula quem conta:

 

"Erenice sempre foi amiga do meu pai, conheço ela desde que era criança. Ela me perguntou se eu tinha interesse em trabalhar na Casa Civil por um período curto".

 

Paula revelou também: o convite da então ministra foi feito em recinto insólito –uma academia de ginástica.

 

Plantada na folha custeada pelo contribuinte em 25 de junho, Paula foi exonerada agora, “a pedido”.

 

Por quê? "O combinado era eu ficar até outubro, estou terminando o mestrado e achei que a experiência poderia ser interessante...”

 

“...Mas, como meu pai é uma pessoa pública, vi que poderia criar alguma confusão e decidi sair".

 

Como se vê, por mais absurda que pareça a situação, ela sempre pode se tornar mais escandalosa.

 

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Escrito por Josias de Souza às 14h21

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Vídeo traz indícios de novo ‘mensalão’, agora no MS

O vídeo acima, levado ao Youtube nesta terça (21), aponta para a existência de um novo mensalão, dessa vez no Mato Grosso do Sul. A peça foi gravada em 12 de junho pelo secretário de Governo do município de Dourados, Eleandro Passaia.

 

Ele usou uma câmera escondida. Em primeiro plano, aparece nas imagens o deputado estadual Ary Rigo (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

 

Sem saber que estava sendo filmado, o tucano Rigo discorre sobre um esquema de rateio de verbas. Conta que parte do dinheiro repassado pelo governo estadual para o custeio do legislativo era “devolvido” ao governador André Puccinelli (PMDB).

 

Há mais: repassava dinheiro também para deputados. Há pior: em troca de proteção, distribuía mesadas a autoridades do Judiciário e do Ministério Público do Estado. A certa altura, o deputado tucano reclama de uma mudança que fez minguar o caixa disponível para a partilha.

 

“Pra você ter ideia, nós devolvíamos R$ 2 milhões em dinheiro pro André [Puccinelli], R$ 900 [mil] nós dávamos pros desembargadores do Tribunal de Jutiça e R$ 300 [mil] pro Ministério Público. Cortou tudo. Nós vamos devolver R$ 6 milhões pro governo”.

 

O aumento da “devolução” fez minguar o montante supostamente destinado ao mensalão. Ouça-se Ary Rigo: “Lá na Assembléia, nenhum deputado ganhava menos de R$ 120 mil. Agora, os deputados vão ter que se contentar com R$ 42 [mil]”.

 

Há na Assembléia de Mato Grosso do Sul 24 deputados, dos quais 20 integram a bancada que dá suporte à gestão de Puccinelli. Em notícia veiculada na edição da Folha desta quarta (22), os repórteres Sílvia Frias e Graciliano Rocha contam o seguinte:

 

1.  Eleandro Passaia, o secretário de Dourados que gravou, na surdina, o deputado Ary Rigo, agia sob orientação da Polícia Federal.

 

2. O vídeo exposto lá no alto é apenas um pedaço da cinemateca. Além de reuniões com políticos, gravou-se o pagamento de propina ao prefeito de Dourados.

 

3. O prefeito se chama Ari Artuzi. Antes das investigações, estava filiado ao PDT. Foi expulso.

 

4. As fitas do secretário Passaia deram origem à Operação Uragano. Foram presos, em 1º de setembro, o prefeito, secretários e vereadores de Dourados.

 

Repare que, no início da gravação lá do alto, Rigo menciona uma reunião que manteve com um assessor de um certo “Londres”.

 

Vem a ser o deputado estadual Londres Machado (PR), ex-presidente da Assembléia. Rigo conta que também participou do encontro um personagem chamado “Claudionor”. Seria o desembargador Claudionor Abss Duarte, do Tribunal de Justiça do Estado.

 

Pois bem. Ary Rigo relata que, durante a reunião, foi informado, pelo telefone, sobre um “zumzum” de que “o Artuzi vai ser preso”. Referia-se a Ari Artuzi, o prefeito de Dourados. Seria detido em junho, antes da deflagração da operação da PF.

 

“Há meia hora atrás ia [ser preso], agora não vai mais”, diz o deputado Rigo no vídeo. Ele repete que o desembargador Claudionor tomava parte da reunião.

 

Noutro trecho da conversa, Ary Rigo queixa-se do prefeito Artuzi, que não lhe seria grato pelo esforço que empreendera para socorrê-lo.

 

“O André [Puccinelli] tá puto com ele. Sabe por quê? Por que ele dizia que eu e o André queríamos foder ele, quando nós tiramos ele da cadeia pô. Ah, para com isso pô. Você dá R$ 300 mil por mês no Ministério Público, seguramos tudo. [...] E ele dizendo que eu e o André estávamos fodendo ele. Você acha que é fácil?”

 

Ouvido sobre a encrenca, nesta terça (21), o governador Puccinelli, que concorre à reeleição, deu de ombros: "Não vi [o vídeo] nem estou preocupado. Pergunte para o Rigo".

 

Ary Rigo, o deputado que foi gravado sem saber, falou por meio do advogado, Carlos Marques. Disse que a distribuição de verbas mencionada por seu cliente na conversa de junho não se refere a propina. Seriam repasses institucionais da Assembléia.

 

"Eles, da Assembléia, estão economizando e repassando para o governo. Os repasses eram institucionais", disse o advogado.

 

E quanto à mesada dos deputados? "Ele se referiu a quanto custa o gabinete do deputado, salário, verbas de gabinete, verba indenizatória. Ele não sacava o dinheiro e dava. Não existe isso".

 

Em nota, o Tribunal de Justiça afirmou que os repasses recebidos do governo do Estado são previstos em lei, contabilizados e publicados no ‘Diário da Justiça’ e no Portal da Transparência da instituição.


No texto, assinado pelo desembargador Paulo Alfeu Puccinelli, o tribunal informa qie "interpelará judicialmente o denunciante, para que a verdade seja esclarecida com transparência e rapidez".

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h05

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As manchetes desta quarta

 

- Globo: Após lotear Correios, governo corre contra apagão postal

 

- Folha: Falha para metrô, provoca pânico e prejudica 150 mil

 

- Estadão: TV de Lula contrata empresa que emprega filho de Franklin

 

- JB: TV Bandeirantes sob risco de falência

 

- Correio: Aumento garantido só para servidor da União

 

- Valor: Autuações fiscais causam polêmica

 

- Estado de Minas: Anastasia abre sete pontos sobre Hélio

 

- Jornal do Commercio: Apreensão gigante de remédios irregulares

 

- Zero Hora: 30% das candidatas só completam lista e não fazem campanha

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h30

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A Opinião Pública sou Eu!

Benett

- Via Gazeta do Povo. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h55

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Aprovada por 85%, a ‘Ficha Limpa’ vai a voto no STF

  Folha
Dividido, o STF abre na sessão vespertina desta quarta (22) o julgamento que vai decidir se a lei da Ficha Limpa pode ser aplicada nas eleições de 2010.

 

Será julgado um caso específico, que envolve Joaquim Roriz (PSC), candidato ao governo do Distrito Federal. Porém...

 

Porém, a decisão terá o peso de um veredicto do Supremo, aplicável a todos os processos em que a nova lei é questionada.

 

Nesta terça (21), véspera da reunião do STF, veio à luz pesquisa que dá uma ideia do tamanho da frustração que um eventual revés provocaria.

 

Contratado pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), o Ibope aferiu a opinião dos eleitores brasileiros sobre a Ficha Limpa.

 

Verificou-se que nada menos que 85% dos entrevistados apoiam a lei que condiciona as candidaturas à exibição de prontuários higienizados.

 

Apenas 3% dos eleitores brasileiros declararam-se contrários à novidade. Outros 9% disseram desconhecer a lei. E 3% se abstiveram de responder.

 

É contra esse pano de fundo que os ministros do STF irão se posicionar sobre as dúvidas técnicas que ameaçam a vigência da lei.

 

Não se discute a constitucionalidade da Ficha Limpa, sancionada em junho. A dúvida é se as novas regras valem para já ou só para as futuras eleições.

 

Os advogados de Roriz suscitaram na petição protocolada no STF questionamentos que são comuns a todos os outros processos.

 

Roriz teve o registro da candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral por ter renunciado ao mandato de senador em 2007, para fugir à cassação.

 

Seus defensores invocam, entre outras coisas, os princípios da “anualidade” e da “irretroabilidade” das leis.

 

Pelo primeiro, mudanças na legislação eleitoral só poderiam entrar em vigor um ano depois de promulgadas.

 

Pelo segundo, uma lei nova não poderia retroagir no tempo senão para beneficiar o acusado. Assim, Roriz não poderia ser punido por um ato praticado em 2007.

 

Ao confirmar o indeferimento do registro de Roriz, o TSE derrubou as alegações contrárias à vigência imediata da lei da Ficha Limpa.

 

Em parecer encaminhado ao STF, também o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, posicionou-se a favor da lei.

 

Mas os princípios que a defesa de Roriz esgrime estão inscritos na Constituição. E, sempre que há questões constitucionais em jogo, a palavra final é do STF.

 

Nem os mais entendidos arriscam um palpite sobre o placar. O relator do processo é o ministro Carlos Ayres Britto.

 

Em despacho no qual negou a Roriz um pedido de liminar, Ayres Britto sinalizou posição favorável à aplicação da lei já em 2010.

 

Estima-se que será acompanhado por três colegas. Outros quatro tendem a abraçar a tese de que a lei só vale para os pleitos futuros.

 

De resto, são tidos como imprevisíveis os votos de dois ministros: Cezar Peluso, presidente do STF, e Ellen Gracie.

 

Um pedido de vista poderia adiar a deliberação do tribunal. Mas, a 11 dias da eleição, o mais provável é que o STF decida mesmo nesta quarta.  

 

- Serviço: Aqui, a íntegra do relatório da pesquisa do Ibope. Não se resume à Ficha Limpa. Traça um perfil do eleitor brasileiro. Vale a leitura.  

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h23

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Mínimo de Serra custaria ‘R$ 17,7 bi’ a mais por ano

Alex Almeida

 

Um auxiliar do ministro Paulo Bernardo (Planejamento) foi à calculadora para estimar o custo do salário mínimo turbinado que José ‘Ex-fiscalista’ Serra trombeteia.

 

Comparou os R$ 600 prometidos pelo tucano neopopulista ao mínimo de R$ 538,15 que o governo do ex-operário Lula estimou para 2011, primeiro ano da nova gestão.

 

Tomou por base um dado oficial: cada real adicionado ao mínimo corresponde a um impacto nas contas públicas de R$ 286,4 milhões.

 

Feitas as contas, verificou que os R$ 61,85 que separam o mínimo de Serra do de Lula, custarão ao Tesouro R$ 17,1 bilhões por ano.

 

O repórter perguntou: Dá pra pagar? E o técnico: “Repare que o Serra promete R$ 600 para 2011, mas silencia sobre 2012 e 2013...”

 

“...Sem reajustes nos anos seguintes, é possível pagar. A questão é: depois de aberta a porteira, quem vai conseguir fechar?”

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h17

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A 2ª queda de Erenice: foram-se cargos em estatais

 

Nesta terça (21), Erenice Guerra fez por pressão o que não fizera por obrigação. Entregou os cargos que detinha em empresas estatais.

 

Renunciou aos assentos de conselheira do BNDES (R$ 5,1 mil mensais) e da Eletrobras (R$ 3,8 mil) –R$ 106,8 mil anuais.

 

Erenice já havia perdido a cadeira de ministra. Mas fingia-se de morta nas poltronas dos conselhos.

 

Pendurada de novo nas manchetes, bateu em retirada. Se não saísse, seria, por assim dizer, saída.

 

O Planalto já havia decidido expurgá-la também das estatais. Recebe tratamento diverso do dispensado a Silas Rondeau.

 

Alcançado pela Operação Navalha, Rondeau perdeu, em 2007, o assento de ministro de Minas e Energia em 2007. Mas é, até hoje, conselheiro da Petrobras.

 

Rondeau tem atrás de si o suporte político do padrinho, José Sarney. Erenice tornou-se órfã em sua desgraça.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h47

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Lula volta a praticar o ‘esporte’ predileto: Tiro à mídia

Ricardo Stuckert/PR

 

Lula inaugurou nesta terça (21), em Porto Nacional (TO), um trecho da ferrovia Norte-Sul.

 

Ao discursar, o presidente dedicou-se à prática de um de seus esportes preferidos, o tiro à imprensa.

 

Para Lula, a mídia o trata com “ódio”. Fenômeno antigo, segundo ele. "Já fui vítima do que está acontecendo hoje”.

 

Na sexta e no sábado, num par de comícios, o patrono de Dilma Rousseff dissera que jornais e revistas viraram “partidos políticos”. Prometera derrotá-los.

 

No discurso desta terça, repisou a pregação contra aqueles que chama de "formadores de opinião":

 

“O povo de 2010 não é mais massa de manobra, como era 30 anos atrás. Não tem mais essa de que se deu na TV é verdade...”

 

“...O povo sabe quando é mentira. Tem, às vezes, má fé. Quando falam mal de mim e eu estou errado, dou a mão à palmatória...”

 

“...Eles ficam torcendo contra o Lula. Esse peão não pode dar certo. Torceram a vida inteira".

 

Para não soar antidemocrático, disse que a liberdade de imprensa é "sagrada". O que não pode é jornalista "inventar coisas".

 

Não disse palavra sobre Erenice Guerra e Cia.. Nada sobre as quatro autoridades afastadas nas pegadas das “invenções” que envolvem a Casa Civil.

 

Para sorte de Lula, além dos repórteres que o vêem com “ódio”, havia em Porto Nacional um personagem que o ama: José Sarney.

 

O aliado cuidou de afagá-lo. Disse que Lula, mercê dos êxitos do governo, inscreve seu nome “no altar dos maiores brasileiros de todos os tempos”.

 

Dias atrás, o grupo de Sarney constrangera o presidente. Apoiados por Lula, políticos amapaenses ligados a Sarney foram recolhidos ao cárcere pela PF.

 

Mas essa é outra história. O amor de Sarney, com amor Lula paga. O resto não importa.

 

O signatário do blog, por odioso, é tentado a concluir que, em política, o amor não é coisa para amadores. 

 

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Escrito por Josias de Souza às 20h44

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PTXSerra: promotor pede inquérito à Justiça Eleitoral

 

Silvio Hiroshi Oyama, promotor da 259ª Zona Eleitoral de São Paulo, pediu à Justiça Eleitoral a instauração de inquérito em ação movida pelo PT contra José Serra.

 

Na origem do despacho do promotor está uma petição de José Eduardo Dutra, presidente do PT.

 

Ele requereu providências contra declarações de Serra. O rival de Dilma Rousseff atribuíra ao PT a quebra do sigilo fiscal do grão-tucano Eduardo Jorge.

 

Serra dissera que "o pessoal do PT faz espionagem". Acusara a legenda de recorrer ao "jogo sujo" e à "chantagem".

 

Silvio Hiroshi apressou-se em explicar que a requisição de abertura de inquérito não embute juízo de valor.

 

"O pedido não tem nenhuma formação de convicção negativa ou positiva sobre a atitude de Serra", disse.

 

Como o PT juntou em sua petição apenas notícias de jornal, haveria a necessidade de colher o depoimento de Serra.

 

Caberá à Justiça Eleitoral decidir, primeiro, se abre ou não o inquérito. Depois, se Serra deve ou não ser chamado a depor.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h22

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Dilma: ‘Não respondo pelo que faz o filho de alguém’

Divulgação

 

Dilma Rouseff foi exibida em entrevista matinal na TV Globo. Um pedaço da conversa foi dedicado ao ‘Erenicegate’.

 

Perguntou-se a Dilma se, depois da demissão de quatro autoridades e da exposição da parentela de Erenice Guerra, ainda considera que o caso é mero "factóide.

 

E ela: “A primeira denúncia dizia respeito ao filho da pessoa. Então, eu não posso ser responsabilizada pelo que faz o filho ou o parente de alguém”.

 

Lorota. Já no nascedouro, a encrenca fora apresentada como de tráfico de influência do filho, Israel Guerra, com o aval da mãe, Erenice Guerra.

 

Recordou-se a Dilma que ela trabalhou sete anos com Erenice, seu braço direito. Não notou nenhuma irregularidade? E a candidata:

 

“Eu, até hoje, nunca vi nenhuma prova e nenhuma ação inidônea da ex-ministra Erenice...”

 

“...Isso não significa que, havendo denúncias, elas não tenham que ser apuradas. E eu acredito que ninguém está acima das suspeitas...”

 

“...Acho que tudo tem que ser apurado. Agora, eu não tenho, até hoje, nenhum conhecimento de um ato inidôneo da Erenice”.

 

Nesse ponto, Dilma foi como que confrontada com uma contradição. A despeito da alegada falta de comprovação, demitiram-se quatro.

 

Insistiu-se: Nunca reparou nada? “Olha, eu não”, Dilma declarou. “Eu posso dizer, sim, com absoluta franqueza, eu nunca aceitei nem nomeação de parentes nem nomeação por critérios de amizade”.

 

Sobreveio a pergunta óbvia: Se nunca aceitou, por que aconteceu? E Dilma, dissociando-se de Erenice:

 

“Eu não tenho como responder por ela. Agora, acho que, até onde eu a conheci, ela era uma pessoa bastante idônea”.

 

Mais adiante, Dilma repisou: “[...] Resta ser provado que ela tem responsabilidades. É muito perigoso a gente ficar condenando as pessoas sem ter provas”.

 

Lero vai, lero vem enfatizou-se que Israel, o filho lobista de Erenice, admitira o recebimento de pelo menos R$ 120 mil por "serviços" prestados nas franjas do governo.

 

“Se ele admitiu que recebeu e se acha que aquilo é indevido, ele é culpado. Então, ele vai pagar por isso...”

 

“...Agora, daí a fazer qualquer relação com a minha campanha é que são outras... Quer dizer, são outros quinhentos. Porque a minha campanha não está envolvida com essa história”.

 

Ficou entendido o seguinte: a supergestora, vendida como “mãe” de todos os êxitos do governo, acha que não tem nada a ver com Erenice, uma de suas “obras”.

 

O marido, o irmão, os filhos e o sócio do filho de Erenice? Dilma também não se acha responsável pelo que “faz o filho ou o parente de alguém”. Ainda que esse "alguém" seja cria dela.

 

Na campanha, Dilma refere-se à gestão Lula como “nosso governo”. Leva à propaganda os principais programas da era petista. Apropria-se deles. Porém...

 

Porém, quando estouram malfeitos na sua Casa Civil, Dilma diz que a relação com a campanha “são outros quinhentos”.

 

Ela aperta o botão do automático –“Nada a ver”— desvia o nariz do monturo e segue em frente. Assim fica fácil!

 

- Serviço: Aqui, a ínetgra da entrevista.

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Escrito por Josias de Souza às 18h39

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Falha paralisa metro de SP por 2h e inferniza usuário

- Leia sobre a encrenca aqui, aqui, aqui e aqui. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 16h48

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Déficit em conta corrente vai a US$ 60 bi, estima BC

  Antônio Gaudério/Folha
Em 2011, o déficit em transações correntes atingirá a casa dos US$ 60 bilhões. Maior do que os US$ 49 bilhões previstos para 2010.

 

Em relação ao PIB, o déficit vai de 2,49% neste ano para 2,78% no ano que vem. São dados do Banco Central. Vieram à luz nesta terça.

 

Divulgou-os o Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC. "O cescimento do déficit é gradual, não é explosivo", disse ele.

 

Em termos nominais, o buraco de US$ 60 bilhões é recorde. Porém, Altamir lembrou que, como proporção do PIB, a cifra é inferior a outras já anotadas no passado.

 

Segundo ele, o Brasil já amargou déficits em conta corrente de até 6% do PIB. Seja como for, as cifras vão à mesa do próximo presidente com a cara de problema.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h55

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PT mobiliza o aparato sindical e faz ato anti-imprensa

Angeli

 

Iniciada por José ‘Abuso do Direito de Informar’ Dirceu e ecoada por Lula ‘Mídia Partidária’ da Silva, a rusga do PT com a imprensa ganhou ares de guerra.

 

O partido de Dilma Rousseff levou à sua página na web a convocação de um ato de protesto contra o que chamou de “golpismo midiático”.

 

Será nesta quinta (23), às 19 horas, num palco inusitado: o auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, filiado à CUT.

 

A convocatória informa que a pajelança foi organizada “em defesa da democracia” e contra “a baixaria nas eleições”. Anuncia-se a presença de:

 

1. Dirigentes de quatro centrais sindicais: além da CUT, Força Sindical, CTB e CGTB.

2. Representantes da União Nacional dos Estudantes.

3. Lideranças de quatro partidos políticos: PT, PCdoB, PSB e PDT.

4. Blogueiros progressistas.

 

O evento é apresentado como reação à “ofensiva dos setores da direita e da mídia conservadora”, marcada por "uma onda de baixarias, de denúncias sem provas [...].”

 

O texto não menciona as logomarcas “golpistas” nem esmiúça as notícias infundadas. Não há de ser o “Erenicegate”.

 

Qualificado de “factóide” no nascedouro, o caso já levou ao olho da rua quatro autoridades, incluindo a chefe da Casa Civil, ex-braço direito de Dilma Rousseff.

 

Diz o documento que a “velha mídia” tornou-se “autêntico partido político conservador” e desenvolve uma “ofensiva antidemocrática”.

 

Acrescenta: “A onda de baixarias, que visa forçar a ida de José Serra ao segundo turno, tende a crescer nos últimos dias da campanha”.

 

Como assim? “Os boatos que circulam nas redações e nos bastidores das campanhas são preocupantes. E indicam que o jogo sujo vai ganhar ainda mais peso”.

 

Daí o “ato em defesa da democracia”. Beleza. Decerto os organizadores do movimento farão discursos veementes em fovor do democrático direito à liberdade de imprensa.

 

Dilma haverá de brandir da tribuna provas irrefutáveis contra as aleivosias inventadas pela “velha mídia” pró-Serra. Restará provado que a Casa Civil foi varrida por um tsunami de probidade.  

 

A coisa promete!

 

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Escrito por Josias de Souza às 07h40

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Serra promete agora criar o 13º para o Bolsa Família

Arnaldo Carvalho/JC Imagem/UOL

 

José Serra acrescentou um item novo à pauta de promessas populistas que empunha nos últimos dias.

 

"Eu vou criar o 13º Bolsa Família. Se todo mundo tem, se assalariado tem, se aposentado tem, por que quem recebe Bolsa Família não pode ter?"

 

As palavras de Serra soaram num debate presidencial promovido na noite passada pelo SBT, em parceria com o Jornal do Commercio.

 

A coisa aconteceu na capital pernambucana, Recife. Por quê? Desejava-se priorizar a discussão de temas caros ao Nordeste.

 

Dilma Rousseff não deu as caras. Alegou incompatibilidade de agenda.

 

Como não se dignou a informar o compromisso que a impediu de comparecer, deixou a impressão de que considerou o debate desnecessário.

 

É da região Nordeste que Dilma extrai o grosso dos votos que lhe dão o favoritismo nas pesquisas.

 

Nesse pedaço do mapa brasileiro, 22% dos eleitores são clientes do Bolsa Família. Daí o aceno de José 'Nopopulista' Serra

 

Coube a Marina Silva dar à promessa de Serra o nome compatível. Chamou o 13% do Bolsa Família de “eleitoreiro”.

 

De fato, Serra fez picadinho do discurso do PSDB. O tucanato costumava enxergar o Bolsa Família como programa assistencialista.

 

Alegava-se que falta ao programa uma “porta de saída”. Serra conferiu ao emergencial ares de salário fixo. E a preocupação com a saída sumiu.

 

Alheio ao “eleitoreiro” de Marina, Serra repisou as outras promessas de sua pauta “popular”: o salário mínimo de R$ 600 e a elevação das aposentadorias em 10%.

 

Como que decidido a adular o nordestino, personagem que lança sobre ele o olhar desconfiado das pesquisas mixurucas, Serra foi além.

 

Disse que, chegando ao Planalto, vai criar uma repartição nova. Batizou-a de Secretaria para o Semi-Árido. Cuidaria do combate à seca.

 

É coisa tão necessária ao país quanto um pente seria para Serra. No papel, já existe a Sudene, carbonizada pelo histórico de corrupção.

 

Serra, aliás, já dissera em manifestações anteriores que, como presidente, dirigiria a Sudene pessoalmente. Há, de resto, o Banco do Nordeste.

 

Plínio de Arruda Sampaio exibiu no evento nordestino a mesma mordacidade que desfiara em debates anteriores.

 

A certa altura, lançou um facho de luz sobre aliados incômodos dos adversários mais bem postos nas sondagens eleitorais.

 

Grudou em Dilma Fernando Collor, José Sarney e Renan Calheiros. Em Serra, colou Marco Maciel. E uniu Marina a Zequinha, o filho verde de Sarney.

 

“Esses são todos coronéis e são responsáveis pelo atraso do Nordeste”, disse o presidenciável do PSOL.

 

Serra recordou que Plínio traz na biografia uma passagem pela assessoria de Carvalho Pinto, governador de São Paulo entre 1959 e 1963.

 

Disse que, tomado pela ideologia, Carvalho Pinto era um político “muito, mas muito mais conservador que Marco Maciel”.

 

Plínio ruminou o contraataque até o final do debate. Só no último bloco responderia a Serra, seu conhecido da época do combate à ditadura:

 

“Eu fui da direita para a esquerda. Eu, que contribuí para você, menino da UNE, virar um menino da esquerda coerente. Mas você virou isso aí, da direita. Não ensinei direito”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 05h02

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Erenice continua dependurada na folha das estatais

  Sérgio Lima/Folha
Afastada da chefia da Casa Civil, Erenice Guerra ainda pende da folha de salários de empresas estatais.

 

A ex-protegida de Dilma Rousseff ainda integra os conselhos de administração da Eletrobras e do BNDES.

 

No primeiro, participa de uma reunião a cada três meses. No segundo, as reuniões são mensais.

 

Somadas, as duas sinecuras rendem a Erenice algo como R$ 108 mil por ano. O caso é original.

 

Apadrinhado de José Sarney, Silas Rondeau teve o cargo de ministro de Minas e Energia passado na lâmina da Operação Navalha, em 2007.

 

Como Erenice, Silas rodou em meio a denúncias de malfeitos. A despeito disso, permanece até hoje no conselho de administração da Petrobras.

 

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Escrito por Josias de Souza às 03h47

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As manchetes desta terça

 

- Globo: Em defesa de Erenice - Dilma: 'Ninguém sabe tudo o que acontece na família'

 

- Folha: USP vai reavaliar currículos e pode eliminar cursos

 

- Estadão: Lula chama Paulo Bernardo para conter crise nos Correios

 

- JB: Tráfico volta a favela com milícia enfraquecida

 

- Correio: Crime da 113 Sul

 

- Valor: Governo quer usar ITR para regular mercado de terras

 

- Estado de Minas: Dólar barato turbina a venda de pacotes de fim de ano em Minas

 

- Jornal do Commercio: Confronto de ideias

 

- Zero Hora: Quatro meses depois: Planalto começa a liberar verbas contra o crack

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h34

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Salto 'agulhama'!

Nani

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Escrito por Josias de Souza às 23h52

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Contra o ‘veneno’ de Lula, Aécio usa o ‘antídoto’ Ciro

  Divulgação
O telespectador de Minas Gerais foi submetido a uma novidade na noite desta segunda (20).

 

Ciro Gomes (PSB) levou o rosto à propaganda de Antonio Anastasia (PSDB), candidato de Aécio Neves ao governo mineiro.

 

Deu-se 72 horas depois de Lula ter fustigado Aécio num comício realizado em Juiz de Fora (MG).

 

Aécio esgrime um discurso bairrista. Sem citar o pernambucano Lula, costuma dizer: “Quem decide a eleição em Minas é o mineiro”.

 

No palanque de três dias atrás, Lula dissera que certas pessoas gostariam que ele “não existisse”. E tratam Minas como seu “quintal”.

 

Insinuara que Aécio “tem vergonha” de José Serra. E pedira votos, com "orgulho", para Dilma Rousseff e Hélio Costa (PMDB), o rival de Anastasia.

 

Pois bem. Foi sobre esse pano de fundo impregnado de veneno que Ciro apareceu no programa de Anastasia.

 

Recobriu Aécio e o pupilo dele de elogios. E, antes que a platéia pudesse tomar o lero-lero como incoerência dos anfitriões, o forasteiro emendou:

 

"Se você acha que depois de dizer tudo isso eu iria me aventurar a pedir para que você vote em Anastasia para governador, nada disso. Como amigo de Minas...

 

“...Eu sei muito bem que o mineiro sabe ouvir as pessoas que gostam de Minas e não são daqui. Mas na hora de decidir as questões de Minas, elas são resolvidas em Minas..."

 

"...Eu sei que, no voto dos mineiros, o que manda é a vontade dos mineiros, o que faz só faz aumentar o meu respeito e a minha admiração por Minas Gerais".

 

Além de converter Ciro em antídoto contra a "interferência" de Lula, Aécio serviu-se do prestígio que desfruta junto aos prefeitos mineiros.

 

No domingo (19), nas pegadas dos ataques de Juiz de Fora, prefeitos de legendas pró-Lula divulgaram um manifesto.

 

No texto, declararam-se decepcionados com as críticas de Lula ao governo tucano de Minas. E informam que a dupla Aécio-Anastasia os trata de forma “republicana”.

 

Pluripartidária, a peça traz inclusive os jamegões de 14 prefeitos do PT e 33 do PMDB. Nesta segunda (20), a "prefeitada" foi levada a Anastasia.

 

Em cerimônia eleitoral realizada na sede do governo mineiro, cerca 50 prefeitos como que desagravaram o candidato de Aécio.

 

PT e PMDB ameaçaram expulsar os seus silvérios. Nenhum deles, porém, retirou a assinatura do manifesto.

 

Dois dos 14 petistas signatários do texto participaram da pajelança tucana. Dos 33 rebelados do PMDB, 18 foram cortejar Anastasia.

 

A julgar pelas pesquisas, a trilha mineira esboçada por Aécio, uma linha reta em que os ziguezagues conduzem ao impossível, vai surtindo efeitos.

 

O ex-azarão Anastasia está à frente de Hélio Costa em todas as sondagens. Em Minas, o discurso da “continuidade” revelou-se faca de dois gumes.

 

Num lado, a lâmina corta a favor do pupilo de Aécio. Noutro, talha as fatias de queijo que engordam a candidatura presidencial da protegida de Lula.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h24

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Para coibir compra de voto, TRE limita saques em RR

A partir desta segunda (20), os bancos que operam em Roraima estão obrigados a informar à Justiça Eleitoral todos os saques acima de R$ 10 mil.

 

Deve-se a providência a uma ação movida pela Procuradoria Regional Eleitoral. Visa coibir a prática da compra de votos na reta final da eleição.

 

A liminar que institui o monitoramento dos saques bancários foi concedida pelo TRE-RR na última sexta (17).

 

Mas só nesta segunda o fato foi levado à página do Ministério Público na web.

 

O cerco aos saques graúdos pode se tornar ainda mais draconiano uma semana antes do encontro do eleitor com as urnas.

 

Na ação, a Procuradoria pede que sejam proibidos os saques acima de R$ 20 mil entre 27 de setembro e 4 de outubro.

 

Nesse período, as retiradas bancárias em valores acima dessa cifra ficariam condicionadas à autorização judicial.

 

A ação foi protocolada nas pegadas de diligências realizadas pela Polícia Federal na capital e em cidades do interior de Roraima.

 

Nessas investidas, a PF apreendeu bens, materiais e dinheiro vivo que seriam usados para comprar votos.

 

Tenta-se prevenir uma prática que, em Roraima, é usual. Diz a Procuradoria no texto da ação:

 

“Em eleições passadas, foi público e notório que o TRE apreciou inúmeros casos de abuso de poder, captação ilícita de sufrágio, dentre outros ilícitos eleitorais...”

 

“...Muitos dos quais resultaram na cassação e perda dos mandatos eletivos de candidatos...”

 

“...Sendo assim, há fortes indícios de que tais práticas também ocorrerão nestas eleições de 2010”.

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Escrito por Josias de Souza às 19h08

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Dilma rebate Serra: ‘Pessoa não pode saber de tudo’

  Fábio Pozzebom/ABr
Depois de converter Erenice Guerra em sua principal assessora e convencer Lula a nomeá-la ministra, Dilma Rousseff faz o que pode para se dissociar da amiga.

 

Nesta segunda (20), a candidata comentou declarações que o rival José Serra fizera na véspera.

 

Serra dissera: Se não soube dos malfeitos praticados na Casa Civil, Dilma é “incapaz”. Se soube, é “cúmplice”.

 

Dilma declarou que não crê "que uma pessoa saiba de tudo o que acontece na sua própria família".

Para fustigar o antagonista, citou episódio constrangedor que leu a respeito da campanha de Serra:

 

“Tenho visto visto que o presidente da Dersa [autarquia paulista que cuida das estradas], que ele nomeou, sumiu com R$ 4 milhões da campanha dele”.

 

Como se vê, vai longe a gincana de lama em que se converteu a campanha de 2010.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h16

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Dilma critica reportagem da Folha é acusa: ‘É má-fé’

Dilma Rousseff abespinhou-se com a Folha. Em timbre exaltado, protestou, no Rio, contra  notícia levada às páginas do jornal nesta segunda (20).

 

A reportagem trata de auditorias do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul em repartições geridas por Dilma.

 

Ela foi secretária estadual de Energia e comandou uma fundação gaúcha de economia e estatística.

 

Segundo o texto do jornal, auditores do tribunal de contas detectaram favorecimento  a uma empresa chamada Meta. Aqui, os detalhes.

 

Dilma contestou a reportagem e acusou o jornal de ser “parcial” (veja o vídeo lá no alto).

 

Como “prova absoluta de má-fé”, disse que o jornal não informou na notícia que suas contas foram aprovadas pelo tribunal. A fúria embotou-lhe a visão.

 

Em nota, a Folha rebateu: “A informação de que as contas de Dilma Rousseff foram aprovadas pelo TCE do Rio Grande do Sul consta da reportagem criticada pela candidata do PT à Presidência”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h41

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Para Caetano, Lula é golpista e Serra é burro e idiota

  Folha
Na sucessão de 2010, Caetano Veloso é doce com Marina Silva e bárbaro com os demais.

 

Por Marina, levou a cara à TV. Contra o resto, soltou a língua numa rádio de Santo Amaro (BA).

 

Estranhou que Lula, em comício pró-Dilma, tenha manifestado o desejo de “extirpar” o DEM da política:

 

"Como é que o presidente da República fala que tem que extirpar um partido? Não pode..."

 

"...O povo brasileiro não pode ouvir isso e não reclamar. E se a imprensa reclamar, vem um idiota dizer que a imprensa é golpista..."

 

"...Golpista é dizer que precisa destruir um partido político que existe legalmente".

 

Depois, Caetano barbarizou José Serra. Não parece considerar a campanha dele das mais inteligentes: 

 

"Serra é um idiota que apareceu com Lula, querendo dizer que está do lado, que é igual a Lula. É burro".

 

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Escrito por Josias de Souza às 14h56

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Dilma tenta no TSE impedir Serra de ligá-la a Erenice

  Fábio Pozzebom/ABr
A coligação de Dilma Rousseff protocolou no TSE quatro representações contra a campanha do rival José Serra.

 

Na petições, pede-se ao tribunal que tome providências para deter a escalada de ataques da propaganda eletrônica de Serra.

 

Em três ações, reclama-se de peças que vinculam Dilma a Erenice Guerra, sucessora dela na Casa Civil. Foram ao ar na TV, no fim de semana.

 

A quarta reclamação trata de comercial radiofônico. O tucanato acusa Dilma de ter deixado um “rombo” na secretaria de Fazenda de Porto Alegre.

 

Neste domingo (19), o ministro Joelson Dias indeferiu pedido de liminar para suspender um dos comerciais sobre o ‘Erenicegate’.

 

A publicidade ligou Dilma a Erenice e sustentou que, eleita, a presidenciável do PT "não saberá escolher" os ministros e “não vai dar conta” de governar.

 

Os advogados de Dilma classificaram a peça de “injuriosa” . Por quê? “Pretende diminuir e menoscabar a candidata” do PT.

 

Em seu despacho, o ministro Joelson negou a concessão de liminar por entender que o programa de Serra apenas exerceu a “crítica política”.

 

Algo que não justitifica nem a suspensão da publicidade nem a concessão de direito de resposta a Dilma.

 

A decisão de Joelson, por liminar (provisória), terá de passar pelo crivo do plenário do TSE, composto de sete ministros.

 

Nas outras duas reclamações que tratam do ‘Erenicegate’, os advogados não incluíram pedidos de liminares. Por isso, ainda não houve deliberação.

 

Quanto ao comercial de rádio, coube à ministra Nancy Andrighi analisá-lo. Nesse caso, houve pedido de lininar (suspensão e direito de resposta).

 

Para os advogados de Dilma, a propaganda de de Serra difamou a rival ao afirmar no rádio que ela “deixou a secretaria de Fazenda de Porto Alegre com um rombo”.

 

Um buraco “tão grande que a prefeitura precisou pedir um empréstimo no banco, para pagar os funcionários”.

 

Em sua decisão, a ministra Nancy negou a suspensão liminar do programa. Indeferiu também o pedido de direito de resposta.

 

A exemplo do colega Joelson, Nancy considerou que, também neste caso, o tucanato não extrapolou os limites da “crítica política”. Nada que ofenda a legislação.

 

Alheio à movimentação do comitê inimigo, Serra manteve a lança erguida. Em entrevista, voltou a grudar Dilma em Erenice.

 

Afirmou: Se Dilma não soube do tráfico de influência que correu sob Erenice, é “incapaz”. Se tomou conhecimento, é “cúmplice”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h48

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As manchetes desta segunda

 

- Globo: Denúncia de favorecimento na Casa Civil derruba diretor dos Correios

 

- Folha: Planalto manda TV estatal filmar comícios de Dilma

 

- Estadão: Após denúncia, Correios anunciam demissão de diretor

 

- JB: Hotéis do Rio entre os mais caros do mundo

 

- Correio: Caso Erenice: a sangria não para

 

- Valor: Obras atrasam, mas ferrovia já transporta 8% das cargas

 

- Estado de Minas: Minério faz preço de terra triplicar no norte de Minas

 

- Jornal do Commercio: Nordeste em debate

 

- Zero Hora: Caso Erenice tem hoje sua quarta demissão

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 03h15

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Vazamento!

Sinfrônio

- Via Diário do Nordeste. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h55

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Para tentar cavar 2º turno, Serra recorre a populismo

Lula Marques/Folha

 

A campanha presidencial de José Serra vive uma nova fase. A duas semanas da eleição, injetaram-se na propaganda tucana promessas de apelo popular.

 

Nos últimos dias, Serra passou a alardear o compromisso de elevar o salário mínimo para R$ 600 já em 2011.

 

Na propaganda televisiva de sábado (18), levou ao ar outra promessa que desafia as contas públicas: o aumento das aposentadorias do INSS em 10%.

 

Empacado nas pesquisas –entre 25% e 27%, conforme o instituto— Serra conduz sua campanha para uma terceira fase.

 

Na primeira, absteve-se de criticar o governo. Apresentou-se como um político mais capaz do que Dilma Rousseff para aperfeiçoar o legado de Lula.

 

Na segunda, cavalgando o caso da violação do sigilo fiscal de familiares e tucanos, Serra elevou o tom. Passou a mesclar a venda da biografia à denúncia.

 

Agora, a acusação da Receita é substituída pelo alarido em torno do caso de tráfico de influência na Casa Civil. E surgem as promessas de timbre eleitoreiro.

 

Com as críticas, tenta-se seduzir o eleitor de classe média. Com o mínimo e a aposentadoria, mira-se no eleitor de baixa renda.

 

Nos dois casos, o objetivo é produzir um cenário capaz de reverter o favotismos de Dilma, empurrando a disputa para o segundo turno.

 

Até aqui, os esforços de Serra revelaram-se infrutíferos. As últimas pesquisas mostraram que o apelo à denúncia chegou a um pedaço da classe média.

 

Nesse nicho do eleitorado, Dilma perdeu votos. Mas quem se beneficiou foi Marina Silva, não Serra. E Dilma cresceu noutras faixas, compensando a perda.

 

Em relação às propostas de coloração populista, Serra enfrenta, desde a noite de sexta (17), a oposição do principal ator da campanha: Lula.

 

No papel de condutor da própria sucessão, Lula ironizou, num comício de Juiz de Fora (MG), o mínimo de R$ 600: “Pensam que o eleitor é tonto?”

 

No vaivém marqueiteiro, um detalhe adiciona à tática um quê de oportunismo. Há duas semanas, Serra passou a ser apresentado na propaganda como "ministro do Real".

 

Lançado sob Itamar Franco, o Real é obra da inteligência de um grupo de economistas reunidos pelo então ministro Fernando Henrique Cardoso, personagem ausente da campanha de Serra.

 

Consolidada no primeiro mandato de FHC no Planalto, a nova moeda não traz as digitais de Serra. Ao contrário.

 

Nessa época, Serra era ministro do Planejamento de FHC. Os operadores do Real, acomodados na Fazenda e no Banco Central, queixavam-se do eterno nariz torcido do colega.   

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h26

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Dilma ironiza ‘convite’ do senador tucano Álvaro Dias

No livro de São João, a Bíblia anota: “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus”.

 

Não está escrito, mas é evidente que, depois, veio o substantivo. Era preciso designar os seres e as coisas da criação divina.

 

Deve-se ao Tinhoso, porém, o surgimento do adjetivo, que tanta falta fazia para a composição das ofensas.

 

Decidido a levar Dilma Rousseff para dar explicações sobre o ‘Erenigate’ no Senado, o tucano Álvaro Dias disse que formalizará nesta segunda (20) um “convite”.

 

Em verdade, Álvaro gostaria de protocolar uma “convocação”. Mas só as CPIs tem poder para tanto. Daí o “convite”.

 

Ao comentar, Dilma enxergou por trás do substantivo uma arapuca que a sujeitaria à audição de muitos adjetivos. Preferiu soltar o verbo:

 

"O senador sistematicamente tenta tumultar essas eleições. Eu já fui acusada de tudo. Convite do senador Alvaro Dias eu não aceito nem para cafezinho".

 

Como se vê, numa campanha marcada pelo acirramento de ânimos, qualquer palavra bem dita pode ocultar intenções malditas.

 

Vive-se uma quadra curiosa. Além dos políticos, também a semântica foi desobrigada de fazer sentido.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h38

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Mais um personagem do ‘Erenicegate’ deixa governo

Miran

 

Ele se chama Eduardo Artur Rodrigues Silva. Por indicação de Erenice Guerra, ocupa a diretoria de Operações dos Correios.

 

Antes de aportar nos Correios, Eduardo presidia a empresa MTA - Master Top Linhas Aéreas. Uma logomarca que mantém negócios milionários com os Correios.

 

Nesta segunda (20), Eduardo vai deixar os Correios. "Peço demissão porque não aguento mais tanta pressão, tanta mentira”, disse ele.

 

Acrescentou: “Tudo isso está destruindo minha vida e minha família". Será o quarto personagem do ‘Erenicegate’ a ser extirpado da folha de pagamento do governo.

 

Antes dele, foram ao olho da rua dois assessores da Casa Civil da Presidência da República e a própria Erenice Guerra, agora ex-ministra de Lula.

 

Uma palavra mencionada pelo novo demissionário frequenta o discurso do governo desde a explosão escândalo: “Mentira”.

 

Curiosamente, a pseudoinverdade produz uma demissão atrás da outra. Nunca antes na história desse país uma “aleivosia” produzira tantas baixas.

 

Submetido ao noticiário tormentoso, Lula comporta-se como comandante de navio que se queixa do mar. Nos palanques, ele reclama da imprensa.

 

Sob o lero-lero presidencial, um monturo de evidências. No caso específico da MTA, sabe-se:

 

1. Para transportar correspondências dos Correios, a empresa dependia da renovação de uma licença da Anac, que havia expirado.

 

2. Um procurador da firma, Fábio Baracat, recorreu aos bons préstimos de Israel Guerra, filho de Erenice Guerra.

 

3. Baracat esteve com a própria Erenice. Foi recebido no apartamento funcional dela, à época ainda secretária-executiva da ministra Dilma Rousseff.

 

4. Hoje, Erenice diz que recebeu Baracat como “amigo” do filho. Jura que a conversa foi “social” e girou em torno de amenidades.

 

5. Preto no branco, a MTA obteve a renovação da licença na Anac. Israel Guerra admite que ajudou. Erenice reconheceu, em reunião com Lula, que o filho foi remunerado.

 

6. Vinte dias depois da migração de Eduardo Artur da MTA para os Correios, a ex-empresa do novo demissionário beliscou um contrato de R$ 44,9 milhões.

 

7. Já munida da licença da Anac, aquele documento que o filho de Erenice azeitara, a MTA passou a servir aos Correios na rota Manaus-Brasília-São Paulo.

 

8. Tomada pela única entrevista que concedeu até agora, Erenice não parece enxergar na encrenca conflitos entre o público e o privado.

 

Vale a pena ouvir de novo a ex-ministra: “A sociedade precisa refletir sobre essa questão...”

 

“...Depois que uma pessoa passa a exercer cargo público, seus filhos devem parar de se relacionar, trabalhar e ter amigos?...”

 

“... [...] O que será dos meus filhos e dos meus parentes? Terão todos que viver à minha custa, pois não poderão trabalhar e se relacionar?”

 

Responsável pela introdução de Erenice na equipe do governo Lula, a hoje presidenciável Dilma Rousseff diz que não sabia.

 

A parentela de Erenice continua pululando no noticiário. Agora, encontra-se pendurado nas manchetes o marido dela, José Roberto Camargo Campos (aqui e aqui).

 

De novo, um negócios trançados na Presidência. Novamente numa época em que Dilma era ministra. E ela:

 

"Eu não tenho como me manifestar sobre uma coisa que não estava na minha alçada. Agora, quem conta um conto aumenta um ponto”.

 

E Lula: “Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partido político e não tem coragem de dizer que têm partidos políticos”.

 

Enquanto isso, os personagens do caso saltam de suas cadeiras como pulgas no dorso da orelha de um vira-lata.

 

- Em tempo: Ilustração via blog Miran Cartum.

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Escrito por Josias de Souza às 20h26

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Em nome do oba-oba, Lula flerta com ‘Bolsa Viseira’

Sérgio Lima/Folha

 

Em passado recente, a junção do PT com a máquina de xerox interrompeu a carreira de vários segredos nas repartições públicas de Brasília.

 

Infiltrado na engrenagem do Estado, o petismo abiscoitou dados sigilosos de sucessivas administrações –de Collor a FHC, passando por Sarney.

 

Pescados à sorrelfa, os dados eram gostosamente repassados a jornalistas nas sombras de CPIs urdidas no Congresso.  


A chegada de Lula à Presidência, em 2003, produziu uma metamorfose. O ex-PT tomou aversão por CPI. E passou a odiar jornalistas.

 

Receando provar do próprio veneno, o “novo” governo adotou a política da língua presa. Sob Lula, Brasília passou a viver uma fase de oba-oba.

 

Um período que não pode ser conspurcado pela desenvoltura de jornalistas indiscretos. Ir muito fundo na investigação de qualquer tema tornou-se um desserviço à causa da unanimidade.


O repórter que pergunta demais é, agora, um chato a ser contido. Pelo menos até entender que a era do oba-oba extinguiu a velha dicotomia entre certo e errado.

 

Agora só há o conveniente e o inconveniente. E a crítica, definitivamente, não convém. Sobretudo quando chega em ano de eleição.

 

A situação de Lula reclama compreensão. É dura a vida de um presidente que preza a biografia ao mesmo tempo que cuida do PMDB e lida com a parentela de Erenice Guerra.

 

Não é fácil compatilizar a modernidade vermelha com atores cinzentos e antiquados como Sarney e os amigos dele do Amapá. Difícil combinar o Brasil novo com práticas tão antigas como o tráfico de influência.

 

Assim, é compreensível que, ao discursar nos palanques da pupila Dilma Rousseff, Lula se vista como personagem do mundo dos espetáculos.

 

Como presidente, Lula nunca teve relações amistosas com a autocrítica. Como cabo eleitoral, leva a crítica aos críticos a fronteiras extremas.

 

Num cenário em que José Serra assumiu o papel de exterminador da oposição, Lula decidiu se concentrar na mídia. Ataca jornais e revistas.

 

Tem pronunciado discursos memoráveis. Os trechos mais relevantes são as pausas. Mas ele fala tão grosso que fica impossível escutar-lhe o silêncio.

 

Ator solitário de sua própria sucessão, Lula aproveitou um comício deste sábado (18), em Campinas, para dar um conselho aos seus candidatos.

 

"Eu queria pedir para você Dilma e para você Mercadante: não percam o bom humor, deixa eu perder. Eu já ganhei...”

 

“...Se mantenham tranquilos porque, outra vez, nós não vamos derrotar apenas os nossos adversários tucanos...”

 

“Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partido político e não tem coragem de dizer que têm partidos políticos, que tem candidatos...”

 

“...Não tem coragem de dizer que não são democratas e pensam que são democratas. Democrata é este governo que permite que eles batam".

 

Antes do grande líder, José Eduardo Dutra, presidente do PT, já havia injetado no ato eleitoral de Campinas uma imagem bélica. Disse que os difusores de más notícias são "falsos defensores da liberdade”.

 

Por quê? “Acusam o senhor [Lula] de governar em cima de palanques, mas eles sentem falta dos que governavam em cima de tanques".

 

Em hora tão grave, o repórter sente-se na obrigação de ajudar. E o faz recordando a Lula e Dutra que eles não precisam assumir as feições de José ‘Abuso do Poder de Informar’ Dirceu.

 

É desnecessário. A mídia, antes sem importância, tornou-se irrelevante. Algo como 80% do eleitorado informa que Lula é um mito inatacável.

 

Esquece-se, de resto, que é o governo, não os jornais, quem controla as máquinas de propaganda oficial e de investigação estatal.

 

É nulo o risco de o noticiário “de oposição” resultar em consequências indesejáveis. Por vias transversas, o petismo atingiu o sonho do controle da imprensa.

 

No limite, sempre há a alternativa de contrapor aos “tanques” da mídia o modelo leninista. Bem verdade que, junto com ele, viriam a censura e a cadeia.

 

Mas quem se importa? O silêncio é preço módico quando o que está em jogo é a continuidade que leva à felicidade eterna e mantém a salvo o Brasil do oba-oba.

 

Em fase colaborativa, o signatário do blog sugere a Lula que baixe uma medida provisória de dois artigos: 1) "Fica instituído no Brasil o programa Bolsa Viseira". 2) "Revoguem-se todas as notícias contrárias".   

 

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Escrito por Josias de Souza às 07h18

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Gaspari: ‘Companheira Dilma e comissária Rousseff’

Danilo Verpa/Folha

 

Num primeiro momento, Dilma Rousseff dissera que o ‘Erenicegate’ era problema do governo, não de sua campanha.

 

Neste sábado (18), a candidata atualizou o bordão de Lula ‘Não sabia de Nadinha’ da Silva: “Não cheguei a tomar conhecimento”, disse ela.

 

Até aqui, o Brasil vinha sendo apresentado a uma presidenciável extraordinária, gerente impecável, gestora de êxitos retumbantes.

 

Ao dizer que não sabia o que se passava ao redor de Erenice Guerra, Dilma pede para ser vista como boba involuntária, não como cúmplice espontânea.

Todo mundo tem o direito de dizer o que bem entende. Mas aquela personagem da propaganda eleitoral perdeu o nexo.

 

Um artigo levado às páginas deste domingo (19) pelo repórter Elio Gaspari ajuda a entender o por quê. Vai abaixo o texto:

 

 

“Segundo a superstição petista, Dilma Rousseff é uma executiva altamente qualificada. Que seja. Ela teve um loja de cacarecos panamenhos chamada ‘Pão e Circo’, no centro comercial Olaria, em Porto Alegre, mas a aventura durou 17 meses.

 

Fora daí, seu currículo ficou na barra da saia da viúva. Nele, embutiu um doutorado pela Unicamp que nunca foi concluído, mas deixou de mencionar sua única, banal e pitoresca passagem pela atividade privada.

Nomeada ministra de Minas e Energia, por Nosso Guia, assistiu ao loteamento de sua pasta e a ida do engenheiro Silas Rondeau para a presidência da Eletronorte. Qualificava-se com títulos da Universidade Sarney, onde teve como orientador o eletrizante empresário Fernando, filho do ex-presidente.

 

Em 2004, a ministra fritou o presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa, engenheiro nuclear, doutor pela UFRJ, com passagens por sete universidades estrangeiras. Para o seu lugar, turbinou Rondeau, que acabou substituindo-a no ministério.

 

Em maio de 2007, um assistente do doutor foi preso pela Operação Navalha. Acusado pela Polícia Federal de ter recebido R$ 100 mil de uma empreiteira, Rondeau deixou o cargo. Denunciado por gestão fraudulenta e corrupção passiva, ele se tornou o sétimo ministro de Nosso Guia apanhado pelo Ministério Público.

Rondeau subiu na vida por conta da aliança política com José Sarney, Erenice foi para a Casa Civil com credenciais típicas do comissariado: a fidelidade ao aparelho petista e à comissária Rousseff. Juntas, deixaram as impressões digitais no episódio da montagem de um dossiê com as despesas de Fernando Henrique Cardoso no Alvorada.

(Há dias, um cálculo da Rede Guerra de Trabalho e Emprego informava que, em 15 anos, Erenice, seus três irmãos e dois filhos passaram por pelo menos 14 cargos. Há mais: foram pelo menos 17, distribuídos pelos setores de urbanismo, educação, saúde, transportes, segurança, energia, planejamento e pela burocracia legislativa. Israel, filho da doutora, tinha uma boquinha na Terracap e José Euricélio, irmão dela, bicou na editora da Universidade de Brasília e estava na teta da Novacap.).

 

- Em tempo: A coluna de Gaspari traz meia dúzia de notas que versam sobre outros temas. Pode ser lida na íntegra aqui.

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h37

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Erenice diz que foi ‘traída’ por servidor da Casa Civil

O encontro procurador da EDRB  ‘foi uma  completa traição’
‘Não  tenho  condições de  acompanhar o trabalho  de filho’

‘Acredito  nas  afirmações  que me  foram feitas’  por Israel

‘Fui  apresentada ao  Baracat  pelo meu filho  como  amigo’

‘Que será de meus filhos, vão ter de  viver à  minha custa?’

‘Óbvio que isso  está diretamente  ligado à disputa eleitoral’

‘O meu filho se  chama Israel Guerra, e não Verônica  Serra’

‘Conversamos. Dilma não tem dúvida sobre minha conduta’

‘Conversei com presidente e ele foi muito  amoroso comigo’

 

  Fábio Pozzebom/ABr
Erenice Guerra quebrou o silêncio. Falou aos repórteres Octávio Costa e Sérgio Pardellas. Recebeu-os na quinta (16), dia em que virou ex-ministra da Casa Civil.

 

Levada às páginas de IstoÉ, a entrevista é a primeira manifestação de Erenice sobre o caso que a derrubou. Antes, só falara o por meio de notas oficiais.

 

Considera “traída” por Vinícius Castro, afastado do Planalto depois de ter sido apontado como sócio de Israel Guerra.

 

Quanto ao filho e demais parentes, não parece enxergar conflitos entre o público e o privado: “O que será dos meus filhos e dos meus parentes? Terão todos que viver à minha custa?”

 

Atribui o seu infortúnio à atmosfera eleitoral: “[José] Serra percebeu que falar de quebra de sigilo não era uma boa tônica, então vamos falar de outra coisa. E a Erenice foi a bola da vez”. Abaixo trechos da entrevista: 

 

 

– O que mais pesou em sua decisão de pedir exoneração? Foi a campanha de desconstrução da minha imagem, sórdida e implacável, atingindo, sobretudo, a minha família. Esses valores colocados em questão são caros para mim. Sou uma pessoa de origem simples e a família é o núcleo central que estabiliza a gente. [...] Entendi que era o momento de fazer uma opção. Uma opção pela minha vida pessoal, minha família, meus filhos e minha mãe, que sofre com tudo isso.

– Por que existiria uma campanha difamatória contra a sra.? Está vinculada ao momento político-eleitoral.

– Conhece o trabalho do filho Israel para garantir que é inocente? Uma pessoa que trabalha a quantidade de horas que eu trabalho por dia, [...] não tem condições de acompanhar trabalho nem de filho, nem de irmão, nem de ninguém. Mas eu conversei com meu filho e, conhecendo o filho que tenho, acredito nas afirmações que me foram feitas por ele. Ele me garantiu que, em nenhum momento, ultrapassou os limites da ética e da conduta que deveria ter.

– Nomeou o presidente e um diretor de operações dos Correios. Seu filho, que trabalhou na Anac, prestou consultoria à MTA, que obteve renovação de concessão na Anac e ganhou concorrência milionária nos Correios. Coincidência? Troquei sim a diretoria dos Correios por determinação do presidente. [...] Creio que pago um preço por isso, mas não me arrependo. [...] Israel prestou serviço para um sujeito chamado Fábio Baracat, que se intitulava dono de uma empresa chamada Via Net, mas nunca prestou serviço para uma empresa chamada MTA. A própria Anac reconhece que renovou a concessão da MTA porque eles regularizaram toda a documentação. A MTA ganhou e perdeu licitações nos Correios. E o tal contrato com a Via Net, que seria a empresa do Baracat, jamais foi assinado pelo meu filho. Então, é uma história muito confusa. Meu filho nunca teve contato direto com a MTA e eu muito menos.
– Encontrou Fábio Baracat na sua residência? Eu fui apresentada ao Baracat pelo meu filho na condição de amigo dele. [...] Para mim era mais um amigo. [...] Não conversamos nada além do trivial de um encontro social.
– O fato de seu filho se relacionar com empresários que têm interesse em negócios com o governo não caracteriza tráfico de influência? A sociedade precisa refletir sobre essa questão. Depois que uma pessoa passa a exercer cargo público, seus filhos devem parar de se relacionar, trabalhar e ter amigos? [...] O que será dos meus filhos e dos meus parentes? Terão todos que viver à minha custa, pois não poderão trabalhar e se relacionar?
– Podem ter sido vendidas facilidades em seu nome? O que impede alguém, a não ser a ética, de se vender por aí como uma pessoa que tem acesso à ministra e pode facilitar qualquer tipo de negócio? Essa é uma vulnerabilidade à qual estou exposta.
– Chegou a se encontrar com representante da EDRB, que teria tentado obter empréstimo no BNDES com a ajuda de seu filho? Ele foi recebido na Casa Civil pelo meu assessor, o chefe de gabinete à época. [...] A Casa Civil está investigando a conduta do ex-servidor Vinícius Castro e a possibilidade de ele ter praticado algum tráfico de influência nesse caso.
– Esse servidor poderia se passar por funcionário capaz de influir nas suas decisões? É. Poderia dizer ‘trabalho na Casa Civil, posso conseguir isso e aquilo...’. Isso não é desarrazoado não. E, exatamente por isso, a Casa Civil está, a partir de hoje, investigando esse caso com bastante rigor.
– Significou uma traição de Vinícius, funcionário próximo e sócio de seu filho? Foi uma traição. Uma completa traição
– Se houve tráfico de influência foi sem seu conhecimento? Absolutamente sem o meu conhecimento. Eu jamais admitiria um negócio desses. Por que eu faria isso? Por que eu deixaria que minha honra e minha história profissional se sujassem por conta de tráfico de influência no local em que trabalho?

[...]

– Sentiu-se abandonada pelo governo? De forma nenhuma. Eu fui tratada com solidariedade durante todo esse tempo. É óbvio que isso está diretamente ligado à disputa eleitoral, à necessidade de a oposição gerar fatos novos. [...] Serra percebeu claramente que falar de quebra de sigilo não era uma boa tônica, então vamos falar de outra coisa. E a Erenice foi a bola da vez, até porque eu simbolizo uma proximidade, uma relação de confiança com a candidata Dilma, que está na frente.
– Dilma foi solidária? Chegou a ligar? Conversamos e a Dilma não tem dúvida sobre a minha conduta.
– Teve apoio do presidente? Conversei com o presidente e ele foi muito amoroso comigo. E reiterou a confiança que tem na minha pessoa, mas achou que é um direito meu fazer agora os trabalhos que eu preciso fazer. Conversar com os meus advogados, abrir os processos para provar que eu não tenho participação, que não tive nenhum benefício.
– Não pode estar sendo alvo de fogo amigo? Se fala muito em fogo amigo, mas eu prefiro não me manifestar sobre isso. Até porque seria uma dor a mais. Há uma disputa de cargos no futuro governo, o que é natural.
– Está tranquila com a investigação da CGU? Eu lhes asseguro que toda a minha família disponibiliza seu sigilo fiscal, bancário e telefônico. Eu não sou o Serra que briga para manter o sigilo da filha. Meu filho se chama Israel, e não Verônica.

– O que pretende fazer daqui para a frente? Respirar. Agora tenho que descansar. Ter tempo de fazer a defesa da minha honra e da legitimidade de todos os meus atos [...].

 

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Escrito por Josias de Souza às 02h46

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As manchetes deste domingo

 

- Globo: Projeto que pune tráfico de influência parou no Planalto

 

- Folha: Dilma diz que não sabia de esquema na Casa Civil

 

- Estadão: Diretor dos Correios monta esquema no transporte aéreo

 

- Correio: Eleitor desencantado com a política no DF

 

- Jornal do Commercio: Caixas viram alvo fácil

 

- Zero Hora: Lobby perpetua escândalos no poder federal

 

- Veja: A alegria do polvo

 

- Época: O dinheiro que dá em árvores

 

- IstoÉ: Exclusivo: “Foi uma traição”

 

- IstoÉ Dinheiro: Por que o real forte é bom para a economia

 

- CartaCapital: Exclusivo: Aécio deixará o PSDB

 

- Exame: A Superpetrobras

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais e revistas do país.

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Escrito por Josias de Souza às 01h36

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Coisa de pele!

Nani

- Via Nani Humor. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 23h18

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Língua viperina do PMDB ironiza projeto José Dirceu

Dois congressistas malvados do PMDB desperdiçaram um naco de tempo com a análise da palestra que José Dirceu fez a petroleiros, na Bahia.

 

Riram muito do trecho em que o companheiro declarou que a imprensa incorre em “abuso do poder de informar”.

 

Concluíram que o palestrante tem saudades de Cuba.

 

Foram à gargalhada no miolo da teoria 'Dirceuniana': “A eleição da Dilma é mais importante do que a eleição do Lula, [...] porque a Dilma nos representa”.

 

Acham que, também para o PMDB, a vitória de Dilma, agora enganchada a Michel Temer, será mais importante que o êxito de Lula.

 

Não tomaram a sério o pedaço da palestra companheira que soou assim: “Independentemente de nós termos essa coalizão, o PT é a base dela”.

 

Nesse ponto, um dos pemedebês acionou a língua viperina:

 

"Ou o Zé quis fazer média com a platéia petista ou a Dilma deve ter informado a ele que vai exigir do PMDB que faça voto de pobreza”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h46

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Vídeo expõe constrangimento de Serra em ato de SE

Conforme já noticiado aqui, José Serra participou, na noite desta sexta (17), de um comício na cidade de Itabaiana, em Sergipe.

 

A presença de Serra contrastou com uma ausência. Principal liderança do PSDB sergipano, o deputado Albano Franco absteve-se de dar as caras.

 

Serra foi ao “palanque”, improvisado na corroceria de um carro de som, acompanhado de João Alves (DEM) e Emanuel Cacho (PPS).

 

Para constrangimento de Serra, Emanuel, candidato ao Senado, injetou Albano em seu discurso. Um vídeo com a fala ganhou a web (assista lá no alto).

 

Na peça, Emanuel declara: “Sergipe não pode homologar o que está acontecendo. O seu aliado, Albano Franco, não está no palanque...”

 

“...O seu aliado, Albano Franco, correu do palanque. A política de Sergipe, meus amigos de Itabaiana, está uma vergonha...”

 

“...Albano Franco vota em Dilma Rousseff. Vota em Dilma Rousseff, não vota no presidente da República do partiedo dele”.

 

Contrafeito, Serra cutuca discretamente o ‘demo’ João Alves, como a pedir-lhe que intercedesse para que Emanuel mudasse o rumo de sua prosa.

 

Alves leva a mão ao ombro do orador. Mas, àquela altura, o dito já não podia passar por não declarado.

 

Essa passagem do comício, por emblemática, dá uma idéia do drama vivenciado por Serra.

 

País afora, o presidenciável tucano é alvejado por silvérios de sua coligação.

 

Excetuando-se Geraldo Alckmin, que abre, em São Paulo, generoso espaço para Serra em sua propaganda de TV, candidatos de outros Estados o escondem.

 

Alguns, como Albano, levam a traição às rais do paroxismo. Outros, como Emanuel, cuidam de iluminar a tragédia.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h55

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Dilma escapa do Erenicegate à moda Lula: Não sabia

  Jorge Araújo/Folha
De passagem por Campinas (SP), Dilma Rousseff teve bons e e maus momentos. No pedaço benfazejo da agenda, encontrou-se com o ator Benício Del Toro (foto) e escalou o palanque ao lado de Lula.

 

Na parte desagradável, foi, por assim dizer, açoitada por questões relacionadas ao noticiário sobre o tráfico de influência na Casa Civil.

 

Dilma lidou com o tema à maneira de Lula. Disse que não sabia. Enfeitou o bordão: "Não cheguei a tomar conhecimento”. Criticou os jornais por darem crédito às palavras de Rubnei Quícoli, um lobista que tentou cavar negócios no governo.

 

“Acho estarrecedor que se dê credibilidade a uma pessoa com aquele currículo", disse. De fato, Rubnei não tem propriamente um currículo, mas uma ficha corrida. Carrega nos ombros duas condenações. Já puxou dez meses de cana.

 

A despeito desse histórico, achegou-se a Israel Guerra, filho da recém demitida Erenice Guerra. Pior: Rubnei, “uma pessoa com aquele currículo”, foi recebido na Casa Civil em novembro de 2009, época em que Dilma era ministra.

 

Na pele de candidata, Dilma toma distância de Israel Guerra: "Não tinha nenhum filho da Erenice na Casa Civil. O que tinha lá eram amigos dele. Se esses amigos cometeram algum delito, lamento a indicação deles, lamento profundamente".

 

Chama-se Vinícius de Oliveira Castro um dos “amigos” que Israel convenceu a mão, Erenice, a alojar na ex-pasta de Dilma. Parceiro de traficâncias do filho de Erenice, Vinícius foi exonerado no início da semana.

 

Em sua última edição, ‘Veja’ associa o personagem ao recebimento de propina de R$ 200 mil. Dinheiro vivo, manuseado na Casa Civil. Segundo a revista, a grana brotou de uma operação de compra do medicamento Tamiflu, usado no combate à gripe suína. Negócio de R$ 34,7 milhões.

 

Responsável pela aquisição, o Ministério da Saúde negou que a compra do lote de Tamiflu tenha sido tisnada pelo malfeito. Dilma disse que é preciso investigar. Havendo culpados, que sejam punidos com rigor.

 

Na propaganda eleitoral, Dilma é vendida como superministra. Por vezes, tem-se a impressão de que mandava mais do que o próprio Lula. O marketing fez da candidata uma espécie de coordenadora-geral da República.

 

Uma mulher assim, genial, mãe de todas as gestoras, não condiz com a Dilma cega da Casa Civil. A platéia fica autorizada a se dividir em dois grupos. Num, os que vêem em Dilma uma cínica. Noutro, os que enxergam nela uma banana, incapaz de refrear o ilícito.

 

Em nenhum dos dois casos Dilma é a utopia que 74 milhões de eleitores se dispõem a eleger a próxima presidente da República.

 

José Serra, o principal antagonista de Dilma, tenta, por ora sem sucesso, tirar proveito eleitoral do episódio. Também neste sábado, comentou o suposto pagamento de propina na aquisição de medicamento. Acomodou a encrenca sob os pés de Dilma:

 

"A gente sabe que um esquema como este não é um esquema que se criou a partir de abril. É coisa que vem há muito tempo." Soou como se enxergasse no novo escândalo potencial maior do que via no ‘Fiscogate’:

 

"Muita gente no Brasil não entendeu o que é quebra de sigilo, embora seja grave. Mas todo mundo entende e sabe o que é corrupção e o que é propina". Mirou em Dilma:

 

"Se sabia, é crime. Se não sabia, não é uma boa administradora. [...] Anos e anos com um esquema feito ao lado do gabinete, de distribuição de propina até para a compra de remédios, o que é especialmente mórbido, não dá".

 

O eleitor mais atento talvez não veja em Serra autoridade para fustigar Dilma. À época em que era ministro da Saúde, o tucano viveu experiência análoga. Congressistas penduraram no Orçamento da União verbas para a aquisição de ambulâncias.

 

Descobriu-se que fatia generosa do dinheiro era desviada por uma máfia. Serra chegou a ser filmado, em Mato Grosso, numa cerimônia de entrega de ambulâncias superfaturadas.

 

O "quanto eu levo nisso?" é um defeito congênito de Brasília. Nascida de um canteiro de obras lamacento, a cidade não poderia ter dado em outra coisa. Desde o início, era um lugar propício aos movimentos pesados, um espaço talhado para o trânsito de tratores e outros azares.

 

Dilma e Serra vendem a ilusão de que, eleitos, presidirão o governo. Rodeados de pemedebês e petebês, o mais provável é que sejam presididos.

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h40

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Lindberg supera Maia e Pimentel achega-se a Itamar

  Fotos: Folha
Sobre o pano de fundo de uma disputa presidencial com cara de definida, o Datafolha captou movimentos dignos de nota na briga pelo Senado.

 

Os pesquisadores do instituto voltaram ao meio-fio em oito praças. As principais novidades foram recolhidas nas ruas do Rio e de Minas.

 

No Rio, Lindberg Farias (PT), em alta, abriu onze pontos de vantagem sobre Cesar Maia (DEM), um dos políticos que Lula quer “extirpar” da política.

 

Lindberg, agora com 38%, disputa com Maia, 27%, a segunda vaga de senador. À frente de ambos, por ora, Marcelo Crivella (PRB), estacionado em 40%.

 

Em Minas, Fernando Pimentel (PT), em curva ascendente, aproximou-se um pouco mais de Itamar Franco (PPS).

 

No início de agosto, Itamar estava 27 pontos à frente de Pimentel. De pesquisa em pesquisa, o petista foi mastigando a diferença.

 

Reduziu-a a oito pontos. Agora, Pimentel tem 32%, contra 40%de Itamar. Em jogo, também em Minas, a segunda vaga de senador.

 

A primeira, indica o Datafolha, parece reservada a Aécio Neves, que cavalga uma confortável liderança de 71%.

 

Em São Paulo, Netinho de Paula (PCdoB), parece ter batido no teto. Escorregou dois pontos. Tem agora 34%, um ponto a menos que os 35% de Marta Suplicy (PT).

 

Atrás deles, brigando pelo espólio de Orestes Quércia (PMDB), que se retirou da disputa, vem Romeu ‘22%’ Tuma (PTB) e Aloysio ‘17E%’ Nunes (PSDB).

 

Em Pernambuco, outra disputa encarniçada pela segunda cadeira de senador.

 

Estão tenicamente empatados Marco Maciel (DEM), 34%, outro senador que Lula gostaria de riscar do mapa, e Armando Monteiro (PTB), 32%.

 

Na liderança, o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) cresceu três pontos. Foi a 47%.

 

No Rio Grande do Sul, a jornalista Ana Amélia, noviça em urnas, perdeu dois pontos em relação à pesquisa anterior. Mas segue na liderança, com 47%.

 

Continua enxergando pelo retrovisor dois políticos experimentados: Germano Rogotto (PMDB) e Paulo Paim (PT), agora numericamente empatados em 41%.

 

Na Bahia, um bololô. Três candidatos se engalfinham pelas duas vagas: Cesar ‘29%’ Borges (PR), Lídice ‘28%’ da Mata (PSB) e Walter ‘27%’ Pinheiro (PT).

 

No Paraná, Gleise Hoffman (PT) escalou três pontos. Igualou-se ao ex-governador Roberto Requião (PMDB). Ambos somaram 44%.

 

No Distrito Federal, consolidam-se na dianteira Cristovam Buarque (PDT), com 49%, e Rodrigo Rollemberg (PSB), com 39%.

 

Ameaçada pela Lei da Ficha Limpa, Maria de Lourdes Abadia (PSDB), que chegara a preocupar Rollemberg, dispõe agora de exíguos 17%.

 

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Escrito por Josias de Souza às 05h48

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Serra em comício de SE: Quem soube da Casa Civil?

  Folha
Alvo de chacota de Lula por não realizar comícios, José Serra foi ao palanque em Sergipe, nesta sexta (17). Deu-se na cidade de Itabaiana

 

Ao lado de João Alves (DEM), candidato ao governo sergipano, o presidenciável discursou para uma platéia estimada em mil pessoas.

 

Serra testemunhou ao vivo um fenômeno que se reflete no favotismo atribuído pelas pesquisas à rival Dilma Rousseff.

 

A certa altura, o presidenciável tucano dirigiu à audiência uma pergunta: "Quem soube desse novo escândalo na Casa Civil?"

 

Submetido a um número diminuto de mãos levantadas, Serra tentou insistir: "Um escândalo grave, centenas de milhões de reais".

 

E a platéia nem tchum. Rendido às evidências, Serra mudou de assunto. Conduziu a prosa em direção à sua biografia.

 

Apresentou-se aos presentes como político experiente, realizador, amigo dos nordestinos.

 

Atribuiu-se a autoria de programas sociais que, segundo ele, o governo Lula ampliou.

 

Do alto de um palaque improvisado sobre um trio elétrico, Serra recobrir a calva com um chapéu de couro. Entoou algumas estrofes de “Cintura de Pilão”.

 

Esboçou diferenças entre sua campanha e a da antagonista do PT. Disse que enfrenta uma "máquina gigantesca no Brasil inteiro".

 

Declarou que faz campanha sem "patrono ou patrocinador". E afirmou que não desperdiçaria o tempo falando de adversários.

 

Levou ao microfone uma promessa que passou a empinar nos últimos dias: o salário mínimo de R$ 600 a partir de 2011. Ouviram-se aplausos.

 

Ciente de que falava para a clientela dos programas sociais do governo, Serra aproveitou para repisar o “compromisso” de elevar o valor do Bolsa Família.

 

O “patrono” que Serra mencionou sem nominar encontrava-se em Juiz de Fora (MG), noutro palanque.

 

Ao lado de Dilma, Lula ironizou a promessa de Serra de tonificar o mínimo: “Pensa que o povo é tonto?”

 

Presidente do PT, José Eduardo Dutra também se encontrava no palanque mineiro. Mas mantinha um olho em Sergipe, Estado que já representou no Senado.

 

Terminado o comício, Dutra foi ao twitter. E replicou na rede mensagem que lhe fora enviada por internauta sergipano:

 

“Quanta animação. Carreata de Serranic em Aracaju ainda há pouco. Nossa, só alegria.” Em meio à ironia, um link conduzia os interessados para a foto reproduzida abaixo.

 

Uma cena captada pouco depois da chegada de Serra à capital do Estado onde Dutra faz política, antes do comício de Itabaiana.

 

Imagem difundida pelo presidente do PT, via twitter

 

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Escrito por Josias de Souza às 03h52

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As manchetes deste sábado

 

- Globo: Só agora o governo vai punir Erenice por não revelar bens

 

- Folha: Filho de Erenice 'nomeou' amigos para a pasta de Dilma

 

- Estadão: Comissão de ética só agora pune Erenice por esconder parentes

 

- JB: TRE retira 4,5 toneladas de placas ilegais por dia

 

- Correio: Planalto tenta apagar os vestígios de Erenice

 

- Estado de Minas: Mineiros são os que menos têm filhos depois de cariocas

 

- Jornal do Commercio: Preço do lixo acima dos limites do TCE

 

- Zero Hora: Liminar cria impasse no uso de viaturas e expõe conflito na BM

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h06

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Bucha de canhão!

Aroeira

- Via 'O Dia'. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h08

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Aliados de Serra tratam derrota como favas contadas

Aliados do candidato descrêem da hipótese de um 2º turno

Tucano fez a conta e concluiu que nã há tempo para virada

Seria preciso retirar de Dilma cerca de 9,4 milhões de votos

 

Fábio Pozzebom/ABr
 

 

A 15 dias do encontro dos eleitores com as urnas eletrônicas, integrantes das cúpulas do PSDB e do DEM jogaram a toalha.

 

O signatário do blog ouviu, nas últimas 48 horas, três caciques da oposição –dois tucanos e um ‘demo’.

 

Para atalhar as declarações protocolares, o repórter comprometeu-se a preservar a identidade dos interlocutores.

 

Sabendo-se protegidos pelo anonimato, os interlocutores discorreram sobre o desânimo que viceja ao redor de Serra.

 

Allcançado pelo celular na noite desta sexta (17), um líder tucano disse que a inviabilidade de Serra tornou-se “evidência matemática”.

 

Munido de cálculos que encomendara à assessoria, o grão-tucano contabilizou o tamanho do desafio.

 

Para evitar que Dilma Rousseff prevaleça já em 2 de outubro, seria necessário retirar dela algo como 9,4 milhões de votos.

 

Dito de outro modo: até a data da eleição, a pupila de Lula teria de perder pelo menos 627 mil votos por dia.

 

“Se a gente olha os percentuais das pesquisas, fica desanimado. Quando o percentual vira número de votos, entende-se o por quê”, disse o tucano.

 

Os cálculos foram feitos com base no último Datafolha. Consideraram-se apens os votos válidos, sem os brancos e nulos e os indecisos.

 

Os 57% atribuídos a Dilma correspondem a cerca de 74 milhões de votos. Os 30% de Serra, 36 milhões. Por trás dos 12% de Marina Silva, estão 16 milhões de eleitores.

 

Outro tucano que falou ao repórter realçou o fato de que Serra, “com erros e acertos”, já fez “tudo o que podia na campanha”.

 

No início, posou de oposicinista light. Repisou na propaganda a tese segundo a qual tudo o que funciona sob Lula seria mantido numa gestão tucana.

 

Alvejava Dilma, mas preservava Lula. Chegou mesmo a levar a imagem do presidente à televisão. A estratégia revelou-se improdutiva.

 

A partir do noticiário sobre a violação do sigilo fiscal de tucanos, o marketing de Serra elevou o timbre da campanha. E nada.

 

Sobreveio o episódio do tráfico de influência que produziu a queda da ministra Erenice Guerra (Casa Civil). O tucano resumiu:

 

“O Serra de hoje está distante do Serra dos primeiros dias da campanha como a Lua da Terra. E as pesquisas mostram que os dois Serras foram mal recebidos”.

 

O cacique do DEM que se dispôs a falar ao blog revelou maior afeição pelo segundo Serra, o candidato de discurso mais agressivo. Porém...

 

Porém, mesmo líder ‘demo’ disse que, a essa altura, o par de escândalos alardeados por Serra não devem abalar o favoritismo de Dilma.

 

“O caso da Erenice, mais diretamente ligado a Dilma, é mais forte que o da Receita”, declarou. “Mas o eleitor não está interessado. Nada parece furar o escudo de Lula”.

 

A percepção foi corroborada por duas novas pesquisas divulgadas nesta sexta. Uma do Ibope e outra do Vox Populi. Em ambas, a mesma realidade: Dilma surfa sobre os escândalos. 

 

Os entrevistados revelaram uma apreensão comum. Acham que, consolidada a perspectiva de vitória de Dilma, resta à oposição zelar por suas bancadas.

 

Parecem mais preocupados com a disputa pelas cadeiras da Câmara e do Senado do que pelo assento de presidente.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h55

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Até dia da eleição, candidatos não podem ser presos

Começa a vigorar neste sábado (18) uma proibição prevista no Código Eleitoral.

 

A 15 dias da eleição, candidatos não podem mais ser detidos ou presos.

 

Abre-se exceção apenas para os casos de prisão em flagrante delito.

 

A regra alcança também os membros das mesas receptoras de votos e os fiscais indicados pelos partidos políticos.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h20

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Lula sobre mínimo de Serra:Pensa que povo é tonto?

Lula Marques/Folha

 

Lula ironizou na noite desta sexta (17) a mais nova plataforma de campanha de José Serra: o salário mínimo de R$ 600. “Agora, na política, vale tudo. Eles prometem mais aumento para o salário mínimo. Êêêêêta homem bom. Será que eles pensam que o povo é tonto?”

 

As provocações de Lula soaram do alto de um palanque montado na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O comício foi transmitido ao em tempo real na web. Ao lado da pupila Dilma Rousseff, Lula evocou a era FHC: “Eles governaram esse país por muitos anos e não fizeram o que estão prometendo agora”.

 

Erguendo a voz, Lula insinuou que o tucanato prefere os ricos aos pobres. Disse que tucano só olha para baixo em época de eleição. “Não tem um político que tenha coragem de ir pra televisão defender os ricos. Todo mundo defende pobre. Quanto mais pobre, mais ele adora...”

 

“...Só que, depois das eleições, se eles ganham, o primeiro café da manhã não é com os pobres, é com os ricos. O primeiro almoço que eles fazem não é com os pobres, é com os riscos. A primeira janta também não é com pobres, é com ricos”.

 

Deu a entender que Serra saiu-se com a idéia de elevar o valor do mínimo porque já antevê a derrota. “Eu tô sabendo que tem gente nervosa.. E não somos nós que estamos aqui”. Fez um pedido à platéia: “Levanta a mão pra ver se tem alguém tremendo aqui”.

 

Atendido, emendou: “Não tem ninguém tremendo. Do lado de lá, se eu mandar levantar a mão, tem gente que vai cair os dedos de tanta tremedeira. Eles estão com raiva. Primeiro porque não acreditavam que fôssemos ganhar em 2002. Ganhamos...”

 

“...Depois, eles acreditavam que não ia dar certo e que, quatro anos depois, eles voltavam. Se enganaram. Nós ganhamos outra vez. Depois, eles pensaram que não ia dar certo. E deu tão certo que até eles colocam a minha cara no programa deles na TV, como se fossem meus amigos”.

 

Recordou o menosprezo com que o nome de Dilma foi recebido quando ele a anunciou que ela seria sua candidata à sucessão. “Eles diziam: Esse lula é louco. Ele vai escolher uma mulher? O Brasil não tem hábito de votar em mulher. Vai vai escolher pessoa que não tem culturea política...”

 

“...Uma pessoa que não participa das reuniões partidárias, que nunca foi deputada, senadora, vereadora, prefeita. O lula tá louco. Algumas pessoas diziam assim: [...] Ele ta escolhendo alguém que nunca fez comício, nunca fez debate na TV com especialistas”.

 

Nesse ponto, alfinetou Serra: “Tucano já nasce pensando que é especialista”. Continuou: “Eles achavam que a Dilma era um caso derrotado. E eu dizia: pobres coitados, não sabem o que os espera”.

 

Voltando-se para Dilma, emendou: “Precisou apenas poucos dias e poucos debates, pra essa mulher já estar 27 pontos na frente deles em todo território nacional”. Desdenhou das chances de Serra: “Eles sabem que tá mais fácil ela [Dilma] crescer mais [nas pesquisas] do que eles crescerem”.

 

Sem mencionar o nome de Serra, disse como avalia a participação dele nos debates presidenciais: “Tem candidato que vai no debate com a Dilma, que eu pensava que era moderno, e o cidadão tem cara de ontem. Pensa como um cara de anteontem”.

 

Como de praxe, dedicou um pedaço do discurso à imprensa. Disse: “Alguns dos órrgaos de jornais deviam ter a cor e a cara do candidato que eles defendem, parar de falar em neutralidade...”

 

“...Quem faz oposição nesse país é determinado tipo de imprensa. Ahhh, como inventa coisa contra o Lula. Se eu dependesse deles para ter 80% de aprovação, teria zero, 90% das coisas boas desse país não são mostradas”.

 

Além de Dilma, dividiram o palanque com Lula os integrantes da chapa de Hélio Costa (PMDB), candidato ao governo mineiro. Ao defender a eleição dos aliados, insinuou que o tucano Aécio Neves e o candidato dele, Antonio Anastasia, não o querem em Minas.

 

“Tem gente que gostaria que eu não viesse aqui. Ahhh, meu Deus, imagina vocês! Eles gostariam que é que nós não existíssemos. Esse negócio de peão ser presidente e, agora, uma mulher... É demais. Não há quem agüente. [...] Essas pessoas acham que o Estado é uma espécie de quintal e que eles são donos”.

 

Ironizou Aécio, acusado pelo comando da campanha tucana de “esconder” Serra na sua campanha para o Senado e na de Anastasia para o governo. “Se eles tem vergonha dos candiatos deles, eu não tenho vergonha dos meus candidatos”.

 

Disse que, eleito, Hélio Costa governará Minas em parceria com Dilma, a quem chamou de “a próxima presidenta do Brasil”. Serviu-se, uma vez mais, da ironia:

 

“Os tucanos, em alguns lugares, não querem programa do governo federal para não dizer que aceitaram coisa do governo federal. Em outros lugares, utilizam. Mas mudam de nome”.

 

Referindo-se a Minas, Estado governador por Aécio até abril, pespegou: “Aqui, o [programa] Luz Para Todos virou Luz de Minas. O dinheiro era nosso, mas o nome era deles. Tinha outros proramas que eles mudaram de nome. Com Dilma e Helio não temos vergonha de dizer que somos parceiros”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h51

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‘Casa’ do PT no interior de SP é atacado: bala e tinta

Uma residência que abriga o diretório do PT na cidade de Mairinque, a 70 km de São Paulo, foi atacada na madrugada desta sexta (17).

 

Convertido em central da campanha de Dilma Rousseff no município, o imóvel com alvejado a bala.

 

O presidente do PT local, José Davi de Oliveira, contou 20 balas. A polícia diz que foram nove tiros.

 

Um banner com o rosto de Dilma, que pende da fachada da casa, foi tingido de preto. Registrou-se ocorrência policial.

 

Não há sistema de vídeo no prédio. Os responsáveis pelo ataque são, por ora, desconhecidos.

 

O potista José Davi enxergou no episódio uma tentativa de “intimidação”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h22

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Programas sociais são um quarto de renda de pobres

  Orlandeli
Pesquisa feita pelo IBGE informa: mais de um quarto da renda das famílias brasileiras extremamente pobres vem de programas sociais do governo.

 

O dado é de 2009. Entre as famílias com rendimento per capita de até um quarto do salário mínimo (R$ 116) 28% da renda era composta por verbas sociais.

 

Nos últimos dez anos, aumentou o pedaço da renda dessas famílias que vem de programas como o Bolsa Família. Diminuiu o naco de provido pelo trabalho.

 

Em 1999, apenas 4,4% da renda familiar dos brasileiros paupérrimos vinha dos programas sociais.

 

Naquele ano, 81,4% da renda das famílias pobres tinha origem no trabalho. Em 2009, o suor da camisa passou a prover 66,2% da renda.

 

Os números do IBGE ajudam a explicar o apreço que do brasileiro que integra a base da pirâmide social nutre por Lula e pela candidata dele, Dilma Rousseff.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h25

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Ex-aliado de Lula no Amapá tinha um ‘mensalãozão’

O mensalão, como se sabe, virou algo corriqueiro na política nacional. Arroz de festa, como se diz.

 

Há o mensalão do PT federal, o do PSDB de Minas, o do DEM de Brasília... Surge agora o mensalãozão de Waldez de Góes.

 

Ex-governador do Amapá, Waldez é candidato ao Senado pelo PDT. Integra o seleto grupo de José Sarney (PMDB).

 

Dispunha, até uma semana atrás, do apoio de Lula. Levava à propaganda de TV uma mensagem em que o presidente pedia que votassem nele.

 

Preso pela Polícia Federal, Waldez desfruta das facilidades do PF’s Inn, em Brasília. E os podres que o rodeiam começam a ganhar as manchetes.

 

Deve-se ao repórter João Carlos Magalhães uma revelação estarrecedora: suspeita-se que Waldez recebia propina mensal de R$ 500 mil.

 

A cifra foi aos autos do inquérito que apura os malfeitos da elite política do Amapá graças a depoimento colhido pela PF.

 

Relatou-se que o mensalãozão de Waldez brotava de um contrato firmado para fornecer comida aos presos do sistema carcerário amapaense.

 

Quem contou à polícia foi um assessor jurídico da Secretaria da Segurança Pública do Amapá. Chama-se Luiz Mário Araújo de Lima.

 

A história mostra que, no Brasil, acima de um certo nível de renda, os criminosos não costumam ser condenados. Cadeia? Nem pensar.


A cana de Waldez, por temporária, deve ser relaxada na semana que vem. Na improvável hipótese de ser condenado um dia, o Judiciário deve agir com cautela.

 

Não convém submeter o ex-governador a um convívio com os detentos do Amapá.

 

Imagine-se o que fariam com ele os companheiros de cela depois de saberem que, sob a gororoba que lhes servem diariamente, escondia-se o escárnio.

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h05

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Comissão de Ética aplica censura em Erenice Guerra

Sinfrônio

 

Suponha que você não tem nada com o que se preocupar. Finja que acha que o mundo pode melhorar. Simule otimismo.

 

Faça cara de quem não tem dúvida de que um surto de decência varrerá a administração pública brasileira. Pronto? Seguiu as instruções?

 

Agora pense na Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Desanimou, certo? Calma. Não se desespere. É compreensível.

 

Impossível pensar na Comissão de Ética da Presidência e continuar fingindo que tudo vai dar certo.

 

A propósito, reuniu-se nesta sexta-feira (17) a tal comissão. Seus integrantes se debruçaram sobre o ‘Erenicegate’.

 

Abrir a apuração ou arquivar o caso?, eis a dúvida que deveria ser respondida. Súbito, foi à mesa uma questão preliminar.

 

Erenice Guerra, ministra até poucas horas atrás, deixara de entregar à comissão um documento chamado DCI (Declaração Confidencial de Informação).

 

Nada a ver com a encrenca do tráfico de influência do filho Israel. É coisa que deveria ter sido provida há seis meses, quando Erenice virou ministra.

 

Serve para informar os dados patrimoniais da autoridade e a relação de parentes pendurados no organograma do Estado.

 

Erenice deveria ter encaminhado a peça à comissão até dez dias depois de ter sentado na cadeira que herdou de Dilma Rousseff.

 

Como a nova ministra não se mexeu, a comissão enviou um ofício. Deu-lhe 30 dias para regularizar a situação. E nada.

 

Novo ofício da comissão de ética. Mais um mês de prazo para Erenice. E a ministra? Nem tchum. Deu de ombros.

 

Agora, como que tomados de assalto pelo rigor, os membros da comissão decidiram mostrar a Erenice que não estão para brincadeira.

 

Impuseram à agora ex-ministra, a sanção administrativa da “censura”. Decisão unânime da comissão.

 

O que diabos é a “censura”? Trata-se de anotação a ser feita na ficha funcional de Erenice. Vale por três anos.

 

E daí? Bem, e daí nada! Se Dilma Rousseff for eleita e quiser convidar Erenice para compor sua equipe poderá fazê-lo sem nenhum problema.

 

Ou seja: não é nada, não é nada a “censura” imposta pela comissão de ética à ex-ministra Erenice não e nada mesmo.

 

Ah, sim, o repórter já ia esquecendo do essencial: decidiu-se abrir um procedimento para perscrutar o comportamento de Erenice no caso de lobby que a derrubou.

 

Reanime-se. Imite alguém acreditando no futuro com toda força. Pense no chope do final de semana.

 

- Em tempo: Ilustração via Diário do Norderste.

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Escrito por Josias de Souza às 14h38

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Sob ameaça de degola, presidente da Vale vai a Lula

Denis Balibouse/Reuters

 

Privatizada sob FHC, a Vale é tratada por Lula como se ainda fosse estatal. Presidente da companhia, Roger Agnelli viu-se convertido em candidato à degola.

 

Dissemina-se a notícia de que, eleita, Dilma Rousseff providenciaria a substituição de Agnelli. Incomodado com o zunzunzum, o executivo foi à presença de Lula.

 

A coluna de Monica Bérgamo resume, numa trinca de notas veiculadas na Folha, o resultado da investida de Agnelli. Leia abaixo:

 

 

- Vale futuro: Roger Agnelli, presidente da Vale, se reuniu anteontem com o presidente Lula em meio a rumores de que não seguirá no cargo num eventual governo de Dilma Rousseff (PT). Saiu com a impressão de que a degola pode ser revista. Disse a interlocutores que Lula o tratou ‘muito bem’.

- Tudo ou nada: O tratamento dispensado por Lula ‘pode não querer dizer muita coisa’, diz um conselheiro da Vale. ‘Numa hipótese, há pessoas em torno dele alvoroçadas para tirar o Roger do cargo e Lula não está nesse ritmo. Na outra, ele simplesmente está evitando marola na eleição.’ O problema de Agnelli seria outro: ele e Dilma não se bicam. E parte do PT o quer fora da Vale.

- Tradução: Lula teve contrariedade recente com Agnelli, quando ele anunciou que compraria 20 navios no exterior, e não no Brasil. Dirigente do PT diz que o presidente, apesar de tratar bem o executivo, ‘ainda está furioso’. O conselheiro da Vale afirma que o episódio foi superado. Lula entendeu que os navios brasileiros custam caro.

 

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Escrito por Josias de Souza às 07h27

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PT monitora os efeitos do ‘Erenicegate’ na campanha

Para comitê de Dilma, caso é mais danoso que ‘Fiscogate’

Pesquisas internas indicam que ainda não houve  prejuízo

Avalia-se que proximidade do pleito inibe o risco de revés

 

  Lula Marques/Folha
O comitê de Dilma Rousseff opera com a luz amarela acesa. Pesquisas internas monitoram os efeitos dos escândalos em ritmo diário.

 

Os operadores da campanha petista enxergam no caso que envolve Erenice Guerra um grau de combustão que não viam no episódio das violações da Receita.

 

Por quê? Erenice integrara a assessoria de Dilma no Ministério de Minas e Energia. Chegara à Casa Civil levada pelas mãos de Dilma. Ali, tornara-se braço direito de Dilma. Virara ministra por indicação de Dilma.

 

Ou seja: Erenice, 51 anos, filiada ao PT desde 1981, deve sua existência na burocracia da gestão Lula a Dilma Roussef. Daí o receio.

 

O elo entre a suspeita de malfeito e a candidata, frágil no caso da violação do sigilo de tucanos, materializou-se na encrenca da Casa Civil.

 

Até o início da semana, o alto comando da campanha avaliava que a manutenção de Erenice no cargo seria “menos pior” do que sua demissão. Em declarações calculadas, Dilma tomara distância da encrenca.

 

Dissera que não admitia ser julgada por acusações feitas contra o filho de uma ex-assessora. Passara a esgrimir a tese segundo a qual o “Erenicegate” era assunto do governo, não dela.

 

No mais tachara de "factóide" as novas estocadas do rival José Serra. Nos subterrâneos, Erenice foi aconselhada a se dissociar do filho Israel Guerra, acusado de empinar negócios privados no governo. Porém...

 

Porém, numa fase em que a cabeça ainda se equilibrava sobre o pescoço, a ministra não demonstrou disposição de abandonar o rebento no oceano de suspeições. Pior: numa conversa telefônica da noite de domingo (12), Erenice admitira ter recebido em casa o empresário Fábio Baracat, com quem Israel transacionava.

 

Para complicar, Erenice passou a operar na contramão do comitê. Pôs-se a emitir notas oficiais nas quais vinculava as denúncias à cena eleitoral. Em sua última nota, trazida à luz na quarta (15), Erenice investira contra Serra. Chamara-o de “aético”. Pespegara nele a pecha de “derrotado”.

 

Lula fez saber à ministra que não gostara do timbre do texto. Foi o primeiro sinal de que a cabeça de Erenice balançava.

 

A manchete da Folha de quinta (16) fez amadurecer o escalpo. Nova denúncia. De novo tráfico de influência. Novamente Israel Guerra. Um detalhe foi considerado especialmente incômodo.

 

Uma trinca de representantes da empresa EDRB, a nova cliente de Israel, fora recepcionada na Casa Civil. A audiência ocorrera em 10 de novembro de 2009. Dilma ainda era ministra. O negócio não se efetivou. Mas a oposição ganhou munição fresca.

 

De resto, uma coincidência de datas fez piscar a luz amarela no painel de controle do QG de Dilma. Veio à memória o escândalo dos “aloprados” de 2006. Um caso que explodira em 15 de setembro.

 

Lula, então candidato à reeleição, ostentava no Datafolha favoritismo semelhante ao de Dilma. Uma semana depois da chegada das manchetes aziagas, prevalecia sobre Geraldo Alckmin, o presidenciável tucano de então, por 50% a 29%. No último Datafolha, Dilma cravou 51%, contra 27% de Serra.

 

A imagem das notas usadas na tentativa de compra de um dossiê (R$ 1,7 milhão) ajudara a compor o quadro que levara Alckmin a um segundo turno que parecia improvável.

 

A analogia como que tonificou os receios que levam o petismo a observar com lupa os efeitos do alarido da Casa Civil sobre a campanha de Dilma. Um dos coordenadores do comitê disse ao repórter, na noite passada, que as pesquisas internas são indicam, por ora, a perspectiva de erosão de votos.

 

Ao contrário. O favoritismo de Dilma mantém-se intacto. O PT espera para os próximos dias uma ofensiva de Serra. Mas estima que, a 17 dias da eleição, não haveria tempo hábil para reviravoltas.

 

Ainda que uma certa insatisfação da classe média irradiasse para outros nichos do eleitorado, Dilma, 24 pontos à frente de Serra, disporia de “gordura” para queimar.

 

É em meio a esse cenário de apreensão que se produziu a decisão de levar Erenice ao microondas. Acredita-se que, bem tostada, a imagem da ex-ministra vai produzir a impressão de que o governo não transige com a suspeição. Uma novidade em relação à administração de escândalos pretéritos.

 

No mais, a despeito das similitudes que aproximam 2010 de 2006, os operadores da campanha de Dilma acham que falta ao ‘Erenenicegate’ a plasticidade do monturo de cédulas do escândalo dos “aloprados”. E, numa tentativa de estreitar a margem de manobra do inimigo, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, anunciou a decisão de processar Rubnei Quícoli, o autor da denúncia que carbonizou Erenice (assista abaixo).

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 03h31

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As manchetes desta sexta

 

- Globo: Denúncia que atinge campanha de Dilma faz Lula tirar Erenice

 

- Folha: Novas acusações derrubam ex-braço direito de Dilma

 

- Estadão: Escândalo na Casa Civil cresce e derruba Erenice

 

- JB: Cabral diz que tráfico armado vai ser extinto

 

- Correio: Erenice cai e leva sua turma

 

- Valor: Menor diferença de salário desestimula a rotatividade

 

- Jornal do Commercio: Escândalo derruba chefe da Casa Civil

 

- Zero Hora: Lula demite ministra para proteger Dilma

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h20

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Minha Casa Civil, Minha Vida!

Dalcío

- Via Correio Popular. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h28

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STF decide na próxima 4ª se Ficha Limpa vale para já

O STF vai decidir na quarta-feira (22) da semana que vem se a lei da Ficha Limpa vale ou não para a eleição de 2010.

 

Nesse dia, será julgado no plenário do tribunal um recurso impetrado por Joaquim Roriz (PSC).

 

Ao deliberar sobre esse caso, o Supremo desenhará a raia por onde vão correr todos os processos que envolvem políticos de “ficha suja”.

 

Postulante ao governo do DF, Roriz teve o registro da candidatura impugnado pela Justiça Eleitoral.  

 

Ele foi considerado inelegível por ter renunciado ao mandato de senador, em 2007, para fugir de um processo de cassação.

 

No recurso levado ao STF, os advogados de Roriz questionam vários pontos da lei da Ficha Limpa. São três as principais dúvidas:

 

1. Princípio da anualidade: Inscrito na Constituição, prevê que uma nova lei que modifique as regras eleitorais só pode vigorar no ano seguinte ao de sua aprovação.

 

Para os defensores de Roriz, a lei da Ficha Limpa, sancionada em 2010, não pode valer para a eleição em curso.

 

2. Princípio da irretroatibilidade: Prevê que nenhuma nova lei pode retroagir no tempo senão para beneficiar o acusado.

 

Os advogados de Roriz alegam que seu cliente não poderia ser punido agora por uma renúncia ocorrida em 2007, quando não havia a exigência de ficha limpa.

 

3. Presunção da Inocência: É outro princípio constitucional. Determina que ninguém pode ser considerado culpado antes de ser julgado em última instância.

 

Reza a lei da Ficha Limpa que são inelegíveis os políticos condenados por tribunais de segunda instância. Antes, portanto, do trânsito em julgado do processo.

 

Impossível prever qual será a decisão do STF. O tribunal está dividido ao meio. Tomados pelo que disseram em públicos e em privado, pode-se antever os prováveis votos de oito ministros.

 

Imagina-se que votarão pela vigência imediata da Ficha Limpa: Ayres Britto (relator do caso Roriz), Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Carmen Lúcia.

 

Estima-se que votarão a favor da aplicação da lei apenas para as próximas eleições: Gilmar Mendes, Celso de Mello, Dias Tóffoli, e Marco Aurélio Mello.

 

Não há vestígio de pista acerca da posição dos outros dois ministros que completam a formação atual do STF: Cezar Peluso e Ellen Gracie.

 

Entre os candidatos pendurados na deliberação do Supremo estão figurões da política nacional. Jader Barbalho (PMDB-PA), Paulo Maluf (PP-SP) e Cássio Cunha Lima, por exemplo.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h02

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Governo do DF exonera o filho e o irmão de Erenice

Nas pegadas da queda de Erenice Guerra, caíram outros dois frutos que pendiam da mesma árvore genealógica.

 

O Governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), mandou ao olho da rua um filho e um irmão de Erenice.

 

O filho é o agora célebre Israel Guerra. Afora o tráfico de influência que o levou às manchetes, encontrava-se pendurado na folha do GDF.

 

Nesta quinta (16), o Correio Braziliense noticiou que Israel estava lotado na Terracap (Cia. Imobiliária do GDF).

 

No papel, respondia pelo cargo de assessor da Diretoria de Novos Empreendimentos. Não dava as caras no emprego. Mas recebia salário mensal de R$ 6,8 mil.

 

O governador determinou a suspensão de eventuais vencimentos pendentes. E mandou abrir um processo administrativo.

 

Chama-se José Euricélio o irmão de Erenice que Rosso mandou ao meio-fio. Encontrava-se na Novacap (Cia. Urbanizadeora da Nova Capital).

 

Pende sobre os ombros dele a suspeita de participação em desvios na Editora da UnB (Universidade de Brasília). Coisa de R$ 6 milhões. José Euricélio nega.

 

Como se vê, vale em Brasília a máxima de qualquer império. Rainha posta, rainha morta.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h42

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Serra: saída de Erenice é apenas 'um primeiro passo'

Envolto numa atmosfera de borrasca, José Serra busca uma bóia que o impeça de afundar já no primeiro turno.

 

A despeito de as pesquisas informarem que o segundo turno é improvável, o presidenciável tucano enxerga no ‘Erenicegate’ a perspectiva de flutuar.

 

Aproveita-se da demissão da ministra para tentar tirar lascas do favoritismo de Dilma Rousseff. Serra pede mais:

 

"A saída [de Erenice] é um primeiro passo. Tem que ver as investigações agora, porque até ontem estavam dizendo que era uma jogada eleitoral".

 

E ironiza: "Estavam procurando jogar areia nos olhos com essa história. Agora, todo o escândalo que aparece sempre tem um pretexto...”

 

“...[Dizem que] é a eleição, que são denúncias de caráter eleitoral. A prova é que o governo foi obrigado a afastar essa toda poderosa ministra".

 

Refere-se à Casa Civil como antro de "sucessivos escândalos”. De resto, faz uma pose cívica: “Eu não falo aqui como candidato, eu falo como brasileiro".

 

- Então, tá!

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h07

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Lula sobre Erenice: 'Se errar, a gente tem de pagar'

A combinação do ‘Erenicegate’ com a campanha eleitoral fez de Lula um presidente diferente. Está na praça um Lula mais rigoso do que o anterior.

 

Em escândalos pretéritos, Lula hesitava em levar cabeças à bandeja. Só entregava os escalpos quando não havia mais jeito.

 

Deu-se o oposto com Erenice Guerra. Guindada às manchetes em posição incômoda, a chefe da Casa Civil teve a cabeça apartarda do pescoço em seis dias.

 

Por quê? "Quando a gente está na máquina pública, não tem o direito de errar", disse Lula nesta quinta (16). "E se errar, a gente tem de pagar".

 

No início da semana, o noticiário contra Erenice era "factóide", "piada" de uma mídia golpista e atucanada.

 

Hoje, Erenice tornou-se a primeira ministra a ser defenestrada por uma anedota. Coisa nunca antes vista na história desse país.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h44

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Saída de Erenice esfarela miolo do discurso de Dilma

Fábio Pozzebom/ABr

Março: Dilma passa a Casa Civil à amiga Erenice; hoje, não tem 'nada a ver' com ela 

 

Depois de ter sido renunciada da Casa Civil por Lula, Erenice Guerra virou protagonista da fábula do “nada a ver”.

 

Ex-madrinha de Erenice, Dilma Rousseff começara a tomar distância da amiga já no final de semana. Evitara levar a mão ao fogo por Erenice.

 

Nesta quinta (16), mãos ainda intactas, a pupila de Lula tentou erguer um muro entre o infortúnio de Erenice e a campanha eleitoral.

 

“Eu não acredito que tenha uma coisa a ver com a outra. Uma coisa é o que aconteceu, e outra é a minha campanha”.

 

Avolumam-se os indícios de que os negócios cavalgados por Israel Vargas, o filho de Erenice, trotavam na Casa Civil desde a época em que Dilma era ministra.

 

Erenice era a segunda de Dilma. Mas a candidata, obviamente, não tem nada a ver com isso. Ela se apressa em perguntar:

 

"Onde está a prova de que eu esteja envolvida nesse caso? É importante no Brasil que a gente não perca a referência das conquistas da civilização...”

 

“...Tem de provar que você fez. Não você provar que não fez. Como eu estou envolvida nesse caso? Aliás, tomei conhecimento dele pelos jornais".

 

Por ora, Dilma só foi acusada de ser responsável pela acomodação de Erenice na equipe da Casa Civil. Mas ela parece não ter nada a ver com isso também.

 

É forte a suspeita de que Erenice deu ao rebento o aval para que usasse e abusasse do prestígio da mãe.

 

Um prestígio que aumentou em fins de março, quando Dilma foi aos palanques e Erenice ganhou a cadeira de ministra.

 

Dilma, obviamente, não tem nada a ver com isso, como não teve nada a ver com aquele dossiê dos gastos de Ruth e FHC, que Erenice coordenara.

 

Aquilo, aliás, nem era dossiê, mas um mero banco de dados, como já ficou demonstrado na desconversa anterior.

 

Um empresário de Campinas disse que o filho de Erenice tentou mordê-lo numa transação que envolvia empréstimo do BNDES. Coisa de novembro de 2009.

 

Dilma ainda era ministra nessa época, mas não tem nada a ver com o caso. Soube agora, “pelos jornais”.

 

A candidata, inclusive, estranha o valor do empréstimo: R$ 9 bilhões para um projeto energético. Ironiza:

 

Tanto dinheiro “para 600 megawatts, seria o projeto de energia mais caro do Brasil. [...] Se o BNDES o recusou, fez muito bem”.

 

"Essa história me parece aquela história de compra e venda de terreno na lua", Dilma acrescenta.

 

O Planalto confirmou que o tal empresário foi recebido na Casa Civil. Decerto foi sondar a consistência do solo da lua. Dilma não tem nada a ver com isso.

 

Injetou-se no histórico da Dilma ministra uma contradição com o discurso da Dilma candidata.

 

Vende-se na propaganda eleitoral que Dilma era a mandachuva do governo. Os programas que “deram certo” trazem as digitais dela.

 

Bolsa Família, Prouni, Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida. Tudo fruto do talento gerencial da ministra Dilma.

 

Movida por interesses eleitorais, a oposição questiona a candidata Dilma: E a Casa Civil? O petismo responde: Nada a ver.

 

Embora não pareça, a fábula do “nada a ver” faz sentido. Ocupada com em fazer funcionar o governo, Dilma não teve tempo de cuidar da Casa Civil.

 

Permitiu que seu ministério se convertesse em portão de acesso à casa de uma conhecida senhora: a mãe Joana.

 

O comitê de Dilma precisa considerar a hipótese de tatuar na testa da candidata uma frase definitiva: “Minha campanha não tem nada a ver com isso”.

 

Assim, a imprensa se eximiria de perguntar, Dilma não teria que responder e a platéia seria poupada do ar de enfado da candidata.

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h23

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Erenice deixa Casa Civil. Porta-voz de Lula lê a carta

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Escrito por Josias de Souza às 14h58

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O Datafolha, Dilma, Serra e a teoria do 'buraco negro'

Saiu mais um Datafolha. A principal novidade da pesquisa é que ela não traz novidades.

 

Registra um quadro de densa estabilidade na disputa pelos votos que elegerão o sucessor de Lula.

 

Comparando-se com a sondagem da semana passada, apenas Dilma Rousseff oscilou. Para o alto: de 50% foi a 51%.

 

O movimento ocorreu dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais –para baixo ou para cima.

 

José Serra manteve-se no mesmo patamar: 27%. Marina Silva, com seus 11%, tampouco se mexeu.

 

Consolida-se a impressão de que o eleitorado dá de ombros para os escândalos que Serra se esforça para grudar na imagem de sua rival.

 

Se a eleição fosse hoje, Dilma prevaleceria sobre ele no primeiro turno. Beliscaria 57% dos votos válidos.

 

O brasileiro parece enxergar o ‘Fiscogate’ e o ‘Erenicegate’ como buracos negros, aqueles furos no universo em que a matéria desaparece.

 

Autoconvertido em Stephen Hawking da campanha, Serra apresenta suas teorias sobre os buracos negros da eleição.

 

Num instante em que a platéia já parecia não entender a teoria do buraco do fisco, o físico-candidato a convida para acompanhar o buraco do lobby.

 

Agora, além daquilo que não se interessou em saber, o eleitor vai ignorar a outra coisa que não se preocupa em conhecer.

 

Os pesquisadores do Datafolha aferiram o impacto do caso da violação do sigilo fiscal dos tucanos.

 

A maioria dos entrevistados (57%) disse ter tomado conhecimento do tema. Mas, desse total, apenas 12% consideram-se bem informados.

 

Não há muita gente disposta a debater os ataques ao IR do Eduardo Jorge e da Verônica Serra no intervalo entre o café da manhã e Passione, a novela noturna.

 

Num derradeiro esforço, a oposição alega que a candidatura da Dilma é, em si mesma, um buraco negro.

 

Coisa de efeitos devastadores, capaz de implodir o Sol e empurrar para dentro do buraco o eleitor, a mesa do café e o Toni Ramos.

 

A bugrada não escuta. Quem ouve não presta atenção. Quem se interessa acha que nada tem a ver com o seu café com leite.

 

Para usar expressão cara ao Serra, tudo termina em ‘tititi’.

 

Aliás, tomado pela irritação que exibiu na entrevista à apresentadora Marcia Peltier, os buracos negros já não interessam nem ao Serra.

 

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Escrito por Josias de Souza às 07h09

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Aliado de Serra, Jarbas leva ‘Erenicegate’ à televisão

Candidato ao governo de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB) ecoou no Estado críticas que o aliado José Serra (PSDB) entoa em âmbito nacional.

 

Jarbas levou à propaganda eleitoral o caso em que Israel, o filho da ministra Erenice Guerra (Casa Civil), é acusado de usar o prestígio da mãe para cavar negócios.

 

Na peça, faz-se um resumo da denúncia. Recorda-se que Erenice foi “a principal assessora” de Dilma Rousseff.

 

No final da inserção, o próprio Jarbas irrompe na tela. A certa altura, declara:

 

“Faço votos que não seja mais uma denúncia para o presidente Lula ridicularizar, como tem feito com tudo de comprometedor que ocorre no governo”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h13

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As manchetes desta quinta

 

- Globo: Caixa terá de pagar R$ 500 mil a caseiro que derrubou Palocci

 

- Folha: Filho de Erenice pediu 5% por crédito do BNDES, diz empresa

 

- Estadão: Inquérito da PF contraria tese de crime político na Receita

 

- JB: Pirataria leva quase US$ 10 bi por ano do país

 

- Correio: Brasília, a casa da turma de Erenice

 

- Valor: Oferta frustra estrangeiro e acentua queda da Petrobras

 

- Estado de Minas: Prefeitura traça um novo mapa para BH

 

- Jornal do Commercio: Munição em chamas

 

- Zero Hora: Dnit estuda cinco locais para nova ponte no Guaíba

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h50

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Salto baixo!

Clayton

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Escrito por Josias de Souza às 01h09

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Diap prevê que PT terá mais deputados que o PMDB

Sérgio Lima/Folha

 

O Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) levou à sua página na web um novo prognóstico para as eleições à Câmara federal.

 

Em sua segunda versão, o estudo prevê que o PT sairá das urnas de 2010 com uma bancada de deputados maior que a do PMDB.

 

O Diap leva em conta dados qualitativos e quantitativos. Atribui a cada legenda um prognóstico máximo e uma previsão mínima.

 

No caso do PT, estima-se que conseguirá eleger no mínimo 85 deputados e no máximo 110. O PMDB elegeria entre 70 e 100 deputados.

 

Confirmando-se o vaticínio, o PT desbancará o PMDB e passará à condição de dono da maior bancada da Câmara.

 

Algo que deve influir na escolha do próximo presidente da Casa. Em acordo subterrâneo, as cúpulas das duas legendas firmaram um pacto.

 

Prevê que um deputado petê comandará a Câmara por dois anos e um pemedebê dará as cartas no outro biênio. Há um par de nomes na praça.

 

Pelo PMDB, o líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (RN). Pelo PT, o líder do governo Lula, Cândido Vaccarezza (SP).

 

Discute-se agora quem virá primeiro. Por ora majoritário, o PMDB reivindica a primazia. Se for tonificado pelas urnas, o PT exigirá uma inversão.

 

Nas eleições de 2006, alquebrado pelo escândalo do mensalão, o PT elegera 83 deputados. Perdeu quatro durante a legislatura. Hoje, dispõe de 79.

 

O PMDB emergira das urnas de quatro anos atrás com 89 deputados eleitos. Hoje, sua bancada soma 90 cabeças.

 

Tomados pelos números do Diap, os dois maiores partidos da oposição correm o risco de ficar menores. Mas não serão forças negligenciáveis.

 

Em 2010, o PSDB elegera 66 deputados. Hoje, soma 59. O Diap prevê que, em 2011, terá entre 55 e 70 cabeças –a terceira bancada da Câmara.

 

A despeito do desejo de Lula, o DEM não será “extirpado”. Há quatro anos, elegera 65 deputados. Hoje, tem 56. Pelo Diap, passará a ter entre 38 e 53. Quarta bancada.

 

O Diap divulgara em julho um primeiro prognóstico para o Senado. Carece de atualizações.

 

Levava em conta, por exemplo, a candidatura de Orestes Quércia (PMDB), que renunciou para tratar-se de um câncer na próstata.

 

Embora desatualizado, o estudo é, por ora, o mais completo à disposição. Para consultá-lo, basta pressionar aqui.

 

Estima que o PMDB manterá o posto de maior bancada do Senado. Significa dizer que fará o presidente da Casa. Desde logo, cogita-se reeleger José Sarney.

 

Por esse levantamento, o DEM, que hoje divide com o PSDB a condição de segunda maior bancada, pode escorregar para o quarto lugar. Tucanos e petistas disputam a segunda colocação.

 

No caso da Câmara, ao fixar o piso e o pé direito de cada legenda, o Diap levou em conta as variáveis que interferem no resultado.

 

Entre elas as coligações partidárias e o quociente eleitoral. Numa explicação simplória, o quociente é uma norma que remete o voto para um caldeirão.

 

Nesse recipiente, misturam-se os candidatos de um mesmo partido ou coligação. Decodificadas as urnas eletrônicas, chega-se ao quociente eleitoral.

 

É esse quociente que estabelece o número de votos exigido para que os partidos obtenham cada cadeira na Câmara. Contam-se, então, os votos dos candidatos.

 

Pode suceder que um candidato com mais votos perca a vaga para outro que, embora menos votado, seja filiado a partido bafejado com quociente alto.

 

Daí a principal dificuldade para cravar, com precisão científica, o número de deputados de cada partido.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h33

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Caixa prepara 2º ataque contra o caseiro Francenildo

  Folha
Condenado ao fim de mês perpétuo, o trabalhador de renda miúda não é propriamente um investidor.

 

Só de raro em raro lhe sobra algum. Nessas ocasiões, o mais precavido leva o cobre à caderneta de poupança.

 

Trombeteada em comercial de bordão fácil –‘Vem pra Caixa você também’— a logomarca da CEF inspira nessa clientela de baixa renda enorme confiança.

 

Foi esse poder de sedução que levou o caseiro Francenildo Costa ao guichê da casa bancária oficial.

 

Num episódio conhecido, a conta de Fracenildo sofreu, em 2006, um ataque grosseiro.

 

O caseiro contara em CPI que o grão-petê Antonio Palocci frequentava mansão em cujas dependências trançavam-se pernas e intere$$es.

 

Súbito, violaram-lhe o sigilo bancário. Os números de sua popupança foram às manchetes.

 

Nesta quarta (15), o doutor Itagiba Catta Preta Neto, juiz da 4ª Vara da Seção Judiciária do DF condenou a Caixa a indenizar Francenildo.

 

Os advogados do caseiro tinham pedido R$ 17 milhões. O magistrado refugou o absurdo. Orçou os danos morais em R$ 500 mil. Atribuiu à pena "dupla função”:

 

“Busca reparar ou minimizar o dano causado, somando-se ainda um caráter punitivo ao seu causador a fim de que este não volte a incorrer na mesma prática".

 

Itagiba recordou: Francenildo "é pessoa humilde e, como muitos trabalhadores brasileiros, mantinha vida digna com esforçado e lícito labor...”

 

“...Sofreu confessada quebra de sigilo dos seus dados e merece ser indenizado".

 

Submetida à sentença, a Caixa anunciou que vai perpetrar um segundo ataque contra o caseiro: recorrerá da sentença.

 

O direito de Francenildo será levado ao banho-maria do Judiciário. Um recurso sobre o outro, a coisa não se resolve em menos de dez anos.

 

O crime contra o caseiro foi consequência do abuso de poder de duas pessoas físicas: além de Palocci, Jorge Mattoso, então presidente da Caixa.

 

A reação da instituição financeira converte a insensatez em arrogância de pessoa jurídica.

 

Aplicando-se ao caso uma dose de bom senso, a Caixa deveria, primeiro, indenizar Francenildo. Depois...

 

Depois, deveria mover ação de ressarcimento contra os autores do malfeito. Palocci talvez não possa ser alcançado.

 

Contra todas as evidências, o STF livrou a cara do ex-czar da economia petista. Deu-se em agosto de 2009, em julgamento de placar apertado –5 a 4.

 

Mas a denúncia contra Jorge Mattoso foi recepcionada. O ex-mandachuva da Caixa é, hoje, réu em uma ação penal.

 

Lula tem algo em comum com o caseiro. Em respeito ao seu passado de privações, o presidente deveria chamar a diretoria da Caixa para uma conversa.

 

Diria: “O pagamento da indenização não apaga a nódoa que o caso acomodou sobre minha gestão...”

 

“...Mas não admito empurrar para dentro de minha biografia o novo atentado contra um brasileiro retratado em sentença judicial como ‘humilde trabalhador’.”

 

Outra alternativa é mandar retirar da marquetagem o bordão enganoso. O "vem pra Caixa você também" deixa de ser convite. Vira emboscada.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h48

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Serra se irrita e ameaça interromper entrevista na TV

  Fábio Pozzebom/ABr
Submetido a uma conjuntura acerba, José Serra atravessa um daqueles ciclos da vida em que o pesadelo é, por vezes, melhor do que o despertar.

 

Nesta quarta (15), o presidenciável tucano deu mostras de que tem certa dificuldade de lidar com o cenário de borrasca que o rodeia.

 

Foi aos estúdios da CNT, para uma entrevista com Márcia Peltier. Coisa de quatro blocos. Já no primeiro, Serra escalou as tamancas.

 

Abespinhou-se com as perguntas. Versavam sobre pesquisas de opinião e violação dos sigilos fiscais de tucanos e familiares do candidato.

 

Serra ameaçou interromper a entrevista. Dizia-se sufocado.

 

A pretexto de buscar uma coca-cola, fora do estúdio, chegou a retirar o microfone que pendia de sua lapela.

 

Findo o bloco inaugural da entrevista, Serra disse à apresentadora: "Não vou dar essa entrevista, você me desculpa".

 

Esperava ser aguido sobre política e, sobretudo, economia. Reclamou do rumo da prosa. "Faz de conta que eu não vim".

 

O primeiro bloco não terminara bem. Serra insinuara que o programa fora "montado". A entrevistadora reagiu: “Montado para que? Aqui não tem isso”.

 

No intervalo, como o candidato ameaçava se retirar e a coisa enveredava para o bate-boca, foi à cena um terceiro personagem.

 

O diretor de jornalismo da emissora, Domingos Trevisan, viu-se compelido a entrar no estúdio.

 

Câmera desligada, Serra disse a Trevisan, em timbre peremptório: "Se a entrevista é essa, não preciso mais ficar".

 

Insinuou que Márcia Peltier encampara a tese de Dilma segundo a qual os ataques na Receita haviam ocorrido numa fase em que ela ainda não era candidata.

 

Trevisan argumentou que restavam três blocos de entrevista. Tempo bastante para a abordagem de outros temas.

 

Reclama daqui, argumenta dali Serra ficou. No final da entrevista, posou para fotos ao lado da algoz Márcia.

 

O resultado da entrevista vai ao ar na noite desta quarta, às 22h50. O telespectador não terá a oportunidade de assistir à arenga completa. O pico do destempero se deu no intervalo. Pena.

 

Se visse tudo, a platéia talvez concluísse que, em matéria de liberdade de imprensa, o tucano Serra se aproxima do petê José Dirceu, para quem há “abuso no poder de informar”.

 

Vai abaixo um trecho do áudio, captado por uma repórter do 'Terra'. Incluiu pedaços que não devem ser exibidos logo mais:  

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h32

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Para Gurgel, Enenicegate envolve acusações graves

Fábio Pozzebom/ABr

 

Roberto Gurgel, procurador-geral da República, classificou de “graves” as denúncias de tráfico de influência que enredaram Israel Guerra, o filho de Erenice Guerra.

 

Cuidadoso, como convém a um procurador, utiliza o condicional ao falar da sucessora de Dilma Rousseff na Casa Civil:

 

"As notícias apontam para fatos graves, mas não temos elementos nenhum, ainda, que aponte a responsabilidade, se envolve ou não envolve a ministra".

 

Por ora, disse Gurgel, a encrenca ficará aos cuidados da Procuradoria da República no Distrito Federal. Só subirá à sua mesa se Erenice for à alça de mira.

 

"Temos que fazer apuração preliminar dos fatos para ver se tem elementos mínimos que justifiquem que a ministra seja ouvida".

 

Tomado pelo que diz, Gurgel acha que os procuradores devem procurar com os olhos grudados no monturo malcheiroso, não nos arredores eleitorais.

 

"O Ministério Público tem essa preocupação de não virar instrumento de campanha. Falando bem claro: nem da campanha da ministra Dilma nem da campanha do governador Serra". Amém!

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h41

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Dilma e Serra sonegam ao eleitorado um ‘programa’

  Lula Marques/Folha
Programas de governo, como se sabe, são tratados de verdades que, apresentados durante a campanha, se esquecerão de acontecer depois da eleição.

 

Dito de outro modo: as ideias expostas pelos candidatos em cadernos bem cuidados são mentiras que tentam dar certo nas urnas.

 

A despeito disso, a exposição das plataformas dos presidenciáveis tornara-se uma praxe. Era parte do ‘kit pantomima’ de qualquer campanha.

 

Pois bem, a coisa mudou. A escassos 18 dias da eleição, o brasileiro ainda não foi formalmente apresentado aos programas de Dilma Rousseff e José Serra.

 

No comitê de Dilma, quem cuida da matéria é o grão-petê Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Lula.

 

Nesta quarta (15), ele informou que o programa pode nem ser divulgado. "Não tem nada definido, mas também não vejo nenhum problema, nada é confidencial".

 

Na campanha de Serra, quem cuida do assunto é o tucano Francisco Graziano Neto, ex-secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo.

 

Graziano coordena uma página aberta na web pare recolher sugestões. Correu o país em debates e seminários. Programa? Por ora, nada.

 

Submetidos à aridez programática, os eleitores dividem-se em dois grupos. Num, os que duvidam de tudo. Noutro, os que já não duvidam de nada.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h50

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80% das promessa$ de socorro ao Haiti viraram gogó

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Escrito por Josias de Souza às 16h04

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Dirceu:Brasil tem ‘excesso de liberdade’ de imprensa

‘Eleição da Dilma é mais importante que a  eleição do Lula’

‘É a eleição de um projeto político, a Dilma nos representa’

Dilma ‘passou por um câncer.  Ela sente  muito  isso ainda’

‘Existe,  hoje,  uma  disputa  contra  nós na  comunicação’

‘Problema não é censura, é o  abuso do poder de informar’

 

  Elza Fiúza/ABr
Articulador oculto da campanha presidencial de Dilma Rousseff, José Dirceu se expôs por inteiro numa palestra que proferiu na Bahia. Deu-se na noite de segunda-feira (13). O deputado cassado falou para uma platéia de petroleiros. Ele não suspeitava, mas foi ouvido também por repórteres.

 

As palavras de Dirceu não deixam dúvidas quanto à presença dele na definição dos rumos do PT e no dia-a-dia da campanha de Dilma Rousseff. Para ele, o jogo da sucessão de Lula está jogado. Acha que, sob Dilma, o PT terá mais peso do que teve nas gestões de Lula.

 

Traçou planos, elencou amigos, esquadrinhou inimigos e levou à mesa temas que o petismo normalmente esconde, como os efeitos do câncer sobre a agenda de Dilma. Entre as reformas que julga pendentes, listou a demcoratização dos meios de comunicação. Acha que há “excesso de liberdade” de imprensa no país, "abuso do poder de informar".

 

Vão abaixo alguns trechos da palestra de José Dirceu:

 

- Dilma e o PT: “A eleição da Dilma é mais importante do que a eleição do Lula, porque é a eleição do projeto político, porque a Dilma nos representa. A Dilma não era uma liderança que tinha uma grande expressão popular, eleitoral, uma raiz histórica no país, como o Lula foi criando [...]. Então, ela é a expressão do projeto político. [...] Independentemente de nós termos essa coalizão [partidária], o PT é a base dela”.

 

- O câncer e a agenda: “[...] Cancelaram vários compromissos [de campanha]. Na minha avaliação foi um erro, mas ele é justificado. Nossa candidata estava num momento muito difícil, muito cansada, tendo que se dedicar aos programas de televisão. Tendo que ir aos Estados. [...] Primeiro, nós temos mais de 40 anos de idade, segundo que ela passou por um câncer. Ela sente muito isso ainda. E a tensão dessa campanha foi muito grande. [...] Infelizmente, aconteceu isso, o cancelamento da agenda. Várias agendas”.

 

- Futuro do partido: “O PT teve 17% de votos em 2002/2006 para a Câmara, [...] vai ter agora 21%, 23%, eu espero, tudo indica. Tem que ter 33% em 2014. O PT tem que se renovar, tem que abrir o PT para a juventude”.

 

- Importância do PMDB: “Quando nós pusemos o Alencar como vice do Lula, nós ganhamos a eleição [de 2002]. Como nós ganhamos essa eleição quando o PMDB não ficou com o PSDB. Aquele movimento [da oposição] anti-Renan Calheiros, anti-Sarney... Vocês não vão acreditar que eles são éticos, né? Eles, evidentemente, o que queriam era romper a aliança nossa com o PMDB.

 

- Papel do BNDES: “O BNDES está consolidando, fundindo a base dos setores, senão nós não conseguimos competir no mundo. [...] Nós temos que fortalecer o Brasil, o Estado, a política econômica e distribuir renda...”.

 

- Aparelhamento: “Não é verdade essa discursera do Serra. [...] Eles falam: ‘os sindicalistas dirigiam as empresas estatais’. É verdade, nós indicamos sindicalistas mesmo. Agora, vamos ver o balanço [de FHC e Lula]. [...] Não fizemos nenhum investimento como eles fizeram vários desastrosos”.

 

- Estratégia da ‘direita’: “Quem pode ter poder? Primeiro, o poder econômico. [...] As Forças Armadas estão, hoje, profissionalizadas. O poder econômico se aliou com qual poder? Com a mídia. E qual é o poder que pode se contrapor ao poder econômico e ao poder da mídia no Brasil? É o poder político...”

 

- Corrupção: Os “graves problemas de nosso sistema político, problema de caixa dois, [...] de corrupção que tem na administração pública, em grande parte para financiar campanha eleitoral, porque o sistema está apoiado nisso, no poder econômico. [...] Campanha de presidente é R$ 200 milhões, R$ 300 milhões. Ora, quem vai financiar isso? As pessoas físicas? Não, as empresas. Aí começa: nomeação dirigida, licitação dirigida, emenda dirigida, superfaturamento, tráfico de influência. Não é que vai acabar, mas o financiamento público, o voto em lista... Nós temos que repensar o sistema político brasileiro”.

 

- Reformas: “As outras reformas, a tributária, a democratização dos meios de comunicação, o problema da terra, das Forças Armadas, que são questões que não estão equacionadas no Brasil ainda hoje, elas dependem da nossa maioria, depende do país se consolidar porque o país só resolve problemas quando são maduros”.

 

- Liberdade de expressão: “Dizem que nós queremos censurar a imprensa. Diz que o problema é a liberdade de imprensa. O problema do Brasil é excesso, [...]  abuso do poder de informar, o monopólio e a negação do direito de resposta e do direito da imagem. [...] Os tribunais brasileiros estão formando jurisprudência. Se vocês lerem os discursos do Carlos Ayres Britto [ministro do STF], aquilo não é voto é discurso político, que a liberdade de imprensa está ameaçada no Brasil, que é um escândalo...”

 

- Aliança mídia-oposição: “Eles estão preparando a agenda deles para o primeiro ano de governo. [...] O governo sempre é disputado. [...] Com o apoio da imprensa, eles [da oposição] tentam tomar a opinião pública, forçando determinadas definições ou tentar impedir que nós apliquemos determinadas políticas. Ou paralisando no Congresso ou criando um clima na sociedade contrário...”

 

- Batalha pessoal: “Temos que nos preparar para a disputa dessa fixação da mídia comigo. [...] Eu disputo, eu enfrento. Eu não deixo nada sem resposta. Eu faço a disputa política na sociedade, no meu blog, dentro do PT. [...] Eu continuei participando da vida política do país, da vida do PT. [...] Eles querem que eu seja condenado, eles querem me banir da vida política do país...”

 

- Aqui, no sítio de ‘O Globo’, a íntegra da palestra de José Dirceu.

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Escrito por Josias de Souza às 07h44

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As manchetes desta quarta

 

- Globo: Dirceu: PT terá mais poder com Dilma do que com Lula

 

- Folha: Caso Erenice põe o governo na ofensiva e partidos batem boca

 

- Estadão: Lula comanda reação do govemo para blindar Erenice

 

- Correio: Diferentes nas ideias, iguais nos ataques

 

- Valor: Fundo Soberano pode ser 2º maior acionista da Petrobras

 

- Estado de Minas: Minas tem 62 cursos de pós-graduação de nível internacional

 

- Jornal do Commercio: Menos famintos pelo Mundo

 

- Zero Hora: Maior apreensão de cocaína em 17 anos atinge tráfico no RS

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h21

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King Lula!

Nani

- Via Nani Humor. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h16

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Castelo de Areia: relatora do STJ vota pela anulação

Sem alarde, a 6ª turma do Superior Tribunal de Justiça começou a julgar um recurso que pode levar à anulação de toda a Operação Castelo de Areia.

 

Em sessão realizada nesta terça (14), a ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do processo, proferiu o seu voto.

 

Ela acolheu alegações dos advogados da Camargo Corrêa. Votou a favor da anulação de parte das provas levadas aos autos pela PF e pelo Ministério Público.

 

São provas vitais. Sem elas, chega-se, na prática, ao cancelamento de toda a operação, deflagrada em março do ano passado.

 

O julgamento desta não foi concluído. O ministro Og Fernandes pediu vista do processo. A encrenca só volta à mesa quando ele concluir sua análise.

 

Normalmente, as turmas do STJ são compostas de cinco juízes. Com uma cadeira vaga, a sexta turma tem quatro membros.

 

Além de Maria Thereza (presidente) e Og Fernandes, integram a turma dois magistrados convocados: Celso Luiz Limongi, Haroldo Rodrigues.

 

É nesse pedaço do STJ que estão sendo analisadas as provas da Castelo de Areia. No miolo da querela está um debate sobre a legalidade dos procedimentos.

 

Em essência, os defensores da Camargo Corrêa sustentam que a investigação da Castelo de Areia contém interceptações telefônicas ilegais.

 

Alegam que os grampos foram autorizados pela 6ª Vara Criminal em São Paulo com base numa denúncia anônima, que teria dado origem à operação.

 

Anotam na petição que a escuta telefônica, prevista em lei como medida excepcional, não poderia ter sido escorada apenas em denúncia de personagem desconhecido.

 

Representado no STJ pela subprocuradora-geral da República Elizeta Ramos, o Ministério Público contestou a versão dos advogados da construtora.

 

A Procuradoria argumentou que os grampos foram autorizados depois da inquirição de um réu-colaborador.

 

De resto, argumenta que foram agregadas aos autos da Castelo de Areia provas recolhidas de uma outra ação da Polícia Federal.

 

Chama-se Operação Downtown. Nessa investigação perscrutava-se a ação ilegal de doleiros.

 

Entre eles Kurt Paul Pickel, que depois apareceria como prestador de serviços a executivos da Camargo Corrêa.

 

A íntegra do voto da ministra Maria Thereza é desconhecida. A peça não foi levada à página do STJ na web, como costuma acontecer. Porém...

 

Porém, o blog apurou que a ministra deu razão aos advogados da Camargo Corrêa. Se prevalecer, a posição da ministra fulminará a operação.

 

Por quê? Foi com base nos indícios de malfeitos que soaram nos grampos que a Justiça determinou a realização das batidas policiais da Castelo de Areia.

 

Batidas como a exposta na foto lá do alto, realizada na sede da Camargo Corrêa.

 

Recolheram-se nessas operações de busca e apreensão documentos que deram concretude à operação. Anulando-se os grampos, anula-se todo o resto.

 

Em decisão de janeiro de 2010, o ministro Cesar Asfor Rocha, à época presidente do STJ, determinara a suspensão da Operação Castelo de Areia.

 

O despacho de Asfor Rocha, por liminar, depende de confirmação. É nesse ponto que entra a 6ª turma do tribunal.

 

Depende desse julgmento a continuidade de 19 inquéritos da PF e o andamento de 32 representações encaminhadas pela Procuradoria a vários órgãos públicos.

 

Está na dependência da decisão do STJ também o destino de uma ação penal já aberta contra três executivos da Camargo Corrêa.

 

Nesse processo, os mandachuvas da construtora são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

 

O mundo político aguarda com vivo interesse a decisão do STJ. Apura-se também na operação o suposto pagamento de propinas a cerca de 200 políticos.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h37

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Ministro do STJ prorroga ‘cana’ da elite política do AP

A pedido do Ministério Público, foi prorrogada por mais cinco dias a prisão temporária de seis mandachuvas do Amapá encarcerdos na última sexta (10).

 

Deve-se a decisão ao ministro João Otávio de Noronha, do STJ. Ele é o relator do processo no tribunal. Permanecem em cana:

 

1. Pedro Paulo Dias (PP): governador e candidato à reeleição.

2. Waldez Góes (PDT): ex-governador e candidato ao Senado.

3. José Júlio de Miranda Coelho: presidente do Tribunal de Contas do Estado.

4. José Adauto Santos Bitencourt: ex-secretário estadual de Educação.

5. Aldo Alves Ferreira: secretário estadual de Segurança.

6. Alexandre Gomes de Albuquerque: empresário.

 

No total, haviam sido presas 18 pessos. Portanto, 12 ganharam o meio-fio.

 

O ministro concordou que a meia dúzia restante deve permanecer presa em benefício do andamento do inquérito.

 

Apuram-se os meandros de um megaesquema de desvio de verbas públicas federais. Coisa estimada, por ora, em R$ 300 milhões.

 

O grosso foi surripiado de dois fundos voltados à educação –o Fundeb (ensino básico) e o Fundef (ensino fundamental).

 

A trupe integra o grupo de José Sarney (PMDB-AP), o morubixaba maranhense que adota o Amapá como domicílio eleitoral.

 

Até a semana passada, o governador Pedro Paulo e o antecessor Walder Góes eram apoiados em suas pretensões eleitorais por Lula.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h26

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PF investiga ‘Erenicegate’. Só o filho, a ministra não

Fábio Pozzebom/ABr

 

O ministro Luiz Paulo Barreto (Justiça) anunciou a abertura de inquérito da Polícia Federal para "investigar" o ‘Erenicegate’.

 

A PF vai aos calcanhares de todos, menos os da ministra Erenice Guerra (Casa Civil). Por quê? "Ela não está diretamente envolvida nos fatos”.

 

Deve-se a iniciativa a Lula. O presidente pediu que também a Controladoria-Geral da União esquadrinhe as suspeitas.

 

Em nota, Erenice reivindicou para si as iniciativas. Disse que foi ela quem pediu a entrada da PF e da Controladoria no caso.

 

Desde que o episódio foi às manchetes, a ministra não se animou a convocar uma entrevista. Prefere manifestar-se por meio de notas.

 

Nessa última, a herdeira da cadeira de Dilma Rousseff investiu contra José Serra, o rival da amiga e ex-chefe.

 

Tratou as acusações feitas contra o filho, Israel Guerra, e contra ela própria como peças de campanha. Coisa que só serve a Serra. Definiu-o assim:

 

"[...] Um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um 'fato novo' que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado".

 

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Escrito por Josias de Souza às 20h51

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FHC compara Lula a Mussolini: ‘Ele quer poder total’

Ex-presidente diz que sucessor  sofre de  ‘apoteose mental’

Para ele, sucessor se comporta como 'chefe de uma facção'

 

  Folha
Em entrevista ao sítio Mobiliza, da campanha de José Serra, Fernando Henrique Cardoso disse que Lula soou “autoritário” ao dizer que deseja “extirpar” da política brasileira o DEM. 

 

“Na medida em que o presidente quer eliminar um competidor, liquidar, ele tem poder total. É autoristarismo isso. É uma tremenda vontade de poder, que se expressa dessa forma incorreta. Um presidente da República não pode fazer isso”.

 

Condidera normal que, como presidente, Lula apoie sua candidata, Dilma Rousseff. Recordou que, em 2002, também apoiou José Serra, contra o próprio Lula. “Mas eu não fiz isso”, ressalvou. “Quando o presidente fala, envolve um prestígio que não é dele como chefe de partido, mas de uma instituição”.

 

Para FHC, Lula incorre no crime de “abuso de poder político”, previsto na legislação eleitoral. Acha que as legendas de oposição deveriam encaminhar uma “consulta” à Justiça Eleitoral”, para frear o que chamou de “apoteose mental" de Lula.

 

A certa altura, FHC disse que Lula se comporta na campanha eleitoral com a liberalidade de um “camelô”. Mais adiante, comparou-o a Benito Mussolini. “Não estou dizendo que seja a mesma coisa, mas Mussolini tinha a unanimidade. E faltou quem o freasse”.

 

Referido-se à falta de cerimônia de Lula na campanha, acrescentou: “Esse estilo de dizer ‘eu sou tudo, quero ter poder total’, isso tem que parar”. Para FHC, o sucessor virou "militante, chefe de uma facção. Extrapola os limites do estado de direito democrático".

 

Declarou que, no passado, quando havia corrupção e abusos, recorria-se às Forças Armadas. “Isso acabou, felizmente. Mas não pode acabar o Supremo Tribunal Federal. Alguma instância tem que dizer que o presidente está extrapolando do poder político de maneira contrária aos fundamentos da democracia”.

 

FHC submeteu-se a uma espécie de sabatina na internet. Falou a partir de seu instituto, em São Paulo. Instado a comentar a insistência com que Lula e o PT renegam os “êxitos” de sua gestão, disse que o comportamento é “mesquinho”.

 

“Fiz algumas coisas boas, meus antecessores fizeram e o Lula está fazendo. Por que essa ideia de herança maldita se ele vive dela até hoje? Não é necessário”. Disse que só Sigmund Freud pode explicar a fixação que Lula nutre por ele:

 

“O Lula perdeu duas vezes de mim [1994 e 1998]. Ele agora quer me derrotar. Não dá mais. Não sou candidato. Ele não precisava ser tão mesquino, torcendo dados. Não precisa. Ele está fazendo coisas boas também. Podia somar em vez de subtrair”.

 

FHC recordou os primórdios do Plano Real, editado à época em que era ministro da Fazenda de Itamar Franco. Atribuiu o sucesso do Real à inversão da lógica que prevalecera nos planos anteriores.

 

Em vez de surpreender as pessoas com mudanças anunciadas de sopetão, via Diário Oficial, sua equipe teve o cuidado de informar ao país o que ocorreria com a moeda.

 

Em dado momento, FHC voltou-se novamente para Lula, como se estivesse, também ele, vidrado no sucessor: "O Lula diz que, quando recebeu o governo, a inflação estava em dois dígitos. Como ele dizia coisas contra o Real, na eleição dele as pessoas, os investidores achavam que ia ser fim do mundo...”

 

“...Começou a desordem no Brasil. Eu tive que aumentar os juros. Ele esquece de dizer que os juros foram para 20% porque a campanha dele tinha provocado a insegurança que me levou a tomar providencias”. Disse ter agido “pensando no Brasil, não na eleição”.

 

Preocupava-se, segundo disse, justamente em não entregar a Lula “o caos”. Recordou que, antes de solicitar empréstimo emergencial ao FMI, chamou para uma conversa os candidatos à sua sucessão. Disse-lhes que não seria ele que utilizaria os recursos, mas o próximo presidente. Perguntou se estavam de acordo.

 

Lula, disse FHC, concordou. “Fui pedir o empréstimo sabendo que haveria desgaste político” Repisou que pensava “no Brasil”, não na “eleição”. Perguntou-se a FHC se acha que o excesso de gastos do governo põe em risco a estabilidade econômica.

 

E ele: “Sempre pode haver a volta da inflação. Devo dizer que Banco Central tem atuado de forma responsável. Mas, se eu fosse presidente, estaria preparando para o ano que vem um plano de contenção de gastos. Se não fizer, a estabilidade corre risco, sim”.

 

Antes de encerrar a entrevista, FHC instou os "webmilitantes" da campanha de Serra a manter o entusiasmo. Realçou que, na sucessão presidencial da Colômbia, "todas as pesquisas previam a vitória de um candidato e venceu outro". O que decide, disse ele, é voto não urna, não pesquisa.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h51

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Mantega anuncia medidas ‘anti-violações’ na Receita

  Sérgio Lima/Folha
O ‘Fiscogate’ trouxe o ministro Guido Mantega (Fazenda) novamente à boca do palco.

 

Na semana passada, Mantega tratara a violação do sigilo fiscal com naturalidade inaudita.

 

Dissera algo que ninguém mais ignora: o sistema da Receita não é mesmo inviolável.

 

Nesta terça (14), anunciou medidas para tornar mais rígidos os controles de acesso às informações fiscais protegidas por lei.

 

Disse coisas definitivas sem definir muito bem as coisas. Por exemplo: todo acesso à base de dados da Receita terá de ser justificado.

 

Ora, hoje já é assim. Sob FHC, criara-se o conceito de acesso “motivado” e “imotivado”.

 

Ficara assentado que os ataques “imotivadas” sujeitavam os bisbilhoteiros a sanções penais e administrativas –da advertência à demissão.

 

Mantega também informou que governo permitirá que o contribuinte blinde o acesso à sua declaração de Imposto de Renda.

 

Suponha-se que um sonegador contumaz requeira ao fisco a blindagem de seus dados. Os auditores estarão impedidos de apalpá-los?

 

De resto, o ministro declarou: "Vamos montar um sistema de alerta para acessos não usuais". É de estranhar que ainda não exista.

 

Mantega moveu os lábios a pedido de Lula. Em reunião da coordenação de governo, o presidente achou que há na praça escândalos demais e explicações de menos.

 

Além do titular da Fazenda, escalou-se o ministro Luiz Paulo Barreto (Justiça) para dizer meia dúzia de palavras sobre o ‘Erenicegate’. Ainda não falou.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h46

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De Bornhausen para Lula: Se beber, não faça comício

Presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen abespinhou-se com as críticas que Lula lhe dirigiu num comínio em Santa Catarina, seu território político.

 

O presidente dissera que os Bornhausen, por conhecidos, já não podem posar de "cordeiros". Afirmara, de resto, que “é preciso extirpar o DEM da política”.

 

E Bornhausen: "Aconselho o presidente Lula a não faltar com a verdade, a não inaugurar obras inacabadas e a não ingerir bebida alcoólica antes dos comícios".

 

Num debate como assim, de nível tão elevado, fica difícil saber quem tem menos razão.

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h52

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Na OAB, Plínio se queixa do monopólio do ‘vale-tudo’

  Moacyr LopesJr./Folha
Plínio de Arruda Sampaio, o presidenciável do PSOL, está preocuapado com o desdobramento político da troca de insultos que enenena a cena eleitoral.

 

José Serra e Dilma Rousseff, os dois candidatos mais bem postos nas pesquisas, trocam ofensar na frente dos eleitores e das crianças. Para Plínio, falta algo:

 

"Quando os partidos recorrem ao vale-tudo, a ideologia e a ética vão para o buraco. E é isso que está acontecendo...”

 

Isso ”...desvia o debate daquilo que o povo brasileiro deveria estar debatendo. Nós estamos debatendo quem fez o dossiê e quem não fez o dossiê...”

 

“...Nós deveríamos estar debatendo quem cuida da educação, quem não cuida da educação".

 

Lobby? Erenicegate? "É um problema sério", concorda Plínio. Acha, porém, que "os problemas do Brasil são mais amplos do que esse".

 

Plínio foi sabatina na sede da OAB, em Brasília. Um palco que, na véspera, fora ocupado por Serra e pelos escândalos.

 

Marina Silva também esteve na OAB. Tomada pelo que disse, enxerga no 'Erenicegate' não o "vale-tudo" de que fala Plínio, mas uma evidência da necessidade de segundo turno.    

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h20

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Servidora suspeita de quebrar sigilos volta ao Serpro

Cedida à Receita pelo Serpro, empresa de processamento de dados do governo, a servidora Ana Maria Caroto Cano vai voltar ao cargo de origem.

 

Em ofício, a Superintendência da Receita em São Paulo pede o imediato retorno dela para o Serpro.

 

Tornou-se incômoda a permanência de Ana Cano na agência do fisco em Mauá (SP), ninho de violações de sigilo.

 

Ela vinha recebendo tratamento diferente do que fora dispensado a Adeildda Ferreira Leão dos Santos, outra servidora sob investigação no “Fiscogate”.

 

Também egressa do Serpro, Adeildda já havia sido “devolvida” na semana passada.

 

Decidiu-se fazer o mesmo com Ana Cano depois que ela foi pilhada tentando “esquentar” procurações.

 

Ajudada pelo marido, ela procurava contribuintes atacados nas maquinas de Mauá para pedir-lhes que assinassem autorizações retroativas.

 

Denunciada à Polícia Civil por um dos assediados, a servidora alegou em depoimento que recebera ordens da própria Receita para legalizar a ilegalidades.

 

É de perguntar: por que diabos a Receita concede senhas a servidores "emprestados"? Por que cargas d'água permite que tenham acesso à base de dados sigilosa?

 

Em decisão do ano passado, o TCU recomendara a interrupção da promiscuidade funcional entre Receita e Serpro. A pasta da Fazenda prometera resolver. Como se vê, não resolveu.  

 

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Escrito por Josias de Souza às 07h17

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Erenice recebeu em casa filho lobista e o cliente dele

Fábio Pozzebom/ABr

 

Nas explicações que deu para Lula e auxiliares do presidente, a ministra Erenice Guerra (Casa Civil) admitiu: recebeu no apartamento funcional que lhe servia de residência em Brasília o empresário Fábio Baracat.

 

O mesmo Baracat que negociava com o filho da ministra, Israel Guerra, negócios da MTA Linhas Aéreas com o governo. Em seus relatos, Erenice não precisou a data do encontro. Mas deu a entender que ocorreu quando ainda era secretária-executiva de Dilma Rousseff.

 

Ex-braço direito de Dilma, Erenice herdou-lhe a cadeira de chefe da Casa Civil no final de março, quando a amiga virou pré-candidata à sucessão de Lula. A nova ministra alegou que Baract foi levado à casa dela por Israel Guerra. Disse que o recebeu como “amigo” do filho, não como empresário.

 

Assegurou a Lula que, no encontro com Baracat, não tratou de negócios. Disse que tampouco mencionou na conversa temas governamentais. Ou seja, considerando-se os “esclarecimentos” de Erenice, Baracat foi recebido para um encontro social.

 

Em nota que divulgara no final de semana, Erenice não mencionara o encontro. Limitara-se a refutar notícia veiculada por ‘Veja’. Na peça, a revista informara que Israel Guerra havia levado Baracat à presença de Erenice para atestar que tricotava interesses privados no governo com o aval da mãe-ministra.

 

Em sua nota, além de refutar a notícia e informar que processaria ‘Veja’, Erenice anotara que as explicações providas por ela e pelo filho haviam sido ignoradas. Não é bem assim. Israel enviara à revista, na última sexta-feira (10), um e-mail. No texto, reconhece ter trabalhado para Baract.

 

Anota que o empresário o havia procurado “no final do mês de dezembro de 2009”. Para quê? Solcitara “ajuda no sentido de trabalhar para resolver” uma "situação". Que situação? A MTA Linhas Aéreas precisava renovar sua licença de vôo na Anac, a agência que regula a aviação civil no país.

 

A licença, que havia expirado, foi efetivamente renovada, como noticiado. “Eu construi a argumentação e o embasamento legal da referida peça”, anotou Israel. O filho de Erenice também confirmou no e-mail que recebeu um “pagamento” por seus préstimos. Nesse ponto, injetou no enredo a firma Capital.

 

Segundo ‘Veja’, a Capital Assessoria e Consultoria foi aberta em julho do ano passado e já se encontra desativada. Na inscrição da Junta Comercial, constam como sócios: Saulo Guerra, outro filho de Erenice, e Sônia Castro, mãe de Vinícius Castro, assessor da Casa Civil.

 

Veja sustenta que os verdadeiros sócios são Israel e Vinícius, exonerado da Presidência nesta segunda (13). Pois bem, no e-mail que Erenice dissera ter sido ignorado pela revista, Israel diz ter encarecido a Saulo Guerra uma “gentileza”.

 

Escreveu: “Solicitei a gentileza de meu irmão, que a Capital emitisse nota fiscal para cobrança do pagamento” que lhe devia a MTA.

 

De resto, Israel informou que havia conhecido o empresário Fábio Baracat “em meados de 2008”. Reconheceu tê-lo “apresentado” à mãe. Teve o cuidado de escrever que a apresentação se deu “em momento social” e “na condição de amigo meu”.

 

A exemplo de Erenice, Fábio Baract também divulgara nota no final de semana. O texto destinava-se a desmentir a revista. “Fui mais uma personagem de um joguete político-eleitoral”, escreveu. Porém, o empresário admitiu:

 

“Durante o período em que atuei na defesa dos interesses comerciais da MTA, conheci Israel Guerra”. Definiu o filho de Erenice não como amigo, mas como “profissional que atuava na organização da documentação para participar de licitações”.

 

Confirmou também ter realizado negócios com Israel. Coisa que previa “remuneração” e incluía “percentual sobre eventual êxito”. Em sua notícia, 'Veja' fizera referência a uma “taxa de sucesso” de 6% sobre os negócios fechados.

 

Informa que, em troca de recebimentos de R$ 84 milhões dos Correios, empresa com a qual a MTA mantém contratos, a remuneração paga foi de R$ 5 milhões.

 

Erenice encontrou-se com Lula na noite de domingo (12). O chefe decidiu mantê-la no cargo. Demitiu-se da Casa Civil apenas o subalterno Vinícius Castro, apontado como parceiro de lobby do filho da ministra.

 

Erenice cuidou de reafirmou que processará ‘Veja’ e enviou ofício à Comissão de Ética da Presidência, pedindo que averigue o caso. No texto, se dispôs a abrir, “se necessário”, os sigilos bancário, fiscal e telefônico. Os dela e os do filho.

 

Em viagem a Santa Catarina, Lula serviu-se de uma solenidade pública para discursar sobre corrupção. Vangloriou-se das prisões que a PF realizou no Amapá. Absteve-se de dizer que, entre os encarcerados, estão políticos para os quais pedia voto na TV.

 

“Quando tem roubo a gente pega”, disse Lula. “Se for bandido e a gente descobrir, a gente pega”. Sem mencionar o ‘Erenecigate’, insinuou: Em “ano de política, sempre aparecem todas as denúncias do mundo”. Acrescentou: “Terminam as eleições, as denúncias acabam”.

 

Não citou o nome de José Serra, rival de sua pupila Dilma Rousseff. Mas deu a entender que, embora o visse como amigo, estranha que esteja injetando “ódio” na sucessão. Comparou o quadro eleitoral a um “divórcio litigioso" (assista abaixo).

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h31

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As manchetes desta terça

 

- Globo: Mesmo no governo, Erenice foi dona de duas empresas

 

- Folha: Lula mantém Erenice no cargo e exonera assessor

 

- Estadão: Governo demite assessor de Erenice para conter escândalo

 

- JB: Policial nega versão da Globo no caso Tim Lopes

 

- Correio: Brasília já é 3ª em consumo no país

 

- Valor: CVM privilegia multas para punir infratores

 

- Estado de Minas: BH importa do Japão técnica para garantir segurança na Copa

 

- Jornal do Commercio: Calote bate recorde

 

- Zero Hora: Yeda reduz o poder da Casa Militar após caso de espionagem

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h41

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Creeec, creeec, creeec...!

Nani

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Escrito por Josias de Souza às 00h21

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Presidente do DEM diz que ‘Lula está desequilibrado’

José Cruz/ABr

 

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ) classificou de “autoritário” o discurso em que Lula defendeu, em Santa Catarina, o extermínio de seu partido.

 

“O discurso mostra que o Lula está desequilibrado. Presidente que fala em extirpar partido político em pleno processo eleitoral revela seus pendores autoritários...”

 

“...Um homem com 80% de popularidade e com a candidata bem nas pesquisas, ao entrar em processo de desequilíbrio, leva as pessos a refletirem”.

 

Para Rodrigo, o eleitor “precisa pensar muito bem sobre a importância do voto”. Além da disputa presidencial, realçou a importância do Congresso, sobretudo do Senado.

 

“Seja qual for o próximo presidente, o Congresso precisa ter independência. O Senado, mais do que nunca passou a ser a Casa do equilíbrio”.

 

Como assim? “O Senado não pode ficar sujeito aos desequilíbrios ditatorias de um presidente, seja ele quem for...”

 

“...Tem que ser uma Casa como a atual, capaz de derrubar a CPMF, conter a tentação do terceiro mandato e barrar investidas contra a liberdade de expressão”.

 

Conforme noticiado aqui, Lula investiu contra o DEM num comício realizado na cidade de Joinville. Referiu-se em termos pouco lisonjeiros à família Bornhausen.

 

“Já sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados cordeiros. Já conhecemos as histórias deles”, disse o presidente.

 

Mais adiante, acrescentou: “Nós precisamos extirpar o DEM da política brasileira”.

 

Filho de Jorge Bornhausen, presidente de honra do DEM, o deputado Paulo Bornhausen, que lidera a bancada do DEM na Câmara, reagiu com rispidez.

 

Disse que Lula, “acobertador contumaz da corrupção que grassa no seu governo e no seu partido, não tem moral nem o direito de agredir o povo de Santa Catarina”.

 

Chamou de “truculento” o discurso de Lula. Classificou a retórica do presidente de “nazi-facista”.

 

Declarou que, “para pronunciar o nome dos Bornhausen dentro de Santa Catarina, Lula tem que estar são e lavar a boca antes”.

 

Bornausen filho investiu também contra as candidatas para as quais Dilma pediu votos no comício: as petistas Dilma Rousseff e Ideli Salvatti:

 

“O catarinense devolverá as ofensas derrotando suas candidatas e bonecas de ventríloco...”

 

“...O catarinense vai, mais uma vez, confirmar porque o nosso Estado é exemplo de desenvolvimento e qualidade de vida: porque aqui o PT nunca governou”.

 

Rodrigo Maia recordou uma passagem de 2005, para dizer que “Jorge Bornhausen teve mais apreço pela democracia do que Lula demonstra agora”.

 

Disse que, no auge do mensalão, Bornhausen pai manifestou-se contra a apresentação do pedido de impeachment de Lula.

 

“Tivemos reunião numa segunda-feira à noite, na sala da liderança do Senado, para discutir o impedimento do presidente. Nosso partido era todo a favor...”

 

“...O Jorge, o Tasso e o Temer seguraram o pedido de impeachment. Por trás desse gesto estava o Fernando Henrique Cardoso”.

 

Nessa época, Jorge Bornhausen presidia o DEM. Tasso Jereissati comandava o PSDB. E Michel Temer, hoje vice de Dilma, era presidente de um PMDB que se declarava “independente”.

 

De fato, a coisa se passou como conta Rodrigo Maia. A oposição imaginou que Lula definharia pela força do noticiário. “Sangraria em praça pública”, como se dizia.

 

Deu-se o oposto. Lula sobreviveu ao mensalão e reelegeu-se presidente a despeito do escândalo seguinte: o caso dos “aloprados”.

 

Agora, declara que a oposição queria aplicar-lhe um golpe. No comício de Joinville, comparou-se a Getúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubistchek.

 

Com uma diferença, disse Lula, voltando-se para a platéia de militantes catarinenses:

 

“Eu tinha vocês. Eles nunca tinham lidado com um presidente que tinha nascido no berço da classe oporária desse país”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h28

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Lula: ‘Precisamos extirpar DEM da política brasileira’

Divulgação

 

Em 2005, nas pegadas do escândalo do mensalão, Jorge Bornhausen, hoje presidente de honra do DEM, previra um futuro sinistro para o PT.

 

Bornhausen dissera: “A gente vai se ver livre desta raça por, pelo menos, 30 anos”.

 

Na noite desta segunda (13), num comício realizado em Santa Catarina, Estado de Bornhausen, Lula disse coisa semelhante sobre o DEM:

 

“Nós precisamos extirpar o DEM da política brasileira”. O signatário do blog acompanhou o evento pela web, em transmissão simultânea.

 

Ao lado de Dilma Rousseff e de Ideli Salvati, candidatas do PT à Presidência e ao governo catarinense, Lula nominou o inimigo:

 

“Não quero crer que esse povo extraordinário de Santa Catarina vá pensar em colocar no governo alguém de um partido que alimenta ódio...”

 

“...Alguém de um partido que entrou na Justiça para acabar com Prouni, como o DEM entrou...”

 

“...Nós já aprendemos demais, já sa sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados cordeiros. Já conhecemos as histórias deles”.

 

Ao referir-se à família no plural, Lula incluiu, além do patriarca, o filho dele, deputado Paulo Bornhausen, filho de Jorge e líder do DEM na Câmara.

 

Em Santa Catarina, o DEM concorre ao governo com o senador Raimundo Colombo, segundo colocado nas pesquisas, atrás de Angela Amin (PP) e à frente de Ideli.

 

No plano nacional, o partido de Bornhausen é o principal aliado do tucano José Serra.

 

Lula escalou o palanque em Joinville. A certa altura, lembrou que já estivera na cidade para pedir votos para Luiz Henrique (PMDB).

 

Fechado com Serra e Colombo, Luiz Henrique disputa o Senado, depois de presidir o Estado coligado a tucanos e ‘demos’.

 

“Fico preocupado porque, quando eu ainda nem conhecia Joinville, vim aqui apoiar Luiz Henrique...”

 

“...Quando ele foi eleito governador, pensava que era para mudar o Estado. E ele trouxe de volta o DEM, que nós prescisamos extirpar da política brasileira”.

 

Ao pedir votos para Ideli, Lula disse que a petista “enfrenta a direita raivosa, a direita com ódio”. Súbito, recuou no tempo.

 

“É a mesma direita que articulou e levou o Getulio Vargas a dar um tiro no coração, a mesma direita que levou o João Goulart a renunciar...”

 

“É a mesma direita que disse que Juscelino Kubitschek não podia ganhar, se ganhasse não tomava posse e se tomasse posse não ia governar...”

 

“...Essa mesma direita tentou fazer o mesmo comigo em 2005. E não fez porque eu tinha ingrediente a mais”.

 

Nesse ponto, Lula dirigiu-se à platéia: “Eu tinha vocês. Eles nunca tinham lidado com um presidente que tinha nascido no berço da classe oporária desse país”.

 

“Quando eles queriam que eu ficasse em Brasília ouvindo o discurso deles, eu disse pra Dilma: fique em Brasília que eu vou pras ruas enfrentá-los”.

 

Lula ergueu o tom de voz. E voltou-se novamente para o presente: “Vou pras ruas enfrentá-los e derrotá-los, como estamos fazendo agora nesse momento”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h55

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Na OAB, Serra diz que Dilma ataca os que denunciam

Sérgio Lima/Folha

 

 

José Serra esteve, nesta segunda (13), na Ordem dos Advogados do Brasil, em Brasília.

 

Convidado a expor seus planos de governo, Serra dedicou-se, na maior parte do tempo, a espinafrar a antagonista Dilma Rousseff.

 

Em meio a caras e bocas, Serra evocou uma resposta que Dilma dera na véspera, no debate presidencial, sobre o ‘Erenicegate’.

 

Disse que a rival "não botou a mão no fogo” pela ex-auxiliar Erenice Guerra. Preferiu dizer que a denúncia contra ela é “uma jogada eleitoral”.

 

Acrescentou: “Ou seja, [Dilma] atacou aqueles que denunciaram. Quem denunciou passa a ser culpado. A culpa é de quem foi atropelado".

 

Sobre a notícia de que a Comissão de Ética da Presidência da República abrira procedimento preliminar para “invesigar” Erenice, Serra levou o pé atrás:

 

"O que eles têm que fazer é abrir, é dar transparência. Abrir uma investigação séria, não de fachada".

 

No debate da véspera, promovido pela Folha e pela Rede TV, Dilma dissera que não admitiria ser julgada por acusações feitas contra o filho de uma ex-assessora.

 

Servira-se de uma meia verdade ao dizer que a denúncia era contrea Israel Guerra, filha de sua sucessora na Casa Civil. Em verdade, o caso envolve também Erenice.

 

Dima destoara do tom habitual. Antes, só se referia à gestão Lula como “nosso governo”.

 

Agora, submetida a um episódio que traz no epicentro sua ex-braço direito na Casa Civil, Dilma diz que cabe ao governo, não a ela, prover as explicações.

 

Serra também repisou o caso da violação do sigilo fiscal de tucanos, da filha Verônica e do genro Alexandre Bourgeois.

 

De novo, referiu-se a declarações feitas por Dilma no debate da véspera. A rival repetira que os sigilos foram quebrados em 2009, quando não era candidata.

 

E Serra: "A ideia de que ela não era candidata é hilariante. A Dilma, já desde meados de 2008, começou a campanha ao lado do presidente da República...”

 

“...Inclusive, quem tocava a Casa Civil, na prática, era precisamente a atual ministra da Casa Civil [Erenice Guerra...”

 

“...Isso até as paredes, os gramados da Esplanada, as lâmpadas aqui da OAB, todo mundo sabe disso".

 

Reiterou a acusação de que, por trás do “Fiscogate”, há propósitos eleitorais. Recordou notícia veiculada na Folha, que dera origem às investigações.

 

Nessa notícia, o repórter Leonardo Souza, informara que os dados fiscais do dirigente tucano Eduardo Jorge constavam de dossiê obtido no comitê de Dilma.

 

De resto, Serra voltou a criticar o “aparelhamento” da máquina pública. Disse que, eleito, pretende reestatizar o Estado.

 

Insinuou que, sob ocupação partidária, o Estado protege os amigos e persegue os inimigos.

 

"Aqueles que se dizem de esquerda hoje, que não são, eles menosprezam o Estado de Direito...”

 

“...Passam por cima dele não para fazer transformação ou revolução, mas para defender a impunidade, acobertar os seus crimes. Essa é que é a situação".

 

Não disse palavra sobre o fisiologismo praticado sob FHC. Tampouco mencionou que está aliado a partidos como o DEM e o PTB, historicamente vinculados à prática.

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h23

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Após conversa com Lula, Erenice é mantida no cargo

  Sérgio Lima/Folha
Lula decidiu manter no cargo a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, a despeito das suspeições que a assediam.

 

Acusada de facilitar a ação de lobby do filho Israel Guerra no governo, Erenice foi chamada para uma conversa com Lula.

 

Deu-se na noite de domingo. Testemunha da conversa, um auxiliar do presidente diz que Erenice negou participação em malfeitos.

 

Lula recomendou, então, que apresentasse respostas e provas –“O mais rápido possível".

 

Antes de se avistar com Lula, Erenice tocara o telefone para Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente. Em prantos, dissera-se vítima de calúnia.

 

Nesta segunda (13), depois de se reunir com advogados, a ministra anunciou a abertura de processo judicial contra ‘Veja’.

 

Aconselhada pelo ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, Erenice contratou a banca Tojal, Teixeira Ferreira, Serrano & Renault Advogados Associados.

 

Também nesta segunda, a ministra endereçou um ofício à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

 

No texto, Erenice pede à comissão que se debruce sobre as denúncias veiculadas contra ela.

 

Abriu-se um “procedimento preliminar”. O caso foi às mãos do conselheiro Fábio Coutinho. Em dez dias, ele deve emitir um parecer sobre a encrenca.

 

Segundo Coutinho, a Comissão de Ética esquadrinharia o episódio mesmo sem a solicitação de Erenice. “Acredito que houve uma coincidência", disse.

 

Erenice é acusada de favorecer no governo negócios intermediados por uma empresa de lobby (Capital) ligada ao filho dela, Israel Guerra.

 

Segundo Veja, a ministra participou, junto com o filho, de quatro reuniões com o empresário Fábio Baracat.

 

O primeiro encontro ocorreu quando Erenice ainda era a segunda de Dilma Rousseff na Casa Civil. No último, ela já era ministra.

 

Baracat defendia os interesses da MTA Linhas Aéreas. Os encontros com Erenice e Israel Guerra teriam resultado na assinatura de contratos com os Correios.

 

Negócio de R$ 84 milhões, que renderam à Capital, firma do filho de Erenice uma “taxa de sucesso” de R$ 5 milhões.

 

Em nota divulgada no sábado, Erenice desmentira a notícia e informara que abriria os sigilos fiscal, telefônico e bancário. Os dela e os do filho Israel.

 

No ofício que endereçou à Comissão de Ética da Presidência, a ministra reitera a “disposição” de abrire os sigilos, “se necessário”.

 

Trata-se de uma oferta de efeito nulo. Os dados que Erenice se dispõe a exibir não podem ser abertos senão por ordem judicial.

 

A comissão da Presidência não tem poderes para requerer ao Judiciário a providência. A Polícia Federal poderia fazê-lo. Mas não foi acionada.

 

O assessor de Lula que testemunhou a conversa domingueira do chefe com Erenice disse que o presidente está “tranquilo”.

 

Aguarda o desenrolar dos fatos. Talvez devesse fazer algo mais além de esperar.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h32

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Envolvido no ‘Erenicegate’, assessor deixa Casa Civil

Foi à bandeja o primeiro escalpo do ‘Erenicegate’: Vinícius de Oliveira Castro. Até a manhã desta segunda (13), era assessor da Casa Civil. Não é mais.

 

Vinícius pediu exoneração do cargo depois que o nome dele foi às manchetes do final de semana em posição pouco cômoda.

 

Segundo notícia de ‘Veja’, Vinícius associou-se a uma empresa, a Capital, que cavava negócios no governo em troca de comissões.

 

O sócio dele no empreendimento de lobby é Israel Guerra, filho da ministro Erenice Guerra (Casa Civil), também levada à fogueira.

 

Em nota divulgada no sábado, Erenice posara de ofendida: "Sinto-me atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas...”

 

A notícia, anotara Erenice, não tinha “a menor base em provas" e não estava sustentada "na verdade dos fatos”. Prometera tomar de “medidas judiciais”.

 

Os processos "judiciais" estão por vir. Quanto à “verdade dos fatos” parece longe de ser alcançada em toda sua profundidade.

 

Por ora, o afastamento de Vinícius deixa a impressão de que, sob a “honra” de Erenice, havia pelo menos um assessor impróprio.

 

Erenice, como se sabe, integrava a equipe de Dilma Rousseff. Era secretária-executiva, a segunda da Casa Civil.

 

Em fins de março, Dilma foi ao palanque. E Erenice herdou-lhe a cadeira de ministra. De segunda, virou primeirona. 

 

No debate da noite de domingo, a repórter Renata Lo Prete perguntara a Dilma se levaria a mão ao fogo por Erenice.

 

Lero vai, lero vem a candidata preferiu manter os dedos longe das brasas. Devagarinho vai ficando claro o por quê.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h17

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Em grupo de ‘indecisos’, Dilma conquista mais votos

Moacyr Lopes Jr./Folha

 

Os organizadores do debate presidencial da noite passada reuniram um grupo de 25 eleitores "indecisos" para analisar o desempenho dos candidatos.

 

Dá-se a esse tipo de procedimento o nome de “pesquisa qualitativa”. A opinião dos participantes foi medida por meio de um “índice de gostabilidade”.

 

Varia numa escala que vai até cem. Quanto mais alta a nota, maior a aprovação ao trecho do debate sob avaliação.

 

Ao final, recolheram-se as opiniões sobre o desempenho de cada candidato e a tendência de voto dos pesquisados.

 

Dos 25 eleitores, dez acharam que Marina Silva foi quem se saiu melhor no debate. Para nove, Dilma venceu. Apenas dois acharam que Serra prevaleceu.

 

Quanto a Plínio de Arruda Sampaio, embora tenha registrado os maiores picos no “índice de gostabilidade”, 13 pessoas o avaliaram como o pior contendor.

 

No pedaço da pesquisa que mais importa, Dilma extraiu do grupo mais dividendos que seus rivais.

 

No início da refrega, apenas quatro pessoas pendiam para o voto na pupila de Lula. Ao final, dez disseram que votarão nela.

 

Marina largara com três eleitores potenciais. Desligadas as câmeras, somava sete. Os eleitores simpáticos a Serra, caíram de quatro para três.

 

No geral, o grupo gostou mais dos pedaços em que foram debatidos temas propositivos do que dos trechos marcados pela pancadaria.

 

No segundo bloco, dominado pelo “Fiscogate”, o grupo apreciou mais as reações de Dilma (oito menções positivas) do que as acusações de Serra (apenas três).

 

No terceiro bloco, o “índice de gostabilidade” desceu a uma média abaixo de 60 nos instantes em que Serra e Dilma alvejaram-se mutuamente.

 

Não por acaso, Marina (sete menções) e Plínio (seis) foram considerados os melhores do bloco. Ela falou sobre desastres naturais.

 

Ele ironizou uma pergunta de Dilma sobre a nacionalização dos navios da Petrobrtas –“É pegadinha”- e queixou-se “bolsa banqueiro” instituído sob Lula.

 

O pior momento de Dilma foi registrado numa resposta dada a Serra sobre os baixos índices de investimento em saneamento. Disse que, eleita, continuaria o que foi feito nessa área sob Lula.

 

Um indicativo de que, sob a ótica do eleitor, o tucano talvez lucrasse mais se acomodasse as propostas à frente dos ataques.

 

O pior instante de Marina foi a pergunta que dirigiu a Dilma sobre a violação de sigilos na Receita. Os 25 membros do grupo torciam o nariz para o tema.

 

No bloco das considerações finais, o “índice de gostabilidade” foi a patamares inferires a 50 quando Dilma mencionou o neto Gabriel.

 

A pregação de Marina a favor da realização de um segundo turno atingiu média 75. O timbre propositivo de Serra no encerramento rendeu-lhe índices que roçaram 65.

 

As pesquisas qualitativas não tem o mesmo valor científico das quantitativas. Mas são valiosas ferramentas de aferição dos humores do eleitor.

 

Os comitês de campanha também realizam as suas. Utilizam os resultados para dosar o discurso dos candidatos.

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h19

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Ao invocar petista contra Pimentel, Serra omite Aécio

Moacyr Lopes Jr./Folha

Ao citar versão de petista contra Pimentel, Serra omite Aécio no enrendo do 'dossiê' 

 

No debate da noite passada, José Serra voltou a acusar Fernando Pimentel (PT-MG) de comandar a montagem de dossiê contra ele no comitê de Dilma Rousseff.

 

Dessa vez, Serra invocou o testemunho de um petista, o deputado federal André Vargas, secretário de Comunicação do PT federal.

 

Eis o que disse Serra, no segundo bloco do debate presidencial:

 

“Quebraram o sigilo fiscal da minha filha, de uma maneira ilegal, inconscitucional. Fizeram a mesma coisa com o meu genro. [...] Esse trabalho todo foi trazido a Brasília pelo Fernando Pimentel...”

 

“...O Vargas, secretário de Comunicação do PT, atribuiu inclusive o começo desse processo todo em relação à minha família ao Fernando Pimentel, que é homem de confiança da Dilma, hoje candidato ao Senado...”

 

“...[...] Esse é um assunto que é importante para democracia, porque, se eles fazem isso hoje, na campanha, imaginem amanhã, quando estiverem no governo”.

 

Serra só contou metade do ocorrido. Absteve-se de mencionar que o secretário petista envolvera também o grão-tucano Aécio Neves na origem da encrenca.

 

André Vargas discorrera sobre o dossiê anti-Serra num conjunto de notas que pendurara no twitter entre terça (7) e quarta (8) da semana passada.

 

Deu-se nas pegadas de uma entrevista em que o presidente do PT, José Eduardo Dutra, anunciara o envio de uma petição à Polícia Federal.

 

Na peça, Dutra pedira à PF para colher o depoimento do repórter mineiro Amaury Ribeiro Júnior no inquérito sobre o ‘Fiscogate’.

 

Plugado na internet, André Vargas expôs em público o que Dilma e a cúpula do PT só declaram em privado.

 

Numa nota, Vargas ligou o ventilador:

 

“O Aécio Neves contrata o Amaury através do Diário de Minas para detonar o Serra e contar a verdadeira história das privatizações do FHC”.

 

Vargas equivocou-se no nome do jornal que pagava o salário de Amaury. Não é “Diário”, mas “Estado de Minas”.

 

Noutra nota, Vargas acelerou a hélice: “Amaury [...] levanta documentos que mostram a filha do Serra e seu esposo com contas suspeitas no exterior”.

 

Numa terceira, retirou Aécio da cena: “Quando o Serra estava em disputa contra o Aécio levantou informações íntimas do Governador de Minas. Quando Aécio se entregou pro Serra abortaram”.

 

Só então injetou no enredo o amigo Pimentel: “Amaury, fora de controle Aécio, via Pimentel, plantou no colo do PT aquilo que não temos nada a ver. Antídoto contra informações comprometedoras”.

 

Uma seguidora de Vargas no twitter estranhou a menção a Pimentel. E o “companheiro”, ao se explicar, tratou Pimentel como parvo:

 

“Não disse nada contra o Pimentel. Acho apenas que ele caiu no conto do Aécio. De boa fé, mas caiu. Adversário é adversário. Olha o Itamar [Franco] aí”.

 

Ouvido pelo repórter Cláudio Leal, Vargas condenou a proximidade de Pimentel com Aécio: "Essa relação muito íntima com adversários figadais não dá certo...”

 

“...Aécio se preparou pra uma guerra contra o Serra, que não aconteceu. Aí acabou uma mina ativa pra gente. A mina ficou ativa".

 

Alvejado pelo ‘fogo amigo’, Fernando Pimentel reagiu por meio de nota. No texto, mordeu Vargas:

 

"É uma análise equivocada, motivada pela circulação de denúncias e acusações sem prova, que hoje, infelizmente, poluem o noticiário da mídia nacional”.

 

Depois, assoprou: “Minha amizade e consideração pelo companheiro André Vargas me levam a relevar este incidente".

 

No vácuo da nota, o “companheiro” de Pimentel retornou ao twitter. Numa tentativa vã de ajeitar o mal estar interno, Vargas escreveu:

 

“A Grande imprensa quer me jogar contra meu companheiro Fernando Pimentel”.

 

Súbito, passou a enxergar as relações de Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, com Aécio, ex-governador de Minas, com olhos mais condescendentes:

 

“É natural que um prefeito comprometido se relacione com o governador de seu Estado, independente das questões partidárias”.

 

E voltou suas baterias exclusivamente para o tucanato: “Quem produziu dossiê foi o Aécio, com sua vontade de disputar a Presidência. Acredito que, hoje, ele esteja feliz por não passar este vexame”.

 

Em entrevista concedida na semana passada, Aécio classificara como “piada” a acusação de que encomendara a investigação contra Serra.

 

Ao invocar André Vargas para dizer que “esse trabalho todo foi trazido a Brasília pelo Fernando Pimentel”, Serra como que valida o pedaço da versão que envolve Aécio.

 

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Escrito por Josias de Souza às 05h02

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As manchetes desta segunda

 

- Globo: Filho de ex-braço direito de Dilma trabalhou no governo

 

- Folha: Dilma se distancia de Erenice e chama Serra de caluniador

 

- Estadão: Irmã de ministra deu aval a contrato sem licitação com governo

 

- JB: Tiroteio de ‘balas de prata’ na reta final

 

- Correio: Onde estão os altos salários do setor privado

 

- Valor: Atraso em linhões afeta geradoras e consumidor

 

- Estado de Minas: PF teme aliança entre tráfico mineiro e morros cariocas

 

- Jornal do Commercio: O inferno coral

 

- Zero Hora: Nova denúncia acirra o confronto entre Dilma e Serra

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 03h11

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Lula 'Escudo' da Silva!

Aroeira

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Escrito por Josias de Souza às 03h02

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Dilma evita nocaute e ganha o semblante de ‘vítima’

O debate presidencial ‘Folha-Rede TV’ foi o mais encarniçado da atual campanha. Uma espécie de luta de boxe de todos contra uma. Dilma Rousseff foi levada às cordas. José Serra socou para derrubar. Marina Silva distribuiu jabs.

 

Guarda levantada, Dilma esquivou-se do nocaute. E desceu do ringue como queriam seus treinadores: sem hematomas novos. E com cara de vítima. Sabia-se que o ‘Fiscogate’ e a denúncia de lobby na Casa Civil a converteriam em sparring.

 

Treinada, a pupila de Lula fez o que lhe cabia fazer. No caso da Receita, defendeu a apuração –“Doa a quem doer”. E refutou o vínculo com sua campanha. Quanto ao lobby, tomou distância. Esquivou-se de levar as mãos ao fogo pela ex-assessora Erenice Guerra, herdeira da cadeira dela na Casa Civil.

 

Disse que, por enquanto, Erenice merece sua confiança. Se houve malfeito, afirmou, é preciso adotar as “medidas mais drásticas”. Servindo-se da meia-verdade, alegou que a encrenca envolve apenas o filho de Erenice, Israel Guerra.

 

E saiu do corner com frases de efeito: "Não vou aceitar, que se julgue a minha pessoa com o que aconteceu com o filho de uma ex-assessora minha. [...] Isso cheira a manobra eleitoreira, sistematicamente feita contra mim e contra minha campanha”.

 

Mesmo no comitê de Serra, a tática da pancadaria é vista como recurso extremo. O objetivo é “produzir” um segundo round. Mas a equipe de marketing reconhece, em privado, que o excesso de punhos sujeita o candidato tucano ao “efeito bumerangue”.

 

O histórico das últimas campanhas mostra que ataque não costuma render votos. Pior: sujeita o “agressor” à rejeição. A candidatura de Dilma sofreria avarias se ela tivesse escorregado. Não foi o que aconteceu, contudo. Ao reagir, passou a impressão de segurança.

 

Dilma e o zunzunzum que a rodeia instilam dúvidas no eleitor de classe média, minoritário. O resto do eleitorado não costuma assistir a debates. É gente que precisa dormir cedo, para não perder o ônibus que a levará ao batente.

 

A certa altura, Serra dirigiu à antagonista uma pergunta sobre o “amor e afeição” que o governo Lula dedicara à ditadura do Irã. Dilma deu uma resposta protocolar. E Serra: “As pessoas sabem que eu não sou nem caluniador nem evasivo. Minha vida pública é bem conhecida. No seu caso, realmente não dá para dizer. Está ficando claro que é evasiva. Não responde...”

 

Na réplica, Dilma teve o seu melhor momento: “As pessoas não podem ser pretensiosas e acharem que são a dona da verdade. Lamento a tentativa sistemática do meu adversário de me desqualificar”.

 

Fez uma analogia entre a campanha e a guerra entre entre EUA e Vietnã. Um conflito em que os soldados americanos foram postos para correr por um inimigo que julgavam inferior. “Não subestime ninguém, candidato. O senhor não é dono da verdade. O senhor não é melhor do que ninguém”.

 

Serra tenta injetar uma dose de 2006 na disputa de 2010. O problema é que, na sucessão de quatro anos atrás, o escândalo era maior e as digitais petistas mais evidentes. O caso dos aloprados compradores de dossiê ganhara as manchetes em 15 de setembro de 2006. O placar do Datafolha de então era semelhante ao atual.

 

Lula ostentaria, uma semana depois da "alopragem", os mesmos 50% que Dilma tem hoje. Geraldo Alckmin tinha dois pontos a mais que Serra: 29%. A imagem do R$ 1,7 milhão apreendido pela Polícia correu os telejornais associada à cena dos petistas presos.

 

Para completar, Lula cometeu o erro de faltar ao último debate do primeiro turno. Tudo somado, Alckmin foi ao segundo turno. Agora, os petistas pilhados nas violações da Receita frequentam a periferia da legenda. Não há o monte de cédulas. E Dilma vem dando as caras nos principais debates.

 

O marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez, respondeu também pela campanha de Alckmin. Traz na memória a cena de um debate parecido com o deste domingo. Era início do segundo turno de 2006. Contra o conselho de Gonzalez, Alckmin fora à jugular de Lula.

 

O marqueteiro saiu do estúdio da TV Bandeirantes festejado. Em análise posterior, Gonzalez diria, a portas fechadas: “O Alckmin perdeu a eleição ali”. De fato, o tucano teria no segundo round menos votos do que colecionara no primeiro. É esse Alckmin do segundo turno que Serra se arrisca a repetir no primeiro.

 

Não se pode dizer que todos os eleitores estejam alheios aos escândalos. Dilma decai em duas faixas específicas e minoritárias do eleitorado. Mas, por ora, quem se beneficia é Marina, não Serra.

 

Dilma deslizou cinco pontos entre os eleitores de maior renda. Marina ganhou quatro. A petista despencou sete pontos entre os mais escolarizados. A verde abocanhou seis. São movimentos que não afetam ainda os grandes números da pesquisa.

 

O PT aposta que a onda de classe média não contaminará o grosso do eleitorado. Serra confia no contrário. O debate deste domingo, de audiência limitada, não se revelou capaz de produzir movimentos bruscos.

 

- Serviço: Aqui, a íntegra do debate, em cinco vídeos.

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Escrito por Josias de Souza às 01h31

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Marina: Disputa baseada em denúncias é ‘retrocesso’

  Eraldo Peres/AP
Marina ‘11%’ Silva lamentou neste domingo (12) que a disputa eleitoral, polarizada entre Dilma ‘50%’ Rousseff e José ‘27%’ Serra gire ao redor de denúncias.

 

Para a presidenciável do PV, o debate monopolizado por escândalos é um “retrocesso político”.

 

"Em plena campanha, no lugar de estarmos debatendo o que é necessário para o país continuar se desenvolvendo, melhorando a vida das pessoas...”

 

“...Temos casos atuais e pretéritos de quebra de sigilo, temos uma situação terrível que aconteceu no Estado do Amapá...”

 

“...Para todo lado que se vire estamos diante de denúncias graves que envolvem a política".

 

Na opinião de Marina, "a política avança quando é capaz de mostrar para o cidadão e para a cidadã que está mediando [...] os diferentes interesses da sociedade”.

 

O cipoal de denúncias deixa no ar, disse Marina, uma impressão ruim e “a forte necessidade de que se tenha uma investigação séria".

 

Ironicamente, Marina é, por ora, a principal beneficiária das denúncias.

 

O último Datafolha indica que o ‘Fiscogate’ produziu avarias pontuas no casco do transatlântico de Dilma.

 

A pupila de Lula caiu cinco pontos percentuais na faixa de eleitores com escolaridade superior. Para onde foram os votos? Quatro pontos engordaram o cesto de Marina.

 

Dilma despencou sete pontos entre os eleitores de maior renda familiar. Nesse universo, Marina beliscou seis pontos percentuais.

 

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Escrito por Josias de Souza às 20h51

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Dilma sobre a nova denúncia: ‘É assunto de governo’

  Lula Marques/Folha
Dilma Rousseff interrompeu o recesso de neoavó para participar, em São Paulo, do debate presidencial Folha-RedeTV.

 

Os repórteres a inquiriram sobre a denúncia de que Israel Guerra serve-se do prestígio da mãe, a ministra Erenice Guerra (Casa Civil), para fazer lobby no governo.

 

A candidata tomou distância do caso: "Eu não tenho de provar nada da minha pessoa. Eu não estou sendo acusada de nada...”

 

“...Eu não vou me manifestar sobre esse assunto. É um assunto do governo”.

 

Perguntou-se a Dilma se acha que o esquema atribuído à dupla Israel-Erenice existe. E ela, peremptória: "Negativo. Não é verdade".

 

A despeito de sua aparente convicção, Dilma disse: ”Essa é uma questão que não está no âmbito da minha campanha. O governo responderá por ela".

 

Acha que a denúncia, veiculada por ‘Veja’, é parte de uma pauta "negativa e caluniadora". Coisa que só interessa ao rival José Serra.

 

Repisou: "Eu não vou ficar me atendo à pauta do meu candidato adversário".

 

Ela se valeu da mesma metáfora que, extraída da ginástica olímpica, já utilizara para se defender da tentativa de vinculá-la ao ‘Fiscogate’:

 

"Esses saltos mortais que pegam um fato e querem ligar a mim, e no meio não tem nada, eu não vou dar combustível para isso. Não respondo a isso".

 

No curso do debate, marcado para as 21h deste domingo (12), Dilma talvez não tenha como se esquivar do episódio. Os rivais decerto a arrastarão para o tema.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h56

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Ministério Público cogita ‘alvejar’ o palhaço da eleição

No fundo, no fundo o que o ser humano procura é uma resposta simplificadora. Algo que explique tudo. É por isso que o religioso é mais feliz que o cientista.

 

O físico vive atrás de alguma coisa. O devoto crônico já encerrou sua busca. Tem certeza: por trás de tudo está Deus.

 

Na política, muitos também buscam a explicação simples. Algo instantâneo, que dispense os estudos e desobrigue todo mundo de pensar.

 

Algumas certezas já foram alcançadas. Quem olha para o Senado não tem dúvida. Por trás de tudo está o Sarney.

 

Outras convicções ainda não são sólidas. O favoritismo de Dilma, por exemplo, é atribuído ora à língua presa do Lula ora às olheiras do Serra.

 

Para complicar, surgiu em São Paulo um fenômeno que desafia a teoria da explicação simples.

 

Ninguém sabe o que está por trás do sucesso da candidatura do palhaço Tirica a deputado federal.

 

À falta de certezas, o Ministério Público cogita mover contra ele uma ação. Deseja-se impugná-lo, impedindo que chegue às urnas.

 

A operação é arriscada. E se por trás do Tiririca estiver o humor negro de Deus?

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h19

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As manchetes deste domingo

 

- Globo: Receita demitiu 81 servidores em 3 anos por irregularidades

 

- Folha: Onda governista puxa mais 3 rumo ao Senado

 

- Estadão: PF filmou funcionários do governo do Amapá recebendo propina

 

- JB: STF pode dar mais benefício a traficantes

 

- Correio: Crimes virtuais atingem 19 pessoas por dia no DF

 

- Estado de Minas: A disputa pelo voto na reta final

 

- Jornal do Commercio: Sobram vagas do peão ao engenheiro

 

- Zero Hora: Na mesa com os candidatos ao Senado

 

- Veja: Exclusivo: O polvo no poder

 

- Época: R$ 520 por uma vida

 

- IstoÉ: Como ser sócio da gigante do patróleo

 

- IstoÉ Dinheiro: Exclusivo: Os negócios do fenômeno

 

- CartaCapital: Quem bisbilhota quem

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais e revistas do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h16

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Dilminha!

Angeli

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Escrito por Josias de Souza às 00h34

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Governador interino do AP suspende os pagamentos

 

O governador em exercício do Amapá, Dôglas Evangelista Ramos, suspendeu todos os pagamentos de fornecedores do Estado.

 

Em entrevista concedida neste sábado (11), o desembargador disse ter fechado o cofre por recomendação do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

 

Informou que, na próxima terça (14), vai decidir que torneiras serão abertas. Fará apenas os pagamentos considerados essenciais.

 

Presidente do Tribunal de Justiça, Dôglas foi à cadeira de governador depois que a elite política do Amapá desceu ao cárcere.

 

Segue orientações do STJ porque foi por ordem de um ministro desse tribunal, João Otávio de Noronha, que a PF executou, na sexta (10), 17 mandados de prisão.

 

O caso se encontra no STJ porque entre os presos está o governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), candidato à reeleição.

 

Até abril, Pedro Paulo era vice-governador. Assumiu depois que titular, Waldez Góes (PDT), também preso, deixou o cargo para concorrer ao Senado.

 

Improvisado na função, o desembargador Dôglas disse que, por ora, não pretende exonerar secretários de governo.

 

Anunciou apenas três mudanças. Guiou-se, de novo, por orientações recebidas do ministro João Otávio, com quem conversou por meio de teleconferência.

 

Em dois lances, Dôglas assumiu as rédeas do setor financeiro. Na secretaria de Planejamento, acomodou Arnaldo Santos Filho.

 

Arnaldo já responde pela secretaria de Receita Estadual. Sob Dôglas, acumulará as duas funções.

 

Para a secretaria de Finanças, o desembargador nomeou Veridiano Ferreira Colares, atual diretor-geral do Tribunal de Justiça do Amapá.

 

Por último, o governador em exercício decidiu que o diretor da Polícia Civil, Paulo César, responderá cumulativamente pela secretaria de Segurança.

 

Paulo César vai ocupar a cadeira de seu ex-superior hierárquico. Respondia pela Segurança, até sexta, o delegado Aldo Alves Ferreira. Ele também foi preso.

 

O blog apurou que as prisões da quadrilha do Amapá foram precipitadas pelo calendário eleitoral.

 

Pela lei, a partir do próximo sábado (18), candidatos a cargos eletivos não podem ser detido senão em flagrante.

 

Em meio a empresários, servidores, secretários de Estado e presidente do tribunal de contas, a lista de detidos incluiu os candidatos Pedro Paulo e Góes. Daí a pressa.

 

Presidente do inquérito, aberto no ano passado, o ministro João Otávio entendeu que já havia nos autos do STJ evidências que justificavam as detenções.

 

Além de gravações captadas em escutas telefônicas, há nos autos uma novidade: filmagens feitas por dois agentes que a PF infiltrara na quadrilha.

 

Os presos foram transferidos para Brasília. Foram acomodados na Superintendência da PF e no presídio da Papuda. Serão inquiridos ao longo da semana.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h49

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Dilma defende Erenice e diz não haver ‘bala de prata’

  Folha
Dilma Rousseff foi a São Paulo neste sábado (11), para visitar o vice-presidente José Alencar, internado no hospital Sírio-Libanês.

 

Abordada por repórteres, comentou a notícia que associa a amiga Erenice Guerra à atividade de lobby do filho, Israel Guerra.

 

Dilma disse que ainda não tivera a oportunidade de ouvir Erenice, sua ex-auxiliar e herdeira da cadeira de ministra-chefe da Casa Civil.

 

Cuidadosa, disse: “Até hoje, ela tem a minha confiança”. Mostrou-se favorável à apuração e tomou distância do episódio:

 

"Saí do governo há seis meses. Eu não acompanho as atividades diárias da Casa Civil...”

 

“...Tenho certeza que tudo que está dito na revista 'Veja' o governo vai apurar devidamente".

 

De acordo com a notícia, as primeiras reuniões de Erenice com empresário interessado em cavar contratos ocorreram quando ainda era a segunda de Dilma.

 

Em nota, Erenice negou os malfeitos. Atacou Veja, prometeu ir à Justiça e atribuiu a denúncia à disputa eleitoral. Mas não ofereceu respostas tópicas ao publicado.

 

José Serra enxergou na novidade munição nova para escalar sobre sua antagonista. Disse que, desde José Dirceu, a Casa Civil tornou-se "centro de maracutaia".

 

E Dilma: "Eu acho que o meu adversário tem perdido todas as estribeiras, fazendo acusações sistematicamente, sem provas, de maneira leviana...”

 

“...Periga passar a eleição sendo chamado de caluniador".

 

Alheio à reação, Serra levou o caso à sua propaganda televisiva noturna. Mencionou também o apoio de Lula a Waldez de Goes, o candidato a senador preso no Amapá.

 

Antes, Dilma dissera que seu antagonista está à procura de uma “bala de prata” contra ela. Ironizou: “Sinto informar que não terão".

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h26

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Filho de Erenice é acusado de fazer lobby no Planalto

Sérgio Lima/Folha

 

Ex-braço direito de Dilma Rousseff e atual ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra está de volta ao noticiário.

 

Chega acompanhada do filho, Israel Guerra. Notícia veiculada na última edição de Veja informa:

 

1. Israel, o filho de Erenice, atua como lobista. É sócio da Capital Assessoria e Consultoria. Aproxima empresários de órgãos públicos.

 

2. Sempre que as tratativas se convertem em contratos, a firma de Israel belisca uma “taxa de sucesso”. Coisa de 6%.

 

3Israel serve-se do prestígio da mãe. E tem como sócios dois servidores públicos lotados na Casa Civil, sob Erenice.

 

4. A notícia traz declarações de Fábio Baracat. Empresário, ele foi sócio de uma empresa que transporta cartas para os Correios, a MTA Linhas Aéreas.

 

5. Ouça-e Baracat: “Fui informado de que, para conseguir os negócios que eu queria, era preciso conversar com Israel Guerra e seus sócios”.

 

6. A MTA deseja ampliar seus negócios com os Correios. E Baracat decidiu achegar-se ao filho de Erenice. Depois de alguns encontros, Israel o levou à presença da mãe.

 

7. Deu-se, segundo a revista, no ano passado, quando Erenice ainda era a segunda de Dilma Rousseff.

 

8. "Depois que eles me apresentaram a Erenice, senti que não estavam blefando", rememora Baracat.

 

9. O empresário decidiu contratar a firma de Israel. Coisa de R$ 25 mil mensais, mais 6% de “taxa de sucesso” caso os negócios com o governo avançassem.

 

10. No total, houve quatro encontros com Erenice. No último, realizado abril de 2010, ela já era ministra.

 

11. Nessa conversa, conta Baracat, Erenice mostrou-se incomodada com o atraso de um dos pagamentos à empresa do filho.

 

12. Baracat reproduz uma frase que diz ter ouvido de Erenice: "Entenda, Fábio, que nós temos compromissos políticos a cumprir".

 

13. O lobby rendeu dividendos. Dois meses depois da última conversa com Erenice, a firma de Baracat tonificou em R$ 84 milhões os contratos com os Correios. "Taxa de sucesso" de R$ 5 milhões.

 

14. Neste sábado (11), Erenice soltou uma nota. No texto, diz que os esclarecimentos que prestou a Veja foram “levianamente desconhecidos”.

 

15. Anota como se sente: “Atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras”.

 

16. A ministra anuncia que vai à Justiça contra Veja. Exigirá reparação por “danos morais” e “direito de resposta”.

 

17. Escreve: “Como servidora pública, sinto-me na obrigação [...] de colocar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico” à disposição.

 

18. Pena que a ministra não tenha aproveitado sua nota para expor os esclarecimentos que, segundo diz, a revista ignorou.

 

19. Além da folha de papel, Erenice tinha à sua disposição gravadores e microfones. Se convocasse uma entrevista, a audiência seria grande.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h49

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‘Meio boba’, Dilma ouve ‘fraude’ onde havia ‘fraldas’

  Wilson Dias/ABr
Ainda inebriada pela chegada de Gabriel, seu primeiro neto, Dilma Rousseff decidiu conceder uma entrevista.
 

 

Aconteceu nesta sexta (9), em Porto Alegre. Em timbre de pilhéria, a candidata disse que só responderia a questões sobre “fraldas, banhos e mamadas”.

 

Lero vai, lero vem passaram-se 25 minutos. Súbito, um repórter decide servir um refresco. Em atenção ao pedido inaugural de Dilma, dirige a ela uma pergunta sobre “fraldas”.

 

E a candidata, entre decepcionada e abespinhada: "Eu não falo mais sobre fraudes, vocês me desculpem. Perguntem isso para o meu adversário, que isso é a pauta dele".

 

Por sorte, ao entrar na sala, Dilma avisara que o nascimento do neto a retirara do eixo: "Os avós sempre me disseram que a gente fica meio bobo. Estou hoje meio boba".

 

Ahhhh, bom!

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h38

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Serra e Alckmin pedem votos para ‘ficha suja’ em RO

  Waldemir Barreto/Ag.Senado
Candidato ao governo de Rondônia, Expedito Júnior, um cristão novo no PSDB, levou à propaganda da TV os rostos de três prototucanos.

 

Gravaram declarações de apoio para Expedito: José Serra, Geraldo Alckmin e Alberto Goldman.

 

A repórter Estelita Hass Carazzai conta, na Folha, que Serra diz no vídeo ter conhecido Expedito na Constituinte.

 

Brinda-o com um par de adjetivos: “inteligente” e “combativo”. Goldman chama-o de "brilhante".

 

Quanto a Alckmin, pede ao eleitor rondoniense que vote em Expedito "pelo desenvolvimento de Rondônia".

 

Expedito elegeu-se senador em 2006. Nessa época, vestia a camisa do PPS. No curso do mandato, transferiu-se para o PR. Em outubro de 2009, sentou praça no PSDB.

 

Acusado de compra de votos e abuso do poder econômico, Expedito teve o mandato passado na lâmina. Decisão do TSE.

 

No mês passado, o TRE-RO enquadrou-o na lei da Ficha Limpa. Casou-lhe o registro da candidatura.

 

Hoje, Expedito é um candidato sub judice. Faz campanha pendurado em recursos que protocolou no TSE e no STF.

 

Serra, Alckmin e Goldman deveriam desperdiçar um naco do final de semana com a leitura do noticiário que vem do Amapá.

 

Ali, candidatos apoiados por Lula –governo e Senado— fazem uma escala na cadeia antes de chegar às urnas.

 

O grão-tucanos talvez não se animem a pedir de volta as gravações que fizeram para Expedito. Porém...

 

Porém, fica entendido desde logo que, na hipótese de sumiço do sabonete, perde-se o direito de lavar as mãos.

 

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Escrito por Josias de Souza às 03h56

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As manchetes deste sábado

 

- Globo: Serra: Lula ‘deixa roubar' e Dilma é 'envelope fechado'

 

- Folha: Governador do Amapá e antecessor são presos

 

- Estadão: PF prende políticos aliados de Lula e Sarney no Amapá

 

- Correio: Oito anos de prisão para quem fraudar concurso

 

- Estado de Minas: MP quer obrigar pichador a indenizar pelo prejuízo

 

- Jornal do Commercio: Governador do Amapá e mais 17 pessoas presos

 

- Zero Hora: Operação antifraude prende governador do Amapá e mais 17

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h52

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Pela bola sete!

Clayton

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Escrito por Josias de Souza às 01h50

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Maior ‘adversário’ de Serra já não é Dilma, é o eleitor

ABr

 

Depois da muda, ocorrida há coisa de duas semanas, José Serra voa sobre a campanha com aparência renovada.

 

De tucano, Serra converteu-se em carcará –aquele pássaro malvado que pega, mata e come.

 

Em sua nova fornada de números, divulgada na noite desta sexta (10), o Datafolha informa: não funcionou.

 

Serra vive o seu momento pânico. Já experimentou de tudo. Na fase tucana, o bico grande, bonito e doce revelou-se inútil.

 

Com o bico de carcará –pequeno, pontudo e perverso— serviu veneno a uma platéia que pede a continuidade do pudim.

 

O vaivém de Serra pode ser visto de dois ângulos. Num, positivo, o observador é tentado a concluir que o candidato não tinha alternativas.

 

Enquanto deu, posou de oposicionista light. Quando os amigos e a família foram ao caldeirão da Receita Federal, elevou o tom.

 

Noutro ângulo, negativo, enxerga-se um candidato errático e oportunista. Errático por tentar se apropriar do legado que o dono do testamento diz ser de outra.

 

Oportunista por ter alardeado só agora uma violação de sigilo que admite conhecer desde janeiro, quando diz ter “alertado” Lula.

 

Seja como for, independentemente da lupa que se utilize, o resultado é a visão de um Serra batido.

 

Considerando-se os grandes números do Datafolha, o quadro é estacionário. Na última semana, Dilma reteve seus 50% e Serra escorregou de 28% para 27%.

 

Mergulando-se no miolo do relatório do instituto, descobre-se a existência de movimento.

 

O problema é que, nos pontos em que se mexeram, os números sorriram ora para Dilma ora para Marina, jamais para Serra.

 

Sorriram para Dilma, por exemplo, em Pernambuco e na Bahia. Entre os pernambucanos, ela foi de 64% para 67%. Serra, de 21% para 18%.

 

Entre os baianos ela subiu de 60% para 64%. Ele desceu de 22% para 18%.

 

Dilma caiu cinco pontos percentuais na faixa de eleitores com escolaridade superior. Para onde foram os votos? Quatro pontos percentuais engordaram o cesto de Marina.

 

Dilma despencou sete pontos entre os eleitores de maior renda familiar. Nesse universo, Marina beliscou seis pontos percentuais.

 

Disseminou-se a percepção de que, em matéria de sucessão presidencial, Serra é mesmo um político azarado.

 

Em 2002, época em que sopravam os ventos da mudança, cavalgava a continuidade. Em 2010, tempo de continuidade, encarna a mudança.

 

Numa leitura condescendente do processo, pode-se dizer que, hoje, o adversário de Serra é Lula, não Dilma. Tomado pelo Datafolha, Lula é um eleitor notável.

 

Quase metade do eleitorado (45%) declara que, “com certeza”, vota em quem o presidente indicar. Outros 18% afirmam que “talvez” votem no indicado de Lula.

 

Somando-se os dois percentuais chega-se ao potencial de transferência de votos de Lula para Dilma: 63%.

 

Sobram para Serra os 29% que rejeitam o nome apontado pelo “dedaço” de Lula. Um contingente que ele tem que dividir com Marina.

 

Numa análise menos edulcorada da campanha, chega-se à conclusão de que o problema de Serra não é Lula nem Dilma, mas o eleitor.

 

O dono do voto informa, uma pesquisa atrás da outra, que não deseja Serra. É como se dissesse ao pesquisador: "Não me importune mais com suas perguntas. Já decidi".

 

A 23 dias do fatídico 3 de outubro, vive-se sob a égide da precipitação. Lula antecipara a campanha em mais de dois anos.

 

E o eleitor, contente com a atmosfera benfazeja em que se misturam as bolsas e o crescimento econômico, parece ávido por antecipar o resultado.

 

Há uma semana, 69% achavam que Dilma vence. Hoje, compartilham dessa idéia 72%.

 

Na conta do Datafolha, somados apenas os votos válidos, Dilma fica com 56%. Ou seja, o triunfo pode chegar no primeiro turno.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h48

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Servidora diz que Receita mandou ‘legalizar’ o ilegal

Jochen Luebke/EFE

 

O ‘Fiscogate’ deu à luz um filhote. Surgiu na Receita Federal uma zebra de segunda geração. Tentou-se legalizar o crime das violações ilegais com outro delito: procurações retroativas.

 

Convidado a assinar uma autorização de fancaria, um contribuinte deu queixa à Polícia Civil, em São Paulo. Ao inacreditável somou-se o inimaginável.

 

Deu-se o seguinte:

 

1. Edson Pedro dos Santos, brasileiro, aposentado, contribuinte da Receita Federal, foi procurado, em casa, na noite de segunda (6), por José Carlos Cano Larios.

 

2. José Cano, contador, é marido de Ana Maria Caroto Cano, servidora pública lotada na agência da Receita em Mauá (SP).

 

3. Na conversa com Edson, o senhor Cano sugeriu ao contribuinte que assinasse uma autorização de acesso aos seus dados fiscais.

 

4. A coisa pareceu estranha. A começar da data do documento: 5 de setembro de 2009.

 

5. A peça destinava-se a converter em acesso autorizado um ataque já realizado aos dados fiscais de Edson. Coisa feita na máquina da senhora Cano.

 

6. Ao pressentir que corria o risco de entrar pelo cano, o contribuinte Edson foi queixar-se à Polícia Civil de São Paulo.

 

7. A polícia deu uma batida no escritório do senhor Cano, localizado na mesma cidade de Mauá onde está assentado o ninho de violações do fisco.

 

8. Mexe daqui, remexe dali os policiais encontraram 23 documentos semelhantes ao que havia sido apresentado a Edson.

 

9. Em cada folha um nome diferente. Em todas elas a mesma mágica da autorização com data retroativa.

 

10. O casal cano foi à garra. Depois de detidos, foram inquiridos. Espreme daqui, aperta dali a senhora Cano borrifou gasolina nas labaredas.

 

11. Ela disse que corre na Corregedoria da Receita um procedimento administrativo para esquadrinhar as violações de Mauá. Até aí, coisa já sabida.

 

12. Súbito, a senhora Cano informou que recebera ordens da própria Corregedoria do fisco para apagar vestígios das violações.

 

13. Contou que, na máquina dela, foram feitos 31 ataques. E afirmou que foi orientada a procurarar as vítimas, obtendo delas as autorizações retroativas.

 

14. Depois de ouvidos, o senhor e a senhora Cano foram liberados. A Polícia civil encaminhou o papelório que recolheu à Polícia Federal.

 

15. Acomodado em posição constrangedora, o corregedor-geral da Receita, Antônio Carlos Costa D'Ávila Carvalho, negou que tenha ordenado a maquiagem do crime.

 

Para D’Ávila, a senhora Cano, sob investigação da corregedoria, tenta “desqualificar” o trabalho do órgão. Conseguiu.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h41

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Genro de Serra também é vítima de procuração falsa

Como previsto, o advogado do casal Mônica Serra e Alexandre Bougeois, Sérgio Rosenthal, foi à Superintendência da PF, em São Paulo, nesta sexta (10).

 

Autorizado a folhear o inquérito que apura a violação dos sigilos fiscais da filha e do genro de José Serra, o advogado deu de cara com uma novidade:

 

A exemplo de Verônica, também o marido dela foi atacado na delegacia da Receita em Santo André (SP) com uma procuração falsa.

 

O roteiro do fraude é o mesmo: o documento forjado atribuiu poderes ao petista renegado Antônio Carlos Atella para apalpar declarações de IR de Alexandre.

 

Na saída, Rosenthal juntou Santo André com Mauá, outro ninho do fisco onde as violações foram feitas na máquina da servidora Adeildda Ferreira Leão dos Santos.

 

E declarou: "Isso tem que ser apurado minuciosamente. É de pasmar que isso ocorra em um órgão federal, na Receita Federal...”

 

“...Os cidadãos não imaginam que seus dados sejam tratados dessa maneira".

 

Muitos, de fato, não sabiam. Outros intuíam. Agora, ninguém pode alegar desconhecimento.

 

Curiosamente, a Corregedoria da Receita continua um passo atrás do noticiário. No caso do genro de Serra, informara que o ataque ocorrera apenas em Mauá.

 

Dissera mais: Adeildda bisbilhotara somente o cadastro de Alexandre, uma janela onde estão armazenados dados não protegidos pelo sigilo.

 

Descobre-se agora que difundira-se uma lorota. Mais uma. Os segredos haviam sido quebrados em Santo André.  

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h32

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‘Lula não se elege nem a deputado se Dilma ganhar'

Ana Paula Oliveira/Divulgação

 

Em sabatina realizada pelo jornal ‘O Globo’, José Serra levou à cena uma bola de cristal.

 

Previu: se Dilma Rousseff prevalecer sobre ele na sucessão, “o país não irá bem”.

 

Pior: sob Dilma, o governo será tão ruinoso que engolirá o futuro do patrono.

 

“Se a Dilma ganhar, Lula não se elege nem a deputado em 2014”, praguejou.

 

Na contramaré das pesquisas que revelam o sentimento continuísta do eleitorado, Serra disse: "O modelo Lula se esgotou”.

 

Acrescentou: “Botar lá gente que vai continuar com essa privatização do Estado, com os abusos, o desrespeito à democracia...”

 

“...Incompetência, desconhecimento da realidade, governo publicitário, é um risco muito grande para o Brasil".

 

Chamou Dilma de “envelope fechado”. E Comparou a operação casada Lula-Dilma ao flagelo Paulo Maluf-Celso Pitta:

 

"É igual ao Maluf. Escolheu alguém perto da inexistência”.

 

Evocando a célebre frase de Maluf –“Se o Pitta não for um bom prefeito, você não precisa votar mais em mim”—, Serra emendou:

 

“Só falta [o Lula] dizer para não votar mais nele se ela [Dilma] não fizer um governo bom".

 

Como quiromante, Serra destoa de outras pitonisas da própria oposição. Em privado, tucanos e ‘demos’ trabalham com duas hipóteses.

 

Eleita, Dilma pode produzir um bom governo ou um desastre. Se for bem, flertará com a reeleição. Se for mal, Lula volta.

 

De concreto, só uma previsão é realmente infalível: o futuro, por imprevisível, é impossível de prever.

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h32

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No Amapá, PF prende o governador, o ‘ex’ e mais 17

Divulgação

 

No vídeo abaixo, Lula pede ao eleitor do Amapá que vote em Waldez Góes (PDT). Ex-governador, ele integra o grupo político de José Sarney. Concorre ao Senado.

 

“Aqui no Amapá, vote em Waldez Góes, que está com Dilma”, encarece Lula no final da peça.

 

 

Também está com Dilma no Amapá o governador Pedro Paulo Dias (PP). Ex-vice de Waldez, herdou-lhe o cargo em abril. Agora, disputa a reeleição.

 

Integrantes da mesma chapa, Waldez e Pedro Paulo mimetizam no Amapá o lema da campanha nacional de Dilma: “O que tá bom vai continuar”.

 

Pois bem. Nesta sexta (10), Waldez e Pedro Paulo foram em cana. Prendeu-os, junto com mais 17 pessoas, a Polícia Federal de Lula.

 

Por quê? Aliada de Sarney (PMDB-AP), apoiada por Lula e fechada com Dilma, a dupla comandava um esquema de desvios de verbas públicas.

 

Até aqui, o buraco produzido pelo grupo é estimado em R$ 300 milhões. Roeram-se verbas federais. Em especial de dois fundos educacionais –o Fundeb e o Fundef.

 

Repetindo: o grupo malversava o dinheiro que Brasília enviava para ser aplicado na melhoria do ensino básico e da educação fundamental.

 

Em fevereiro, o repórter João Carlos Magalhães farejara a encrenca. Àquela altura, já estava em curso a “Operação Mãos Limpas”, levada agora ao ao meio-fio.

 

Deve-se o esquadrinhamento dos malfeitos ao Ministério Público, à PF e à Controladoria-Geral da União.

 

O rosário de crimes sob investigação é extenso. Tome fôlego: corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, ocultação de bens e valores...

 

...Lavagem de dinheiro, fraude em licitações, tráfico de influência e, finalmente, formação de quadrilha.

 

Há coisa de três meses, em 16 de junho, José Sarney foi ao microfone do plenário do Senado para fazer “uma comunicação”.

 

“Um pouco fora de época”, o presidente do Senado registrou que Waldez de Goés deixara o governo do Amapá para concorrer ao Senado.

 

Por “dever de lealdade”, Sarney, um “amapaense” de conveniência, sentiu-se compelido a dizer meia dúzia de palavras sobre os dois mandatos do aliado:

 

“Realizou uma obra política reconhecida por todos os amapaenses e por toda a classe política do Amapá”.

 

Sarney deu especial realce ao “temperamento” acomodatício e ao “espírito público” de Waldez: “Foi capaz de estabelecer uma união de forças políticas”.

 

União tão viçosa “que a bancada federal, seus deputados, quase unanimemente, e também os senadores, apoiavam todas as iniciativas tomadas pelo governo”.

 

Considerando-se o resultado das apurações da “Operação Mãos Limpas”, a “uanimidade” do Amapá produziu crimes e ruína.

 

A despeito disso, lá estão os rostos de Lula e da pupila Dilma Rousseff no material de campanha da turma, sob a inscrição incômoda: "O que tá bom vai continuar".

 

Na propaganda da TV, ecoa a voz do supercabo eleitoral: “Aqui no Amapá, vote em Waldez Góes, que está com Dilma”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h05

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Mãe do povo vira avó e faz do neto peça da sucessão

Roberto Stuckert/Divulgação
 

O bebê Gabriel –3,955 kg, 50 cm— tornou-se personagem involuntário da eleição presidencial de 2010.

 

A criança nasceu de parto online. Do ventre de Paula, a mãe, fez uma escala fotográfica no colo de Dilma, a avó, e foi mandado ao cristal líquido.

 

A água do primeiro banho de Gabriel como que respingou no mouse dos internautas que acorreram à página da campanha, ao sítio do PT e ao twitter da candidata.

 

Em movimento estudado, o petismo programou-se para extrair do nascimento do primeiro neto da “mãe do povo” o máximo proveito eleitoral.

 

A operação fora deflagrada pelo patrono, na noite da véspera. Num comício realizado em Betim (MG), Lula ‘Cabo Eleitoral’ da Silva tratara a pupila como eleita.

 

Dissera que, no exercício da Presidência, a avó iminente não iria apenas “governar”. Mais do que isso, ela iria "cuidar do povo”.

 

No dizer de Lula, “a futura presidenta” dedicaria aos brasileiros seu “carinho”. Ela os trataria “com o mesmo cuidado que tem pela filha e que terá pelo neto”.

 

Do palanque noturno de Betim, Dilma foi direito para o jatinho que a levou a Porto Alegre. Às 5h20, a candidata a avó aterrissou no Hospital Moinhos de Vento.

 

Às 6h41, veio à luz Gabriel. O marketing da campanha cogitara expô-lo na propaganda eleitoral televisiva. Dilma hesitou.

 

Consultados, a filha Paula e seu marido, Rafael Covolo, torceram o nariz. Optou-se pela fórmula intermediária: a divulgação via internet.

 

Despachado para a capital gaúcha, o fotógrafo da campanha, Roberto Stuckert, produziu, com “exclusividade”, a imagem que correu pelos cabos de fibra ótica.

 

Discute-se agora a hipótese de, por assim dizer, desestatizar Gabriel, tornando-o acessível às redes privadas de televisão.

 

Parte do comitê defende a ideia de franquear às emissoras a cena da avó deixando o hospital com o neto nos braços. Coisa prevista para a manhã deste sábado (11).

 

Argumenta-se que, levada ao ar no ‘Jornal Nacional’, a imagem acomodará sobre o penteado da candidata um halo de serenidade que vai humanizá-la.

 

A coisa se desenrola sobre um pano de fundo envenenado pelo caso da violação do sigilo fiscal dos tucanos.

 

José Serra esforça-se para grudar em Dilma a pecha de responsável pela violação dos dados da filha Verônica e do marido dela, Alexandre Bourgeois.

 

Um casal que luta para criar os três filhos, Serra não se cansa de enfatizar, levando à roda, também ele, a figura dos netos.

 

Na gincana do avô antagonista contra a neoavó petista, os operadores da campanha oficial imaginam que a ternura tende a prevalecer sobre a raiva.

 

Lula ‘Escudo’ da Silva já havia cuidado de se posicionar. Injetara-se, de permeio, entre o discurso da “turma do contra”, movida a “desespero”, e a pupila “caluniada”.

 

Sem saber, o bebê Gabriel completará o serviço. É como se, nas entrelinhas de sua estratégia, o petismo dirigisse ao eleitorado uma interrogação:

 

“Você acha que essa avó prestimosa, a quem Lula legou o seu povo, seria capaz de encomendar a violação do sigilo fiscal de alguém?”

 

Em meio às trombetas virtuais que anunciaram a chegada de Gabriel, o comitê abriu uma janela para que o eleitor dirigisse à avó uma mensagem.

 

Quem atendeu ao convite deu de cara com o novo dístico da campanha: “Parabéns à nova vovó”. Na sequência, Dilma penduraria no twitter uma reação:

 

“Obrigada pelas congratulações pelo nascimento do Gabriel! É um dia de muita alegria. Ser avó é uma dádiva e estou curtindo esse momento”.

 

Operou-se o último ciclo da metamorfose. De técnica mandona, Dilma fora convertida em “mãe do PAC”.

 

Depois, Lula a transformara em “mãe do povo”. Agora, a candidata virou avó!

 

O novo discurso de Serra, centrado na criminalização da rival, terá ainda mais dificuldades para emplacar.

 

Até ontem, Serra atacava a candidata do PT. Hoje, alvejará a avó de Gabriel, o mais novo personagem da sucessão presidencial.

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h22

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As manchetes desta sexta

 

- Globo: Marina: Lula defende Dilma, mas esquece os cidadãos

 

- Folha: Empresas do país captam US$ 6 bilhões no exterior

 

- Estadão: Governo usa capitalização da Petrobras para fechar contas

 

- JB: ‘New York Times’ também não será mais impresso

 

- Correio: Dividido, STF deve julgar ficha limpa até a eleição

 

- Valor: BB empresta R$ 5,5 bilhões para a usina de Belo Monte

 

- Estado de Minas: Crédito para casa própria ganha reforço de R$ 10 bi

 

- Jornal do Commercio: Quadrilha levou o menino sumido

 

- Zero Hora: Pastor recua mas não afasta a tensão do 11 de Setembro

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 03h01

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Nos porões do Alvorada!

Nani

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Escrito por Josias de Souza às 01h40

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Lula: ‘SP não pode mais ficar nas mãos dos tucanos’

Em ritmo frenético de campanha, Lula voltou a escalar o palanque na noite desta quinta (9). Fez comício no interior de São Paulo, em Ribeirão Preto.

 

Tenta empinar a candidatura do petista Aloizio Mercadante, que mede forças com o tucano Geraldo Alckmin pelo governo do Estado.

 

Lula falou para uma platéia estimada pela PM em 10 mil pessoas. Como de hábito, andou de um lado para o outro.

 

Tomado pelo estilo, faz lembrar um pastor evangélico. Pelo timbre, aproxima-se do velho sindicalista que um dia já foi.

 

Dedicou-se a vergastar o tucanato, no poder em São Paulo há 16 anos. Ecoou Mercadante nas críticas ao preço cobrado nas praças de pedágio paulistas.

 

"Eles vão ter que explicar porque é que o pedágio daqui [Ribeirão Preto] até São Paulo custa R$ 46", disse Lula.

 

Em oportunidade anterior, chamara "o pedágio dos tucanos" de “roubo”. No novo discurso, debochou:

 

“Com tanto dinheiro, dá para construir estradas com meio-fio de diamante. O povo de São Paulo paga [pedágio] até pelo ar que respira”.

 

Deu asas à troça: “O marido pega a estrada, olha pro lado pra falar com a mulher e já está pagando pedágio".

 

Ao pedir votos para Mercadante, declarou: "São Paulo não pode mais ficar nas mãos dos tucanos".

 

Em sua propaganda eleitoral, Mercadante pede ao eleitor de São Paulo que dê a ele “uma chance” de realizar no Estado o que Lula fez pelo Brasil.

 

Sobre o palanque, Lula cuidou de comparar sua gestão à dos presidentes que o antecederam.

 

Sem mencionar FHC, disse que o PSDB "mostrou que não tem competência para governar".

 

Repisou a velha tecla segundo a qual um presidente sem diploma universitário fez mais pela educação do que os antecessores letrados.

 

"Um metalúrgico construiu mais faculdades e escolas técnicas em oito anos do que doutores levaram 100 anos para fazer".

 

Recordou que também o seu vice, José Alencar, não dispõe de um canudo. A despeito disso, ajudou-o a entregar 14 novas universidades (assista a esse trecho lá no alto).

 

Dilma deveria ter comparecido à pajelança de Ribeirão. Cancelou a agenda por conta do nascimento do neto, Gabriel, em Porto Alegre.

 

A ausência da pupila não impediu que o cabo eleitoral pedisse votos também para ela. Lula chamou-a de “próxima presidenta do Brasil”.

 

Além de Mercadante, dividiram o palanque com Lula o vice de Dilma, Michel Temer (PMDB), e os candidatos ao Senado: Marta Suplicy (PT) e Netinho (PCdoB).

 

No esforço que empreende para levar Mercadante ao segundo turno, Lula programou-se para fazer cinco comícios em São Paulo no mês de setembro.

 

Agora só faltam mais três.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h59

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Polícia Civil de SP vai acarear acusados no fiscogate

A Polícia Civil de São Paulo decidiu promover uma acareação de dois suspeitos de participação no crime de vioalação dos dados fiscais de Verônica Serra.

 

Deseja-se colocar frente a frente o contador Antonio Carlos Atella e o office boy Ademir Estevam Cabral.

 

Antonio Carlos é o personagem que, munido de falsa procuração, obteve declarações de IR da filha de José Serra na agência do fisco de Santo Adré (SP).

 

Ele dissera que a encomenda fora feita por Ademir, que lhe teria entregue o papel com a assinatura falsa de Verônica.

 

Nesta quinta (9), o delegado José Emílio Pescarmona inquiriu Ademir. Ouviu-o por cerca de duas. Ele negou participação no malfeito.

 

Ademir admitiu que conhece Antonio Carlos. Já trabalharam juntos. Mas alega que desconhece a procuração falsificada.

 

Segundo a versão de Ademir, era Antonio Carlos quem lhe passava requerimentos para a retirada de dados na Receita, não o contrário.

 

Ademir forneceu à polícia matéria-prima para a realização de exames grafotécnicos. Serão confrontados com a caligrafia da assinatura falsa da procuração.

 

O delegado José Emílio desejava acarear Ademir e Antonio Carlos ainda nesta quinta. Porém, o contador filiado ao PT de Mauá não deu as caras.

 

A investigação da Polícia Civil do governo tucano de São Paulo corre em picada paralela à via aberta pela Polícia Federal.

 

Foi a forma que o tucanato encontrou de fustigar a PF para que acelere a apuração da violação dos dados de tucanos no fisco.

 

Oficialmente, a Polícia Civil se ocupa da apuração do crime de falsidade documental, não da violação de sigilo.

 

Como o delito foi consumado numa cidade paulista (Santo André), alega-se que a Polícia Civil tem competência para agir.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h20

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PF convoca filha e genro de Serra para depor em SP

  Folha
A Polícia Federal convocou nesta quinta (9), Verônica Serra (foto) e o marido, Alexandre Bourgeois –respectivamente filha e genro do presidenciável José Serra.

 

Deseja tomar o depoimento de ambos no inquérito que apura o caso da violação de sigilos fiscais na Receita Federal.

 

Não houve uma intimação formal. Um agente da PF procurou o genro de Serra. E informou sobre a necessidade das oitivas.

 

Acionado, o advogado do casal, Sérgio Rosental, fez contato com a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

 

Rosental agendou para esta sexta (10), uma visita à sede paulistana da PF. Vai marcar para a semana que vem a oitiva de Verônica e Alexandre.

 

Antes, o advogado deseja folhear processo. Ouça-se o que disse Sérgio Rosental ao blog:

 

“Espero que me seja dado acesso aos autos, até para que meus clientes possam exercer o direito inerente a qualquer vitima de crime no Brasil...”

 

“É uma garantia legal, prevista no Código de Processo Penal, o direito de a vítima participar das investigações”.

 

Rosental viu com naturalidade o interesse da PF em colher o depoimento de Verônica. Por quê?

 

“A necessidade da oitiva da Verônica me parece evidente porque a assinatura dela foi falsificada [numa procuração apresentada à Receita, em Santo André]...

 

“...O crime de falsidade documental é um crime material. E me parece indispensável que ela participe. Talvez ela possa auxiliar nas investigações”.

 

Quanto a Alexandre, Rosental estranhou: “Vejo com alguma surpresa a necessidade da oitiva do Alexandre, assim, de forma imediata...”

 

“...No caso dele não houve a utilização de qualque documento falso. O sigilo dele foi violado da mesma forma que o sigilo daquelas mais de 2 mil pessoas [2.949] que tiveram os sigilos violados em Mauá...”

 

“...E nós não temos notícia de que essas pessoas tenham sido convocadas pela PF”.

 

Para o advogado, só uma razão justifica o interesse pela tomada imediata do depoimento do genro de Serra:

 

“A convocação do Alexandre me faz crer que a PF efetivamente trabalha com a noção de que se trata de um crime com conotações político-partidárias”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h06

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‘É difícil provar o intuito eleitoral’ no caso da Receita

  Lula Marques/Folha
A julgar pelo que diz Sandra Cureau, José Serra terá dificuldades para demonstrar o envolvimento do comitê de Dilma Rousseff no “Fiscogate”.

 

Vice-procuradora-geral eleitoral do Ministério Público, Sandra disse que, por ora, não enxerga uma evidência de "intuito eleitoral" no episódio.

 

Realça: As informações extraídas das máquinas da Receita "não foram devidamente usadas por nenhum partido ou nenhuma coligação na propaganda eleitoral".

 

Evocando o favoritismo de Dilma nas pesquisas, Sandra diz: "Até pode-se argumentar que não foi usada porque realmente nem foi necessário".

 

Porém, repisa o raciocínio: "Para mim, toda a dificuldade neste momento é demonstrar a conotação eleitoral..."

 

"...Porque não foram utilizadas [as informações]. Isso poderia inclusive configurar um crime e gerar outras medidas, mas não no âmbito eleitoral".

 

Referindo-se ao caso de Verônica Serra, cujos dados fiscais foram obtidos por um falso procurador em Santo André, Sandra insiste:

 

“Não há prova, até o momento, de que foi pedido pelo PT. A única prova que tem é que o cidadão é filiado ao PT...”

 

“...Se houvesse essa prova acho que a situação seria mais fácil para o candidato atingido provar".

 

Na semana passada, José Serra dissera que havia alertado Lula, numa conversa de janeiro, acerca da suspeita de que o sigilo fiscal de sua filha havia sido violado.

 

O candidato baseara-se em informações que circularam em blogs simpáticos ao governo e à candidatura de Dilma.

 

Para Sandra, o caso poderia ser diferente se a oposicionista tivesse agido mais cedo, uma vez que já suspeitava dos vazamentos antes do início formal da campanha.

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h53

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STF quer decidir sobre ‘Ficha Limpa’ antes da eleição

Desde que foi aprovada, a novíssima lei da Ficha Limpa é perseguida por um rol de interrogações. Desvia daqui, enxota dali a lei vai se mantendo em pé.

 

O grande embate, porém, está por vir. Será no plenário do STF, dono da última palavra em matéria de constitucionalidade.

 

Ali, as dúvidas que tentam passar a rasteira na Ficha Limpa escondem-se nas páginas das ações movidas pelos fichas sujas.

 

São duas as questões mais relevantes:

 

1. A nova lei vale para 2010 ou só para as próximas eleições?

 

2. Pode a nova lei retroagir no tempo, alcançando as nódoas produzidas no passado dos candidatos?

 

A má notícia é que os ministros do Supremo estão divididos. A boa nova é que a decisão deve ser tomada até o final de setembro.

 

"Sem dúvida nenhuma, é bem possível que se julgue antes das eleições", disse, nesta quinta (9), o presidente do tribunal, Cezar Peluso. Melhor assim.

 

Seja qual for a decisão do STF, convém que ela chegue antes de 3 de outubro. É bom para o eleitor. E também para o Judiciário, que poupa tempo e trabalho.

 

Há inúmeros casos de “fichas sujas” barrados pelos TREs e pelo TSE. Pendurados em recursos judiciais, eles continuam em campanha.

 

Se deixarem, vão até as urnas. Eleitos, conquistarão mandatos precários, sujeitos à decisão final do Supremo. A decisão previa evita o aluvião de processos.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h27

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Sob era de sombras, Brasília reforma ‘fonte luminosa’

Sérgio Lima/Folha
 

O governo do Distrito Federal reinaugurou a Fonte Luminosa, uma das mais festejadas atrações turísticas da Capital da República.

 

Fica defronte da Torre de Televisão, no coração da cidade. Foi assentada ali nos primórdios de Brasília, em 1967.

 

Desde então, passou por três reformas. Essa última custou R$ 9 milhões. Dinheiro provido por uma empresa estatal: a Eletrobras.

 

Em seu novo formato, a fonte ganhou dispositivos novos. Agora é sonora. Ela “cospe” para o alto 3,5 milhões de litros d’água guiados por notas musicais.

 

Os jatos vão “dançar” conforme a música, emanada de 28 alto-falantes. Tocarão de rock a peças eruditas.

 

Ao “ouvir” as notas agudas, a água ganhará cores “frias”. As notas graves farão disparar um laser de tonalidades “quentes”.

 

Haverá espetáculos diários. Uma hora e meia, a partir de 18h30. Por ironia, a fonte volta a se iluminar na fase mais sombrosa de Brasília.

 

Antes, o brasiliense dispunha de um álibi que o livrava da má fama. Costumava dizer: a corrupção que viceja no pedaço administrativo da cidade é importada.

 

Os malfeitores vinham dos Estados, eleitos por patrícios desatentos. A fogueira do ‘panetonegate’ converteu a desculpa em fumaça.

 

Hoje, além da fonte remodelada, mais luminosa do que nunca, Brasília dispõe de trevas próprias. A Capital se deu conta de que também produz corruptos.

 

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Escrito por Josias de Souza às 07h33

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Em meio ao ostracismo, Arruda é fotografado na praia

 

A foto acima reproduz uma cena ocorrida há 25 dias. Clicou-a um cidadão brasiliense, durante viagem de férias a Fortaleza (CE).

 

Era segunda-feira, 16 de agosto. Livre da azáfama administrativa, José Roberto Arruda, ex-governador de Brasília, bronzeava-se.

 

Expunha-se aos efeitos dos raios ultravioleta num pedaço de areia de nome sugestivo: “Praia do Futuro”, uma das mais aprazíveis da capital cearense.

 

Na política, o futuro de Arruda chegou com tal velocidade que ficou atrás dele. Parecia radioso. Até para vice de José Serra o cogitavam. Porém...

 

Porém, o passado de perversões levou Arruda aos vídeos do ex-assessor Durval Barbosa. E dali às páginas do inquérito do mensalão do DEM.

 

O presente do “ex-demo”, cada vez mais remoto, inclui a desfiliação partidária, uma passagem de 40 dias pela PF’s Inn e a renúncia ao cargo de governador.

 

A desperito de ter sido apartado do contracheque que recebia das arcas do GDF, Arruda não parece atormentado com a provisão de “panetones”.

 

No “futuro” de Fortaleza, ele exibia, além da cútis amorenada, uma silhueta delgada, diferente da que ostentava ao deixar a hospedaria da Polícia Federal.

 

O ex-governador deve a remodelagem de sua cintura a uma recente passagem pelo spa Sete Voltas, em São Paulo. Coisa de duas semanas.

 

Fica patente que, embora o ontem tenha conspurcado o seu amanhã, Arruda cuida para que o usufruto do ostracismo de hoje lhe seja doce.

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h49

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STF nega recurso de Roriz, que segue com ficha suja

  Alan Marques/Folha
Em despacho divulgado no ínício da madrugada desta quinta (9), o ministro Carlos Ayres Britto, do STF, indeferiu recurso ajuizado por Joaquim Roriz (PSC).

 

Postulante ao governo do Distrito Federal, Roriz teve o registro de sua candidatura negado pela Justiça Eleitoral. Enquadraram-no na lei da Ficha Limpa.

 

No recurso, os advogados de Roriz alegaram que a impugnação da candidatura dele violara decisões tomadas anteriormente pelo Supremo.

 

A petição mencionou cinco casos. Versavam sobre um princípio previsto no artigo 16º da Constituição: a anualidade eleitoral.

 

Por essa regra, as alterações feitas pelo Congresso na legislação eleitoral só podem entrar em vigor um ano depois de aprovadas.

 

Escorando-se nas decisões pretéritas do STF, os defensores de Roriz argumentaram que a Lei da Ficha Limpa, recém-sancionada, não valeria para o pleito de 2010.

 

Por isso, pediram ao STF que revogasse a decisão do TSE. Uma decisão que referendara o despacho do TRE-DF, primeiro tribunal a considerar Roriz um “ficha suja”.

 

No texto em que indeferiu o recurso, Ayres Britto anotou: ao julgar os casos “similares” invocados pela defesa de Roriz, o STF não tratara da Ficha Limpa.

 

Por uma razão singela: a lei “sequer existia à época”, escreveu o ministro. Para reforçar o argumento, Ayres Britto serviu-se da interrogação:

 

“[...] À falta falta da Lei Complementar 135/2010 [Ficha Limpa], como poderia o Supremo examinar a constitucionalidade da sua aplicação imediata?”

 

Não bastasse isso, o ministro considerou equivocada a tese de que os julgamentos anteriores do STF guardam semelhança com o caso de Roriz.

 

Em “nenhuma” das cinco decisões mencionadas o STF concluíra pela aplicação da anualidade eleitoral quando está em jogo a “criação de novas condições de elegibilidade”.

 

O que fez a lei da Ficha Limpa? Introduziu na legislação brasileira novos critérios para que os candidatos a cargos eletivos possam disputar votos.

 

Entre eles a exigência de que o candidato não tenha renunciado a mandatos parlamentares para fugir de processos de cassação.

 

Foi essa novidade que infelicitou Roriz. Em 2007, acossado por denúncia de corrupção, ele renunciara ao Senado para esquivar-se do processo de cassação de mandato por quebra do decoro parlamentar.

 

No seu despacho, Ayres Britto também lembrou que as decisões anteriores do STF não resultaram na edição de súmula vinculante.

 

Significa dizer que, ainda que pudessem ser consideradas análogas ao caso de Roriz, não obrigavam as demais instâncias do Judiciário a segui-las.

 

Por todas as razões, o ministro considerou que os advogados de Roriz não lograram demonstrar que a Justiça Eleitoral atropelou decisões do STF.

 

Na sucessão de azares que se interpõem no caminho de Roriz, a designação de Ayres Britto como relator de seu recurso caiu como uma pedra.

 

O ministro é ex-presidente do TSE. Na corte eleitoral, atuara com rigor inaudito nos processos que envolviam a moralidade dos candidatos a cargos eletivos.

 

Se quiser, Roriz ainda pode requerer que a decisão de Ayres Britto seja submetida ao crivo do plenário do Supremo, composto de onze ministros.

 

Porém, as chances de êxito são, a essa altura, diminutas. Sorte de Agnello Queiroz, o petista que mede forças com Roriz pela cadeira de governador de Brasília.

 

- Serviço: Aqui, a íntegra do despacho de Ayres Britto.

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Escrito por Josias de Souza às 04h34

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As manchetes desta quinta

 

- Globo: Serra reage e diz que Lula serve à estratégia 'caixa-preta' do PT

 

- Folha: Escândalo da Receita: Investigada consultou dados do genro de Serra

 

- Estadão: Genro de Serra teve sigilo fiscal violado

 

- JB: Mais velhos perdem o medo da internet

 

- Correio: Ministro relator rejeita recurso de Roriz ao STF

 

- Valor: Governo desiste da estatal de seguro

 

- Jornal do Commercio: Retratos do Brasil

 

- Zero Hora: Frota já chega a 50% dos lares gaúchos e desafia o trânsito

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h14

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República Popular do Socialismo Fiscal!

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Escrito por Josias de Souza às 01h12

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Autorizada a quebra do sigilo telefônico no ‘fiscogate’

A Justiça Federal autorizou a quebra do sigilo telefônico da servidora Adeildda Ferreira Leão dos Santos.

 

O pedido fora formulado pela Polícia Federal, que investiga Adeildda no caso da violação do sigilo fiscal de tucanos.

 

Na máquina operada por ela, na delegacia da Receita em Mauá, foram acessados os dados –cadastrais e fiscais— de pessoas ligadas a José Serra.

 

Entre elas a filha e o genro do presidenciável tucano: Verônica Serra e Alexandre Borgeouis.

 

A lista inclui, de resto, um dirigente tucano, um ex-coletor de arcas eleitorais de Serra, um amigo dele e o marido de uma prima.

 

A partir do manuseio dos extratos das contas telefônicas de Adeildda, a PF espera levantar pistas que levem ao mandante das violações.

 

Serão esquadrinhadas as ligações feitas e recebidas pela servidora antes e depois das incursões dela no sistema do fisco, em outubro de 2009.

 

Num ensaio da linha de defesa que pretende esgrimir, o advogado de Adeildda, Marcelo Panzardi, declarou, em entrevista:

 

“Internamente, ela estava cumprindo ordens da chefia e de pessoas superiores a ela...”

 

“...O que provavelmente ela imaginava é que esses superiores e a própria chefe estavam munidos de procuração [dos contribuintes violados]”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h25

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Lula, com Hélio: ‘Não tenho nada contra’ o Anastasia

Divulgação

 

Lula estrelou, na noite desta quarta (8), seu 14º comício ao lado de Dilma Rousseff. Deu-se em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte.

 

Beneficiado pela transmissão simultânea na web, o signatário do blog assistiu à pajelança ao vivo. Perto do encerramento, às 21h22, Lula pediu votos para Hélio Costa, candidato do PMDB ao governo de Minas.

 

Hélio mede forças com Antonio Anastasia. Um tucano que, mal comparando, mimetiza na cena mineira o papel que Dilma desenvolve no plano nacional.

 

Carregado por Aécio ‘Cabo Eleitoral’ Neves, Anastasia frequenta as pesquisas com a aparência de ex-poste. No intervalo de um mês, mastigou os mais de 20 pontos percentuais que o separavam de Hélio. Daí a presença de Lula.

 

Pois bem. Antes de encarecer à platéia que votasse em Hélio Costa, Lula disse meia dúzia de palavras sobre Anastasia. Soou menos tóxico que o habitual: “Não tenho nada contra o nosso adversário”, disse ele. “Não vou falar mal dele. Se não posso falar bem, mal também não falo”.

 

Curioso, muito curioso, curiosíssimo. Nos últimos dias, correu pelos subterrâneos de Brasília a versão de que Aécio enviara um emissário a Lula. Para quê? Para pedir-lhe que aliviasse o timbre na passagem por Minas. Ao blog, Aécio negou.

 

Mandou dizer que, na última vez que falara com Lula, ainda era governador do Estado. Antes de abril, portanto. Emissário? Não, não. Absolutamente. Seja como for, com ou sem pedido, Lula serviu no comício de Betim um inusitado refresco para Anastasia.

 

É como se desejasse manter desobstruído o canal de diálogo com Aécio. Um duto pelo qual as conversas fluíram desenvoltas no curso de seus dois mandatos.

 

Só depois de poupar Anastasia de críticas Lula se voltou para Hélio Costa. Puxou-o para a boca do palanque. Postou-se entre ele e Dilma. Ergueu os braços de ambos. E discorreu sobre as vantagens de uma dobradinha. “Quem pode ajudar mais a Dilma em Minas?”, perguntou.

 

“Não será ninguém do DEM e nenhum tucano. Tem que ser um companheiro da qualidade do Hélio costa. Dilma e Hélio para Minas ficar melhor!”

 

Afora a referência a Anastasia, com gosto de pão de queijo, Lula repetiu em Betim o roteiro dos comícios anteriores. Dedicou um bom pedaço do dicurso ao Senado. Despejou sobre o microfone o mesmo lero-lero segundo o qual Dilma não pode ter o Senado que ele teve.

 

Uma Casa de “maioria frágil”, apinhada de opositores movidos a “ódio e vingança”. Um rancor que privou o governo da CPMF, mandada à cova em 2007.

 

Repetiu que, junto com o tributo, enterrou-se a possibilidade de o governo investir R$ 40 bilhões anuais na Saúde. Em três anos, R$ 120 bilhões. Em Minas, as pesquisas indicam que os favoritos à obtenção das duas cadeiras de senador são oposicionistas.

 

Um deles, líder de todas as sondagens, é Aécio. O outro é Itamar Franco (PPS), cerca de 20 pontos à frente do petista Fernando Pimentel. Lula não fez referência às pretensões senatoriais de Aécio e Itamar. Voltou suas baterias contra o representante do DEM no Senado: Eliseu Resende.

 

Disse:a única coisa que o ‘demo’ Eliseu fez em sua carreira de senador foi “votar contra a CPMF". De novo: “Por ódio, vingança”.

 

Para não dizerem que só levou flores para Aécio, Lula mostrou um par de espinhos. Fez referência ao papel de Aécio na derrocada da CPMF. Misturou-o a José Serra. Na época da votação, Aécio governava Minas. Serra, São Paulo. Nos subterrâneos, ambos defendiam que a oposição renovasse o imposto. Foram vencidos.

 

Lula insinuou que a dupla fez corpo mole. “E não foi por falta de pedir apoio ao Aécio, de pedir apoio ao Serra”, rememorou o orador. Disse ter encarecido: “Não votem contra porque vocês vão prejudicar os pobres”. A despeito disso, as bancacadas oposicionistas “votaram contra”.

 

Noutra referência negativa a Aécio, Lula declarou que, na gestão dele, o Estado não destinava à saúde os 12% previstos na Constituição. Sustentou que, sob Aécio, Minas só “colocava 6%” de sua receita na saúde. “As pessoas precisam saber disso”, realçou.

 

Valeu-se de uma metáfora ofídica. Disse que, na hora do voto, materializam-se na frente do eleitor “dez cobras”. E fica difícil saber “qual é a venenosa”. Ao pedir votos para Dilma, o patrono tratou a pupila como eleita. Não parece contemplar a hipótese de a eleição escorregar para o segundo turno.

 

Declarou que o Brasil vai eleger sua primenra “presidenta” no dia “3 de outubro”, data da realização do primeiro turno Recorreu, uma vez mais, à imagem maternal que cunhou para sua candidata. Eleita, ela não vai “apenas governar” o país. Vai “cuidar do povo”.

 

Numa alusão a Gabriel, o neto que Paula, a filha de Dilma, está na bica de dar à luz, Lula disse: “A Dilma vai cuidar do povo com o mesmo carinho que cuida da filha e vai cuidar do neto”.

 

Avó iminente, a futura “mãe” dos brasileiros discursou antes do paizão de sua candidatura. A exemplo de Lula, serviu à audiência o discurso usual. Soou repetitiva. Algo inevitável depois de tantos comícios.

 

Disse que a oposição fez, no alvorecer do governo Lula, uma “aposta errada”. Jogou suas fichas no insucesso da administração do ex-operário. Contra as promessas de continuidade proferidas por Serra, Dilma borrifou na atmosfera o risco de interrupção dos investimentos sociais.

 

Recordou que os antagonistas do governo chamavam o Bolsa Família de “bolsa esmola”. Repetiu que o PFL –ela se recusa a chamar o ex-pefelê de DEM— ajuizou no STF uma ação contra o Prouni, o programa de distribuição de bolsas universitárias.

 

Numa segunda referência ao estilo morde-e-assopra de Serra, Dilma espetou: "Chega na hora da eleição, eles querem se confundir conosco".

 

De resto, dando a vitória como favas contadas, Dilma ecoou Lula. Disse que a “primeira mulher presidenta” precisa dispor de “uma bancada de senadores”.

 

Se as pesquisas não estiverem enganadas, a “presidenta” terá de lidar, no caso de Minas, com os “senadores” Aécio e Itamar.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h18

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Fidel: ‘Modelo econômico cubano não fuciona mais’

Fidel Castro atravessa aquela fase da vida em que, de tanto receber a visita dos médicos, o sujeito esquece todos os sintomas da juventude.

 

Aos 84 anos, o ditador cubano parece ter descoberto que o melhor remédio contra o cabelo branco é o senso de ridículo.

 

Concedeu uma entrevista ao repórter Jeffrey Goldberg, da revista americana ‘The Atlantic Monthly’.

 

Lero vai, lero vem Jeffrey perguntou a Fidel se ainda vale a pena tentar exportar o modelo comunista cubano para outros países.

 

E o camarada: "O modelo cubano não funciona mais nem para nós".

 

A certa altura, Fidel permitiu-se discorrer sobre uma passagem de 1962: a crise dos mísseis.

 

Autorizara a velha União Soviética a instalar numa base militar cubana mísseis apontados para os EUA. Arrependeu-se: “Não vale nada a pena”.

 

Como assim? "Depois que eu vi o que eu vi, e sabendo o que eu sei hoje, eu sei que aquilo não valia a pena".

 

Fidel chamou o repórter para a conversa depois de ler um artigo que ele escrevera sobre um tema que o hipnotiza: o risco de conflito nuclear entre Israel e Irã.

 

O velho lobo de Havana é, hoje, um ativista pró-desarmamento nuclear. Na entrevista, fez uma crítica a Mahmoud Ahmadinejad.

 

Disse que o presidente do Irã deveria deixar de lado seu arraigado antisemitismo.

 

Para Fidel, "os judeus tiveram uma existência muito pior que a nossa”. Mais: “Não há nada que se compare ao Holocausto".

 

Como se vê, Fidel parece muito próximo da grande descoberta.

 

Está na bica de descobrir que, para um sujeito com a cara repleta de cronologia, não fica bem manter tanta ideologia.

 

- Serviço: Aqui e aqui, trechos da reportagem veiculada na ‘Atlantic Monthly’ –infelizmente em língua inglesa.

 

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Escrito por Josias de Souza às 20h58

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Serra: Ela ‘terceirizou ataque’; Dilma: Lula ‘é o líder’

  ABr
Sob o impacto da peça em que Lula o acusara de partir para a “baixaria”, José Serra retornou a um tema que, na véspera, refugara: o ‘Fiscogate’.

 

Enxergou na participação de Lula no programa eleitoral não uma defesa de Dilma Rousseff, mas um ataque a ele.

 

Chamou sua antagonista de “candidata oculta”. E disse que Dilma terceirizou a artilharia ao cabo eleitoral.

 

Ela promove, segundo Serra, "a terceirização dos debates e dos ataques, que incluem, agora, o presidente da República”.

 

Disse que, a desperito de ser “presidente de todos os brasileiros", Lula “se engaja como porta-voz de uma candidata”.

 

Uma presidenciável que, segundo disse, “não tem condição de falar por si própria nem de atacar”.

 

Considerou "absolutamente original” que Lula o tenha acusado de recorrer à “baixaria”:

 

“Acusar vítimas, que reclamam por terem sido vítimas, de fazer jogo baixo... O jogo baixo, da invasão, só mostra a natureza daqueles que praticam o crime..."

 

"...Essa é a estratégia do PT, essa é a estratégia da candidata oculta e essa é a estratégia do presidente da República enquanto pessoa física".

 

Serra se disse “indignado” com a notícia de que também o cadastro de seu genro, Alexandre Bourgeois, foi atacado na agência da Receita em Mauá.

 

Acha que o episódio "deixa mais do que claro que se trata de um trabalho de quadrilha".

 

A caminho de Minas Gerais, onde fará seu 14º comício ao lado de Lula, Dilma também trocou um dedo de prosa com repórteres.

 

Falou num hangar de Brasília, antes de embarcar no jatinho de sua campanha.

 

Quanto à “terceirização”, disse que Lula não fez na propaganda dela senão “uma fala institucional”.

 

Considerou-a "muito clara, de boa qualidade”. Por quê? Lula falou como "líder" do PT. E “não baixou o nível em nenhum momento. Falar em baixaria eu também falo...”

 

“...Eu falo que o candidato adversário faz baixarias, factóides e falsidades contra mim, mas nem por isso estou descendo o nível”.

 

Sobre a suspeita de que seu comitê tenha parte nos malfeitos fiscais, Dilma disse que há entre o caso da Receita e a campanha dela um “salto mortal”.

 

Escorou-se na decisão do ministro Aldir Passarinho Jr. do TSE, que mandou ao arquivo um pedido de investigação feito pela coligação de Serra.

 

A decisão foi monocrática. Mas, para ela, "o TSE reconheceu [a ausência de motivação eleitoral] ao dizer que não tinha nenhuma evidência, nenhuma prova”.

 

Aos pouquinhos, a eleição vai ganhando nitidez. Numa fase em que ainda não havia propaganda na TV, Serra dissera que Lula estava “acima do bem e do mal”.

 

Iniciado o horário eleitoral, Serra levou ao ar a imagem dee Lula. Tentou associar-se a ele. Parecia ter abdicado de vez ao papel de oposicionista.

 

Em privado, Lula dissera que se incumbiria, ele próprio, de grudar na testa de Serra o carimbo do passado, representado por uma tatuagem de três letras: FHC.

 

No discurso da noite passada, Lula como que empurrou o rival de sua pupila para dentro do cercadinho da “turma do contra”.

 

Tachou-o de “desesperado”. Pespegou nele a pecha do preconceito. "Preconceito contra as mulheres", disse Lula. "E contra mim", fez questão de realçar.

 

Num cenário como esse, só resta a Serra assumir o papel que renegava. Ou faz oposição genuína e prepara a trincheira do dia seguinte ou faz papel de bobo.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h58

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Xeretagem fiscal alcançou também o genro de Serra

Menos de 24 horas depois de Lula ter aparecido no programa de Dilma Rousseff para acusar José Serra de recorrer à baixaria, sobreveio uma novidade.

 

Também o CPF de Alexandre Bourgeois, genro do presidenciável tucano, foi bisbilhotado na agência da Receita em Mauá (SP).

 

Deu-se em 16 de outubro de 2009, oito dias depois do acesso feito aos dados da mulher de Alexandre, Verônica Serra, e de outros tucanos.

 

De novo, o ataque ocorreu na máquina da servidora Adeildda Ferreira Leão dos Santos. Aquela cujo advogado diz ter cumprido “ordens superiores”.

 

É apenas mais uma evidência de que, no ninho de violações de Mauá, o tucano Serra era, por assim dizer, uma ave pesquisada.

 

Ali, foram à tela os dados da filha e do genro de Serra [só os cadastrais, diz a Fazenda]. Abriram-se os dados de Eduardo Jorge, vice-presidente do partido dele...

 

Apalparam-se as informações de Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC e amigo do candidato...

 

Perscrutraram-se os números de Gregório Marin Preciado, marido de uma prima de Serra e ex-sócio do tucano num imóvel...

 

Varejaram-se as declarações de Ricardo Sérgio, ex-coletor de arcas de Serra. Sem contar um sócio de Ricardo, já morto.

 

O fisco se esforça para diluir as plumas de Mauá num caldeirão em que se misturam 2.949 contribuintes farejados na máquina de Adeildda. Porém...

 

Porém, parece claro que a turma de Mauá tinha uma queda por Serra. Para o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o caso é de “polícia”.

 

De fato. Mas o pano de fundo é indisfarçavelmente político. É uma pena que, no discurso da véspera, Lula não tenha pronunciado palavra sobre o mérito da encrenca que rói as entranhas do fisco.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h57

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Ministro da Agricultura: oito anos de Lula ‘foi pouco’

Ricardo Stuckert/PR

 

A coisa se passou em Uberlândia (MG). Inaugurava-se um armazém da Conab, com a presença de Lula.

 

Foi ao microfone o ministro Wagner Rossi (Agricultura), apadrinhado de Michel Temer (PMDB), o candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff.

 

Súbito, em pleno processo sucessório, a 25 dias do encontro do eleitor com a urna, Rossi saiu-se com essa:

 

“Alguém tem dúvida aqui que, se o presidente Lula tivesse pleiteado um terceiro mandado, ele receberia a consagração do povo brasileiro? Oito anos foi pouco”.

 

Rossi recobriu Lula de elogios por não ter empinado o debate sobre o terceiro mandado.

 

Atribuiu a peleja atual a uma concessão do chefe, não à Constituição brasileira: “Ele chamou as eleições e recusou qualquer proposta de continuísmo”.

 

Em seguida, dirigiu ao todo-poderoso dono da caneta uma súplica: “O apelo é que o presidente, mesmo fora do governo, seja uma luz a iluminar o caminho brasileiro”.

 

A platéia pôs-se a gritar: "Lula, Lula, Lula!" E Rossi rogou novamente, dessa vez ao Padre Eterno:

 

“Que seja generoso com o presidente, dando-lhe muitos anos de vida para servir à Pátria".

 

Tomado pelo que disse, o ministro não parece nutrir grandes expectativas em relação a um eventual futuro governo de Dilma e de seu padrinho Temer.

 

Rossi torce para que Lula permaneça ao redor, como um guia da pátria, uma luz a iluminar a trilha.

 

O ministro soou coerente. Se a felicidade da nação depende de Lula, o melhor seria que seu mandato durasse pela vida toda.

 

Como o Brasil não é a Venezuela, que ele ao menos assuma o posto de porta-lanterna.

 

Há puxa-sacos que, por dedicados, puxam com tamanha devoção que acabam esquecendo que o elogiado, na bica de transferir a caneta, já não pode recompensá-lo pela puxada.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h59

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Irã suspende sentença de apedrejamento de Sakineh

  AP
O governo do Irã anunciou que foi suspensa a execução da sentença de morte por apedrejamento de Sakineh Ashtiani, acusada de adultério.

 

O porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, disse que o veredicto, de 2006, “foi revogado e está sendo revisto”.

 

Recordou que pesa também contra Sakineh a acusação de suposto envolvimento no assassinato do ex-marido. “Está sendo investigada”. Logo virá a sentença.

 

Em vez fenecer a pedradas, Sakineh pode ser levada à forca, sugere a mídia iraniana.

 

No dizer do porta-voz Ramin, o caso de Sakieneh é “muito normal”. Assemelha-se, segundo ele, a muitos que existem em outros países.

 

A suspensão das pedras chega nas pegadas de uma brutal reação internacional. Para o Irã, coisa urdida pelos EUA.

 

"A impressão que se tem é que estão jogando um jogo político", disse ele o porta-voz da chancelaria iraniana.

 

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Escrito por Josias de Souza às 14h32

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Advogado diz que servidora do fisco cumpria ordens

O caso da violação do sigilo fiscal de tucanos e da filha de José Serra, Verônica, ganhou um ingrediente novo.

 

Responsabilizada pelo delito, a servidora Adeildda Ferreira Leão dos Santos afirma que cumpria ordens superiores.

 

Adeildda falou por meio do advogado, Marcelo Panzardi. A voz dele soou no meio de reportagem exibida no início da madrugada desta quarta (8), no ‘Jornal da Globo’.

 

“Internamente, ela estava cumprindo ordens da chefia e de pessoas superiores a ela”, disse o defensor de Adeildda.

 

“O que provavelmente ela imaginava é que esses superiores e a própria chefe estavam munidos de procuração”.

 

Segundo o advogado Panzardi, ao buscar os dados de tucanos no sistema da Receita, sua cliente supunha que agia dentro da lei. Por quê?

 

Para ela, os “superiores” teriam em mãos procurações dos contribuintes, autorizando os acessos. “Não cabia a ela questionar isso”, disse o advogado.

 

A versão de Adeildda se choca com a de Antonio Carlos Costa D'Ávila, Corregedor-geral da Receita.

 

Responsável pela investigação do caso na esfera administrativa, D’Avila dissera que havia no escritório do fisco em Mauá (SP) um “balcão de compra e venda” de dados.

 

Segundo ele, as informações fiscais sigilosas eram liberadas mediante “pagamento de propina”. Acrescentara: os malfeitos foram praticados na máquina de Adeildda.

 

Em consequência, a servidora tornou-se protagonista do inquérito aberto pela Polícia Federal, sob supervisão do Ministério Público.

 

Há dois dias, as acusações contra Adeildda foram adensadas pelo corregedor. Informou-se que ela não apalpara apenas os dados de tucanos.

 

Segundo o corregedor D’Ávila, entre os anos de 2008 e 2009, foram bisbilhotados no computador da servidora 2.949 contribuintes.

 

Desse total, 2.591 não tinham domicílio fiscal em Mauá. Algo que, para a Corregedoria, constitui indício de acesso “imotivado”.

 

O relatório em que D’Ávila se baseou para trazer à luz os novos números continha uma informação que o corregedor preferiu não mencionar aos microfones.

 

Entre os sigilos violados na máquina da servidora de Mauá estava o de Verônica Serra. Coisa que pode ter sido feita, sabe-se agora, por “ordem superior”.

 

Os dados de Verônica foram ilegalmente apalpados em Mauá no dia 8 de outubro de 2009.

 

Na mesma data, violaram-se os sigilos de Eduardo Jorge, o vice-presidente executivo do PSDB, e de outros três personagens ligados ao tucanato e a Serra.

 

A Receita sabia que Verônica fora vítima de crime em Mauá. Mas deixou circular a notícia de que a violação contra ela se restringira à agência de Santo André.

 

Ali, uma semana antes (30 de setembro de 2009), Antonio Carlos Atella retirara no balcão do fisco um par de declarações de IR da filha de Serra (2008 e 2009).

 

Antonio Carlos servira-se, como se sabe, de uma procuração falsa. Seguiu-se a novela da filiação partidária.

 

Primeiro, Antonio Carlos dissera que tinha ojeriza à política, era eleitor de Serra e não possuía filiação partidária.

 

Depois, o TRE-SP informaria que o falso procurador filiara-se ao partido de Dilma Rousseff no ano da graça de 2003.

 

Sobreveio a nota do presidente do PT-SP, Edinho Silva. Por erro na grafia do nome –“Atelka” em vez de Atella—a filiação não se havia consumado.

 

Mentira, informaria, 48 horas depois, a Justiça Eleitoral. A filiação ocorrera. E não havia vestígio do alegado equívoco ortográfico.

 

Agora, o advogado de Adeildda borrifa numa fogueira cujas chamas já vão altas a gasolina das “ordens da chefia e de pessoas superiores”.

 

De resto, o documento da Corregedoria em que é mencionado o ataque contra Verônica em Mauá informa que a senha utilizada foi a da própria Adeildda.

 

Trata-se de mais uma novidade. Antes, dizia-se que ela utilizara a senha cedida por outra servidora.

 

Como o advogado Marcelo Panzardi não se dignou a declinar os nomes dos “superiores” que pronunciaram as "ordens", cabe à PF inquirir Adeildda. Ao que parece, ela não tem vocação para Joana D'arc.

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h04

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As manchetes desta quarta

 

- Globo: Lula ignora denúncias e diz que a oposição faz baixaria

 

- Folha: Lula vai à TV e afirma que Serra partiu para 'baixaria'

 

- Estadão: Lula vai à TV defender Dilma após escândalo

 

- JB: Um desfile de candidatos na parada militar

 

- Correio: A pátria de braços abertos

 

- Valor: Oferta externa reduz crédito do BNDES a grandes grupos

 

- Estado de Minas: Os sete desafios da economia para o próximo presidente

 

- Jornal do Commercio: O leão avança

 

- Zero Hora: MP vê indícios de que espião era elo entre políticos e bicheiros

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 03h20

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Às margens do Paranoá!

Regi

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Escrito por Josias de Souza às 02h00

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Na TV, Lula defende Dilma contra ‘baixaria’ de Serra

Contra o veneno da violação do sigilo fiscal dos tucanos, o marketing da campanha de Dilma Rousseff lançou mão de seu principal antídoto: Lula.

 

Atacada pelo rival José Serra desde a semana passada, Dilma foi defendida no programa eleitoral da noite desta terça (7) por seu patrono.

 

Lula absteve-se de falar em rede nacional de rádio e TV, como faz todos os anos no Dia da Independência.

 

Alegara que, como o ano é de sucessão, o pronunciamento oficial poderia ser tomado como peça de campanha, como ocorrera no Dia do Trabalhador.

 

Sentiu-se à vontade, porém, para discursar no espaço dedicado à propaganda eleitoral, também transmitido em cadeia nacional.

 

Ocupou 2min17s do programa de sua pupila. Evocou o patriotismo do 7 de Setembro. E pediu aos brasileiros “uma reflexão”.

 

Sem mencionar o nome de Serra, acusou-o de partir para a “baixaria”, movido pelo “desespero”, pelo “preconceito contra a mulher e contra mim”.

 

No trecho em que soou mais eloqüente, disse o seguinte:

 

"Infelizmente, nosso adversário, candidato da turma do contra, que torce o nariz contra tudo que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos...”

 

“...Resolveu partir para os ataques pessoais e para a baixaria. Lamento, lamento muito...”

 

“...Tentar atingir, com mentiras e calúnias, uma mulher da qualidade de Dilma Rousseff é praticar um crime contra o Brasil. E, em especial, contra a mulher brasileira".

 

Mais adiante, acrescentou: “Peço equilíbrio e prudência a esses que caluniam a Dilma, movidos pelo desespero, pelo preconceito contra a mulher e também contra mim”.

 

Serra não dirigira ataques a Lula. Mirara apenas em Dilma e na campanha dela. Ao posicionar-se voluntariamente na linha de tiro, o cabo eleitoral assumiu o papel de escudo da pupila.

 

Para não dar cartaz a Serra, como se diz, Lula não disse uma mísera palavra sobre o mérito das acusações.

 

Nada sobre o crime praticado contra Verônica Serra e os tucanos ligados a Serra. Nem sinal dos filiados do PT que aparecem na ponta das violações fiscais.

 

Quem assistira aos programas que Serra levara ao ar desde a semana passada sabia do que Lula estava falando.

 

Quem não vira ficou com a palavra de Lula: um adversário “da turma do contra”, por “desespero” e “preconceito”, pôs-se a “caluniar a Dilma”.

 

Curiosamente, antes que Lula fosse levado ao ar à noite, Serra esquivara-se do tema em entrevista concedida à tarde.

 

"Eu hoje vou me permitir não falar mais sobre esse assunto. Eu tenho falado todos os dias há mais de uma semana", disse aos repórteres.

 

"Eu vou deixar agora para que o presidente do meu partido [Sérgio Guerra] possa falar a respeito".

 

Como assim? "A gente volta numa outra hora a esse tema que, com certeza, é importante...”

 

“...Trata-se de um crime contra a Constituição e da utilização do governo para fins de natureza político-partidária e eleitoral".

 

Serra não poderia ter escolhido hora mais imprópria para baixar as armas. Foi coincidência. Não sabia que Lula o vergastaria na TV. Porem...

 

Porém, o súbito desinteresse pelo assunto que empinava com vigor há dias passou a impressão de fuga.

 

Uma sensação tonificada pelo programa eleitoral noturno. Na peça de Serra, o caso da Receita foi ignorado.

 

A exemplo de Lula, Serra também utilizou o 7 de Setembro como gancho. Valeu-se da idéia de “independência” para insinuar que Dilma não a tem.

 

Disse que independência “também é um sonho pessoal, de construir a própria vida, progredir pelo mérito, subir passo a passo pelo próprio esforço, sem se aproveitar de ninguém”. Clara alusão à “lulodependência” de Dilma.

 

Para desassossego de Serra, também a propaganda do PSOL teve conteúdo azedo para o tucanato. Plínio de Arruda Sampaio levou ao ar Francenildo Costa.

 

No depoimento, disponível no vídeo abaixo, o caseiro acusa Serra de utilizar a imagem dele de forma "oportunista". A noite, definitamente, não era de Serra.

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h17

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Marina insinua que, por votos, Serra posa de ‘vítima’

  Eraldo Peres/AP
Nos últimos dias, Marina Silva (PV) condenou, em sucessivas manifestações, a violação do sigilo fiscal de tucanos na Receita.

 

Observadores desatentos enxergaram na pregação da presidenciável verde uma espécie de correia de transmissão do discurso de José Serra.

 

Súbito, como que incomodada com o que poderiam pensar dela, Marina abriu um parêntese. Sem mencionar o nome de Serra, levou o pé atrás:

 

"As eleições estão indo por um caminho que não interessa ao Brasil. Interessa para alguém ganhar as eleições se fazendo de vítima para, de acordo com as circunstâncias, angariar a simpatia do eleitor".

 

Depois de reconciliar-se com o óbvio, Marina fechou o parêntese. E voltou a apontar a lança na direção de Dilma Rousseff.

 

Disse que as digitais de filiados do PT, que aparecem na ponta das violações, "só faz com que a gente exigia cada vez mais a investigação".

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h03

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Decisão sobre caças da FAB só virá depois das urnas

Lula Marques/Folha

 

Lula participou, nesta terça, de seu último 7 de Setembro como comandante em chefedas Forças Armadas.

 

No desfile deste ano, além de militares, ex-combatentes e de alunos da rede escolar de Brasília, apresentaram-se grupos folclóricos de vários Estados.

 

O presidente ganhou uma dessas sombrinhas que compõem o fugurino dos dançarinos de frevo. Não pareceu empolgado. Repassou o adereço a Marisa Letícia.

 

Nos festejos do ano passado, Lula dividira o palanque oficial com um convidado ilustre: o presidente francês Nicolas Sarkozy.

 

Sem Carla Bruni, Sarkozy abalara-se até Brasília atrás de um contrato bilionário. Coisa de R$ 4 bilhões. Dinheiro reservado para a aquisição de 36 novos caças para a FAB.

 

Havia três aeronaves na parada. Além do francês Rafale, o sueco Gripen NG e o norte-americano F-18.

 

Em entrevista, Lula insinuara que o martelo estava batido em favor dos Rafale, que tinham em Sarkozy um mercador influente.

 

Desde então, o ministro Nelson Jobim (Defesa) previu três datas para o anúncio do fechamento do negócio. E nada.

 

Agora, Jobim informa que o parto será feito depois da eleição. "O presidente deseja fazer a decisão ainda este ano", disse.

 

Não é o único tema que Lula trata a golpes de barriga. Ele empurrou para depois das urnas todas as deliberações polêmicas.

 

Entre elas a encrenca que envolve o pedido de extradição do ex-guerrilheiro italiano Cezare Battisti.

 

Lula não quer pendurar nas manchetes nenhum ruído que possa anuviar o céu de brigadeiro em que flutua a candidatura de sua pupila Dilma Rousseff.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h01

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Carvalho: Vínculo de neoaloprados com PT é ‘tênue’

Em passado remoto, o PT vangloriava-se da ética. Hoje, submetido à evidência de já não há nenhum pecado original, a legenda gradua os pecadores.

 

Ouça-se o que disse Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, sobre os neoaloprados do ‘Fiscogate’:

 

"São filiados na base, lá em baixo, que nunca participaram de nenhuma direção e um deles nem lembrava que era filiado [ao PT]...”

 

“...Transformar isso em petista, querer contaminar o partido com isso é no mínimo má vontade, má-fé".

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h05

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PT do Ceará admite ‘dificuldade’ para deter Jereissati

Entre os rivais que Lula gostaria de ver barrados nas urnas de 2010 está o tucano Tasso Jereissati. A julgar pelas apreensões do PT do Ceará, não será fácil.

 

Apresentados na propaganda de televisão como “os senadores do Lula”, Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT) não lograram fazer sombra a Tasso.

 

Atrás do grão-tucano nas pesquisas, Eunício e Pimentel viram-se compelidos a medir forças entre si. Disputam a segunda vaga de senador, ignorando o desafeto de Lula.

 

Prefeita de Fortaleza e principal liderança do PT cearense, Luizianne Lins tenta pôr de pé, em setembro, um derradeiro plano. Quer virar votos no interior do Estado.

 

Luizianne reuniu num hotel da capital cearense, nesta segunda (6), um grupo de 43 petistas –oito prefeitos, dez vice-prefeitos e 25 vereadores.

 

Ao final do encontro, Luizianne deu entrevista. Sem citar Tasso, reconheceu, nas entrelinhas, o favoritismo do tucano. Resumiu o drama numa frase:

 

“Nós estamos com essa dificuldade de eleger as duas candidaturas [Eunício e Pimentel], mas nós não vamos desarmar os militantes do PT”.

 

Decidiu-se na reunião priorizar a disputa pelas cadeiras de senador. No gogó, o esforço inclui Eunício. Mas, em verdade, o petismo se concentra em Pimentel.

 

Divulgado no final de agosto, o último Datafolha atribuiu a Tasso um índice confortável: 52% das intenções de voto.

 

Abaixo dele, tecnicamente empatados, os dois candidatos que exibem na propaganda eleitoral mensagem de apoio de Lula: Eunício, com 31%, e Pimentel, com 27%.

 

Ex-ministro da Previdência de Lula, o petê Pimentel teve dificuldades para se encaixar na chapa do governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição.

 

Sob influência do irmão Ciro Gomes, veho aliado de Tasso, Cid planejara comparecer às urnas com um único candidato ao Senado: o pemedebê Eunício.

 

Com isso, facilitaria a vida de Tasso, reduzindo-lhe o número de concorrentes. Liderado por Luizianne, o petismo bateu o pé. E Cid engoliu Pimentel.

 

O PT concentra-se no Senado porque dá de barato que, no Ceará, a candidatura de Dilma Rousseff está "consolidada". Ela prevalece sobre José Serra no Estado.

 

Aplica-se o mesmo raciocínio a Cid Gomes, que emerge das pesquisas como virtual reeleito. No primeiro turno.

 

Um grupo de repórteres espreitou a reunião petista do hotel de Fortaleza. De raro em raro, a porta se abria. E o som do debate vazava do interior da sala para o corredor.

 

No entra-e-sai, foi possível ouvir a conclamação que Luizianne dirigiu aos presentes: “Voto em Pimentel, abaixo o coronel”. O coronel, no caso, é Tasso.

 

A prefeita petista foi ouvida também no instante em que anunciou a preparação de um novo jingle de campanha. A peça vai associar Pimentel a Lula e Dilma. Nem vestígio de Eunício.

 

O problema é que, materializada na disputa nacional, a transfusão de prestígio de Lula não chegou a Pimentel. Melhor para Tasso, um senador a quem Lula acusa de fazer oposição com “ódio”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h29

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Caso de espionagem derruba auxiliar de Yeda no RS

Marco A. Antunes/Divulgação

Promotor Amilcar fala sobre o 'superespião' que operava no Palácio Piratini, no RS

 

Sob investigação do Ministério Público, o tenente-coronel da reserva Frederico Bretschneider Filho viu-se compelido a deixar o governo gaúcho. Estava lotado na Casa Militar havia cerca de um ano. Ostentava o título de “coordenador de assessoria” da governadora Yeda Crusius (PSDB).

 

Na rotina do Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, Frederico recepcionava os visitantes. Exonerou-se do posto nesta segunda (6). Havia sido intimado a depor em inquérito que investiga um megaesquema de espionagem que operava sob Yeda.

 

Chama-se Amilcar Macedo o promotor que deseja colher o depoimento do auxiliar da governadora. Frederico não compareceu à audiência. O promotor conduz no Ministério gaúcho um inquérito em cujas páginas misturam-se dois malfeitos: extorsão de criminosos e espionagem política.

 

Iniciadas há três meses, as investigações levaram à prisão, na última sexta (3), um sargento da Brigada Militar gaúcha: César Rodrigues de Carvalho. Antes de ser preso, também trabalhava na assessoria de Yeda. Cuidava da segurança da governadora.

 

A exemplo de Frederico, César estava lotado na Casa Militar. Respondia diretamente ao chefe do órgão, o tenente-coronel Marco Antônio Oliveira Quevedo. Foi à garra sob a acusação de extorquir contraventores que operam máquinas caça-níqueis.

 

Uma das vítimas do sargento o denunciara ao Ministério Público. E o promotor Amilcar, lotado na cidade de Canoas, passara a monitorar-lhe os calcanhares. No curso da investigação, descobriu-se que, além de exigir dinheiro de bandidos, o sargento César tornara-se, na definição do promotor, um “superespião”.

 

César dispunha de uma senha que lhe dava acesso irrestrito a uma base de dados chamada “Sistema de Consultas Integradas”, da Secretaria de Segurança. Em levantamento preliminar, o Ministério Público constatou que, entre 2008 e 2009, o sargento realizou mais de 10 mil acessos no tal sistema.

 

Nesta segunda (6), o promotor Amilcar divulgou uma primeira lista de pessoas bisbilhotadas pelo auxiliar de Yeda. Anota 34 nomes. Entre eles políticos (oposicionistas e aliados), desafetos da governadora, jornalistas, advogados, delegados, investigadores e até a própria Yeda Crusius.

 

Manuseando o mouse de seu computador, César acessava um banco de dados que lhe permitia descobrir a ficha completa de seus alvos: endereço, telefone, placas de automóveis, nomes e fotos dos parentes, crimes cometidos, inquéritos abertos e investigações em curso.

 

“Não tenho dúvidas de que o investigado não está sozinho. Agia a mando de alguém”, disse, em entrevista, o promotor Amilcar.

 

A curiosidade do sargento Cesar era ampla e diversificada. Apalpou, por exemplo, os dados do ex-ministro Tarso Genro, candidato do PT ao governo gaúcho. Xeretou a ficha do senador Sérgio Zambiasi (PTB), aliado político de Yeda. Perscrutou os dados da deputada estadual petista Stela Farias.

 

No caso de Stela, ferrenha adversária de Yeda na Assembléia Legislativa, a bisbilhotagem estendeu-se aos filhos –dois adultos e uma criança. “Isso vai muito além da política”, reagiu Stela.

 

“A questão que paira é: a mando de quem agia o sargento e para quê? Para que montar dossiês com a rotina de uma criança e de jovens filhos de parlamentares?”

 

Outro personagem cuja ficha foi varejada pelo sargento foi o empresário Lair Ferst. Ex-coletor das arcas de campanha de Yeda, Ferst virou inimigo da governadora. É um dos réus da ação penal que resultou do inquérito sobre as fraudes praticadas no Detran gaúcho. Coisa de R$ 44 milhões.

 

E quanto ao tenente-coronel Frederico? Por que se afastou da Casa Militar? Ouvido pelo jornal Zero Hora, ele se disse “surpreso”. Mas se negou a revelar os motivos que o levaram à demissão. Tampouco quis falar sobre as razões que inspiraram o Ministério Público a intimá-lo.

 

O caso gaúcho constrange o PSDB federal. Explode num instante em que José Serra acusa o PT e o comitê de Dilma Rousseff de violar o sigilo fiscal de tucanos. No twitter, Yeda, que concorre à reeleição, lamentou: “Não precisávamos do caso do sargento preso”.

 

Informou: “Determinei que fossem dadas todas as informações sobre nossas ações para melhorar o sistema. Não pode ser um bigbrother”.

 

Sobre a analogia com o fiscogate, anotou: “Não há como comparar o que acontece na Receita com caso do sargento. Os dados do Sistema de Consultas Integradas é organizador”. Como assim? Yeda escreveu, agora em letras maiúsculas: “NÃO CONTÉM DADOS SIGILOSOS”.

 

O promotor que cuida do caso tem entendimento diverso: “A Casa Militar pode usar os acessos à rede com a finalidade de proteger a governadora e seus familiares. Fora disso, é ilegal”, disse Amilcar. Ele diz que não descarta nenhuma linha de investigação.

 

Sobre os acessos aos dados de aliados do governo trabalha com duas hipóteses. Numa, acha que o sargento pode ter recorrido ao sistema para saber se havia investigações contra os amigos. Noutra, supõe que o próprio governo pode ter requisitado os dados.

 

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Escrito por Josias de Souza às 07h28

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As manchetes desta terça

 

- Globo: TRE desmente PT e diz que contador não foi desfiliado

 

- Folha: TRE desmonta a versão do PT sobre falso procurador

 

- Estadão: Serra diz que Lula fez deboche com quebra de sigilo na Receita

 

- JB: Brasil já atrai mais investidor que os EUA

 

- Correio: Comércio cria 118 mil empregos no fim do ano

 

- Estado de Minas: Cabo eleitoral de aluguel ganha o dobro na Savassi

 

- Jornal do Commercio: Acidente deixa 20 mil sem água (Pág. 1)

 

- Zero Hora: Espionagem derruba oficial e faz Piratini rever acesso a dados sigilosos

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 04h28

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Dom Lula 2º: 'Dilmadependente ou morte!'

- Via Diário do Nordeste. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 04h01

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‘O Serra não tem coragem de juntar gente na praça’

José Cruz/ABr

 

No seu 13º comício em três meses de campanha, Lula ironizou o rival tucano José Serra: "Repararam como ele não faz comício, só passeata?...”

 

“...É capaz até que ele apareça amanhã no desfile de 7 de Setembro. Acho que ele não tem coragem de juntar gente em uma praça".

 

Lula esclou ao palanque, ao lado da pupila Dilma Rousseff, na cidade de Valparaíso. Fica na divisa de Goiás com o DF, a 40 km do centro de Brasília.

 

Favorecido pela geografia, o presidente reuniu no mesmo evento seus candidatos ao governo de Goiás, Iris Rezende (PMDB), e do DF, Agnelo Queiroz (PT).

 

Pediu votos para ambos. E, além de fazer troça com Serra, espicaçou os oposicionistas da região, os goianos e os brasilienses.

 

Revelou-se, como de hábito, atento à composição do futuro Senado. Tratou Dilma como eleita. Disse que ela não pode passar o “sufoco” que julga ter passado.

 

Um “sufoco” que, no dizer de Lula, que ultrapassou as fronteiras do oposicionismo para converter-se em “ódio”.

 

Pela enésima vez, evocou a rejeição da emenda que prorrogava, em 2007, a vigência da CPMF.

 

Costumava dizer que a oposição o privara de investir R$ 40 bilhões a mais na saúde. Em Valparaíso, atualizou a cifra.

 

Em vez do valor anual, recitou o montante que deixou de investir nos três últimos anos de seu governo: R$ 120 bilhões. “Foi uma vingança contra nós”, disse.

 

Atribuiu ao senador Marconi Perillo, hoje candidato do PSDB ao governo de Goiás, uma “liderança” que ele não teve na articulação que levou a CPMF à cova.

 

Absteve-se, de resto, de mencionar certos detalhes. Não disse que a emenda teria sido aprovada não fosse a ajuda de traidores de sua base congressual.

 

Tampouco mencionou que só assumiu o compromisso de destinar as verbas à saúde na última hora, em carta lida na noite em que a votação se processava no Senado.

 

Dedicou a Perillo um segundo ataque. Acusou-o de quebrar a companhia energética de Goiás ao tempo em que foi governador do Estado.

 

Lula traz Perillo atravessado na traquéia desde 2005. Depois do estouro das arcas do mensalão, o tucano disse ter alertado o presidente acerca das mesadas do PT.

 

Sobre o mensalão petista, Lula não disse palavra no comício de Valparaíso. Mas, ao pedir votos para o petista Agnelo, fez questão de citar o mensalão do DEM.

 

Durval Barbosa, o “cineasta” dos maços de dinheiro que o ex-demo José Roberto Arruda apelidou de panetones, é cria de Joaquim Roriz (PSC).

 

O mesmo Roriz que, a despeito de ter sido carimbado de “ficha suja” pelo TSE, recorre ao STF para continuar na briga pelo governo do DF.

 

"Lamentalmente, a pouca vergonha tomou conta da política”, Lula espetou. “O dinheiro colocado para fazer obras era distribuído...”

 

Era “...roubado por meia dúzia de pessoas. E as obras acabaram não sendo feitas".

 

Noves fora a ironia sobre a ausência de comícios, Lula debochou de Serra por ter utilizado a imagem dele na propaganda eleitoral da TV.

 

Valeu-se de uma expressão que já pingara dos lábios de Dilmal. Autodenunciando-se como autor da expressão, Lula chamou Serra de “biruta de aeroporto”.

 

De resto, disse que Serra está “nervoso”. Uma referência às acusações de que a campanha de Dilma está por trás da violação do sigilo fiscal de tucanos.

 

Levou FHC à roda. Afirmou que o antecessor voou para o exterior. Por quê? Sabe que Serra será derrotado. No mais, esboçou a resposta de Dilma ao caso do fisco:

 

"A Dilma aprendeu a primeira lição: não responder, não baixar o nível na TV. Quem sofreu o que ela sofreu na ditadura não vai baixar o nível".

 

Dilma discursara antes de seu cabo eleitoral. Falou como se desse de barato que, no plano nacional, o jogo está jogado.

 

Discorreu sobre a importância de o eleitor prover ao governo dela “parceiros confiáveis” no Congresso.

 

Quanto à acusação de que há digitais do PT nos malfeitos da Receita, Dilma disse que tudo não passa de "uma porção de falsidades, uma porção de factóides".

 

Creditou os ataques ao “medo” da oposição “de uma mulher dar certo” na Presidência”. E declarou: “Essa mulher aqui vai ser a primeira presidente do Brasil”.

 

Comparando-se ao seu patrono, recordou que, em 2003, ao tomar posse, Lula era alvejado pelas mesmas especulações de que não daria certo no governo.

 

Pois o "metalúrgico", disse ela, tornou-se “um grande governante”. Será imitado, a partir de 2011, pela “primeira mulher presidente do Brasil”.

 

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Escrito por Josias de Souza às 02h00

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Fisco:2,5 mil acessos em Mauá; mais um de Verônica

Marcello Casal/ABr

 

No governo, uma desgraça nunca vem só. Na Receita, vem sempre acompanhada de acessos imotivados.

 

O fisco brasileiro vive uma inusitada fase de desmistificação. Duas semanas depois da primeira explicação oficial, os repórteres já murmuram uns pros outros:

 

“Chiiiii, rapaz, lá vem o Corregedor-geral de novo. Êta monotonia!”

 

Nesta segunda (6), o corregedor Antonio Carlos Costa D'Ávila reconvocou toda a imprensa. Leu um comunicado.

 

Disse que, entre 1º de agosto e 8 de dezembro de 2009, a servidora Addeilda Leão dos Santos, de Mauá (SP), acessou os dados de 2.949 contribuintes.

 

Desse total, 2.591 não tem domicílio fiscal naquela cidade paulista. Indício de que as ações foram imotivadas. Em português claro: coisa ilegal.

 

Entre os 2.591 contribuintes bibilhotados estão os quatro tucanos que freqüentam o noticiário na condição de violados –Eduardo Jorge e Cia..

 

Descobriria-se depois que, entre eles também –surpresa!!!— está Verônica Serra. Sim, a filha do candidato tucano foi varejada também em Mauá.

 

Até aqui, sabia-se que um falso procurador, o neoaloprado petista Antonio Carlos Atella, retirara cópias do Imposto de Renda de Verônica em Santo André (SP). Agora, Mauá...

 

Segundo o corregedor D’Ávila, os novos achados serão remetidos à Polícia Federal e ao Ministério Público. Êta monotonia!

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h14

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PT pede à PF que investigue Amaury, repórter de MG

Renato Araújo/ABr

 

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, convocou a imprensa para informar que o partido vai pedir à Polícia Federal a abertura de uma nova frente de investigação.

 

O petismo quer que a polícia esquadrinhe os movimentos do repórter Amaury Ribeiro Jr., ex-funcionário do jornal ‘O Estado de Minas’.

 

Depois de deixar os quadros do jornal, Amaury achegou-se ao comitê de Dilma Rousseff. Carregava consigo as informações que coletara.

 

Dados relacionados à gestão FHC. Entre os alvos, José Serra, a filha dele, Verônica, e os personagens ligados ao tucanato que tiveram os dados fiscais vazados do fisco.

 

Antes da entrevista de Dutra, conforme noticiado aqui, Dilma Rousseff voltara-se para Amaury numa conversa que teve com os repórteres.

 

“Uma coisa me intriga”, disse a candidata. “Nesse período [2009, quando foram vazados os dados dos tucanos na Receita], ele [Amaury] trabalhou no Estado de Minas...”

 

“...Nunca vi ninguém perguntar ao Estado de Minas. Gostaria que algum de vocês fizesse essa pergunta".

 

O que Dilma e Dutra não explicitam é o verdadeiro interesse do petismo. Deseja-se caracterizar os vazamentos do fisco como um caso de “fogo amigo” contra José Serra.

 

Mais: o que o PT quer é arrastar para o epicentro do caso o ex-governador Aécio Neves, hoje candidato ao Senado pelo PSDB de Minas.

 

Nos subterrâneos, Dilma e os operadores da campanha dela atribuem a Aécio a encomenda da “investigação” contra Serra.

 

Nesta segunda (6), Aécio disse ao signatário do blog, por meio de sua assessoria: 1) Nem conhece Amaury. 2) Não é afeito à pratica de confeccionar dossiês.

 

Em público, Dutra evitou citar Aécio, mencionado à farta nos diálogos privados dos grão-petistas: "O PT não desconfia de ninguém”, disse o mandachuva da legenda.

 

“Queremos que se investigue. Queremos que as pessoas envolvidas sejam ouvidas para saber quais documentos foram obtidos, de que maneira e se há alguma relação com o suposto dossiê".

 

Um pedaço do dossiê a que se refere o presidente do PT tem nome: “Operação Caribe”. Está acomodado em cerca de 40 folhas.

 

Em sua última edição, Veja noticiou que o papelório contém, entre outros dados, informações fiscais de Verônica Serra e dos tucanos alvejados no caso da Receita.

 

A revista diz ter ouvido Amaury. Informa que ele admitiu ser o autor do texto. Contou que fora convidado a integrar o comitê de Dilma.

 

Algo que não se concretizou, segundo ele, por falta de acerto financeiro. Disse, de resto, que o texto intitulado "Operação Caribe" foi furtado de seu computador.

 

Atribuiu a violação de sua máquina a petistas. Teriam invadido o quarto em que se hospedara, em Brasília. Acomodações alugadas, segundo Veja, pelo comitê de Dilma.

 

O nome de Amaury ganhara o noticiário entre maio e junho. Fora exposto como personagem de uma reunião realizada em 20 de abril, num restaurante de Brasília.

 

Encontro organizado pelo amigo Luiz Lanzetta, supostamente a pedido de Fernando Pimentel, hoje candidato do PT a uma cadeira de senador por Minas.

 

Lanzetta é sócio da empresa Lanza Comunicação, que o PT contratara para cuidar da comunicação da campanha de Dilma.

 

Do encontro do restaurante participaram, além de Amaury e Lanzetta, um delegado aposentado da PF, Onézimo Sousa, e ex-agentes da comunidade de informações.

 

A conversa foi às manchetes como tentativa frustrada de organizar uma operação de espionagem contra Serra. Coisa admitida por Onézimo. E desmentida pelos demais.

 

Nesta segunda, Dutra declarou: "O jornalista [Amaury] nunca participou da campanha...”

 

“...É público e notório que o PT tinha um contrato com a Lanza, mas não podemos ter responsabilidade pelas relações dessa empresa com outras pessoas".

 

E quanto ao envolvimentos de filiados do PT nos acessos criminosos aos dados fiscais de tucanos na Receita?

 

"Não há nenhuma participação institucional do partido ou da campanha nesses vazamentos”, repete Dutra.

 

“Eles [os petistas] deverão responder na Justiça e ao partido pelos atos que cometeram".

 

Resta agora saber se a PF vai atender ao pedido formulado na petição que receberá dos advogados do PT. investigação o inquérito que o PT solicita.

 

Se for adiante, restará saber como vai reagir Amaury à fogueira que o petismo acende para espalhar as brasas.

 

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Escrito por Josias de Souza às 20h46

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Petista de Formiga diz ter acessado homônimo de EJ

 

Levado às manchetes como responsável por dez acessos aos dados fiscais do tucano Eduardo Jorge, o petista Gilberto Souza Amarante veio à boca do palco.

 

Ele concedeu algo muito parecido com uma entrevista. Coisa rápida: nove minutos. O cenário foi um estacionamento, atrás da agência do fisco em Formiga (MG).

 

Disse, em essência, o seguinte:

 

1. Realizou os acessos no “horário do expediente”, quando cuidava do “atendimento” da clientela que acorre ao prédio da Receita.

 

2. Crê ter puxado os dados de um homônimo do vice-presidente executivo do PSDB. “Há vários casos de homônimos com esse nome Eduardo Jorge”, disse.

 

3. Não soou peremptório: “A nossa base [de dados] é nacional. Então, o que é factível é que houve um homônimo”.

 

4. Sobre a quantidade de acessos (uma dezena), disse que ocorreram em “41 segundos apenas”. Contra documento do Serpro, disse que “não foram dez acessos".

 

5. Como assim? "O sistema registra cada mudança de página como um acesso. Então foi um acesso só”.

 

6. Sustentou que não levou à tela de sua máquina informações fiscais do “homônimo” de EJ. Abriu “uma base cadastral, cadastro”.

 

7. Insistiu: “Não foi acessado nenhum tipo de dado fiscal. Cadastro quer dizer nome, telefone..."

 

8. Declarou que, em 17 anos de serviço, não faz senão “acessar” o sistema do fisco, “várias vezes por dia”. Esmiuçou: "A minha função é acessar dados".

 

9. O servidor não soube dizer se foi ao computador a pedido do suposto “homônimo” de EJ ou de um procurador.

 

10. De novo, discorreu sobre possibilidades, não sobre certezas. Disse que “a hipótese mais provável” é que um EJ tenha comparecido à agência de Formiga.

 

11. Quanto à filiação ao PT, ocorrida em 2001, preocupou-se em “desfazer um equívoco”.

 

12. Afirmou: “É bom frisar que filiação partidária não se confunde com militância partidária. Nunca tive nenhum tipo de militância partidária".

 

É tudo curioso, muito curioso, curiossíssimo. Ao farejar os acessos realizados no formigueiro dos fundões de Minas em abril de 2009, o Serpro guiou-se pelo CPF do EJ tucano, não de um homônimo dele.

 

Eduardo Jorge não é o nome completo do dirigente tucano. Ele se chama Eduardo Jorge Caldas Pereira.

 

Como diz o petista Gilberto, “há vários casos de homônimos com esse nome Eduardo Jorge”.

 

Não é impossível que haja em Formiga um EJ que também seja “Caldas Pereira”. Mas, até prova em contrário, parece improvável.

 

De resto, é preciso responder a uma pergunta óbvia: por que diabos um Eduardo Jorge, seja Caldas Pereira ou não, iria a uma agência do fisco para requerer os seus próprios dados cadastrais?

 

Para usar as palavras do petista Gilberto, “cadastro quer dizer nome, telefone...".

 

Assim, “a hipótese mais provável” é que o Eduardo Jorge de Formiga, acometido de amnésia, tenha esquecido o próprio nome.

 

Ou, por outra, esse EJ misterioso trafegava pelas ruas da cidade quando decidiu, de súbito, tocar o telefone para casa.

 

Como o número de sua residência lhe fugia e não havia uma lista telefônica por perto, foi pedir socorro no prédio da Receita.

 

Como se vê, considerando-se as abobrinhas pronunciadas em Formiga, a coisa ficou muito clara. Clara como a gema.

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h54

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Cartório eleitoral desdiz PT: neoaloprado é do partido

Divulgada na noite de sexta (3), a novidade eletrificara o petismo: Antonio Carlos Atella, o falso procurador de Verônica Serra, é filiado ao PT.

 

O mandachuva José Eduardo Dutra levou o pé atrás. Achou tudo muito "estranho". Mandaria averiguar.

 

Dia seguinte, manhã de sábado (4), o presidente do PT-SP, Edinho Silva, veio aos holofotes para informar o resultado da inspeção. Atônio Carlos, de fato, tentara filiar-se ao PT no ano da graça de 2003. Mas um erro ortográfico impedira a concretização do ato. 

Segundo Edinho, grafara-se o sobrenome do sujeito incorretamente: Em vez de Atella, “Atelka”. O comitê de Dilma Rousseff respirou aliviado. Durou menos de 48 horas o sossego. Nesta segunda (6), a chefe do cartório da 183ª Zona Eleitoral da comarca de Ribeirão Pires (SP) expediu uma certidão. 

 

Chama-se Fabiana Gonzalez Mendes. Anotou no documento o seguinte: 

 

1. Antonio Carlos Atella é, sim, filiado ao PT. Seu “registro de filiação” é datado de 20 de outubro de 2003. Ali, Atella é Atella mesmo. Nada de “Atelka”.  

 

2. A filiação de Antonio Carlos ao PT foi anotada nos livros da 217ª Zona Eleitoral de Maua (SP). 

 

3. Em 10 de abril de 2006, requereu-se a transferência do registro de filiação para a comarca de Ribeirão Pires (183ª Zona Eleitoral).

 

4. Em 21 de novembro de 2009, a anotação de filiação ao PT foi excluída pelo TSE (Tribunal superior Eleitoral). 

 

5. Por quê? A exclusão ocorreu “em virtude de constar zona eleitoral incorreta para o eleitor [Antonio Carlos Atella] na lista interna do partido [PT]”. 

 

6. Não há vestígio de “pedido de desfiliação” encaminhado pelo PT à zona eleitoral de Ribeirão Pires. Para a Justiça Eleitoral, Antonio Carlos ainda é do PT. 

 

Ou seja, o neoaloprado que retirou ilegalmente, no balcão da Receita em Santo André (SP), cópias de declarações de IR da filha de Serra é mesmo petista. 

 

A versão construída pelo partido de Dilma desce à crônica da eleição como uma mentira. Ou, por outra, uma verdade que esqueceu de acontecer.

  

Vai abaixo cópia da certidão: 

 

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h49

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Arcas de Dilma são maiores que as de Serra e Marina

UOL

 

Uma das serventias da pesquisa de opinião é orientar os provedores das arcas eleitorais.

 

Na campanha atual, as sondagens instilaram na plutocracia uma paixão por Dilma Rousseff. Borrifaram no comitê dela, por ora, R$ 39,5 milhões.

 

Uma cifra maior do que a soma de tudo o que arrecadaram, juntos, José Serra (R$ 26 milhões) e Marina Silva (R$ 12 milhões).

 

Nos tempos em que a barba de Lula ainda era desgrenhada, o PT costumava descer à mesa de sinuca encaçapado antes das preliminares.

 

Jogava contra os donos da mesa, com taco sem ponta e sob regras ditadas pela casa. O apostador investia tudo no adversário.

 

Hoje, barba aparada, Lula comparece à mesa com o rosto liso e remodelado de Dilma. O jogo se processa numa sala decorada com a logomarca do BNDE$.

 

Agora é o PSDB de José Serra quem assume a aparência de bola sete. Sob Lula, até candidato do PCdoB faz campanha com muito dinheiro. 

 

Mais um pouco e surge um Mário Amato para dizer que, vencendo Serra, 700 mil empresários fugirão para Miami.

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h57

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Ideologia? Revolução? Bobagem! No final, Che vira $

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Escrito por Josias de Souza às 15h12

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Caseiro nega depoimento a Serra e grava para Plínio

Folha

 

Vitima de quebra de sigilo bancário em 2006, Francenildo Costa refugou um convite para gravar depoimento que iria ao ar na propaganda de TV de José Serra.

 

Hoje filiado do PSOL, o caseiro preferiu levar a voz e o rosto à vitrine televisiva do presidenciável Plínio de Arruda Sampaio.

 

Em notícia veiculada na Folha, as repórteres Andreza Matais e Ana Flor contam: depois de dizer “não” ao tucanato, Francenildo falou ao PSOL no sábado (4).

 

Sua fala será exibida no programa de Plínio desta terça (7). Num trecho, condena a violação de dados fiscais dos tucanos –um “crime bárbaro”.

 

Noutro, desautoriza o uso de sua imagem na publicidade de campanha de Serra. Ou seja, morderá governo e oposição.

 

"Digo que quebraram meu sigilo bancário porque denunciei corrupção, mas também mandei recado para partidos que ficam usando meu nome no programa eleitoral".

 

Desde a semana passada, o nome do caseiro frequenta a propaganda de Serra numa analogia do crime praticado contra ele e os malfeitos que alvejaram tucanos na Receita.

 

"Se continuar assim, todos nós seremos Francenildos", diz Serra na TV, depois de se declarar indignado com a vioalação dos segredos fiscais da filha, Verônica.

 

Em conversa com Matais e Flor, o caseiro como que ecoou Serra: "É inaceitável isso acontecer de novo. É mais um caso no currículo do governo Lula".

 

Se concorda, por que negou-se a gravar para os tucanos? Francenildo diz que o PSDB só se achega a ele em tempos de eleição:

 

"Quando foi com o Geraldo Alckmin [em 2006], também me procuraram, e falei que não dava para entrar no embalo".


No mais, esclarece: "Estou com Plínio". Conta que o PSOL queria fazê-lo candidato a deputado frederal. “Mas achei que era cedo”.

 

Torce para que a disputa presidencial escorregue para o segundo turno. Quanto ao caso de Verônica Serra, acha que terá desfecho diferente do seu.

 

O sigilo bancário de Francenildo foi quebrado na Caixa Econômica. Deu-se depois que ele fez, numa CPI do Senado, uma revelação incômoda.

 

Contara que Antonio Palocci, então cazar da economia, frequentava uma mansão brasiliense em cujas dependências trançavam-se pernas e interesse$.

 

Apeado da cadeira de ministro, Palocci foi denunciado pelo Ministério Público como mandante do gesto de cangaço bancário.

 

Em julgamento do ano passado, o STF absolveu-o. Os autos revelavam que, no dia da quebra, Palocci reunira-se com o então presidente da Caixa, Jorge Mattoso, no Planalto.

 

Rompido o sigilo, recebera em casa, fora do expediente, altas horas da noite, um envelope pardo com os extratos de Francenildo –vazados em seguida para uma revista.

 

A despeito dessas e de muitas outras evidências, o Supremo considerou que a PF não conseguira provar que partira de Palocci a ordem para a violação.

 

Como direia Roberto Jefferson, Mattoso "matou no peito". E foi ao banco dos réus do STF desacomanhado do do ex-chefe.

 

Corre na Justiça Federal de Brasília, de resto, um pedido de indenização ajuizado por Francenildo contra a Caixa. Coisa de R$ 17,5 milhões.

 

Em meio a tentativas frustradas de composição, o processo se arrasta na primeira instância do Judiciário, sem previsão de desfecho.

 

"Agora eu quero é ver como é que a Justiça vai se comportar”, afirma o caseiro.

 

“É uma filha de um candidato a presidente, não é a filha de um caseiro, de um trabalhador qualquer. Agora eu quero ver se eles vão apressar".

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h16

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As manchetes desta segunda

 

- Globo: Sigilo de tucano foi quebrado em MG por outro filiado ao PT

 

- Folha: Dado de vice tucano foi aberto por petista em MG

 

- Estadão: Violador de IR de tucano em Minas também é filiado ao PT

 

- JB: Eleitor passa ao largo da crise do sigilo fiscal

 

 - Correio: Metade dos brasilienses não assiste ao horário político

 

- Valor: Varejo prevê alta de até 30% nas vendas de Natal

 

- Jornal do Commercio: Vitória suada e show da torcida

 

- Zero Hora: Justiça busca dar pai a 200 mil gaúchos

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h27

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Expansão de domínios!

Angeli

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Escrito por Josias de Souza às 01h05

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Para socorrer Hélio Costa, Lula vai a Minas na quarta

  Marlene Bergamo/Folha
Lula agendou para a noite da próxima quarta (8), um comício em Minas Gerais. Será em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte.

 

Escalará o palanque ao lado da pupila Dilma Rousseff. Atende a um pedido de socorro de Hélio Costa, candidato do PMDB ao governo mineiro.

 

Será o segundo comício de Lula no Estado desde o início da campanha. O primeiro ocorrera em 10 de agosto.

 

Naquela ocasião, Hélio Costa surfava sozinho o topo das pesquisas. Agora, tenta se livrar da "onda" Antonio Anastasia.

 

Empurrado pelo padrinho Aécio Neves, Anastasia foi aos calcanhares do rival, eliminando uma diferença que passava dos 20 pontos percentuais.

 

Tomado pelo Datafolha, o tucano Anastasia (35%) está a cinco pontos de Helio (40%). Pelo Ibope, encontra-se numericamente à frente: 35% a 33%.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h39

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Dilma insinua que Aécio está por trás das ‘violações’

Lula Marques/Folha

 

Depois de tirar o sábado para pajear a filha Paula, que está na bica de dar à luz Gabriel, seu primeiro neto, Dilma Rousseff reapareceu neste domingo (5). Deu as caras em Brasília. Gravou novas peças para a propaganda de TV. Depois, submeteu-se a uma entrevista.

 

Além dos repórteres, usualmente incômodos, Dilma foi importunada por uma mosca. Um inseto convencional –desses que farejam odores—, não do tipo azul, que pica os políticos, inoculando neles a obsessão pelo poder.

 

Dilma foi inquirida sobre um tema que, na conjuntura dos últimos dias, tornou-se incotornável: a violação do sigilo fiscal dos tucanos. Repisou: o crime do fisco não lhe diz respeito. Não estava na disputa em 2009, quando o malfeito foi praticado.

 

"Eu não era candidata, não era pré-candidata, não tinha candidatura nem pré-candidatura", disse. Com essa frase, Dilma sujeitou-se aos perigos da meia verdade. Realçou justamente o pedaço inverídico.

 

De fato, não era candidata oficial em 2009. Mas Lula a expusera na vitrine da sucessão havia quase dois anos. Lero vai, lero vem Dilma borrifou no ar a logomarca de um jornal –O Estado de Minas— e o nome de um jornalista –Amaury Ribeiro Jr..

 

Amaury era funcionário do diário mineiro. Nessa condição, realizara uma apuração que envolvia José Serra e seus arredores. Foram à alça de mira personagens que, sabe-se agora, tiveram os sigilos fiscais violados no ano passado.

 

Entre eles: a filha de Serra, Verônica; o dirigente tucano Eduardo Jorge; o ex-ministro de FHC Luiz Carlos Mendonça de Barros; o ex-diretor Internacional do BB e ex-coletor de arcas de campanhas de Serra, Ricardo Sérgio; e o marido de uma prima de Serra, Gregório Preciado.

 

Pois bem. Na entrevista deste domingo, Dilma instou os repórteres a questionarem o jornal de Minas sobre as razões que levaram Amaury aos calcanhares dos tucanos. Abra-se aqui, por oportuno, um parêntese. Dilma absteve-se de recitar em público um nome que ela e toda a cúpula do PT repetem em privado: Aécio Neves.

 

Nos subterrâneos do petismo, difunde-se a versão de que Serra é alvo de “fogo amigo”. Coisa urdida por Aécio Neves, não pelos operadores do PT. O time de Dilma acomoda a gênese da encrenca sobre o pano de fundo da disputa que Aécio travara, no ano passado, com Serra.

 

Os dois mediam forças pela vaga de presidenciável do PSDB. Na versão do PT, interessava a Aécio, não a Dilma, desgastar Serra. Supostamente vinculado a Aécio, O Estado de Minas teria pautado Amaury sob inspiração do então governador tucano de Minas. Fecha parêntese.

 

Ouça-se agora a Dilma deste domingo: "Uma coisa me intriga. Nesse período [2009], ele [Amaury] trabalhou no Estado de Minas. Nunca vi ninguém perguntar ao Estado de Minas. Gostaria que algum de vocês fizesse essa pergunta".

 

A Folha já havia perguntado. Em notícia veiculada no mês de junho, informara: segundo a direção do Estado de Minas, Amaury trabalhava em vários casos. "Essa investigação específica [sobre o tucanato] não estava concluída quando ele pediu demissão no final de 2009", dissera a direção de redação do jornal.

 

A partir daí, já na condição de ex-funcionário do jornal e munido do resultado de suas apurações, Amaury achegou-se ao comitê de Dilma. Em abril de 2010, participou de uma reunião em que se discutiu a montagem de uma operação para espionar Serra.

 

Levado às manchetes, o encontro resultou na dissolução de um grupo de “inteligência” da campanha petista. Neste final de semana, os repórteres Daniel Pereira e Otávio Cabral veicularam em 'Veja' notícia que envolve, de novo, Amaury.

 

Informa-se que, antes de ser dissolvido, o grupo de “inteligência” do comitê petista manuseara um papelório intitulado “Operação Caribe”. Coisa de 40 páginas. Continham, segundo a revista, dados fiscais de Verônica Serra e dos tucanos que tiveram os sigilos violados na Receita –em Mauá e Santo André.

 

Ouvido, Amaury disse que fora convidado a integrar a “inteligência” da campanha de Dilma. Algo que, por falta de acerto financeiro, não chegou a se concretizar. Admitiu ser o autor do texto chamado de “Operação Caribe”. Resultado de “apuração jornalística”, feita à época em que atuava no jornal mineiro.

 

Amaury sustenta que, hospedado em Brasília (segundo a Veja em quarto alugado pelo comitê de Dilma), teve seu computador violado. Ladrões ligados ao PT teriam acessado a máquina, copiado o conteúdo e convertido seu trabalho “jornalístico” em dossiê. Curiosamente, não deu parte à polícia.

 

Na entrevista deste domingo, Dilma repetiu que sua campanha não fez dossiê. E deixou boiando no ar insinuação que direcionara no rumo de Aécio Neves.

 

O diabo é que, por ora, só apareceram digitais petistas no episódio das violações do fisco. O falso procurador de Verônica Serra, filiado em Mauá. O bisbilhoteiro de Formiga, com carteirinha do diretório de Arcos...

 

Na noite deste domingo, o signatário do blog tentou fazer contato com a assessoria de Aécio Neves. Não obteve sucesso.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h39

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Câncer leva Quércia a se retirar da corrida ao Senado

  Alan Marques/Folha
Alcançado por uma recidiva de câncer na próstata, Orestes Quércia (PMDB) desistiu de concorrer a uma cadeira de senador por São Paulo.

 

Deve-se a informação à repórter Renata Lo Prete. Ela conta que o anúncio oficial da saída de Quércia da cena eleitoral será feito nesta segunda (6).

 

Enganchado à candidatura tucana de Geraldo Alckmin, Quércia anunciará o apoio ao segundo nome da chapa para o Senado: Aloyzio Nunes Ferreira (PSDB).

 

Internado no hospital paulistano Sírio-Libanês, Quércia vai cuidar da saúde. E Aloyzio herdará o espaço dele na propaganda de televisão.

 

Aloyzio não é, porém, o principal beneficiário da decisão de Quércia. A desistência favorece sobretudo à candidatura de Netinho de Paula (PCdoB).

 

Associado à chapa de Aloyzio Mercadante, o pagodeiro achegara-se a Quércia nas pesquisas.

 

No penúltimo Datafolha, empatara tecnicamente com o rival. No último, manteve o empate, mas já surgiu numericamente à frente de Quércia: 28% a 26%.

 

Assim, crescem as chances de o bloco de apoiadores de Dilma Rousseff em São Paulo mandar a Brasília os dois senadores do Estado.

 

A petista Marta Suplicy ostenta no Datafolha posição ainda mais confortável que a de Netinho. Com 33%, ela lidera a corrida.

 

Ex-chefe da Casa Civil do governo José Serra, Aloyzio amarga na pesquisa um constrangedor quinto lugar: 12%.

 

O enfrentamento de Quércia era uma das prioridades de Lula em São Paulo.

 

O patrono de Dilma trazia atravessado na traquéia o apoio de Quércia à candidatura presidencial de Serra.

 

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Escrito por Josias de Souza às 20h42

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Servidor que ‘xeretou’ EJ em Minas também é do PT

  Alan Marques/Folha
Chama-se Gilberto Souza Amarante o analista tributário que acessou dez vezes, nas máquinas da Receita, os dados relacionados ao CPF de Eduardo Jorge.

 

Gilberto trabalha no escritório do fisco na cidade mineira de Formiga. Ingressou nos quadros da Receira em 2001.

 

Em agosto do mesmo ano, o servidor sentou praça no diretório do PT de Arcos, cidade assentada a 30 km de Formiga.

 

A filiação de Gilberto consta dos arquivos do TSE como “ativa”.

 

Ele bisbilhotou o cadastro fiscal do vice-presidente executivo do PSDB em 3 de abril de 2009.

 

Por quê? Ouvido, Gilberto não se lembra nem mesmo dos acessos, que dirá da motivação: "Não vejo motivo para isso”, disse.

 

Acrescentou: “As pessoas chegam, apresentam o documento e é feito o acesso. Os motivos são os mais variados possíveis. Estou até surpreso, vou procurar saber".

 

Fica no Rio de Janeiro, bem distante do formigueiro em que despacha Gilberto, o domicílio fiscal de Eduardo Jorge.

 

O tucano não tem negócios em Formiga. Tampouco possui imóveis na cidade e em seus arredores. O que reforça a suspeita de bisbilhotagem ilegal.

 

Além dos dez acessos realizados pelo petista nos fundões de Minas, EJ foi alvo de outras 22 entradas nos computadores da Receita.

 

Levantamento feito pelo Serpro por encomenda da Corregedoria do fisco atribui as mais de duas dezenas de acessos a órgãos públicos.

 

Além da própria Receita, interessaram-se pelas informações sigilosas de EJ, por exemplo, o Banco Central, a Polícia Federal e o Ministério Público.

 

A Receita não sabe dizer, por ora, se os acessos foram motivados ou imotivados. Noutras palavras: não sabe se a coisa foi legal ou ilegal.

 

Nesta segunda (6), EJ encaminhará à Receita um pedido de esclarecimento. Quer saber o por quê de tanta curiosidade.

 

Gilberto, o petista de Formiga, é o segundo filiado da legenda de Dilma Rousseff pilhado no “Fiscogate”.

 

O outro é Antonio Carlos Atella, o contador que, munido de falsa procuração de Verônica Serra, apalpou o IR da filha do presidenciável tucano em Santo André (SP).

 

No caso de Atella, a filiação ocorrera em 2003. O TRE-SP São Paulo informou que o vínculo com o partido foi excluído de seus arquivos apenas em novembro de 2009.

 

Em nota, o presidente do PT-SP, Edinho Silva, disse que, por um erro na grafia do sobrenome do contador –“Ateka” em vez de Atella— a filiação não chegara a se consumar.

 

O TRE, porém, manteve a informação anterior: a filiação de Antonio Carlos ao PT fora, sim, anotada nos registros do tribunal em 2003.

 

Presidente do PT federal, José Eduardo Dutra afirma e reafirma que o partido nada tem a ver com a onda de vilipêndios ao outrora sacrossanto sigilo fiscal.

 

Submete-se a platéia a uma imagem confusa. A galera enxerga o focinho, as orelhas e o rabo retorcido de um porco. Porém...

 

Porém, é convidada a acreditar que se trata de um inocente cordeiro.

 

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Escrito por Josias de Souza às 20h15

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Serra ataca Collor na TV e Jefferson fala em ‘ruptura’

O comercial acima, levado à TV pelo marketing da campanha de José Serra, irritou  presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ).

 

O que deixou Jefferson apoquentado foram os ataques feitos na peça a Fernando Collor, candidato do PTB ao governo de Alagoas.

 

Numa nota pendurada no seu blog, neste domingo (5), Jefferson estranhou:

 

“Desconheço os motivos pelos quais o tucano José Serra passou a desferir golpes abaixo da linha da cintura na TV contra Fernando Collor”.

 

Queixou-se: "Nós, do PTB, estamos coligados ao PSDB na campanha nacional e, além de sistematicamente deixados de lado, [...] ainda somos vítimas de ataques”.

 

Jefferson recorda que, ao se coligar com Serra, o PTB federal adensou o tempo de TV do candidato. “Contribuímos”, diz ele.

 

Na sequência, Jefferson acomoda no texto uma reprimenda e uma interrogação com cheiro de ameaça:

 

“Repudiamos as agressões contra um dos nossos. O que os tucanos estão querendo com os insultos, uma ruptura?”

 

Collor foi injetado na propaganda de Serra em meio a ataques à violação do sigilo fiscal de Verônica, a filha do presidenciável tucano.

 

Faz-se no comercial uma analogia entre o caso de Verônica e a “baixaria” do Collor de 1989, que levara à TV Lurian, a filha de Lula, seu rival à época.

 

No miolo da propaganda de Serra, recorda-se que, em sua versão 2010, Collor está associado a Dilma Rousseff. Ele é exibido num comício, pedindo votos para a neoaliada.

 

Há duas semanas, Jefferson criticara o marqueteiro tucano, Luiz Gonzales, por ter associado Serra a Lula na propaganda televisiva. Fez-se "mau uso" do tempo cedido pelo PTB, reclamara.

 

Agora, Jefferson enxerga nas estocadas em Collor um quê de vingança: “Ocorre-me que os ataques contra o senador alagoano podem ser revide pelas críticas que fiz”.

 

Pergunta: “Será que não são admitidas críticas aos erros cometidos pelo candidato e seus assessores?”

 

E lava em público a roupa suja da coligação de Serra: “[...] Não vi, em nenhum momento, a campanha tucana criticar envolvidos no mensalão do DEM”.

 

Formula maus uma trinca de indagações: “Por que o PTB? Estão fazendo uma operação-casada - atacam a candidata petista e ao mesmo tempo turbinam a reeleição do governador tucano Teotônio Vilela? E em cima do PTB?”

 

Teotônio Vilela é o govenador tucano de Alagoas. Concorre à reeleição, contra Collor.

 

De acordo com o último Ibope, o quadro em Alagoas é de bololô. Collor (28%) está tecnicamente empatado com Ronaldo Lessa (29%), do PDT. Teotônio tem 24%.

 

Jefferson empurrara o PTB para dentro da coligação de Serra a contragosto de um pedaço do partido.

 

Para acomodar as divergências, combinara que o naco da legenda simpático a Lula ficaria liberado para pedir votos para Dilma.

 

Num par de notas levadas ao twitter, o presidente do PTB expõe como deveria funcionar o jogo de Alagoas.

 

Primeiro, revela: “Fiz um acordo com o Collor. Eu não interviria em Alagoas e ele não criaria problema para coligação PTB/PSDB”.

 

Depois, constata: “O Collor em momento algum falou contra o Serra. Para que Serra esta falando contra Collor? Me deixa mal”.

 

Alheio aos queixumes de Jefferson, Serra não parece disposto a privar-se das comparações colloridas.

 

Continuará explorando as equações que considera próprias: Verônica = Lurian e Collor 1989 + Dilma 2010 = incoerência de Lula.

 

Resta agora saber como Jefferson responderá à pergunta que ele próprio formulou: "O que os tucanos estão querendo com os insultos, uma ruptura?”

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h17

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Dados fiscais de EJ foram violados dez vezes em MG

Reprodução do Estadão/ Foto:Folha

 

O documento acima resulta de uma pesquisa feita pelo Serpro a pedido da Corregedoria da Receita Federal.

 

Revela que, munido do número do CPF de Eduardo Jorge, um analista tributário do fisco acessou dez vezes os dados fiscais do dirigente do PSDB.

 

Deve-se a informação aos repórteres Rui Nogueira e Renato Andrade. Em notícia veiculada neste domingo (5), a dupla conta o seguinte:

 

1. A violação dos dados do vice-presidente-executivo do PSDB ocorreu numa agência do fisco assentada no município de Formiga, em Minas Gerais.

 

2. O domicílio fiscal de Eduardo Jorge é o Rio de Janeiro. Ele não possui negócios em Formiga. Tampouco é proprietário de imóveis na cidade.

 

3. A dezena de acessos feita no “formigueiro” fiscal de Minas ocorreu no dia 10 de abril de 2009.

 

4. Deu-se, portanto, seis meses antes das violações fiscais em série praticadas em escritórios do fisco no Estado de São Paulo.

 

5. Em 30 de setembro de 2009, um falso procurador obteve, em Santo André, cópias de declarações de IR de Verônica, a filha de Serra.

 

6. Em 8 de outubro de 2009, varejaram-se em Mauá os dados fiscais de quatro pessoas ligadas ao PSDB e a José Serra.

 

7. Além do sigilo de EJ, foram xeretados no lote criminoso de Mauá informações fiscais de Luiz Carlos Mendonça de Barros (amigo de Serra e ex-ministro FCH)...

 

...Ricardo Sérgio (ex-coletor de arcas eleitorais de Serra e ex-diretor Internacional do Banco do Brasil, e Gregorio Marin Preciado (marido de uma prima de Serra).

 

8. Os dez acessos marotos de Minas foram feitos por uma mesma pessoa, em questão de segundos. O primeiro às 16h32m18s. O último às 16h32m59s.

 

9. O Serpro perscrutou o sistema de informática da Receita a pedido da Corregedoria do órgão. Dá-se a esse tipo de procedimento o nome de “Apuração Especial”.

 

10. A pesquisa cobriu o intervalo compreendido entre 2 de janeiro e 19 de junho de 2009.

 

11. Nesse período, informa o papelório do Serpro, realizaram-se outras consultas aos dados de EJ armazenados nas máquinas da Receita.

 

12. Essas consults foram realizadas pelo Banco Central, Polícia Federal e Procuradoria Geral da República. Nada que se igualasse em quantidade à bisbilhotice de Formiga.

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h36

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FHC e fisco: ‘desfaçatez’ oficial faz o povo de ‘parvo’

Sob Lula, a democracia virou uma ‘casa vazia por dentro’

‘Devassa fiscal de  tucanos  mostra a vacuidade das leis’

‘Altos funcionários tentam elidir do caso questão política’

‘Proclamam que não foi nada não, foi apenas um  balcão’

‘É como se estivessem tratando com um povo de parvos’

‘O que houve com o dossiê contra mim e minha mulher?’

A onda de  ‘desrespeito ocorre sob a batuta presidencial’

‘Chefe da nação virou o chefe de uma facção em  guerra’

 

  Alan Marques/Folha
Como faz todo primeiro domingo do mês, Fernando Henrique Cardoso veicula neste domingo (5) mais um de seus artigos. Foi impresso em vários jornais do país. No texto, diz que o Brasil vive “uma fase de democracia virtual”.

 

Não no sentido que o termo adquiriu na era da internet. Socorrendo-se do Aurélio, FHC explica que o “virtual” a que se refere é “algo que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual”. Ele esmiúça o raciocínio:

 

“O edifício da democracia, e mesmo o de muitas instituições econômicas e sociais, está feito no Brasil. A arquitetura é bela, mas, quando alguém bate à porta, a monumentalidade das formas institucionais desfaz-se em um eco que indica estar a casa vazia por dentro”.

 

O FHC do artigo é bem diferente do FHC que passou a faixa presidencial para Lula, sob a atmosfera amistosa, em 2003. Decorridos oito anos e nove meses, o novo FHC acha que o eco do vazio é tonificado pela “devassa da privacidade fiscal de tucanos e de outras pessoas”.

 

Um caso que “mostra a vacuidade das leis diante da prática cotidiana”. Faz alusão à entrevista conjunta do secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, e do corregedor do órgão, Antonio Carlos Costa D’Ávila:

 

“Com a maior desfaçatez do mundo, altos funcionários, tentando elidir a questão política –como se estivessem tratando com um povo de parvos–, proclamam que ‘não foi nada não; apenas um balcão de venda de dados’. E fica o dito pelo não dito, [...] até que o tempo passe e nada aconteça”.

 

Como exemplo da ação amnésica do tempo, FHC recorda uma passagem que o envolveu na época em que Dilma Rousseff ainda respondia pela Casa Civil: “O que aconteceu com o ‘dossiê’ contra mim e minha mulher feito na Casa Civil da Presidência, misturando dados para fazer crer que também nós nos fartávamos em usar recursos públicos para fins privados?”

 

Ele próprio responde: De prático, não aconteceu “nada”. Irônico, anota: “Estamos todos felizes no embalo de uma sensação de bonança que deriva de uma boa conjuntura econômica e da solidez das reformas do governo anterior”.

 

A certa altura, FHC mira diretamente em Lula: “No momento do exercício máximo da soberania popular, o desrespeito ocorre sob a batuta presidencial”. Considera “lógico e saudável que os presidentes e altos dirigentes eleitos tomem partido e se manifestem em eleições”. Porém...

 

Porém, classifica de “escandalosa a reiteração diária de posturas político-partidárias, dando ao povo a impressão de que o chefe da nação é chefe de uma facção em guerra para arrasar as outras correntes políticas”.

 

Enxerga “um abismo entre o legítimo apoio aos partidários e o abuso da utilização do prestígio do presidente, que além de pessoal é também institucional, na pugna política diária”. E reitera o discurso do medo, encontradiço nos lábios oposicionistas:

 

“Na marcha em que vamos, na hipótese de vitória governista –que ainda dá para evitar– incorremos no risco futuro de vivermos uma simulação política ao estilo do PRI mexicano –se o PT conseguir a proeza de ser ‘hegemônico’– ou do peronismo, se mais do que a força de um partido preponderar a figura do líder”.

 

Acha que “está em jogo nas eleições de outubro” a forma de democracia que o país terá no futuro. Pode ser “oca por dentro ou plena de conteúdo”. Sem mencionar o nome de José Serra, FHC critica a estratégia eleitoral de seu candidato. Para atenuar a reprimenda, expressa-se num plural genérico: “Pode ter havido erros de marketing nas campanhas oposicionistas”.

 

A seguir, queixa-se, dessa vez em timbre peremptório, da ausência de defesa do legado de sua gestão: “É certo que a oposição se opôs menos do que deveria à usurpação de seus próprios feitos pelos atuais ocupantes do poder”.

 

A despeito da mudança de tom que o caso da Receita operou na propaganda eleitoral de Serra, FHC escreve como se considerasse que ainda falta tônus à oposição: “Esperneou menos diante dos pequenos assassinatos às instituições que vêm sendo perpetrados há muito tempo, como no caso das quebras reiteradas de sigilos”.

 

A despeito das pesquisas que antecipam o triunfo iminente da candidata de Lula, FHC acha que “é preciso tentar impedir que os recursos financeiros, políticos e simbólicos reunidos no Grupão do Poder em formação tenham força para destruir não apenas candidaturas, mas um estilo de atuação política que repudia o personalismo”.

 

Considera “inaceitável” a absorção da tese de que a “vontade geral” possa ser “encapsulada na figura do líder”. Do contrário “não haveria por que criticar Mussolini em seus tempos de glória, ou o Getúlio do Estado Novo”. No último parágrafo, FHC volta a esgrimir o discurso do medo:

 

“[...] Estamos decidindo se queremos correr o risco de um retrocesso democrático em nome do personalismo paternal (e, amanhã, quem sabe, maternal)”. Avalia que “o governismo, tal como está posto, representa um passo atrás no caminho da institucionalização democrática”. A 30 dias da eleição, crê que “há tempo ainda para derrotá-lo”.

 

- Serviço: Aqui, a íntegra do artigo de FHC, disponível na versãoeletrônica do Diário Catarinense.

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Escrito por Josias de Souza às 04h44

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Gaspari: ‘Criaram o comissariado da Receita Federal’

  Sérgio Lima/Folha
A Receita Federal do Brasil atravessa um desses momentos que delineiam a cara de um governo. Na primeira sequência de imagens, a repartição foi à foto com cara de lavadeira.

 

Imaginou que seria possível acomodar o ferro em cima do amarrotado e esperar o tempo passar. Demorou a perceber que, em certas ocasiões, o tempo não passa. Já passou.

 

Neste domingo (5), o repórter Elio Gaspari leva às páginas uma elucidativa trinca de notas. Quem lê fica com a impressão de que, se não cuidar do presente, o governo Lula acomodará a eventual gestão Dilma num futuro remoto. Uma Idade da Pedra Lascada.

 

Vão abaixo os textos de Gaspari:

 

 

“O controle da Receita Federal pelo comissariado do Planalto ficou exposto quando o repórter Leandro Colon descobriu que durante 20 horas o Ministério da Fazenda e os companheiros do fisco sustentaram que as declarações de Imposto de Renda da filha de José Serra haviam sido solicitadas por ela.

 

Desde as 13h42 de terça-feira a Corregedoria sabia que o contador que apresentara a ‘procuração’ da empresária tinha quatro CPFs. Enquanto puderam, omitiram esse fato, fazendo de bobos a quem lhes deu crédito.

As violações dos sigilos fiscais de tucanos revelaram que os controles da Receita são ineptos (as operadoras de cartão de crédito avisam ao freguês quando ocorrem transações esquisitas com seu plástico) e inimputáveis (um servidor passa suas senhas a outro e continua no emprego). Essa é a porta do supermercado, mostrada em junho pelo repórter Leonardo Souza.

Há outra, para os atacadistas. É a da centralização dos programas de fiscalizações. Até dezembro passado, esse serviço era capilar, e as delegacias da Receita, em torno de cem, planejavam suas fiscalizações.

 

Com a portaria 3.324, alterada em junho pela 1.317, cada unidade deve mandar a lista de sua programação relacionada com grandes contribuintes a Brasília, de onde descerá outra, para ser cumprida.

 

Nessa malha entram empresas com mais de R$ 20 milhões de faturamento ou folha superior a R$ 3 milhões e pessoas com renda anual acima de R$ 1 milhão.

 

Assim, a delegacia de Araçatuba programa fiscalizar Guido, Otacílio e Henrique, mas pode receber de volta uma lista dizendo-lhe que deve fiscalizar Henrique, Guido e Armínio. Até 30 de setembro as delegacias devem mandar a Brasília os nomes das vítimas de 2011.

Outra portaria, a 1.338, determinou que todos os trabalhos ‘concluídos ou em andamento’ relacionados a pessoas físicas com renda anual superior a R$ 1 milhão sejam enviados para a Equipe do Programação de Maiores Contribuintes, o Epmac, o BigMac do comissariado. Ficará tudo na mão de um grupo de, no máximo, dez servidores.

Sabendo-se o que se sabe, cada pessoa pode avaliar o que essa centralização provoca:

1. Melhora a fiscalização dos gatos gordos, colocando-os sob a vigilância de uma equipe especializada.

 
2. Cria uma butique da Receita, onde os gatos gordos receberão atendimento VIP.

 
3. Entrega ao comissariado o poder de incluir, excluir, aporrinhar ou seduzir gatos gordos.

- Ato falho?

“Lula anunciou que tem toda a confiança nas investigações da Polícia Federal e da Receita para descobrir por que e como violaram os sigilos fiscais dos tucanos.

Convém que o pessoal da PF e da Receita não se esqueça de que aquele casal que está outro lado da calçada não está passeando. São procuradores do Ministério Público. Nosso Guia se esqueceu deles.

 

- Registro


“Sabe-se de casos de empresários que foram procurados por sindicalistas com reivindicações de natureza política, acompanhadas de ameaças de ‘chamar o pessoal da Receita e da fiscalização’.


- De Richard.Nixon@inferno.org, a quem interessar possa:

“Eu não perdi a Presidência dos Estados Unidos por ter mandado grampear o escritório dos democratas no Edifício Watergate. Dancei porque tentei atrapalhar as investigações.


Outra coisa: logo que aqueles dois cabeludos do ‘Washington Post’ começaram a publicar coisas que eu julgava blindadas, desconfiamos do Mark Felt, que ocupara o segundo lugar na hierarquia da Polícia Federal. Depois que eu cheguei aqui é que soube que ele era o ‘Deep Throat’.

Só aqui fui descobrir que, antes do Felt, o chefe da Polícia Federal, Patrick Gray, traiu-me e deu uma pista para um repórter do ‘The New York Times’. Ele ia entrar em férias, passou a informação para a chefia, e ela frangou. Bem feito.

- Em tempo: Aqui, a íntegra da coluna de Gaspari. Contém quatro notas além das reproduzidas no alto.

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Escrito por Josias de Souza às 02h54

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As manchetes deste domingo

 

- Globo: Ministros casam agendas com campanha de Dilma

 

- Folha: Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de Dilma

 

- Estadão: Investigação de violação de sigilo na Receita blinda Dilma

 

- Correio: Fracassa o combate às mortes no parto

 

- Jornal do Commercio: Kombeiros fazem festa pela liberdade

 

- Zero Hora: Espionagem Eleitoral

 

- Veja: O partido do Polvo

 

- Época: A cartada de Serra

 

- IstoÉ: Sonhos

 

- IstoÉ Dinheiro: Agora, ele é o rei do hambúrguer

 

- CartaCapital: O império vacila

 

- Exame: Quanto você vale

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais e revistas do país.

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Escrito por Josias de Souza às 01h54

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Lulécio!

Aroeira

- Via 'O Dia'. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h49

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Dunga para Serra: Por que está preocupado comigo?

Ato Scorza/AFP

 

Uma eleição se parece com um jogo de futebol. Com duas diferenças: vale impedimento e canelada pode contar a favor.

 

José Serra não vem conseguindo dar passes certos no meio do campo. Apesar disso, considera-se, por assim dizer, um Pelé.

 

Há três dias, a marquetagem de Serra levou ao rádio uma propaganda curiosa. Nela, o locutor soou assim: "O Serra tem experiência...”

 

“...É um craque para governar o Brasil. A Dilma não. É que nem o Dunga. Nunca foi técnico de nenhum time, foi para a seleção e deu no que deu".

 

Ao tomar conhecimento da peça, Dunga reagiu como um zagueiro de time de várzea. Não teve dúvida. Foi à canela:  

 

“É só ver os meus resultados e comparar”, disse o ex-técnico do escrete.

 

“Quando eu fui campeão da Copa América e da Copa das Confederações, ele me elogiou. Agora, critica. Talvez ele esteja desesperado”.

 

“Acho que ele deveria assumir os seus defeitos para depois achar defeito nos outros”.

 

Para Dunga, Serra faria um bem a si mesmo se olhasse ao redor antes de tentar extrair dividendos eleitorais da tragédia da África do Sul:

 

“São Paulo não tem problema? Alaga mais que Veneza, ônibus são incendiados todos os dias...”

 

“...Só o fato de São Paulo ter decidido na última hora o estádio da Copa já diz tudo. Por que ele está preocupado comigo?”

 

Dunga prefere comparar sua inexperiência à de outro jogador. Um azougue, que deixou Serra zonzo em campo:

 

“O Lula também não tinha experiência e tem 80% de popularidade. Ele está fazendo o que os outros não fizeram em cem anos”.

Ele enxerga na campanha da antagonista de Serra um quê de favoritismo: “Dilma pode ser a primeira mulher presidente do Brasil”.

 

Acha que, quando o jogo aperta, Serra amarela: “Quando o Brasil precisou da Dilma ela não fugiu, lutou aqui pela democracia. Alguns correram”.

 

Por um segundo, Dunga soa como se compreendesse o lance da campanha de Serra.

 

“Para mim, isso é natural”, diz ele, referindo-se à maneira como seu nome foi mencionado na propaganda radiofônica do tucanato.

 

Em seguida, retoma o estilo que lhe é próprio: “Se eles falassem o que deixaram de fazer seria melhor para o eleitor escolher”.

 

Aqui, uma terceira diferença entre eleição e futebol. Na campanha política não há um juiz, mas de 136 milhões.

 

A arquibancada acumula as funções de torcida e de dona do apito. Expulsa do jogo quem bem entende, sem qualquer explicação.

 

Tomado pelo que disse, Dunga já vê Serra no vestiário, tomando uma chuveirada antes do término do primeiro tempo.

 

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Escrito por Josias de Souza às 01h42

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TSE nega pedido do PT contra ataque de Serra na TV

O ministro Joelson Dias (foto), do TSE, indeferiu neste sábado (4) um pedido de liminar que a coligação petista de Dilma Rousseff protocolara na noite de sexta (3).

 

O petismo reivindicava duas coisas:

 

1. A suspensão do programa em que Serra vincula o caso da Receita à campanha de Dilma.

 

2. A concessão de direito de resposta para que o comitê de Dilma respondesse a Serra, no tempo de TV destinado ao rival tucano.

 

Em decisão liminar (provisória), o ministro disse "não" aos dois pedidos. Anotou a representação do PT envolve “questões que demandam análise mais detida”.

 

Informou que vai notificar o comitê de Serra para que apresente defesa. De resto, vai requisitar a manifestação do Ministério Público Eleitoral.

 

Só depois o mérito do pedido da aliança pró-Dilma será efetivamente julgado. Na prática, a decisão do ministro serve aos interesses do tucanato.

 

Serra levou o caso da violação de sigilos do fisco ao ar no programa da noite de quinta (2). Repetiu a dose na sexta (3). E reiterou a tática neste sábado (4).

 

A propaganda tucana dá especial realce ao episódio que resultou no vazamento ilegal de declarações de IR de Verônica, a filha de Serra.

 

Associa o caso à campanha de Dilma. Compara-o ao escândalo dos “aloprados”, de 2006, e ao escândalo da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo.

 

O programa de Serra faz uma analogia entre a violação do sigilo fiscal de Verônica e o “Caso Lurian”, baixaria de Collor contra Lula, na sucessão de 1989.

 

No pedido de liminar que o ministro Joelson indeferiu, os advogados do PT esgrimiram a seguinte tese:

 

A propaganda de Serra visa “confundir a cabeça do eleitor com uma profusão de fatos, misturados entre si, que não guardam a mínima relação”.

 

Tenta-se, segundo a petição indeferida, “atribuir à candidata Dilma Rousseff atos criminosos sem qualquer tipo de comprovação".

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Escrito por Josias de Souza às 21h04

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Oposição vai entrar com 2 ‘pedidos de investigação’

José Cruz/ABr

 

Conforme noticiado aqui, o alto comando da campanha de José Serra reuniu-se neste sábado (4), em São Paulo.

 

No encontro, lideranças do PSDB, DEM e PPS esboçaram a reação do comitê oposicionista ao caso da Receita.

 

Decidiu-se protocolar dois novos pedidos de investigação, ambos no Ministério Público Federal.

 

Num, vai-se requerer uma apuração de cunho eleitoral, para apurar se houve motivação política na quebra do sigilo fiscal de Verônica, a filha de Serra.

 

Noutro, o tucanato acusará Otacílio Cartaxo, secretário da Receira, e Antonio Carlos Costa D'Avila, corregedor do órgão, de improbidade administrativa.

 

Por quê? Para a oposição, a dupla age para obstruir a apuração do vazamento de dados sigilosos do fisco.

 

"O corregedor e o secretário estão acobertando os responsáveis por esse crime," disse, ao final da reunião, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

 

Na prática, a oposição vai reiterar no Ministério Público pedidos que constavam da representação que protocolara no TSE e que o tribunal mandara ao arquivo.

 

Dias atribuiu a reiteração a "fatos novos". Entre eles o que chamou de "simulação de assalto" no diretório do PT em Mauá (SP).

 

Mencionou também a revelação de que o contador Antônio Carlos Atella Ferreira, o falso procurador que apalpou os dados fiscais de Verônica, filiara-se ao PT.

 

Segundo informação divulgada na véspera pelo TRE-SP, Antonio Carlos era filiado à legenda quando obteve, em setembro de 2009, declarações de IR da filha de Serra.

 

Também neste sábado, o presidente do PT-SP, Edinho Silva, disse que a filiação do personagem incômodo não chegou a se consumar.

 

Na versão de Edinho, o sobrenome de Antonio Carlos fora anotado no cadastro do diretório do PT de Mauá com a grafia incorreta: em vez de Atella, "Atelka".

 

Nos arquivos do TRE-SP, o personagem constou como filiado do PT até novembro de 2009, dois meses depois da retirada dos dados de Verônica Serra.

 

Na última quarta (1º), ocomitê petista de Mauá informou ter sido assaltado por homens armados. Teriam levado duas armas telefones celulares.

 

Álvaro Dias fustigou: "Foi um roubo simulado, roubaram a si próprios. Desapareceram com fichas de filiações para esconder quem as abonou. Foi queima de arquivo".

 

Como se vê, a depender do time de Serra, o caso da violação de sigilos fiscais continuará freqüentando o epicentro da campanha.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h36

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Lula: ‘Cadê o tal sigilo que não apareceu até agora?’

Apu Gomes/Folha

 

"Ninguém precisa tentar transformar a família em vítima. Cadê esse tal de sigilo que não apareceu até agora? Cadê? Cadê o vazamento das informações?"

 

Lula converteu José Serra em protagonista de um comício pró-Dilma Rousseff realizado em Guaruhos (SP), neste sábado (4).

 

Sem mencionar-lhe o nome, Lula bateu em Serra com rara desenvoltura. Seu discurso rodopiou ao redor do ‘fiscogate’.

 

"Do outro lado, nós temos um adversário que o bicho anda com uma raiva de eu não sei o quê", disse Lula, antes de sapecar a pergunta exposta lá no alto.

 

Chamou o rival de sua pupila de propagador de lorotas: "Mentira tem perna curta. Quando as pessoas começam a mentir descaradamente...”

 

“...Quando começam a procurar alguém para responsabilizar pelo seu fracasso, aí a coisa não fica bem".

 

Tratou Serra como asfixiado. Evocou o caso da violação do sigilo fiscal de Verônica Serra. E disse que, ao vitimizar a família, o oponente porta-se como afogado:

 

“É próprio de quem não sabe nadar cair na água e se debater até morrer afogado”.

 

No dizer de Lula, a propaganda eleitoral de Serra, agora centrada no caso da Receita, destila “raiva”. Está "baixando o nível". O timbre é "rasteiro".

 

Acha que os humores de Serra tendem a se tornar ainda mais azedos: "Nosso adversário vai ficar muito nervoso se tomar uma surra da Dilma".

 

Em contraposição “à raiva”, disse que a campanha de sua pupila é exemplar: "Vamos ganhar essa eleição sem ofender uma única vez nosso adversário".

 

Dilma não deu as caras no comício. Encontra-se em Porto Alegre. Dedicou o sábado à filha, que está na bica de convertê-la em avó.

 

A candidata foi representada no palanque pelo vice, Michel Temer (PMDB). Lá estavam também os aliados que disputam votos em São Paulo.

 

Lula pediu votos para Aloizio Mercadante (PT), candidato ao governo paulista; e para os dois postulantes ao Senado da chapa: Marta Suplicy (PT) e Netinho (PCdoB).

 

"A Dilma não pode passar o que eu passei no Senado. Eles não eram oposição, tinham ódio".

 

O presidente ostentava uma tipóia no braço. Teve de recorrer à peça por conta de um ataque de bursite, moléstia que o incomoda de tempos em tempos.

 

Afora a bursite, nada parece incomodar Lula. Sem ser candidato, tornou-se personagem central da própria sucessão.

 

Do alto da superpopularidade, Lula se permite olhar para o crime com leniência. "Cadê o tal sigilo?", pergunta o "guardião" dos valores da República. Ora, francamente! Cadê a honradez?

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h50

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QG de Serra traça neste sábado reação ao ‘fiscogate’

Fotos: Folha e Ag.Senado

 

Sem a presença de José Serra, que faz campanha no Paraná, o alto comando do comitê tucano se reúne neste sábado (4), em São Paulo. O encontro foi convocado a toque de caixa, na noite passada. Convidaram-se líderes das três principais legendas da coligação de Serra: PSDB, DEM e PPS.

 

Será uma conversa de tema único: a violação do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB e a Serra. Entre elas a filha do candidato, Verônica. Para Serra e seus aliados, o escândalo do fisco mudou de patamar nas últimas horas, achegando-se mais ao PT e à campanha de Dilma Rousseff.

 

São duas as razões que levam à crença:

 

1. A revelação de que Antonio Carlos Atella Ferreira, o falso procurador de Verônica Serra, ostentava carteirinha do PT no instante em que apalpou-lhe os dados fiscais.

 

2. O adensamento da suspeita de que as informações sigilosas de Verônica e de outras cinco pessoas ligadas a Serra tiveram como destinatário o grupo de “inteligência” que operava no comitê de Dilma.

 

Entre as ideias que vão à mesa está a de recorrer contra a decisão do TSE que mandou ao arquivo a representação que o PSDB protocolara contra Dilma. Em privado, Serra descartara o recurso. Incomodara-se com a forma que a iniciativa assumira nas manchetes. Dissera que, se soubesse que a coisa seria noticiada como uma tentativa de cassação da candidatura de Dilma, não teria liberado os advogados para agir.

 

Na noite passada, Serra já não parecia tão avesso à ideia de levar o recurso ao TSE. Ponderava sobre a necessidade de esmiuçar os objetivos. No dizer do candidato, o que se deseja não é retirar a antagonista da disputa, mas abrir uma investigação jurídico-eleitoral. Algo previsto em lei.

 

Argumenta-se que a cassação do registro da candidatura não é a única pena prevista para casos do gênero. A legislação também contempla a alternativa da imposição de multa. De resto, o tucanato mira nos arredores da candidata. O alvo principal é o petista Fernando Pimentel. 

 

Serra atribui a Pimentel, hoje candidato do PT a uma cadeira de senador por Minas, suposta ascendência sobre o grupo que o tucano diz ter sido montado para espioná-lo.

 

Abaixo de Pimentel, o PSDB enxerga dois alvos secundários: os jornalistas Luiz Lanzetta e Amaury Ribeiro Jr.. A empresa de Lanzetta, Lanza Comunicação, fora contratada pelo comitê de Dilma para operar na área de comunicação da campanha.

 

Amaury, que prepara um "livro-bomba" sobre a era FHC, tomou parte de reunião que levou à dissolução do grupo de inteligencia do comitê de Dilma.

 

Deu-se em em 20 de abril de 2010, num conhecido restaurante de Brasília, o Fritz. Ganhou as manchetes em junho passado. Descobriu-se que Lanzetta e Amaury dividiram a mesa com três personagens. Um era o delegado aposentado da PF Onézimo Souza

 

Os outros dois eram egressos de órgãos de informação de Brasília. O principal chamava-se Idalberto Matias de Araújo, ex-agente do Serviço Secreto da Aeronáutica. Em entrevista à revista Veja, Onézimo dissera à época ter sido chamado para uma reunião com Fernando Pimentel.

 

Segundo a versão do delegado de pijama, ao chegar ao restaurante deparou-se com Lanzetta e Amaury. Falando supostamente em nome de Pimentel, Lanzetta lhe teria proposto um contrato com o objetivo de estruturar investigações “pessoais” contra Serra.

 

Nas palavras de Onézimo, desejava-se levantar "tudo o que pudesse ser usado contra ele [Serra] na campanha, principalmente coisas da vida pessoal”. Fernando Pimentel emitiu na ocasião uma nota na qual escreveu: “Repilo a insinuação de que eu teria tomado conhecimento de um encontro entre este sr. Onézimo e o jornalista Luiz Lanzetta".

 

Lanzetta confirmou a reunião. Mas negou as acusações do delegado. Amaury ecoou o amigo. Disse que a encomenda era outra. Desejava-se contratar Onézimo para perscrutar a origem de vazamentos de informações estratégicas do comitê de Dilma.

 

Lanzetta pediu a rescisão do contrato de prestação de serviços de sua empresa à campanha de Dilma. E Pimentel foi cuidar de sua campanha em Minas. De resto, Dilma cuidou de dissolver o tal grupo de “inteligência” que operava em seu comitê.

 

Antes da reunião do reunião do Fritz (abril) e do noticiário que a expôs (junho), aconteceu, em janeiro de 2010, um diálogo de Serra com Lula. Nessa conversa, Serra diz ter levado ao presidente cópias de textos que haviam ganhado a web em blogs simpáticos ao PT e à campanha de Dilma.

 

Segundo Serra, as peças traziam, já naquela época, dados fiscais sigilosos de Verônica, sua filha. O candidato diz que “alertou” Lula. Nesta sexta (3), o presidente admitiu o diálogo de janeiro. Mas fez uma ressalva: Serra “não me alertou. Ele se queixou”.

 

Atribuiu aos queixumes de Serra o peso de uma “futrica menor”. Disse que não lhe cabe censurar a internet. Lula lembrou que ele próprio e sua família são alvos de aleivosias na web. E afirmou que tem coisa mais séria a fazer do que cuidar da “dor de cotovelo do Serra”.

 

Serra e seus assessores agora afirmam que também o livro que Amaury Ribeiro Jr. mantém no forno foi recheado com os dados extraídos ilegalmente da Receita. Em diálogos privados, o repórter nega. Diz que não se baseou senão em documentos oficiais. O livro só deve escalar as prateleiras depois da eleição.

 

A decisão de protocolar ou não o recurso para tentar convencer o TSE a abrir uma investigação jurídico-eleitoral dependerá de uma palavra final de Serra. O arquivamento da representação original foi determinado pelo corregedor-geral eleitoral, ministro Aldir Passarinho Jr.. Alegou que a coligação de Serra não juntou provas capazes de demonstrar que os vazamentos da Receita resultaram em benefício eleitoral para Dilma.

 

Anotou que o caso é passível de investigação, mas não na seara eleitoral. E lembrou que a apuração já está sendo feita, sob a supervisão do Ministério Público. Se for ajuizado, o recurso do PSDB subirá ao plenário do TSE, composto de sete ministros.

 

O encontro do alto-comando do QG de Serra pode desaguar numa entrevista, a ser concedida na tarde deste sábado (4). Vai-se saber, então, que providências o comitê tucano planeja adotar.

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h48

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Datafolha indica que voto pró-Dilma está solidificado

Fernando Donasci e Sérgio Lima/Folha
 

Saiu mais uma pesquisa Datafolha. Revela que o humor do eleitorado se que manteve estável nos últimos dez dias.

 

Dilma Rousseff oscilou de 49% para 50%. Serra, de 29% para 28%. O fosso que separa a novata favorita do veterano azarão é, agora, de 22 pontos.

 

Quem quiser entender o que está prestes a acontecer deve esquecer por um segundo os índices de intenção de voto atribuídos aos candidatos.

 

Convém prestar atenção a um dado escondido no miolo da pesquisa: 81% dos eleitores declaram que estão “totalmente decididos” quanto à opção que fizeram.

 

Apenas 18% afirmam que podem trocar de candidato nos 30 dias que faltam para o encontro com as urnas, em 3 de outubro.

 

A taxa de eleitores feitos 100% dee certezas é maior entre os que preferem de Dilma (85%) do que os que optam por Serra (77%).

 

Significa dizer que só uma hecatombe política retiraria a pupila de Lula da trilha que parece conduzi-la à cadeira de presidente.

 

Hoje, segundo os dados do Datafolha, muito semelhantes aos do Ibope, Dilma prevaleceria sobre Serra no primeiro turno.

 

Considerando-se apenas os votos válidos –sem os nulos e brancos, desprezados pelo TSE— Dilma vai a 56%. Serra fica nos 32%. E Marina Silva, 11%.

 

Como a grossa maioria dos eleitores se diz decidida a não rever a opção de voto, a hipótese de uma virada de Serra está escorada na surpresa improvável.

 

Um pedaço minoritário do tucanato enxerga no caso da violação de sigilos da Receita um escândalo com potencial para levar a eleição ao segundo turno. Tolice.

 

À luz das informações disponíveis até aqui, a fumaça do caso do fisco não se assemelha ao fogaréu da encrenca dos “aloprados” de 2006.

 

O curto-circuito que eletrificou a disputa entre Lula e Geraldo Alckmin envolveu petistas notórios –do churrasqueiro do presidente ao assessor de Aloizio Mercadante.

 

No choque elétrico de agora, há, por ora, um contador com cara de estelionatário, que se filiou ao PT no longínquo diretório de Mauá (SP).

 

De resto, há a suspeita de que os dados vazados da Receita seviam de matéria-prima para um grupo de inteligência que Dilma apressou-se em desativar.

 

Há outra diferença: o flagrante dos aloprados de 2006 rendera uma imagem forte. Um monturo de cédulas (R$ 1,7 milhão), que seriam usadas na compra de um dossiê.

 

Somada à ausência de Lula no último debate do primeiro turno, na Globo, a imagem da dinheirama deve ter contribuído para que Alckmin fosse ao segundo round.

 

Para desassossego de Serra, o novo escândalo não mobiliza a base do eleitorado, composta de gente que, com renda miúda, nem precisa declarar Imposto de Renda.

 

Para esse pedaço do eleitorado, pobre e majoritário, o Bolsa Família que lhe pinga na conta bancária mensalmente é um valor mais relevante do que o sigilo fiscal.

 

Por isso, a despeito dos esforços do comitê de Serra, o número de pessoas que se dizem convencidas de que Dilma será a próxima presidente aumentou.

 

Há dez dias, 63% dos eleitores achavam que a pupila de Lula prevalecerá sobre Serra. Hoje, 69% compartilham dessa opinião.

 

Ainda que Serra conseguisse repetir Alckmin, levando a eleição a um improvável segundo turno, apenas adiaria o infortúnio.

 

Repise-se: a essa altura, o êxito de Serra está condicionado a uma hecatombe política.

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h39

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As manchetes deste sábado

 

- Globo: Contador estava no PT quando acessou sigilo da filha de Serra

 

- Folha: Dado sigiloso da filha de Serra foi obtido por filiado ao PT

 

- Estadão: Dilma para de subir, e Serra, de cair

 

- JB: Brasil cresce em ritmo quase chinês na economia

 

- Correio: Gastos do governo turbinam o PIB

 

- Jornal do Commercio: Absolvidos

 

- Zero Hora: PIB supera previsões e atinge 8,9% no semestre

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 03h09

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Lulegado!

Sinfrônio

- Via Diário do Nordeste. Aqui, a notícia que inspirou o artista. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 02h18

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Lula diz que não cuida da ‘dor de cotovelo do Serra’

Ricardo Stuckert/PR

 

Nesta sexta (3), Lula esteve na cidade gaúcha de Esteio. Percorreu a Expointer, uma feira internacional de animais e equipamentos agropecuários.

 

A certa altura, parou para conversar com os repórteres. Foi inquirido sobre o caso da violação de sigilos fiscais da Receita.

 

Foi instado a comentar notícia da Folha segunda a qual José Serra o teria alertado, em janeiro, sobre o vazamento de dados fiscais de sua filha, Verônica Serra.

 

Lula admitiu o diálogo. Mas fez uma ressalva: “Ele não me alertou. Ele se queixou". E disse que, como presidente, tem coisa "mais séria" a fazer do que "cuidar da dor de cotovelo do Serra".

 

Serra levara ao presidente cópias de textos veiculados em blogs que, segundo ele, apóiam o PT e a candidata de Lula, Dilma Rousseff.

 

Na versão de Serra, traziam, já no início do ano, informações fiscais da filha Verônica.

 

E Lula: “Primeiro acho que nosso adversário deveria procurar um novo argumento. Não é possível que possa pedir que eu censure a internet. Não posso fazê-lo”.

 

Acresentou: "Sempre achei que a internet livre tem coisa extraordinariamente séria e coisa extraordinariamente leviana”.

 

E desdenhou: “Não tem nada demais o que a internet publicou sobre a filha de Serra. Há insinuações como há contra o presidente Lula...”

 

“...Contra a família do presidente Lula, contra vocês jornalistas individualmente. Se escrevem alguma coisa que o internauta não gosta, tomam cacete o dia inteiro".

 

Lula aproveitou para criticar o pedido de investigação judicial que a coligação de Serra protocolara no TSE. Coisa já arquivada pelo tribunal.

 

"O Serra precisa saber uma coisa: eleição a gente ganha convencendo os eleitores a votar na gente...”e

 

“...Não é tentando convencer a Justiça Eleitoral a impugnar a adversária. Isso já aconteceu em outros tempos, na ditadura militar...”

 

“...Na democracia, o sr. Serra que vá para rua, que melhore a qualidade de seu programa [de TV]."

 

Evocando a previsão de crescimento do PIB de 2010 –7%, segundo anunciara mais cedo o ministro Guido Mantega— Lula alfinetou Serra:

 

"Hoje ele deve estar com dor de cabeça porque o PIB, segundo o IBGE, vai crescer mais do que os mais otimistas diziam que iria crescer. Vai crescer 7%".

 

Arrematou: "E eu não vou permitir que nenhuma futrica menor, porque não tem nenhuma acusação grave contra o Serra, tem aquelas coisas de internet, atrapalhe...”

 

“...O presidente da República tem coisa mais séria para cuidar do que as dores de cotovelo do Serra" (assista no vídeo que vai abaixo).

 

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h22

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Contador do caso da violação do fisco é ligado ao PT

Antonio Carlos Atella Ferreira, o falso procurador de Verônica Serra, filiou-se ao PT em 20 de outubro de 2003.

 

A informação foi repassada à TV Globo, por escrito, pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo (assista lá no alto).

 

Antonio Carlos é aquele personagem que, manuseando um documento falso, obteve cópias do Imposto de Renda da filha de Serra, em Santo André (SP).

 

O malfeito ocorreu em 30 e setembro de 2009. Dali a menos de dois meses, em 21 de novembro, operou-se uma mudança nos arquivos do TRE-SP.

 

No espaço destinado à filiação partidária, anotou-se “excluído”. Segundo o TRE, não significa desfiliação. Havia algum dado divergente, que o partido não corrigiu.

 

Outro detalhe: a ficha de filiação de Antonio Carlos ao PT foi assinada, segundo o TRE, no município de Mauá (SP).

 

A mesma cidade onde está assentado o escritório da Receita de cujos computadores foram extraídos dados fiscais de quatro pessoas ligadas ao PSDB e a Serra.

 

Instado a comentar as novidades, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, pareceu surpreso:

 

"Eu acho essa história muito estranha. Não vou ficar fazendo ilações, mas ainda não estou entendendo o que aconteceu. Ninguém o conhece no partido".

 

Dutra disse que o PT vai varejar os próprios registros. E questionará o TRE caso não encontre o registro do filiado incômodo:

 

"Até agora, dentro dos registros do PT, não houve nenhum sinal de que ele foi filiado. E nossos lançamentos são em função das informações do tribunal...”

 

“...Se foi filiado, foi filiado cartorial. Nós temos mais de 1 milhão de filiados e ele deveria aparecer porque fizemos no ano passado uma atualização”.

 

Seja como for, Dutra apressou-se em dizer que, mesmo que se confirme a passagem de Antonio Carlos pelo PT, isso "não muda nada" no caso sob investigação.

 

O mandachuva do PT reiterou que o comitê de campanha de Dilma Rousseff nada tem a ver com a violação de dados sigilosos do fisco.

 

Curiosamente, Antonio Carlos negara que tivesse filiação partidária. À Folha chegara mesmo a se apresentar como eleitor de José Serra.

 

Reinquirido na noite desta sexta, ele disse à Globo que não se lembra de ter sido filiado ao PT. Porém...

 

Porém, Antonio Carlos admitiu que, num momento de “empolgação” pode ter assinado uma ficha de filiação ao PT.

 

Outro personagem do caso, Ademir Estevan Cabral é filiado ao PV, informa o TRE.

 

Estevan foi mencionado por Antonio Carlos como a pessoa que lhe encomendou a retirada dos dados de Verônica Serra na Receita.

 

Marina Silva, a presidenciável do PV, disse que, confirmada a filiação, o PV deve expulsar Estevan de seus quadros.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h00

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Dilma: arquivamento do TSE tira o discurso de Serra

Folha

 

Em Porto Alegre (RS), Dilma Rousseff esfregou na face do rival José Serra, em sentido metafórico, a decisão do ministro Aldir Passarinho Jr., do TSE.

 

Na véspera, Passarinho levara ao arquivo o pedido de cassação do registro de sua candidatura, que a coligação de Serra apresentara.

 

E Dilma: "O arquivamento do pedido de cassação deixou claro que a Justiça não vai se deixar usar para criar fatos políticos na campanha".

 

Na noite passada, Serra usou algo como 90% de seu tempo de TV para vincular Dilma e o PT ao caso da violação de sigilos da Receita.

 

Dilma deu de ombros: "Não vou mais responder factoides que o candidato adversário, no seu desespero, lança todo dia".

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h52

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Polícia Civil abre inquérito sobre caso Verônica Serra

Submetida ao governo tucano de São Paulo, a Polícia Civil abriu inquérito sobre o caso do vazamento ilegal de declarações de IR da filha de José Serra.

 

Um malfeito que já está sendo apurado pela Polícia Federal, órgão que pende do organograma do governo petista de Lula.

 

Oficialmente, a polícia paulista vai ao calcanhar de Antonio Carlos Atella Ferreira, o falso procurador que retirou os dados de Verônica no fisco de Santo André (SP).

 

Deseja-se apurar a prática dos crimes de falsidade ideológica e falsidade documental.

 

Extra-oficialmente, o que se pretende é fixar, a partir de São Paulo, um contraponto ao trabalho da PF.

 

Deve-se ao secretário de Segurança do Estado, Antonio Ferreira Pinto, a ordem que levou a Polícia Civil a entrar no caso.

 

Nesta sexta (3), a PF tomou o depoimento do mesmo Antonio Carlos que a a polícia paulista se dispõe a investigar.

 

A sobreposição dos dois inquéritos leva a um cenário surreal. No início da semana, sobravam mistérios e faltava apuração.

 

Agora, abundam investigadores e continuam sobrando mistérios. Como se fosse pouco, serviu-se à platéia, já atônita, um enigma novo:

 

Para onde a disputa PT X PSDB levará o Estado brasileiro?

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h55

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Mantega: 'Vazamentos na Receita sempre ocorreram'

  Fábio Pozzebom/ABr
Certos silêncios, por eloquentes, merecem sonora resposta. Daí a algaravia que se formou ao redor de Guido Mantega.

 

Nesta sexta (3), finalmente, o ministro da Fazenda se dignou a comentar as violações praticadas nos fundões da Receita.

 

"Vazamentos sempre ocorreram”, disseo ministro. “Se você olhar para o passado, tem vários que aconteceram...”

 

“...A gente detecta, coíbe, pune e muda o sistema. Infelizmente, depois os contraventores conseguem achar uma maneira de furar isso...”

 

“...E aí nós temos que fazer um novo sistema e punir rigorosamente aqueles que o violam".

 

Mantega já sabe, mas não custa lembrar: embora o chamem de "contribuinte", o brasileiro que aufere rendas mantém com o fisco uma relação compulsória.


Fornece os seus dados –do endereço ao rendimento mensal— porque a lei manda. 
Submete-se à coleta de impostos na expectativa de que o fisco, depois da mordida, passará na chave as informações.

 

Em timbre de resignação, Mantega disse: “Não há sistema inviolável”. De fato, realmente, não resta dúvida.

 

Desde que Moisés anunciou o primeiro código de leis, o homem não faz senão usar o gênio que Deus lhe deu para burlar proibições.

 

No caso da Receita, o que aborrece é a sensação de que o “sistema” virou portão de acesso à casa da mãe Joana, uma avacalhada madame.

 

Incomoda também a ausência de punições. Mantega diz: “Estamos fazendo uma investigação de todos os aspectos desse caso”. Lorota.

 

Na semana passada, os mandachuvas do fisco descartaram um "aspecto" essencial: a natureza político-eleitoral do delito.

 

O ministro acrescenta: "A Corregedoria da Receita está trabalhando exaustivamente, com rigor e mair rapidez do que normalmente". Conversa fiada.

 

No alvorecer do caso, o corregedor Antonio Carlos Costa D’Ávila dissera que a apuração seria fechada antes que as urnas fossem abertas.

 

Na semana passada, D'Ávila deu meia-volta: informou que os pratos limpos só virão depois da eleição.

 

Fica-se com a impressão de que a mãe Joana nutre um apreço maternal por uma das candidaturas presidenciais.

 

O contribuinte não paga o salário de Mantega para que ele responda ao absurdo com o óbvio.

 

Que não existem sistemas invioláveis todo mundo sabe. Espera-se do ministro que administre as imperfeições da Receita de modo a não permitir que o Brasil se equipare a uma ditadura africana.

 

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Escrito por Josias de Souza às 16h57

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Mulher-fruta, farta e mais amadurecida, cai na política

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Escrito por Josias de Souza às 14h57

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Vantagem de Hélio sobre Anastasia cai para 5 pontos

  Folha
É fulminante o ritmo de crescimento de Antonio ‘Aéciodependente’ Anastasia, candidato tucano ao governo de Minas.

 

No início de agosto, o pupilo de Aécio ‘Cabo Eleitoral’ Neves somava irrisórios 17% no Datafolha.

 

Nessa fase, 26 pontos percentuais o separavam do líder –Hélio Costa (PMDB), que amealhava 43%.

 

Na semana passada, segundo o Datafolha, Anastasia avançou 12 pontos percentuais, estacionando em 29%. Hélio reteve seus 43%.

 

Em nova sondagem, cujo campo foi encerrado na última quarta-feira (1º), Anastasia deu novo salto. Foi a 35%. Hélio escorregou para baixo: 40%.

 

A escassos 5 pontos de alcançar o antagonista, Anastasia ainda dispõe de 30 dias para se servir das superdosagens de Aécio.

 

Do outro lado, Hélio Costa conta com o suporte de Lula, tão ou mais popular em Minas do que Aécio.

 

O problema é que, para desassossego de Hélio, Lula já disse, em privado, que não vai jogar o seu prestígio contra o de Aécio.

 

Não se dispõe, por exemplo, a pronunciar referências depreciativas a Anastasia, diferentemente do que faz com os oposicionistas de outras praças.

 

Curiosamente, Aécio, o patrono de Anastasia, caiu seis pontos na aferição do Datafolha para o Senado. Há uma semana, tinha 70%. Hoje, 64%.

 

Atrás dele, com 44%, vem o companheiro de chapa Itamar Franco (PPS). E, na rabeira e Itamar, Fernando Pimentel (PT): 30%.

 

Itamar conserva o mesmo índice que o Datafolha lhe atribuíra há uma semana: 44%. Pimentel subiu de 25% para 30%. Tornou-se um vulto no retrovisor de Itamar.

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h58

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‘Votar na Dilma é a mesma coisa que votar em mim’

Divulgação

 

Em novo comício com Dilma ‘Lulodependente’ Rousseff, em Foz do Iguaçu (PR), Lula ‘Cabo Eleitoral’ da Silva completou o processo de fusão da sua imagem à da pupila:

 

Resumiu o experimento eleitoral numa frase: “Votar na Dilma é a mesma coisa que votar em mim”.

 

Evitou fazer menção direta à encrenca da violação de sigilos fiscais. Porém, cuidou de ironizar o esforço de José Serra para amplificar o episódio.

 

Lula escalou o palanque depois que já havia sido exibida na televisão a propaganda dos candidatos à Presidência.

 

A maior parte do espaço reservado a Serra fora reservada à exploração dos malfeitos do fisco, em especial o pedaço que diz respeito à filha, Verônica Serra.

 

Informado, Lula fez troça ao microfone: “A Dilma acabou de receber uma informação muito importante...”

 

“...O nosso adversário bateu tanto nela essa noite que ela passou 12 pontos de vantagem em São Paulo”.

 

Lula pediu votos também para os políticos que compõem a chapa pró-Dilma no Paraná.

 

Para o governo, Osmar Dias (PDT). Para o Senado, Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), mulher do ministro Paulo Bernardo (Planejamento).

 

O presidente discorreu sobre as “qualidades”. Ao referir-se a Osmar Dias, recordou uma passagem da eleição municipal de 2008.

 

Lamentou que, na disputa daquele ano, Osmar tivesse se associado ao tucano Beto Richa, eleito à época prefeito da capital paranaense.

 

“Ele tinha um compromisso com o atual adversário, que ajudou a eleger prefeito de Curitiba...”e

 

“...Eu respeitei. E avisei que aquele que ele defendia seria o seu próximo adversário”. Hoje, candidato ao governo estadual, Richa lidera as pesquisas. Osmar é o segundo.

 

Na frase sequinte, Lula insinuou que, no aspecto moral, Osmar é melhor que o rival tucano: “Minha mãe dizia que um homem se conhece pelo olhar...”

 

“...Olhando esse moço e o outro, tenho certeza que se votarem no Osmar, terão no comando do Paraná um homem honesto”.

 

Na sua vez de usar o microfone, Dilma tampouco fez menção ao caso da Receita. Preferiu realçar temas caros ao Paraná.

 

Falou, por exemplo, sobre sua intenção de prestigiar o cooperativismo agrícola. Mencionou a ideia de combater o tráfico de drogas na fronteira.

 

Como já se tornou habitual, Lula foi ao palanque depois de cumprir uma agenda administrativa.

 

O ponto alto da propagramação não eleitoral foi uma aula que ministrou para cerca de 200 alunos da Unila (Universidade de Integração Latino-Americana.

 

Controu aos estudantes detalhes de sua trajetória política, do movimento sindical à Presidência, com escala na fundação do PT.

 

A certa altura, fez piada com os quadros originais de sua legenda:

 

“O PT era um partido com tanta gente que tinha participado da luta armada que a propaganda parecia um prontuário policial”.

 

Absteve-se de mencionar que, hoje, a propaganda eleitoral do partido é estrelada epor uma ex-guerrilheira cujo “prontuário” o marketing cuida de edulcorar.

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h03

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As manchetes desta sexta

 

- Globo: PF investiga se sigilo foi violado também no BB

 

- Folha: Serra diz ter feito alerta a Lula sobre ataques a sua filha

 

- Estadão: Receita já suspeitava de violação política

 

- JB: Só Marina Silva admite discutir droga

 

- Correio: Greve no INSS deixa 500 mil sem salário

 

- Valor: Megaoferta da Petrobras atinge até R$ 128 bilhões

 

- Estado de Minas: Gás descoberto em Minas equivale a ‘meia Bolívia’

 

- Jornal do Commercio: Gangue das bombas volta a atacar

 

- Zero Hora: Banrisul é vítima de quadrilha, diz a PF

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h25

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Tatucano!

Humberto

- Via Jornal do Commercio. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h26

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PF pede a quebra dos sigilos de servidora da Receita

Polícia chamará para depor os suspeitos e a filha de Serra

Para não municiar rivais Lula tenta segurar chefe do fisco

 

Sérgio Lima/Folha

 

O governo montou uma operação para sair da defensiva no caso da violação de sigilos da Receita Federal.

 

Por ordem de Lula, decidiu-se deslocar o comando das investigações do fisco para a Polícia Federal.

 

Nesta quinta (2), autorizada pela Justiça, a PF começou a periciar um computador do escritório do fisco de Mauá.

 

Requisitou-se também ao Judiciário a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal da servidora do fisco Adeildda Ferreira dos Santos.

 

Ela operava a máquina de cujas entranhas foram extraídos os dados fiscais de quatro pessoas ligadas a José Serra. Entre elas o dirigente tucano Eduardo Jorge.

 

De resto, a PF programa para os próximos dias a realização de um lote de inquirições. Inclui o oitiva de Verônica Serra, a filha do presidenciável tucano.

 

Verônica será ouvida na condição de testemunha. Duas declarações de IR dela –2008 e 2009—foram entregues a um falso procurador, em Santo André (SP).

 

Serão intimados, de resto, o contador Antonio Carlos Atella Ferreira, que obteve os dados sigilosos de Verônica, e um suposto intermediário dele.

 

Chama-se Ademir Estevam Cabral. Foi citado por Antonio Carlos numa entrevista levada ao ar pela TV Globo na noite desta quinta (2).

 

A despeito das aparências, não houve, na prática, alteração substancial no rumo das investigações. A PF já se ocupava do caso.

 

O que se deseja é retirar a Receita do epicentro da encrenca. Deve-se a movimentação a Lula.

 

O presidente cogitara, em privado, afastar do cargo o secretário Otacílio Cartaxo, chefe da Receita. Optou por tentar preservá-lo.

 

Avaliou-se que, nesse momento, o escalpo de Cartaxo desceria à bandeja como munição para Serra e o tucanato.

 

É disseminada no governo a impressão de que Cartaxo não vinha gerindo o problema a contento, especialmente no caso que envolve Verônica Serra.

 

Daí a decisão de atribuir à Receita um papel subalterno, agora restrito aos processos administrativos que correm na Corregedoria do órgão.

 

Na seara política, Lula orientou sua candidata, Dilma Rousseff, a levar aos lábios declarações convenientes.

 

Nos próximos dias, Dilma passará a martelar, além da tecla do “desespero” da oposição, a tese de que confia na capacidade do governo de elucidar o caso.

 

Em telefonema ao ministro Luiz Paulo Barreto (Justiça), Lula pediu para ser informado, em ritmo diário, sobre o andamento das investigações da PF.

 

Há dois dias, em entrevista, Lula dissera que "confia muito na Receita" e que a investigação seria feita com calma. Agora, informa-se que o presideente tem pressa.

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h29

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Internados, Quércia e Tuma abrem espaço para rivais

  Fotos: Folha e ABr
A escassos 30 dias da eleição, Orestes Quércia (PMDB) e Romeu Tuma (PTB) viram-se compelidos a abandonar o meio-fio.

 

Às voltas com problemas de saúde, os dois candidatos ao Senado encotram-se internados no mesmo hospital: o paulistano Sírio-Libanês.

 

Saudáveis, Quércia e Tuma já flertavam com dificuldades eleitorais. Acamados, arriscam-se a levar as respectivas candidaturas à UTI.

 

Netinho de Paula (PCdoB), candidato a senaedor na chapa de Aloizio Mercadante (PT), tornou-se beneficiário involuntário das complicações da dupla.

 

Em curva ascendente, o pagodeiro amealhou no último Datafolha, divulgado no final de semana, 24% das intenções de voto.

 

Está tecnicamente empatado com Quércia, a quem o instituto atribui o índice de 26%.

 

Tuma, que abrira a campanha medindo forças com Quércia, escorregou para um constrangedor quarto lugar: 16%.

 

No topo da pesquisa, distanciada dos demais, está Marta Suplicy (PT), com 32%.

 

Assim, cresceram as chances de a coligação petista eleger dois senadores em São Paulo –Marta e Netinho.

 

Não há, por ora, previsão de alta para Quércia e Tuma. As informações oficiais sobre o estado de saúde de ambos são pouco elucidativas.

 

No caso de Quércia, 72 anos, diz-se que foi ao hospital porque sentia fortes dores.

 

Coisa supostamente derronte de uma cirurgia de hérnia de disco a que ele se submetera no início do ano.

 

A família de Quércia proibiu o hospital de deivulgar detalhes sobre o quadro clínico dele.

 

Quanto a Tuma, 78, informa-se que padecia de “afonia”. Teria aproveitado para realizar uma bateria de exames. Daí a internação.

 

Seja como for, ainda que devolvidos rapidamente às ruas, os dois terão dificuldade para imprimir às suas campanhas o ritmo que as pesquisas demandam.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h37

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STF confirma decisão que liberou piada sobre político

Antigamente, humor era coisa de humorista. Hoje, a coisa está mais engraçada. Há especialistas em todos os setores. Abundam, por exemplo, na política.

 

Em sessão realizada nesta quinta (2), o STF decidiu impor ao hilário uma dose de seriedade.

 

Devolveu aos humoristas o direito de fazer graça com os políticos. Mandou à lata do lixo pedaços da lei eleitoral.

 

Foram passadas na faca duas piadas. Num lance, a lâmina do Supremo cortou do texto a regra que proibia o humor durante a campanha eleitoral.

 

Noutro, o tribunal podou a norma que impedia TVs e rádios de veicular opiniões –favoráveis ou contrárias— a candidatos, partidos ou coligações.

 

Considerou-se que, nos dois casos, havia afronta à Constituição, que assegura a liberdade de imprensa e a livre manifestação do pensamento.

 

O tema já havia sido abordado num despacho do ministro Carlos Ayres Britto, divulgado na semana passada.

 

Ao julgar um recurso ajuizado pela Abert, entidade patronal de emissoras de rádio e TV, Britto suspendera a proibição às piadas sobre políticos.

 

A decisão, por liminar, carecia do referendo do plenário do STF. Britto foi seguido por cinco colegas.

 

São eles: Cármen Lúcia, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Cezar Peluso.

 

Outros três –José Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello—, embora concordassem no conteúdo, divergiram na forma.

 

Endossaram o entendimento segundo o qual não era cabível proibir as piadas e as opiniões. Porém...

 

Porém, achavam que, em vez de lançar mão da faca, bastaria ao Supremo produzir um acórdão que explicitasse seu entendimento.

 

Desse modo, os juízes da primeira instância e dos tribunais saberiam que, em sua instância máxima, o Judiciário condena expressamente a censura.

 

Por maioria de votos –6 a 3— prevaleceu a turma da faca. E foram suprimidos do artigo 45 da lei eleitoral o inciso 2º (humor) e o 3º (opiniões). Alvíssaras!

 

Os congressistas, ninguém ignora, são grandes humoristas. Mas, ao tentar proibir a concorrência, tinham produzido uma piada de péssimo gosto.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h38

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TSE rejeita pedido do PSDB de 'cassação' de Dilma

Shutterstock

 

O ministro Aldir Passarinho Jr., corregedor-geral eleitoral, arquivou a representação que pedia a cassação do registro da candidatura de Dilma Rousseff.

 

O pedido havia sido protocolado pela coligação de José Serra na noite passada. Acusara-se Dilma e seu comitê pela violação de segredos fiscais da Receita.

 

No seu despacho, o ministro Passarinho anotou que o comitê de Serra não apresentou “concreta demonstração” de que Dilma teria se beneficiado dos malfeitos.

 

Acrescentou que os crimes expostos na petição do tucanato podem configurar falta disciplinar e infração penal comum.

 

Coisas que, segundo Passarinho, devem ser apuradas em outras instâncias, não na seara eleitoral.

 

O ministro realça no texto que a investigação já está sendo feita, com a participação do Ministério Público Federal.

 

Passarinho esclarece em seu despacho que, em períodos eleitorais, as coligações podem requerer ao TSE a abertura de investigações judiciais. Porém...

 

Porém, anotou que a providência está condicionada “à satisfação de requisitos fático-probatórios sobre os quais se erige o pedido”.

 

É preciso que haja, segundo o ministro, “fatos, provas, indícios e circunstâncias”.

 

Ou seja, para o ministro, não há, por ora, evidências de que Dilma e a campanha dela tenham participação na quebra do sigilo fiscal de personagens ligados a Serra.

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h26

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Marina cobra explicação de Mantega sobre violações

No vídeo acima, pendurado na página de Marina Silva na web, a presidenciável do PV acusa o ministro petista Guido Mantega (Fazenda) de omissão.

 

Para Marina, o caso da violação de segredos que a Receita deveria guardar intima Mantega a romper o silêncio:

 

"Não se pode admitir que, numa situação como essa, o ministro da Fazenda fique em silêncio, numa verdadeira atitude de omissão...”

 

“...Sem dar uma palavra sobre um episódio com esse nível de gravidade. Nós estamos vivendo uma situação eleitoral”.

 

Nesta quinta (2), em rápida passagem pela boca do palco, Mantega moveu os lábios. Não se animou, porém, a proer explicações à platéia.

 

Limitou-se a informar: Não “estou cogitando” demitir o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo. E mais não disse.

 

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Escrito por Josias de Souza às 17h03

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Dilma: Tucanos "querem virar a mesa da democracia’

  Marcello Casal/ABr
Fora as flechadas do Índio e as ironias tôxicas do Plínio, vinha sendo uma campanha pacífica.

 

Apenas três mosqueteiros em cena: Dilma, Serra e Marina. Cada um por si e todos por Lula.

 

Súbito, o ‘Receitagate’ reacendeu em Serra uma fagulha oposicionista. Espetada, Dilma reage.

 

Nesta quinta (2), de passagem por Porto Alegre, disse que Serra e o PSDB estão “desesperados”.

 

Pesquisite, ela suspeita: "Estão desesperados porque, a cada dia que passa, eles perdem apoio popular”.

 

Dilma provoca: “Acho que eles estão querendo ganhar no tapetão".

 

Pior: "O que eles querem é virar a mesa da democracia". Noutras palavras: golpe.

 

Deve-se a mordacidade de Dilma à ação que Serra protocolara na véspera, no TSE.

 

Na peça, o tucanato pede a cassação do registro da candidaturea da antagonista.

 

A pupila de Lula disse que o PT levará à Justiça mais uma ação contra Serra. Será a quinta.

 

De resto, acionará na Procuradoria da República Sérgio Guerra, o presidente do PSDB.

 

Dilma falou em Porto Alegre. Fora à cidade para gravar peças de propaganda televisiva.

 

Depois, voou para o Paraná, onde fará um comício noturno.

 

Antes de embarcar, borrifou na atmosfera, já conspurcada, uma insinuação capciosa.

 

Deu a entender que a violação dos segredos fiscais de pessoas ligadas a Serra pode ser obra de tucanos.

 

Não citou um mísero nome. Nem precisava. Ela especula ao redor do calendário.

 

No final de 2009, época em que os dados foram xeretados, Serra media forças não com ela, mas com Aécio Neves.

 

Curioso, muito curioso, curiosíssimo. Dilma diz que, ao apontar o bico na direção dela, Serra produz acusações "levianas, sem provas”.

 

Ou Dilma leva as provas à mesa ou estará se servindo da mesma leviandade que enxerga no discurso de Serra.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h49

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Serra na campanha? Richa: ‘Não preciso de Bengala’

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Escrito por Josias de Souza às 14h29

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Serra insinua que Dilma é o ‘produto de uma fraude’

  Marcello Casal/ABr
A violação do sigilo fiscal da filha Verônica parece ter devolvido a José Serra o viço oposicionista que a marquetagem da campanha apagara.

 

Na noite passada, em encontro com prefeitos de 353 cidades de São Paulo, Serra levou ao microfone o mais duro discurso de sua campanha.

 

Soou como se desejasse relançar-se na disputa a 30 dias da eleição. Insinuou que falta “caráter” ao petismo e a Dilma Rousseff.

 

Ao fixar diferenças entre sua biografia e a da antagonista, disse: “Não somos produtos de uma fraude”.

 

Além de alvejar Dilma, Serra mirou no PT, no governo e –surpresa (!), espanto (!!)—até em Lula Lula.

 

Sem mencionar-lhe o nome, disse que o presidente converteu o Brasil “num porta-voz planetário de todo tipo de ditador, de facínora”.

 

Como que decidido a imprimir novo rumo à campanha, Serra animou-se até a elogiar –estupefação (!!!)— a gestão FHC.

 

Não chegou ao ponto de chamar o amigo pelo nome, mas não deixou dúvidas de que falava dele. Declarou, por exemplo:

 

O PT é “um partido que tenta destruir os que o antecederam no governo, enquanto governa sobre as bases construídas com muito esforço e suor por quem veio antes”.

 

Vão abaixo os principais trechos do pronunciamento de Serra:

 

- O caso da Receita: “As notícias estão aí, o segredo fiscal de pessoas que o governo identifica como adversárias foi quebrado por gente na Receita evidentemente a serviço de uma operação político-partidária”.

 

- O efeito Palocci: “Quando se viola o sigilo bancário de um caseiro, viola-se a Constituição. [...] Não perguntem jamais quem é Francenildo. Francenildo são vocês. Francenildo somos nós. [...] Exijo é que se respeitem os Francenildos e as Marias, os Josés e as Anas”.

 

- A omissão: “O mais impressionante é que ninguém do governo, do partido do governo, ou da campanha da candidata do governo deu-se ao trabalho de fingir que acha grave, de simular indignação, de vir a público para dar alguma satisfação à sociedade. Dão de ombros, emitem notas protocolares, ameaçam até processar as vítimas. Indignação? Nem pensar!”

 

- A tirania: “[...] Quando os tiranos, ou candidatos a tiranos, desejam subjugar uma sociedade aos seus propósitos, começam restringindo a liberdade. Minando a liberdade dos outros”.

 

- O controle da mídia: “Dia sim outro também, alguém deste governo fala em controlar a imprensa. O partido do governo sonha com o dia em que vai poder censurar a imprensa. A expressão, bonita, é ‘controle social’, como se a palavra ‘social’ pudesse legitimar o conteúdo horroroso. [...] Querem estabelecer comitês partidários para decidir o que os jornais e as revistas poderão ou não publicar, as rádios, tevês e a internet poderão ou não veicular”.

 

- A propaganda: “Você vê o horário eleitoral deles, você vê a propaganda do governo, paga com o dinheiro do povo, e parece que todos os problemas do Brasil foram resolvidos. Obras que não existem, que andam mais devagar que tartaruga, são divulgadas dia e noite como se já estivessem prontas”.

 

- A analogia nazista: “Eles seguem a receita repugnante, repudiada pela história, de que a mentira repetida mil vezes se transforma em verdade [Joseph Goebbels]. Só que eles não sabem que a receita está errada. O povo não é bobo”

 

- A falta dee caráter: “Claro que há avanços, pois este governo teve a felicidade de colher o que os outros plantaram. Talvez estejamos assistindo à mais escancarada exibição de falta de caráter de que se tem notícia na história. A ingratidão é um defeito de caráter, a ingratidão é a cicatriz que revela uma alma complicada”.

 

- O legado de FHC: “O que é o PT? Um partido que tenta destruir os que o antecederam no governo, enquanto governa sobre as bases construídas com muito esforço e suor por quem veio antes. Governa e estraga essas bases”.

 

- A crítica a Lula: “Vocês não imaginam a tristeza que eu sinto quando vejo o governo do meu país transformado num porta-voz planetário de todo tipo de ditador, de facínora, de genocida ou candidato a genocida. Transformaram o Brasil num avalista dos negadores de que tenha existido um Holocausto contra os judeus na Segunda Guerra Mundial [Mohmoud Ahmadinejad].

 

- As diferenças em relação a Dilma: “[...] Nós não nos escondemos, não somos bonecos de ventríloquo, não precisamos andar na garupa de ninguém. Nós, acima de tudo, não somos produto de uma fraude. Não tenho nada a esconder do meu passado; não preciso que reescrevam a minha vida excluindo passagens nada abonadoras; não preciso que tentem me vender, como se eu fosse um sabonete; não preciso de marqueteiro que mude a minha cara, o meu pensamento, a minha trajetória de vida. Ninguém precisa dizer à população quem sou eu. Inventar coisas que não fiz e esconder coisas que fiz. É a minha vida pública que diz quem sou. [...] Não fui inventado por ninguém!”

 

Depois de se reapresentar como oposicionista, Serra agradeceu aos presentes. E despediu-se recitando um pedaço do hino nacional. Começou no “Verás que um filho teu não foge à luta” e foi até a “pátria amada, Brasil”.

 

Resta agora saber se a conversão eleitoral será levada à propaganda de TV ou se o oposicionismo, por episódico, ficará restrito a eventos fortuitos.

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h37

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Dornelles destoa de Lula e cobra demissões no fisco

José Cruz/ABr

 

Presidente do PP, partido que integra o consórcio governista, o senador Francisco Dornelles (RJ) converteu-se numa voz dissonante.

 

Enquanto Lula dizia confiar “muito na seriedade da Receita” e Dilma Rousseff queixava-se das “calúnias” de José Serra, Dornelles declarou-se “indignado”.

 

“O que foi feito contra Verônica Serra pode ser feito com qualquer pessoa, agride a consciência nacional”, disse o senador, cuja legenda apoia Dilma.

 

Dornelles falou com a autoridade de quem foi secretário da Receita no governo militar de João Figueiredo e ministro da Fazenda na gestão de José Sarney.

 

Discordou do modo como o atual secretário do fisco, Otacílio Cartaxo, gere a encrenca da violação do sigilo fiscal de pessoas ligadas a Serra.

 

Defendeu providências drásticas: a “intervenção” na Superintendência da Receita em São Paulo e a “demissão” do superintendente e do delegado do fisco no Estado.

 

“Apelo à Secretaria da Receita que intervenha, demita o superintendente, o delegado, faça uma investigação profunda”.

 

A voz de Dornelles soou num aparte ao senador tucano Alvaro Dias (PR), que discursava no espaço reservado à liderança do PSDB.

 

Alvaro Dias discorria sobre a pantomima que resultara na violação das declarações de IR da filha de Serra.

 

Falava sobre a falsidade da requisição e sobre a desqualificação do pseudoprocurador de Verônica Serra. E anunciava que o PSDB iria ao TSE contra Dilma.

 

Dornelles absteve-se de entrar no pedaço político da querela. Mas qualificou a violação de sigilos fiscais como “um atentado contra o estado de direito”.

 

Para Dornelles, a Receita erra ao recorrer ao Ministério Público para investigar o caso. Acha que o órgão dispõe de meios para realizar uma apuração própria.

 

Cobrou uma “satisfação” do fisco ao país. Sob pena de comprometimento da credibilidade da Receita.

 

Em meio a uma profusão de ataques de oposicionistas, Dornelles foi o único governista a condenar os malfeitos.

 

O apoio do PP de Dornelles à candidatura de Dilma não é formal. A legenda não cedeu seu tempo de TV à candidata.

 

A despeito disso, o PP associou-se à pupila de Lula em cerimônia pública. E indicou representante para o comitê da candidata.

 

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Escrito por Josias de Souza às 04h40

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Marina: ‘Eu não teria dado a audiência a Ahmadinejad’

Divulgação

 

Em entrevista ao ‘Jornal da Globo’, a presidenciável Marina Silva (PV) disse que, no lugar de Lula, teria dispensado tratamento diferente a Mohmoud Ahmadinejad.

 

“Eu não daria a audiência que foi dada a Ahmadinejad, que causou um estranhamento nas democracias ocidentais e, inclusive, China também”, afirmou.

 

Para ela, o diálogo, embora “importante”, não pode servir de pretexto para realizar um “movimento político que acaba favorecendo um ditador”.

 

Lembrou que o neocompanheiro de Lula “não respeita os direitos humanos e as liberdades políticas”. E “tem como objetivo fazer a bomba atômica”.

 

Mais: Recordou que Ahmadinejad quer ver Israel “riscado do mapa”, além de “negar o holocausto”.

 

Arrematou: “Não tem condição de ficar dando audiência a esse tipo de político”.

 

Marina foi a terceira candidata à Presidência a ser ouvida na bancada do telejornal. Antes dela, haviam sido entrevistados José Serra e Dilma Rousseff.

 

Livre dos contenciosos que eletrificam os comitês dos dois contendores, Marina aproveitou melhor os seus 20 minutos.

 

Afirmou que seu interesse na campanha é o debate, não o embate. Quer discutir “a realidade do Brasil profundo”.

 

Desdenhou da “guerra entre o vermelho e o azul”, referência às cores do PT de Dilma e do PSDB de Serra.

 

Disse que, enquanto levanta questões essenciais, seus rivais travam uma espécie de gincana “pra ver quem é que tem um mundo mais fantasioso”.

 

Referiu-se à polarização que opõem petistas a tucanos como “uma novela que a gente vê nos programas de TV”.

 

Marina discorreu com desenvoltura sobre temas como educação, saúde e meio ambiente.

 

Foi beneficiada pela generosidade dos entrevistadores, que não lhe dirigiram uma mísera pergunta verdadeiramente incômoda.

 

Nada sobre a omissão em relação ao mensalão, tema que a deixara embatucada noutra entrevista à mesma emissora, a do ‘Jornal Nacional’.

 

Nem sinal da flacidez programática e das parcerias fisiológicas que o PV cultiva em vários Estados e municípios.

 

Servindo-se das omissões, Marina protagonizou o que talvez tenha sido sua melhor entrevista ao longo de toda a campanha.

 

Um exemplo: inquirida sobre a debilidade dos indicadores sociais do Acre, seu Estado, Marina não brigou com os dados. Porém...

 

Porém, cuidou de desviar a prosa para os dois Estados mais desenvolvidos da federação: São Paulo e Rio.

 

“Difícil é imaginar que o Estado mais rico, São Paulo, tenha uma situação como eu vi lá na favela da Mata Virgem...”

 

“...[...] Esgoto a céu aberto, mais de dez mil pessoas onde não tem um equipamento público...”

 

“...Por isso que eu estranhei que, no programa do governador Serra, ele tenha apresentado uma favela virtual. Porque tem uma favela real”.

 

“[...] E o Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, que é o segundo mais rico da federação, está em antepenúltimo lugar em educação...”

 

“...Um dos piores índices de educação. Então essa realidade é a realidade do Brasil profundo...”

 

“...É por isso que nós estamos insistindo em debater o Brasil, debater o que interessa e não ficar nessa guerra entre o vermelho e o azul”.

 

- Serviço: Aqui, a íntegra da entrevista.

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Escrito por Josias de Souza às 03h18

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AS manchetes desta quinta

 

- Globo: Fraudes em série levam à quebra do sigilo fiscal da filha de Serra

 

- Folha: Sigilo fiscal da filha de Serra foi violado com procuração falsa

 

- Estadão: Receita tentou abafar violação do sigilo fiscal da filha de Serra

 

- JB: Estado do Rio recicla apenas 3% do seu lixo

 

- Correio: Agnelo lidera corrida ao Buriti

 

- Valor: Importação do país cresce mais que a da China

 

- Jornal do Commercio: Assaltos com bombas

 

- Zero Hora: Documento falso é usado para quebrar sigilo da filha de Serra

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 02h23

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Com o bico de fora!

Paixão

- Via Gazeta do Povo. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 01h16

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Ministro do TSE mantém a candidatura de Roseana

  Folha
Nas pegadas de duas decisões que barraram as pretensões políticas de Joaquim Roriz e Jader Barbalho, o TSE livrou da lei da Ficha Limpa Roseana Sarney (PMDB).

 

Nos casos de Roriz e Jader, o julgamento ocorrera no plenário do tribunal. No processo de Roseana, a decisão foi monocrática, tomada por um único ministro.

 

Chama-se Hamilton Carvalhido. Rejeitou recurso do deputado estadual maranhense Aderson Lago, familiar do principal rival de Roseana, Jackson Lago (PDT).

 

Na petição, Aderson se insurgia contra decisão do TER-MA, que mantivera o registro da candidatura da filha de José Sarney ao governo do Maranhão.

 

Invocara três sentenças judiciais proferidas contra Roseana em duas ações populares e numa representação eleitoral.

 

Instatada a se manifestar, a vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau afastara a hipótese de enquadramento no caso das ações populares. Porém...

 

Porém, Sandra anotara em seu parecer que a condenação eleitoral justificava a cassação do registro da candidatura de Roseana.

 

O ministro Carvalhido discordou. A coisa se referia a uma infração cometida por Roseana na eleição de 2006.

 

Ela fizera campanha ilegal, antes do prazo oficial. Por conta disso, havia sido condenada, em dezembro de 2009, ao pagamento de multa.

 

Para o ministro do TSE, a pena não justifica a decretação da inelegebilidade de Roseana. Carvalhido concluiu:

 

“Deve, assim, ser mantido o deferimento do pedido de registro de candidatura de Roseana Sarney ao cargo de governadora”.

 

Guindada à cadeira de governadora no ano passado, depois que o TSE passara na lâmina o mandato de Jackson Lago, Roseana é, hoje, favorita à reeleição.

 

Jackson Lago, que tenta arrancar das urnas o retorno ao cargo, frequenta as pesquisas na segunda colocação. 

 

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Escrito por Josias de Souza às 23h26

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Serra pede ao TSE que casse a candidatura de Dilma

  Divulgação
A coligação que dá suporte ao presidenciável tucano de José Serra protocolou no TSE uma representação contra a rival petista Dilma Rousseff.

 

Na peça, o tucanato pede à Justiça Eleitoral uma providência extrema: a cassação do registro da candidatura de Dilma.

 

Solicita ao tribunal a abertura de uma investigação do caso da Receita. Acomoda sobre o papel o que Serra apenas verbalizava.

 

Acusa Dilma de utilizar em sua campanha a “ilegal prática de quebra de sigilo fiscal” de pessoas ligadas a Serra, incluindo sua filha, Verônica.

 

A petição do comitê de Serra foi à mesa do ministro Aldir Passarinho Jr. (foto), corregedor-geral eleitoral.

 

Além de Dilma, o tucanato acusa outros personagens. Entre eles Fernando Pimentel, candidato do PT a uma cadeira de senador por Minas.

 

Na lista também o jornalista Luiz Lanzetta, cuja empresa (Lanza Comunicação) prestava serviços ao comitê petista no início da campanha.

 

Na ação, o PSDB atribui a Pimentel e a Lanzetta a elaboração de dossiês anti-Serra. Algo que envolveria a coleta ilegal de dados fiscais.

 

Acusa-se também o repórter Amaury Ribeiro Jr., amigo de Lanzeta. O texto reproduz uma declaração supostamente feita por Amaury.

 

Ele teria dito, segundo o PSDB, que já disporia de “dois tiros fatais contra Serra”. Um deles, anota a representação, envolveria a filha do candidato tucano.

 

A mesma Verônica que agora frequenta as manchetes como personagem de um acesso ilegal a duas declarações de Imposto de Renda: 2008 e 2009.

 

O tucanato denuncia também dois servidores graduados da Receita: o secretário Otacílio Cataxo e o corregedor-geral Antonio Carlos Costa D’avila.

 

Acusa-os de criar obstáculos à investigação da Polícia Federal. Como?

 

Tentam “desvincular a quebra do sigilo fiscal de quatro pessoas ligadas ao PSDB do contexto político”.

 

O comitê de Serra sustenta a tese de que a candidatura de Dilma é beneficiária direta da ação “criminosa” que levou à quebra dos sigilos fiscais.

 

Daí o pedido de cassação do registro da candidatura da pupila de Lula. Também nesta quarta, Dilma acusara Serra de difamá-la sem apresentar provas.

 

Em entrevista, a presidenciável petista informou que sua coligação abriu duas novas ações judiciais contra Serra.

 

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Escrito por Josias de Souza às 22h46

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TSE cassa registro de candidatura de Jader Barbalho

  Sérgio Lima/ABr
Por maioria dee votos –5 a 2—, o TSE cassou o registro da candidatura de Jader Barbalho (PMDB-PA) ao Senado. Enquadrou-o na lei da Ficha Limpa.

 

A razão é a mesma que levara o TSE a indeferir, na noite da véspera, recurso de Joaquim Roriz (PSC), candidato ao governo do DF.

 

A exemplo de Roriz, Jader também renunciou ao mandato de senador para fugir, em 2001, de um processo de cassação por falta de decoro parlamentar.

 

Para casos do gênero, a nova lei prevê que os fujões devem ser considerados inelegíveis pelo prazo de oito anos.

 

A prazo de jejum de votos é contado a partir da data em que o mandato expiraria. No caso de Jader, o mandato iria até 2003.

 

Contra a decisão do TSE, Jader ainda pode recorrer ao STF.

 

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Escrito por Josias de Souza às 21h09

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Dilma rebate Serra e defende a investigação rápida

 

Em entrevista ao SBT, Dilma Rousseff acusou José Serra de caluniá-la ao imputar a ela responsabilidade sobre a quebra de sigilos da Receita.

 

“Quero, mais uma vez, de forma enfática, repudidar essa prática sistemática de levantar acusações e não fazer uma única prova...”

 

“...Usar a calúnia ou a leviandade para [obter] qualquer vantagem eleitoral eu não considero prova de respeito em relação ao outro”.

 

Perguntou-se a Dilma se não acha que a elucidação dos malfeitos, agora adensados pela violação de dados fiscais da filha de seu rival, deveria ocorrer antes da eleição.

 

E ela: “A maior interessada nessa apuração sou eu. [...] Acho que tem de ser apurado de forma drástica, antes da eleição...”

 

“...Para mim, importa que seja antes da eleição. Sou a maior interessada, porque estou sendo acusada sistematicamente de forma leviana”.

 

Dilma informou que, nesta quarta (1º), os advogados de sua coligação ingressaram com duas novas ações judiciais contra Serra. Não deu detalhes.

 

Referindo-se espeficiamente ao caso que envolve Verônica Serra, a filha de seu antagonista, Dilma disse:

 

“Vamos aos fatos. Há um procurador, vai à Receita e, com o reconhecimento de firma num documento, que a receita não tem como, naquele momento saber se é falso ou não, pede as declarações. E elas são entregues...”

 

“...Pode ser fraudulento esse papel. A partir daí é que a Receita e a Polícia Fedeeral tem de invesigar profundamente, punindo, se for o caso”.

 

Em seguida, Dilma mirou em Serra: “Eu não etendo as razões, alias até algumas eu entendo, que levam o candidato da oposição, a fazer contra a minha campanha acusação tão leviana. Não tem provas nem fundamentos...”

 

“...Isso aconteceu em setembro de 2009. Minha campanha não existia. Aliás, eu nem pré-candidata era”.

 

Insinuou que Serra tenta retirar proveito eleitoral do episódio: “Acho interessante. E julgo importante que, nessa eleição, a gente tenha cuidado com leviandades e calúnias”.

 

 

Não acha que Serra tem razões para ficar indignado? “Ele pode ficar indignado com o fato, até entendo. Agora, a partir daí chegar à conclusão de que a responsabilidade é da minha campanha ou da minha pessoa, ele tem que provar...”

 

Lembrou que, além dos sigilos de pessoas ligadas a Serra, foram violados, segundo já foi noticiado, os dados fiscais de 140 pessoas.

 

“A maioria não tem ligação com a política”, disse Dilma. Ela acrescentou:

 

“Se tem algum nível de mercantilização, como disse o secretário da Receita, balcão de compra e venda, acho que tem de ser apurado de forma drástica”.

 

Noutro trecho da entrevista, perguntou-se à candidata petista se ela contempla a hipótese de aproveitar na equipe de seu eventual governo petistas envolvidos no mensalão.

 

Pela primeira vez, Dilma soou peremptória sobre a matéria. Disse que, antes de serem julgados e absolvidos pelo STF, os mensaleiros não tem chance numa eventual gestão comandada por ela.

   

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Escrito por Josias de Souza às 20h11

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Lula: ‘Confio, confio muito na seriedade da Receita!’

Fábio Pozzebom/ABr

 

Instado a comentar o caso da violação de sigilos do fisco, agora adensado pela presença de Verônica Serra no balaio, Lula reagiu com singeleza.

 

Disse uma platitude: Para saber o que houve, é preciso aguardar pelo término das investigações.

 

Pronunciou uma frase que açula a suspeita de que, em privado, troca idéias com a Velhinha de Taubaté:

 

"A Receita é uma instituição de muita credibilidade. Não vamos dizer que a Receita perdeu credibilidade antes de a gente saber o que aconteceu...”

 

“...É importante a gente não precipitar a desconsideração a uma instituição que tem se pautado pela seriedade, pelo sigilo, como se fosse um guardião de todos nós".

 

Insinuou que, sob a “siriedade da Receita”, tudo pode ocorrer. Parece não excluir nem mesmo a hipótese de que as vítimas sejam os criminosos:

 

“Vamos saber o que está acontecendo, porque não falta gente para tentar causar problema em época eleitoral”.

 

Não mencionou, mas decerto se recorda do caso da tentativa de compra de dossiê por “aloprados” petistas.

 

Coisa de 2006, quando o candiato era ele próprio. Aliás, quem chamou os malfeitores de “aloprados” foi Lula.

 

Prosseguiu: "Nós precisamos saber que não é a primeira vez que aparece essa coisa de dossiê em campanha brasileira. E não é a primeira vez que é desmentida”.

 

Lula não parece lá muito preocupado: “Vamos aguardar com muita paciência”.

 

Embora seja o superior hirárquico da Receita e da Polícia Federal, o presidente tomou distância da encrenca: “Eu não tenho poder de investigação".

 

Então, tá!

 

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Escrito por Josias de Souza às 19h58

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IR da filha de Serra foi violado com 'requisição' falsa

 

O documento acima foi apresentado pela Receita Federal como prova de que Verônica Serra solicitara cópias de suas declarações de Imposto de Renda de 2008 e 2009.

 

A assinatura atribuída à filha de José Serra é falsa. A autenticação de cartório é forjada. Coisa grosseira. Ou seja, o documento não prova senão uma fraude.

 

Rendido às evidências, o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, veio à boca do palco para informar que remeteu o papelório ao Ministério Público.

 

“Diante desses fatos, aconteceu a falsificação de documento público federal", disse  Cartaxo. Para ele, caberá à Polícia Federal realizar uma perícia grafotécnica.

 

Durou menos de 24 horas a pantomima que o fisco armara na noite de terça (31), para dar ares de normalidade ao que já tinha cara de crime.

 

Até a noite passada, dizia-se que não ocorrera violação dos dados fiscais de Verônica Serra. Serra protestara. Mas, além do documento falso, a Receita invocava um nome.

 

Informava que um “procurador” da filha do presidenciável tucano comparecera à agência do fisco em Santo André (SP), para retirar as declarações de IR.

 

Chama-se Antonio Caros Atella Ferreira o suposto “procurador”. É dono de uma biografia típica de estelionatário.

 

Contador, Antonio Carlos teve quatro CPFs cancelados pela própria Receita. Retirara os documentos em pontos distantes do mapa brasileiro.

 

Um em São Sebastião (SP), outro em Santo André (SP), um terceiro em Cornélio Procópio (PR) e um quarto em Porto Velho (RO).

 

Hoje, Antonio Carlos, 62 anos, manuseia um CPF emitido pelo escritório da Receita em Mauá (SP), o mesmo onde foram violados os sigilos de quatro tucanos.

 

Antonio Carlos já acomodou o jamegão em 27 cheques sem fundo. Arrosta dois protestos em cartório.

 

Há mais: o contador que a Receita apresentara como procurador da filha de Serra já foi condenado, nos anos 70, por lesões corporais leves (duas vezes).

 

Carrega na biografia, de resto, uma condenação por apropriação indébita e outra por sedução de menor –um crime que, hoje, é tipificado como estupro.

 

Ouvido, Antonio Carlos confirmou que compareceu à agência da Receita em Santo André. Reconheceu que retirou as declarações de rendimentos de Verônica.

 

Alega que o pedido lhe foi encaminhado por um advogado. O nome? Não se lembra. As razões? Alega desconhecer.

 

"Eu não sabia que era a filha do Serra”, afirmou Antonio Carlos. “Eu nem sabia que o Serra tinha filha...”

 

“...Eu sempre votei no Serra, sou eleitor dele. Eu quero encontrá-lo pessoalmente e lhe dar uma rosa".

 

Tomado por suas declarações, Antonio Carlos é um fanfarrão. Ouça-se algumas de suas declarações:

 

1. “Vou tirar proveito. Lembra-se do caso do 'veado' costureiro que roubou o cemitério e saiu para deputado federal? Acho que não sou dessa qualidade, mas posso”.

 

2. “Conheço todo mundo, inclusive o [Guido] Mantega, que tem sítio vizinho do meu em São Roque”.

 

3. “Conheço no Brasil inteiro. Trabalho na área, pela força de trabalho seria difícil dizer que não conheço nenhuma pessoa que está na mídia, que é notável no momento. Agora é o meu momento de glória, igual foi com a menina da Uniban”.

 

A despeito de tudo, o leão Otacílio Cartaxo isenta de responsabilidade a servidora que entregou ao espertalhão os dados sigilosos de Verônica Serra.

 

Chama-se Lúcia de Fátima Milan. Segundo Cartaxo, documentos "sem sinais de fraude ou adulteração" devem ser acatados pelos servidores.

 

Uma recusa de Lúcia Milan poderia render-lhe, segundo Cartaxo, uma infração pelo Estatuto do Servidor.

 

Em resumo: para a Receita, uma requisição feita em cidade estranha ao domicílio fiscal da suposta interessada não merece a cautela de uma checagem.

 

Mesmo quando a pseudoautora do pedido ostenta sobrenome notório, coincidente com o do então governador do Estado. Um espanto!

 

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Escrito por Josias de Souza às 18h54

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Aécio rejeita tese do duelo de popularidade com Lula

  Folha
Raposa de felpos densos, Ulysses Guimarães ensinou:

 

“Em política, você não pode estar tão próximo que amanhã não possa estar distante, nem tão distante que amanhã não possa se aproximar”.

 

Tome-se o exemplo de Lula e Aécio Neves. Momentaneamente distantes na eleição de 2010, observam 2011 com olhos de proximidade.

 

Na noite desta terça (31), conforme noticiado aqui, Lula rejeitara a idéia de travar, em Minas, uma guerra de popularidade com Aécio Neves.

 

Nesta quarta (1º), Aécio esta quarta (1º), Aécio ecoou Lula: "A nossa amizade ultrapassou eleições...”

 

“...Eu e o presidente Lula temos uma visão política muito parecida. Os nossos adversários não são inimigos apenas por estarem no outro campo...”

 

“...Por mais que alguns dos aliados do presidente queiram transformar isso em uma disputa pessoal".

 

Na véspera, Patrus Ananias (PT), candidato a vice-governador na chapa de Hélio Costa (PMDB), atribuíra à disputa mineira ares nacionais.

 

Dissera que as urnas mineiras revelariam "quem tem liderança maior e mais vigorosa", se Aécio ou Lula.

 

E Aécio: "Acho essa declaração patética, só mostra a fragilidade do lado adversário...”

 

“...Triste uma candidatura que precisa se esconder atrás de outras lideranças para buscar vencer as eleições".

 

Diz o borcardo: quando um não quer, dois não brigam. E quando dois não querem? Bem, aí está-se mais próximo de um caso de amor do que de uma refrega.

 

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Escrito por Josias de Souza às 15h58

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EUA saem de fininho de um Iraque ainda conturbado

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Escrito por Josias de Souza às 13h01

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Elio Gaspari: ‘Quando a oposição perde, apita: PRIiii!’

 

Há várias maneiras de perder uma eleição. Na melhor, mantém-se a altivez e eleva-se a estatura. Na pior, manda-se rebaixar o teto.

 

Enquanto aguarda pelo ajuste do seu pé-direito, a oposição, agachada diante da supremacia de Lula, leva os lábios ao apito.

 

Em artigo levado Às páginas desta quarta (1º), o repórter Elio Gaspari discorre sobre a a má qualidade do sibilo. Vai abaixo o texto:

 

 

“Quando a oposição brasileira é devastada pelo resultado eleitoral, alguém apita: ‘PRIiii!’. É um grito de advertência contra o perigo da instalação de um regime de partido único (de fato) no Brasil.

 

Algo parecido com a coligação de políticos, burocratas, sindicalistas e cleptocratas que governou o México de 1926 a 2000, boa parte do tempo sob a sigla do Partido da Revolução Institucionalizada.

O apito de PRI costumava soar depois da eleição. Agora ele veio antes, com um inoportuno componente de derrotismo. Ele soou em 1970, quando a popularidade do general Médici e os camburões da polícia esmagaram o MDB.

 

A oposição ficou com 87 das 310 cadeiras da Câmara, perdendo até o terço necessário para requerer uma CPI. O governo elegeu 42 senadores, perdendo apenas no Rio de Janeiro e na antiga Guanabara. Era o PRI.

 

Quatro anos depois, o MDB elegeu os senadores em 16 dos 22 Estados. Não se falou mais em PRI.

Em 1986, cavalgando o Plano Cruzado, o PMDB de José Sarney elegeu 22 governadores, 36 senadores e a maioria dos deputados. Novamente: PRI!

 

Três anos depois Fernando Collor de Mello elegeu-se presidente da República e, desde então, o apito calou-se, para voltar a ser ouvido agora.

Falar em PRI no Brasil quando o PSDB caminha para completar vinte anos consecutivos de poder em São Paulo é, no mínimo, uma trapaça. Sabendo-se que o PT conformou-se com uma posição subsidiária nas eleições para governadores, o espantalho torna-se risível.

É nessa hora que se deve olhar para o espantalho. Ele não é o que quer o tucanato abichornado, mas o paralelo histórico tem algo a informar.

 

O PRI surgiu depois de uma revolução durante a qual mataram-se três presidentes e desterraram-se outros dois. Seu criador não foi Emiliano Zapata, muitos menos Pancho Villa (ambos passados nas armas), mas um general amigo dos sindicatos e dos movimentos sociais.

 

Chamava-se Plutarco Elias Calles, assumiu em 1924, saiu em 28 e governou até 1935 por meio de prepostos, fazendo-se chamar de “Jefe Máximo”. Esse período da história mexicana é conhecido como ‘Maximato’.

 

A boa notícia para quem flerta com um Lulato é que Calles parece-se com Nosso Guia na política voltada para o andar de baixo e até mesmo fisionomicamente, sem barba.

A má notícia vai para a turma do mensalão. Um dia ‘El Jefe Máximo’ teve uma ideia e decidiu entregar o poder ao companheiro de armas Lázaro Cárdenas.

 

Encurtando a história, Cárdenas dobrou à esquerda, exilou meia dúzia de larápios do ‘Maximato’, inclusive um ex-presidente, e, em 1936, despachou o próprio Calles, que ralou cinco anos de exílio.

O que está aí para todo mundo ver é o Lulato, com Nosso Guia pedindo votos para sua candidata, e uma grande parte do eleitorado, consciente e satisfeita, dizendo que atenderá com muito gosto ao seu pedido.

 

Um país com a sofisticação econômica do Brasil, com a qualidade da sua burocracia e com o vigor de suas instituições democráticas não cai nas mãos de um PRI qualquer. Apitando-se, faz-se barulho, e só.

 

O problema da oposição brasileira, com sua vertente demófoba, chama-se Lula, ‘El Jefe Máximo’, que o embaixador Celso Amorim chamou de Nosso Guia e Dilma Rousseff qualificou como o ‘grande mestre, ele nos ensinou o caminho’.

O perigo mexicano virá quando Nosso Guia achar que se tornou ‘El Jefe Máximo’ do seu imperial Lulato".

 

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Escrito por Josias de Souza às 06h13

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Serra acusa Dilma de repetir contra ele o caso Lurian

‘Usar filho em eleição só o Collor tinha feito contra o Lula’

‘A turma da Dilma faz a  mesma coisa, com a minha  filha’

 

 

José Serra comparou Dilma Rousseff a Fernando Collor. Acusou-a de usar contra ele  “o mesmo jogo sujo” que Collor utilizara contra Lula na sucessão de 1989.

 

Naquele ano, Collor levara à sua propaganda de TV depoimento de Miriam Cordeiro. Ex-namorada de Lula, ela o acusara de ter sugerido que fizesse um aborto.

 

A passagem desceu à crônica das campanhas como “Caso Lurian”, nome da filha que resultara do relacionamento de Lula com Miriam.

 

Serra ressucitou o episódio numa entrevista concedida na noite passada ao ‘Jornal da Globo’.

 

“O Collor utilizou uma filha do Lula, [...] para ganhar em 89. E o Collor ganhou. Agora, a turma da Dilma está fazendo a mesma coisa, pegando minha filha”.

 

Serra estava abespinhado com uma notícia que ganhara a web: os dados ficais de Veronica Serra, sua filha, também foram varejados na Receita Federal.

 

A exemplo do que ocorrera com outros quatro personagens ligados a ele e ao PSDB, o Imposto de Renda da filha fora acessado na posto do fisco em Mauá (SP).

 

“A Dilma está repetindo aquilo que o Collor fez. Agora, o Collor está do lado dela. Quem sabe, talvez, ele tenha transferido a tecnologia”.

 

As informações fiscais de Veronica Serra foram acessadas, em setemro de 2009, pela analista tributária Lúcia Fátima Milan.

 

Alertado para o fato de que a Receita apressara-se em informar que o acesso foi feito mediante pedido formal de sua própria filha, Serra reagiu assim:

 

“É mentira, mentira descarada. Esse pessoal mente, eles são profissionais da mentira. Mentem e dizem qualquer coisa. Tem que provar isso”.

 

Serra engatou o caso de sua filha numa pergunta que versava sobre outro tema: o mensalão do DEM de Brasília.

 

“Já que você tocou no assunto criminoso, deixa eu tocar noutro assunto”, disse. E pôs-se a discorrer sobre os malfeitos do fisco.

 

Esgotado o tema, Serra foi reinquirido: E sobre o mensalão do DEM?. Fugiu novamente.

 

“[...] Criminosos são esses que estão usando a campanha, estão usando questões, atacando família, para efeito de colher dividendos eleitorais. Inútil, inútil...”

 

Insistiu-se: E o mensalão do DEM, a pergunta que eu fiz para o senhor? Só então, na terceira tentativa, Serra encarou o assunto incômodo.

 

Começou mal: “Olha, o mensalão do DEM teve menos volume [...] do que o mensalão do PT, menos gente”.

 

Soou como se considerasse que a gravidade de um crime pudesse ser medida pela quantidade de gente que o pratica.

 

Prosseguiu: “Teve uma diferença: o pessoal do mensalão foi expulso. [...] Foram todos mandados embora do DEM...”

 

“...No caso do PT, continuam mandando, como o José Dirceu. É um dos comandantes da campanha da Dilma, cogitado inclusive para fazer parte do governo dela...”

 

Nesse ponto, foi poupado pelos entrevistadores, que se abstiveram de recordar o mensalão do PSDB de Minas. Teria dificuldades para explicar-se.

 

Acusado pelo Ministério Público, Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas e ex-presidente do PSDB, é, hoje, réu no Supremo. Tão réu quanto José Dirceu.

 

E não há vestígio de providência que tenha sido adotada pelo tucanato para excluir Azeredo de seus quadros.

 

Antes, no início da entrevista, Serra havia sido questionado sobre tema mais atual: a hesitação dos opositores de Lula e dele próprio de exercitar a oposição.

 

O senhor chegou a colocar [na propaganda eleitoral] uma foto sua ao lado do presidente Lula. Qual é, afinal, a bandeira da oposição?

 

E Serra: “Não, não teve nada a ver com coisa de ser oposição. O que dizia lá [no comercial] é que o Lula tinha uma história como eu, como outros...”

 

“...E que a Dilma não tinha essa história, era uma pessoa desconhecida. Não tinha disputado eleição...”

 

“...[...] Não era experimentada na política como é o Lula, como sou eu. Foi só isso, isso está longe de ser qualquer espécie de agrado, é apenas uma constatação”.

 

Constatação tola, diga-se. Ora, se era para realçar a experiência, Serra poderia ter levado ao vídeo um personagem que lhe é mais familiar: FHC.

 

Como Lula, FHC exerceu dois mandatos presidenciais e passou pelo Congresso. Traz na biografia “experiências” que Lula não teve: foi chanceler e ministro da Fazenda.

 

Ao optar por associar sua imagem à de Lula, preterindo FHC, Serra tentou dividir a “garupa” de Lula com Dilma. O resto é desconversa. Lorota de pseudo-oposicionista.

 

- Serviço: Aqui, a íntegra da entrevista de Serra.

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Escrito por Josias de Souza às 03h27

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As manchetes desta quarta

 

- Globo: Lula deixa para o sucessor orçamento com mais gastos

 

- Folha: Dado da filha de Serra foi acessado na Receita

 

- Estadão: Governo usa 'truques' para garantir meta de contas públicas

 

- Correio: TSE também nega registro a Roriz

 

- Valor: Vendas ao McDonald's abrem mercados da Ásia à Marfrig

 

- Estado de Minas: Mineiros ameaçados pelos coiotes devem ter proteção federal

 

- Jornal do Commercio: Clonagem de cartões bancava vida de luxo

 

- Zero Hora: Candidatos a vice são escalados para elevar o tom da campanha

 

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.

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Escrito por Josias de Souza às 01h07

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A Receita mora ao lado!

Humberto

- Via Jornal do Commercio. Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 00h20

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TSE mantém decisão que barra candidatura de Roriz

  Fábio Pozzebom/ABr
Por maioria acachapante de votos –6 a 1—, o TSE manteve a decisão do TRE-DF que enquadrara Joaquim Roriz (PSC) na lei da Ficha Limpa.

 

Com essa decisão, o tribunal negou a Roriz o registro de sua candidatura ao governo do Distrito Federal.

 

Antes mesmo da decisão, Roriz anunciara que recorreria ao STF.

 

A formalização do recurso dará a ele o direito de se manter na campanha até o julgamento final.

 

Roriz foi considerado um “ficha suja” por ter renunciado ao Senado no ano de 2007. Seu mandato só expiraria em janeiro de 2015.

 

Ele batera em retirada para fugir de um processo de cassação que o PSOL abrira contra ele, acusado à época de corrupção.

 

A recém-nascida lei da Ficha Limpa prevê num de seus artigos que a renúncia, quando praticada para evitar a cassação, torna o fujão inelegível.

 

Guiando-se pela nova lei, o Ministério Público requerera ao TRE o indeferimento da candidatura de Roriz, que tenta voltar ao governo do DF pela quinta vez.

 

Derrotado, Roriz recorrera contra a decisão ao próprio TRE. Desatendido, foi ao TSE. Daí o julgamento realizado na noite desta terça (31).

 

Coube ao ministro Arnaldo Versiani relatar o processo. Refutou todos os argumentos esgrimidos pelos advogados de Roriz.

 

A defesa alegara que a lei da ficha limpa não poderia ser aplicada na eleição de 2010. Invocara-se o princípio da anualidade.

 

Em seu voto, Versiani anotou que o TSE já havia decidido, em julgamento anterior, que a nova lei vale, sim, para o pleito desse ano.

 

Os advogados havam solicitado que fosse respeitado no caso de Roriz o princípio constitucional da presunção de inocência.

 

Versiani afastou a tese sob o argumento de que inelebilidade não constitui pena. Portanto, não cabe, a seu juízo, invocar a presunção de inocência.

 

Os defensores de Roriz tinham levado à petição um segundo princípio inscrito na Constiotuição: o da irretroabilidade da lei.

 

Por esse conceito, nenhuma lei pode retroagir no tempo senão para beneficiar o acusado.

 

Versiani refutou também esse ponto da defesa. Argumentou que a lei da Ficha Limpa foi aprovada antes do início formal da campanha de 2010.

 

Ao requerer o registro de sua candidatura, anotou o ministro, Roriz já se encontrava sob os efeitos da nova lei.

 

A posição de Versiani foi seguida por outros cinco ministros: Henrique Neves, Cármen Lúcia, Aldir Passarinho, Hamilton Carvalhido e Ricardo Lewandowski.

 

Só Marco Auréio Mello divergiu. Para ele, a nova lei, embora tenha entrado em vigor da data da sanção, só se aplica às próximas eleições.

 

Marco Aurélio também endossou o entendimento da defesa de que a lei não poderia retroagir. Portanto, a renúncia de Roriz, de 2007, não seria alcançada.

 

Com o bloqueio imposto a Roriz, o TSE abriu um precedente que deve levar à impugnação de outras candidaturas.

 

Entre elas as de Jader Barbalho (PMDB) e Paulo Rocha (PT), respectivamente candidatos ao Senado e à Câmara pelo Estado do Pará.

 

A exemplo de Roriz, Jader e Rocha também renunciaram aos seus mandatos para fugir de processos de cassação.

 

No mais, cabe notar que o anunciado recurso de Roriz ao STF chega ao tribunal com pelo menos dois votos contrários.

 

Carmén Lúcia e Ricardo Lewandowski, que votaram no TSE, são também ministros do Supremo. Além deles, Marco Aurélio.

 

- Serviço: Aqui, a íntegra do voto do ministro Arnaldo Versiani.

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Escrito por Josias de Souza às 23h29

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Josias de Souza Josias de Souza, 46, é colunista da Folha da S.Paulo.

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