GOMES FERREIRA, LUÍS PEDRO SOUSA e PAULO CALADO, enviados especiais
Leipzig -- O Benfica entrou com o pé direito na pré-temporada com uma vitória de 5-1 frente aos amadores do FC Sachsen Leipzig, recém-promovido à III Divisão alemã. Para primeiro teste, os encarnados portaram-se bem. O resultado foi melhor que a exibição, mas ficou a ideia de que a equipa da Luz, ainda em fase de aprendizagem, está a assimilar bem as ideias de Jupp Heynckes. Uma goleada sem goleador, pois os cinco golos foram repartidos por cinco jogadores: Nuno Gomes, João Pinto, Paulo Madeira, Chano e Cadete.
Para que a exibição do Benfica não resultasse em algo de encher o olho aos emigrantes, como estes desejariam, muito contou o calor massacrante que se fez ontem sentir durante a hora do jogo. Os jogadores encarnados ressentiram-se e o seu futebol foi espelho disso mesmo: lento, pausado, com poucos rasgos. Mas, claro, já se estava à espera disso, a técnica superior dos encarnados chegou e sobrou para os atrevidos mas ingénuos alemães.
Apesar dos condicionalismos atrás citados, houve alguns aspectos positivos a retirar da exibição de ontem do Benfica: a equipa preocupou-se em assimilar as ideias de Heynckes, fazendo circular a bola, procurando as tabelas e, sobretudo, jogou pelos flancos, com resultados positivos: quatro dos cinco golos nasceram de jogadas ao flanco seguidas de cruzamento com régua e esquadro. Os encarnados vão jogar assim durante a época, para que Rushfeldt encaixe como uma luva neste sistema.
O PRIMEIRO «ONZE»
A inclusão de Sérgio Nunes no lugar de Ronaldo (o brasileiro ficou em Leogang com febre) foi a única novidade no primeiro "onze" do Benfica esta época. De resto, tudo o que já se esperava: Enke na baliza, Okunowo (direita) e Rojas (esquerda) nas laterais, Paulo Madeira e Sérgio Nunes a centrais. Depois, no meio-campo, Chano e Calado no centro, Poborsky (direita) e Luís Carlos (esquerda) nos flancos; no ataque, a dupla João Pinto-Nuno Gomes.
Em termos práticos, o Benfica jogava em 4x4x2, com Calado a ter mais funções defensivas que Chano, o primeiro pensador do jogo encarnado.
Poborsky e Luís Carlos jogavam bem encostados aos flancos, enquanto João Pinto deambulava pelo terreno, ora descendo ao meio-campo para buscar jogo, ora descaindo ligeiramente para a esquerda. Embora jogando lento, o Benfica teve meia hora inicial em que fez algumas coisas interessantes, construindo a vitória. Em 19 minutos, os encarnados marcaram quatro golos, em seis remates à baliza do Sachsen Leipzig.
Para a segunda parte, Jupp Heynckes não mexeu na equipa. O calor ainda se fazia sentir mais e a exibição dos encarnados desceu de qualidade. Mesmo assim, aos 57 minutos, Nuno Gomes poderia ter aumentado a vantagem, mas desperdiçou uma grande penalidade, atirando denunciado para a defesa de Twardzik.
Aos 70 minutos, Heynckes fez alterações na equipa. De uma assentada entraram Andrade, Bruno Basto, Kandaurov e Cadete para os lugares de Okunowo, Rojas, Kandaurov e Cadete. O Benfica passava a contar com dois novos laterais, ao mesmo tempo que refrescava o meio-campo e o ataque.
Como consequência disso, aos 76 minutos, os encarnados acabariam por chegar ao 5-1, numa bonita jogada de envolvimento a culminar numa tabela entre Cadete e Luís Carlos, com este a ir à linha do lado esquerdo, cruzar para a entrada de cabeça do mesmo Cadete. O FC Sachsen, aos 77 m, por intermédio do seu melhor jogador, o número 8 Lucic, viu uma bola embater na barra de Enke. Mas seria o Benfica a ter nos pés de Cadete, após cruzamento de Andrade, a última oportunidade de golo do jogo. O avançado benfiquista ainda rematou mas Twardzik opôs-se bem. O jogo terminava em festa para os emigrantes portugueses e também para os adeptos alemães, que, apesar da derrota da sua equipa, não se sentiram humilhados pelo Benfica.
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