Gomes Ferreira, Luís Pedro Sousa e Paulo Calado, enviados especiais
Aalen -- O Benfica venceu sábado o VFR Aalen por 4-1, continuando invencível nos jogos de preparação, mas realizou até agora a exibição mais discreta do estágio. O treinador Jupp Heynckes utilizou duas equipas distintas em cada parte. Cada uma delas marcou dois golos, mas a produção da equipa encarnada, frente a um adversário que este ano subiu à III Divisão alemã, soube a pouco para as centenas de emigrantes que marcaram presença no Waldstadium.
Acabaram por ser algumas actuações individuais a encantar a plateia portuguesa: na primeira parte, Poborsky e João Pinto chegaram a entusiasmar os emigrantes com jogadas de fino recorte técnico. Poborsky primou pelas suas fortes acelerações à linha, e foi decisivo: fez a assistência para o primeiro golo e esteve na origem da grande penalidade que resultou no primeiro tento dos encarnados, marcado, à segunda tentativa, por Paulo Madeira. O capitão dos encarnados, teve momentos de classe, recuando ao meio-campo para pegar no jogo e procurar as tabelas. Numa dessas movimentações, tão do agrado de Heynckes, abriu o activo.
No segundo tempo, com uma equipa totalmente diferente, o Benfica teve em Cadete e Maniche as suas grandes figuras. O avançado do Benfica facturou mais um golo, e já vai com cinco tentos apontados nos jogos de pré-temporada. O jovem médio dos encarnados voltou a mostrar ter talento e está a ser um caso sério de evolução neste estágio. Ontem estreou-se a marcar, num belo remate de longe, e recebeu palavras muito elogiosas do treinador.
Maniche fez diagonais perfeitas, fez movimentar toda a equipa, e vê-se que já está muito bem fisicamente.
O “ONZE” TITULAR
O “onze” que iniciou a partida, o mais perto da formação titular que o treinador alemão tem em mente, era todo ele idêntico ao da primeira partida, com excepção da entrada de Ronaldo, então doente, para o lugar de Sérgio Nunes. Assim, na baliza, o argentino Bossio. À frente dele, um quarteto defensivo formado por Okunowo, Paulo Madeira, Ronaldo e Rojas. No meio-campo, Calado e Chano no centro, Poborsky e Luís Carlos nas alas. Na frente, João Vieira Pinto jogava nas costas de Nuno Gomes.
O Benfica entrou menos bem no jogo. A jogar de forma lenta, os encarnados não conseguiam criar lances de perigo para a baliza alemã. Foi preciso a classe de Poborsky e João Pinto, para numa jogada de entendimento entre os dois, a equipa da Luz chegar ao golo. Mesmo assim, os inúmeros portugueses não estavam satisfeitos, e das bancadas ouvia-se de vez em quando: "queremos mais."
O Benfica não esteve em vantagem durante muito tempo. Quatro minutos depois, uma desatenção de Bossio resultou no golo do empate. Foi então a vez de João Pinto e Poborsky, à vez, tentarem levar o perigo à baliza alemã. Numa dessas jogadas, o checo foi carregado em falta na grande área.
Paulo Madeira chamado a marcar só o fez à segunda tentativa depois de primeiro ter atirado a bola à barra. Mesmo no cair do pano uma triangulação Nuno Gomes-Chano-Poborsky por pouco que resultava em golo.
MUDANÇA
Para a segunda parte, Jupp Heynckes fez entrar uma equipa totalmente diferente, com a particularidade de Andrade jogar a lateral-direito, uma posição em que parece estar a ser testado face à partida para a Nigéria de Okunowo. Com esta “nuance”, o marroquino El Khalej passou para o centro do terreno, formando dupla com Marco Freitas.
Cheios de vontade de mostrar serviço, os jogadores que teoricamente estão na segunda grelha de partida para a titularidade deram outro ritmo ao jogo do Benfica. Jogaram melhor que os “titulares” e nas bancadas houve um pouco mais de emoção. Logo aos 50 minutos, numa excelente abertura de El Khalej para a esquerda, Porfírio ganhou o lance à linha e centrou para Cadete que, no sítio certo, só teve de empurrar a bola para dentro da baliza, fazendo o 3-1. O avançado do Benfica teria ainda mais uma chance de marcar, aos 73 minutos, a corresponder bem de cabeça a um cruzamento tenso de Bruno Basto, mas o guarda-redes alemão fez uma boa defesa.
Mas o jogo não terminaria sem que Maniche voltasse a dar um toque de magia. Na sequência de um ressalto na defesa alemã, o jovem dos encarnados recebeu a bola à entrada da meia-lua e disparou forte e colocado fazendo o resultado final.
O DIA DE DOMINGO
CANSADOS da partida de Aalen, os encarnados realizam domingo apenas um treino, pelas 11 horas. Será a primeira sessão em Herxheim, local onde o Benfica trabalhará a partir de hoje e até ao penúltimo dia do estágio. Tal como já tínhamos referido, a comitiva ficará instalada em Heine, muito perto do campo de treinos.
Esta sessão servirá, a exemplo das anteriores, para recuperar a equipa do cansaço da véspera. Jupp Heynckes deverá insistir muito pouco nos exercícios técnico-tácticos.
BOLETIM CLÍNICO
PARA satisfação da equipa técnica e do departamento clínico, os encarnados continuam a ter apenas um jogador lesionado. Jorge Ribeiro, ainda a contas com problemas musculares na coxa esquerda, treinou sábado em Aalen, enquanto os companheiros de equipa realizavam os habituais exercícios de aquecimento antes de se iniciar o encontro.
Curiosamente, o jovem lateral-esquerdo foi o único a não ser perturbado com os cerca de 300 emigrantes que pretendiam uma recordação da partida de ontem. Os portugueses, muito entusiasmados, chegaram a invadir o relvado, durante esse período, mas respeitaram o pedido do preparador-físico, Angel Vilda para regressarem às bancadas.
Siga-nos no Facebook e no Twitter.