GOMES FERREIRA, LUÍS PEDRO SOUSA e PAULO CALADO, enviados especiais

Mainz -- O Benfica sofreu ontem à noite o primeiro desaire da pré-temporada, frente a uma equipa da II Divisão alemã, o FSV Mainz 05, naquele que constituiu o primeiro grande teste à equipa de Jupp Heynckes. Um golo sofrido através de uma grande penalidade, a castigar uma falta de Bossio sobre um jogador alemão, num lance em que a defesa dos encarnados foi batida pela velocidade do avançado da equipa da casa, Sven Demandt.

A equipa encarnada foi sempre superior ao adversário, quer em qualidade de jogo quer em termos tácticos. A derrota penaliza sobretudo o ataque, ontem muito perdulário, principalmente na primeira parte, período em que Nuno Gomes esteve muito apagado. O goleador dos encarnados teve nos pés oportunidades mais que suficientes para marcar, mas revelou sempre uma eternidade para se decidir pelo último remate, para além de evidenciar ainda pouca mobilidade na zona da finalização.

Ao longo do encontro, a equipa encarnada conseguiu, a espaços, exercer a tão desejada pressão a meio-campo que Heynckes deseja, mas a transposição meio-campo/ataque foi quase sempre executada a um ritmo lento e de forma algo denunciada. Mais: como o Benfica defendia perto do meio-campo, por vezes a retaguarda era surpreendida com fortes contra-ataques dos alemães, que chegaram a causar alguns, mas poucos, calafrios à defesa benfiquista. Só com a entrada de Cadete, aos 70 minutos, para o lugar de Nuno Gomes, o Benfica melhorou nas movimentações ofensivas. O ponta-de-lança português, o melhor marcador no estágio, teve quatro remates intencionais à baliza, que obrigaram o segundo guarda-redes do FSV Mainz 05, Bernhardt, a outras tantas excelentes intervenções. Pelo menos, Cadete mostrou outra movimentação na área que Nuno Gomes e os lances de perigo que criou foram mais intencionais que o segundo melhor marcador do último Campeonato. Só na finalização, os dois jogadores coincidiram: faltou-lhes o “killer instinct” que ontem dava para uma vitória folgada do Benfica. Um aspecto a rever, pois em alta competição não se podem perder os golos que ontem a formação encarnada desperdiçou.

MUDANÇAS

Jupp Heynckes apresentou, de início, um “onze” com algumas surpresas: nas laterais e no centro do terreno. Afinal, zonas do terreno onde o técnico alemão ainda tem algumas dúvidas. El Khalej, na direita, e Bruno Basto, na esquerda, foram os laterais. No “miolo”, Kandaurov entrou para o lugar de Calado. De resto, tudo na mesma: Bossio na baliza; Paulo Madeira e Ronaldo a centrais; Poborsky e Luís Carlos como flanqueadores; João Pinto e Nuno Gomes na frente.

O Benfica começou o jogo com medo de errar. Os jogadores procuravam fazer tudo certo, mas os passes nem sempre saíam em boas condições. O primeiro lance de perigo veio mesmo do FSV Mainz 05, aos sete minutos, mas Bossio, com excelentes reflexos, evitou o golo.

Mesmo assim, os encarnados conseguiam ter mais tempo de posse de bola, procuravam “desenhar” lances pelos flancos, mas o ritmo era demasiado lento para tão boas intenções. Contudo, face a uma defesa com algumas deficiências a nível da marcação, os encarnados, nos primeiros vinte minutos, já tinham conseguido criar três lances de golo iminente. Mas a finalização era precária. Nuno Gomes, por três vezes, fez o mais difícil, demorando muito tempo a decidir-se pelo remate.

Para a segunda parte, Heynckes manteve o mesmo “onze”, mas cedo os encarnados ficaram em desvantagem no marcador. A perder, o Benfica encheu-se de brios e partiu em busca do golo. A equipa subiu ainda mais no terreno, e Heynckes mexeu na equipa. Trocou El Khalej por Andrade no flanco direito da defesa, e fez entrar Calado para o lugar de Chano e Cadete para o de Nuno Gomes.

E foi Cadete a mostrar serviço. Três minutos depois de ter entrado, o ponta-de-lança benfiquista, em um minuto, teve dois lances para marcar, mas o guarda-redes alemão respondeu com duas excelentes defesas. O ataque do Benfica ganhou outra agressividade com a entrada de Cadete, que ainda teria mais um lance para se mostrar, desta vez cabeceando para outra grande defesa de Michael Sauer para canto. Na fase derradeira do encontro, os encarnados tudo tentaram para, pelo menos, não saírem derrotados. Poborsky ainda ligou o “turbo” mas não chegou para evitar a primeira derrota do Benfica de Jupp Heynckes.

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