A Azul Linhas Aéreas Brasileiras disse que decidiu suspender a integração dos aeronautas da Azul e da Trip, como reflexo do resultado da Assembleia Geral dos Aeronautas ocorrida na última segunda-feira (21), quando a proposta de alteração do modelo de remuneração do grupo não foi aprovada.
"A companhia está, neste momento, estudando as próximas etapas desse processo, motivo pelo qual, não comentará o assunto. A empresa esclarece que a integração das demais áreas foi concluída com sucesso”, disse, por meio de nota.
Mais cedo, nesta quarta-feira (30), o presidente da Azul Linhas Aéreas, David Neeleman, disse que a integração entre os quadros de funcionários da empresa e da Trip, aérea comprada no ano passado, poderia ser interrompido se os funcionários da companhia adquirida rejeitarem a proposta de equalização, conforme reportagem do Valor Online.
"Se não votarem um acordo, vamos ficar com empresas separadas", disse Neeleman a jornalistas após evento de lançamento da nova empresa da qual ele é sócio, a Vigzul, companhia de monitoramento de residências.
A proposta de equiparação salarial de tripulantes da Azul e da Trip foi recusada no último dia 21, após assembleia do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). Na mesma data em que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deu sinal verde para as duas empresas passarem a atuar com o mesmo Certificado de Operador Aéreo (COA).
"Já conversamos com o sindicato que está acompanhando o processo. Eles sabem que nossa proposta é justa", afirmou o dono do voto controlador da Azul, referindo-se à equiparação de remuneração de pilotos e copilotos das duas aéreas.
Entre as diferenças, a Azul calcula o salário variável com base em horas voadas e a Trip por quilômetro. "Tem piloto de jato ganhando mais que piloto que opera avião maior. Não faz sentido", disse Neeleman.
A proposta da Azul representa um ajuste para baixo no rendimento de parte dos funcionários da Trip.